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N esse tratado que todo aluno do CRMedway recebe, fizemos um compilado de vários checklists para que você consiga saber exatamente o que revisar perto de suas provas e o provável 
modo como os temas serão cobrados. Nesta coleção, teremos adaptações 
de checklists que já caíram em outros anos e alguns checklists “extras” 
exclusivos para os nossos alunos. Alguns temas aparecem mais de uma vez, 
para que você tenha mais clareza sobre possíveis caminhos que uma estação 
de prova prática pode tomar. Resumindo, esse material está absolutamente 
completo com tudo que você precisa saber para estar preparado para as 
provas práticas - e por isso mesmo o batizamos de Bíblia! 
Quanto aos alunos do CRMedway Presencial, pode gerar aquela dúvida: 
os checklists do presencial já estão aqui? Vou saber o que vai cair antes de 
chegar no curso? De modo algum! Lá você terá mais de 30 checklists novos, 
mas claro… somente após passar pelo curso! Se tiver qualquer dúvida em 
qualquer momento, fique à vontade para nos contactar via plataforma do 
CRMedway que estaremos ágeis para te responder.
Introdução
Aproveite!
A tão esperada Bíblia de Checklists!
... tenho que te informar uma coisa. Ele faz parte de um curso todo estruturado 
para ensinar nossos alunos a pensar como a banca e entender a fundo os 
checklists, além de uma preparação completa para a prova multimídia: o 
CRMedway. A preparação para a prova prática vai além da Bíblia!
Por isso, te convido a participar de um minicurso gratuito que nós da 
Medway fizemos, voltado para essa etapa do seu processo seletivo. São 3 
aulas, 100% online e gratuitas, que vão te mostrar a prova prática como ela 
realmente é!
E se Você Caiu Nesse 
Material por Acaso...
Acessar Minicurso
H oje, a Medway é um time formado por médicos recém-egressos ou ain da Residentes nas principais ins tituições do Brasil! USP, UNIFESP, UNICAMP e em todos os lugares que você sonha fazer 
a sua residência médica! Mas chegar até aqui não foi nada fácil.
Durante nossa preparação, fomos obrigados a desembolsar um altíssimo 
valor para a realização de um curso prático presencial (atualmente em torno 
de R$ 8.000,00 para quem é aluno já matriculado no cursinho) e, mesmo 
assim, quando nos deparamos com a prova prática, vimos um cenário 
diferente do que havíamos treinado.
Inconformados com tal situação, nós decidimos estruturar um curso prático 
que entregasse o REAL valor por trás da prova prática: o CRMedway.
Através de simulações de estações exatamente da forma como elas são cobradas 
nos concursos, conseguimos transmitir a essência da segunda fase e o resultado 
final foi de mais de 500 alunos inscritos e incontáveis aprovações nos principais 
processos seletivos do país.
Tudo isso a um preço justo, acessível, de forma 100% online e que permitiu 
com que todos os nossos alunos brigassem de “igual pra igual” com quem 
fez um curso prático presencial.
Você pode conferir o que falaram do CRMedway 2020 na próxima página:
Quem Somos
O que Nossos Alunos 
Estão Falando!
Conteúdos
Em vez de simplesmente ler essa Bíblia, faça como o João recomenda na nossa aula do curso do módulo zero, sobre como e quando estudar:
• Junte um grupo de amigos
• Divida os checklists igualmente entre vocês (de preferência os que 
não estavam no curso)
• Quem for o dono do checklist vai aplicar a estação com examinador 
nos outros alunos e dar a orientação ao ator da estação (se houver)
• E como falamos… após ter treinado com checklists e estações existentes, 
vá para o que mais importa e onde você mais vai aprender: crie suas 
próprias estações e checklists!
RECOMENDAÇÃO NÍVEL DE EVIDÊNCIA IA
Sumário
USP-SP.....................................................................10
UNICAMP...............................................................56
SCMSP...................................................................106
UFPR.....................................................................152
UNESP....................................................................195
USP-RP..................................................................243
HIAE.....................................................................285
UNIFESP................................................................325
UFG.......................................................................358
HSL.......................................................................408
HUB/UNB.............................................................450
10
USP-SP 
2020 
11
É a hora de encarar essa interessante estação de clínica médica da USP-SP 
2020! Vamos nessa, galera?
Orientações ao candidato:
• Tempo para realização da estação: 10 minutos
• Os casos clínicos e as tarefas se encontram dentro da sala
• Após examinar o paciente você não poderia retornar no mesmo
• A estação era composta por tarefa única
Cenário:
• Examinador
• Não havia atriz e/ou ator
• Objetos disponíveis na cena:
• Manequim com um cateter venoso central em veia jugular interna 
direita, intubado, com sonda vesical de demora com bolsa coletora 
de urina
• Ventilador mecânico com seus respectivos gráficos (representado 
em caixas de papelão)
• Monitor com descrição de parâmetros (representado em caixas de 
papelão)
• Bomba de infusão com noradrenalina, midazolam e fentanil 
(representados em caixas de papelão)
• Dispostos em uma mesa: controles, balanço hídrico (com quanto 
foi infundido de cada medicação); estetoscópio; tabela com vários 
exames (muito grande); eletrocardiograma
Clínica Médica
12
Início da Estação
Caso Clínico: 
João, de 56 anos, foi admitido na UTI há 4 dias com quadro de endocardite 
infecciosa. Seu colega de plantão estava evoluindo o paciente quando foi 
chamado para atender uma intercorrência no andar.
Tarefa Única: 
Examine o paciente e complemente a evolução. Você terá uma folha de 
rascunho e a folha definitiva para a anotação do exame. Quando solicitar a 
folha definitiva, você não poderá retornar ao manequim.
• O candidato devia proceder com a realização do exame físico do paciente.
• Durante a realização do exame físico, a examinadora entregava placas 
com a descrição de alguns itens do exame.
• Tinha uma evolução do colega anterior com alguns exames já feitos: 
Neuro, gastro-intestinal e hemato-infeccioso
• Faltava: Cardíaco, respiratório e renal-urinário (mas estava descrito na 
folha para você preencher)
Cardiovascular: Sopro pancardíaco sistólico +++/6+ (já anotado) → 
 
 
 
Respiratório: Estertores finos em bases com roncos esparsos; Cuff do tubo 
endotraqueal com insuflação adequada (já anotado) → 
 
 
13
Renal/urinário:
 
 
 
Itens avaliados - Exame Físico Sim Não
Realizou ausculta pulmonar
Realizou ausculta cardíaca
Checou insuflação do cuff
Itens descritos na folha de respostas - 
CARDIOVASCULAR Sim Não
Pressão arterial
Frequência cardíaca
Descrição de ritmo cardíaco regular com bulhas 
normofonéticas
Avaliação de pulsos periféricos
Avaliação de turgênciajugular patológica
Tempo de enchimento capilar
Recebendo infusão de noradrenalina e dose (mcg/kg/min 
ou ml/h)
Checklist
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
14
Controles das últimas 24 horas (sinais vitais)
Itens descritos na folha de respostas - 
RESPIRATÓRIO Sim Não
Saturação de oxigênio
Tamanho e altura de inserção do tubo
Identificou modo ventilatório como VCV / controlado 
por volume
Valor da PEEP
Valor de volume corrente
Valor de FiO2
Itens descritos na folha de respostas - RENAL Sim Não
Presença de cateter vesical de demora
Indicou débito urinário nas últimas 24h OU oligúria
Balanço hídrico das últimas 24h
Balanço hídrico acumulado positivo
Indicou aumento das escórias urinárias
15
Debriefing
E aí, galera, gostaram da estação? Sentiram dificuldades? Então vamos nessa 
tentar destrinchá-la um pouco mais...
Essa estação da USP-SP pegou muitos candidatos de surpresa na época 
do concurso, sendo grande o número de relatos de alunos que tiveram 
dificuldades ou que até mesmo ficaram “meio perdidos” durante a realização.
O tema “evolução de um paciente na UTI” em Clínica Médica é bem mais 
prático do que teórico e cobrava do candidato uma habilidade que todo 
médico deve saber fazer com excelência: a evolução médica do paciente. E 
isso tem sido uma tendência que vem ocorrendo em vários concursos pelo 
país: a de cobrar situações práticas do dia-a-dia.
Mas beleza, qual a importância de cobrar isso numa prova prática de Clínica 
Médica? Sabemos que a evolução médica é um componente do prontuário 
e consiste em um acervo onde se encontram informações sobre os cuidados 
prestados ao paciente, informações sobre exames, procedimentos, e é 
capaz de refletir a relação entre o paciente e equipe de saúde. Ainda, uma 
evolução médica bem feita é um importante instrumento que permite 
uma visualização global do estado clínico do paciente e uma comunicação 
eficiente entre as diversas equipes de saúde que cuidam do doente.
Não existe receita de bolo para realização de uma evolução médica. Esta 
pode variar dentre os serviços, especialidades e local onde se encontra o 
doente. No âmbito de um paciente na UTI, sendo estes geralmente graves, 
com múltiplas comorbidades e com condições clínicas frequentemente 
complexas, uma evolução médica deve conter informações mínimas que 
são relevantes para o paciente nesse contexto. 
Saber quais informações devem conter em uma evolução de paciente na 
UTI foi a principal habilidade cobrada nessa estação da USP-SP. Muitos 
candidatos durante a graduação não chegam a frequentar o ambiente da 
16
UTI ou frequentam com pequena carga horária, o que pode ter sido um dos 
motivos que fez a estação causar dificuldade no pessoal. Outro ponto que 
pode ter causado dificuldade foi a quantidade de informações presentes na 
estação, o que fez com que muitos ficassem perdidos sem saber por onde 
começar e por qual caminho seguir. Daí vem a importância de se ter um 
atendimento sistematizado - isso pode te salvar em estações longas como 
essa da USP-SP.
 28/07/2018 Evolução Diária
UTI Clínica Médica 
Data internação hospitalar: 20/08/2018 / Data admissão na UTI: 24/08/2018
Diagnósticos: 
#Endocardite infecciosa
#Choque séptico
#Injúria Renal Aguda
Antecedentes: Diabetes mellitus, tabagismo 30 maços-ano
Dispositivos: CVC VJID (24/08) / TOT (24/08) / SVD (24/08)
Cardio: FC 115-138; PAM 62-72 em uso de noradrenalina 0,5 mcg/kg/min 
via CVC em VJID. 
RCR sem sopros, FC: 120, PAM 66, Lactato 17, pulsos periféricos presentes, 
sem turgência jugular patológica.
Respiratório: IOT sob VM, cuff adequadamente insuflado, modo VCV, 
PEEP 5, Fio2: 40%, FR: 15, VC: 500 ml
Sao2: 95%, MV presente difusamente, sem ruídos adventícios
Abdome/nutricional: abdome discretamente globoso, RHA presente, em 
uso de dieta enteral, última evacuação 26/07.
17
Neurológico: RASS -3, em uso de fentanil 0,01 mcg/kg/min, midazolam 
0,5 mcg/kg/min.
Sem agitação nas últimas 24 horas, em uso de dipirona regular 4/4h. 
Renal/metabólico: BH+1100, débito urinário 400 ml, sob SVD, diurese 
clara, potássio: 5,9, creatinina 2,3, ureia 89
Hematológico-infeccioso: febril (37,9-39,2), em uso de Vancomicina D2 e 
Gentamicina D2.
HB 10,2, PCR 125.
Profilaxias: heparina não fracionada e omeprazol.
Impressão: Paciente sem melhora nas últimas 24 horas, mantendo disfunções 
orgânicas.
Orientação familiar: Converso com a esposa Maria Fernandes sobre a 
gravidade do quadro clínico que persiste sem melhora nas últimas 24 horas.
Plano terapêutico: Tratamento da endocardite, controle das disfunções 
orgânicas e controle dos sintomas.
Conduta do dia: Repetir exames laboratoriais, ajuste de drogas vasoativas 
e reposição de volume.
Observem o modelo e vejam que a estação queria basicamente que o 
candidato anotasse no item RESPIRATÓRIO que o paciente estava sob 
ventilação mecânica, com determinados parâmetros ventilatórios (nesse 
item era necessário identificar qual o modo de ventilação através dos 
gráficos) e com o cuff do tubo adequadamente insuflado (toda vez que se 
depararem com paciente intubado em uma prova de residência, chequem 
o cuff). No item CARDIO, não podemos esquecer da PAM, uso de drogas 
vasoativas com suas respectivas doses e do exame físico deste aparelho. 
18
Por fim, no URINÁRIO não podia esquecer de anotar sobre a sonda 
vesical de demora, débito e balanço hídrico. Vejam que, de forma geral, 
não podemos esquecer de anotar sobre os dispositivos e drogas que esses 
pacientes na UTI recebem, pois são parâmetros usados de forma rotineira 
no acompanhamento destes pacientes.
Prestem atenção nesse modelo, pessoal, pois pode vir a cair em outras 
instituições pelo Brasil nesse ano! Aproveitem o internato de vocês e 
treinem! Cada vez mais são cobradas coisas práticas do dia-a-dia. Gostaram 
do material? Fiquem tranquilos que virá muito mais por aí e com bastantes 
estações para treinarem...
 
Um grande abraço e até a próxima!
Alan Andrade
REFERÊNCIAS:
• PAVAO, Ana Luiza Braz et al . Estudo de incidência de eventos adversos 
hospitalares, Rio de Janeiro, Brasil: avaliação da qualidade do prontuário 
do paciente. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 14, n. 4, p. 651-661, 
Dec. 2011.
• PRESTES JR., Luiz Carlos L.; RANGEL, Mary. Prontuário médico e 
suas implicações médico-legais na rotina do colo-proctologista. Rev 
bras. colo-proctol., Rio de Janeiro , v. 27, n. 2, p. 154-157, June
19
Entra ano, sai ano, o tema TRAUMA é certo nas provas práticas das 
principais instituições do país. A cada prova, um enfoque diferente. Vamos 
ver o que a prova da USP de 2020 nos reserva? Mãos à obra!
Orientações ao aluno:
• Tempo para realização da estação: 10 minutos
• Após solicitar a próxima tarefa, você não poderia retornar à anterior.
• A estação é composta de 3 tarefas.
• O candidato poderia pausar, avançar e repetir o vídeo quantas vezes 
desejasse.
Cenário:
• Examinador
• Manequim intubado, com uma faca em região epigástrica
• Objetos disponíveis na cena: caixa de papelão simulando um monitor, 
fotos do FAST e material para drenagem de tórax e de intubação
Início da Estação
Caso Clínico: 
Você está em uma unidade de emergência que dispõe de todos os recursos 
possíveis. Paciente trazido pelo pré-hospitalar devido a FAB em região 
epigástrica a esquerda.
Tarefa 01: 
Realize o atendimento primário.
Cirurgia Geral
20
O candidato, à medida que fosse descrevendo e realizando o ABCDE, 
recebia informações do examinador:
• A: Com colar cervical; Fixador no tubo que estava totalmente inserido 
(Sat 85% com FiO2 alta)
• B: Expansibilidade diminuída, percussão maciça e MV abolido em todo 
hemitórax esquerdo, hemitórax direito sem alterações; Diagnosticada a 
intubação seletiva, realizar desinsuflação do balão → tracionamento do 
tubo → reinsuflar o balão e realizar novo exame físico do tórax em seguida 
(muita gente solicitou drenagem de tórax pensando em hemotórax, a 
indicação de drenagem de tórax era checklist negativo);
Após ajustar o tubo seletivo, o examinador viravaa caixa de papelão e os 
sinais vitais do paciente se estabilizavam;
• C: Avaliação da PA, FC, pulsos e TEC; Avaliação do abdome (ausculta, 
palpação e percussão) e pelve; Solicitar o FAST (o examinador pergunta 
quais as janelas);
• D: ECG = 3T, PIFR
• E: Faca em região epigástrica, exposição completa do paciente e controle 
de hipotermia
Tarefa 2: 
Qual é sua conduta?
Independente da resposta, o candidato seria direcionado à tarefa 3.
Tarefa 3: 
Assista o vídeo no tablet. Depois responda:
a) Conduta terapêutica do paciente.
b) Justifique.
• Descrição do vídeo: tomografia computadorizada de tórax e abdome 
em diferentes janelas; axial em janela de mediastino e axial em janela 
pulmonar.
21
Havia um papel na mesa, onde o candidato deveria escrever suas respostas.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Seguiu a sequência ABCDE durante todo o atendimento, só 
prosseguindo à etapa seguinte após resolução do problema 
anterior
Não retirou o colar cervical
Realizou exame respiratório direcionado (considerar se 2 
dos seguintes: inspeção, percussão, ausculta e oximetria)
Checou se o cuff estava insuflado
Reconheceu intubação seletiva
Desinsuflou o balão
Tracionou o tubo
Reinsuflou o balão
Não indicou drenagem de tórax
Checou saturação
Realizou nova ausculta pulmonar após correção da saturação
Realizou exame cardíaco direcionado
Checklist
22
Reconheceu estabilidade hemodinâmica
Indicou FAST para avaliar o precórdio
Solicitou janelas corretas do FAST (aceitar: janela pericárdica 
ou subxifoidiana / hepatorrenal ou quadrante superior 
direito/ esplenorrenal ou quadrante superior esquerdo / 
suprapúbica ou pélvica)
Deixou a faca, sem mexer
Citou o Glasgow e/ou pupilas
Expôs o doente e perguntou sobre visão do corpo todo
Tarefa 02
Solicita tomografia computadorizada de abdome
Tarefa 03
Indica laparotomia exploradora
Justifica lesão de víscera oca / pneumoperitôneo
Debriefing
Vai prestar prova prática este ano? Então anota aí: trauma é um tema certo! 
São as duas certezas que temos todo ano, o especial do Roberto Carlos 
e uma estação de trauma em uma grande instituição do país. É simples 
entender o porquê: é um tema essencialmente prático e com infinitos 
desdobramentos. Nesta estação, em específico, foram abordados 2 detalhes 
muito interessantes e inéditos (como a USP gosta): intubação seletiva e 
trauma penetrante com o objeto empalado. Sem mais delongas, vamos 
então revisar os principais conceitos e discutir as peculiaridades desta 
estação que fez muita gente se enrolar!
23
Sempre que o assunto é trauma, o ponta-pé inicial é um só: ABCDE! Ele 
é o seu guia e a partir dele a magia se inicia, um mundo de possibilidades 
podem estar presentes com o desenrolar das diferentes estações. Vamos 
relembrar?
A = Airway - mais conhecido como via aérea, é por onde TODO 
atendimento deve se iniciar; qualquer outro procedimento para estabilizar 
o paciente que seja realizado antes da verificação da perviedade das vias 
aéreas será completamente em vão! E qual a melhor maneira de realizar essa 
avaliação? Através da fonação! Traduzindo: pergunte o nome do paciente, 
se ele responder, é improvável que haja obstrução significativa que exija 
intervenção. Não se esqueça, outro ponto fundamental da letra A é a 
estabilização da coluna cervical, realizada com a colocação de colar cervical 
e prancha rígida. Na prática, todos acabam ganhando essa estabilização.
B = Breathing - respiração e ventilação. Resolvido o A, seguimos para o B. 
Aqui devemos nos atentar para 3 pontos importantes: 1. Fornecer oxigênio 
suplementar (pelo menos 10L/min) e monitorizar o nosso paciente com 
oximetria de pulso e eletrocardiografia contínua; 2. Examinar o tórax, 
respeitando a semiologia básica: inspeção, palpação, percussão e ausculta 
em ápices e bases, sempre comparativo; 3. Se atentar às armadilhas da fase 
B que exigem pronto reconhecimento e conduta imediata: pneumotórax 
(hipertensivo e aberto) e o hemotórax maciço. Só então, passamos para a 
fase seguinte.
C = Circulation - circulação e controle da hemorragia. Chegou um paciente 
politraumatizado no box? Está chocado? Até a segunda ordem, este paciente 
é considerado um portador de choque hipovolêmico hemorrágico e devemos 
estabilizá-lo quão logo seja possível, respeitando a nossa sequência mágica.
A primeira medida é a compressão de feridas sangrantes. Em seguida, devemos 
puncionar dois acessos venosos periféricos calibrosos (jelco 14 ou 16) e 
instalar 1 L de Ringer Lactato aquecido a 37-40ºC. Individualizar, a depender 
da perda volêmica, a necessidade de transfusão de hemocomponentes. Por 
24
fim, avaliar a resposta à reposição através do débito urinário, então não 
esqueça de sondar o seu paciente, respeitando as contraindicações.
D = Disability - disfunção neurológica. Realizamos nesta fase um rápido 
exame neurológico que inclui a consagrada escala de coma de Glasgow, 
avaliação das pupilas e movimentos ativos das extremidades.
E = Exposure - exposição e controle do ambiente. Última etapa do nosso 
atendimento inicial, consiste em despir o paciente e examiná-lo da cabeça 
aos pés, sem esquecer das medidas de prevenção de hipotermia: desligar o 
ar da sala ao iniciar o atendimento, infusão da solução aquecida e cobrir o 
paciente após o exame. 
Acreditem, isso é o básico e a grande maioria das estações vão cobrar 
essa sistematização de vocês, afinal, é o que fazemos na prática. É muito 
importante ter essa sequência medular, até para não se perderem durante 
a estação, o que é muito fácil com o nervosismo e a tensão no dia da prova. 
Dando início à tarefa 1, no A não poderíamos solicitar que o paciente 
falasse o seu nome, afinal, estava intubado. Restava ver se o mesmo estava 
com colar cervical e retirá-lo da prancha para prevenir lesão por pressão.
No B, ao realizar o exame físico do tórax, o examinador nos falava que à 
esquerda estava alterado - expansibilidade diminuída, percussão maciça e 
MV abolido em todo hemitórax. Muitos, no desespero, acreditaram estarem 
lidando com um hemotórax e então procederam à drenagem torácica. 
Poderia se tratar de um hemotórax? De fato, sim. Porém vejam só: o 
paciente chegava com um dispositivo pré-hospitalar, um tubo orotraqueal. 
SEMPRE que isso ocorrer, cheque o dispositivo, seja ele um tubo, acesso 
ou dreno. Frequentemente esquecemos de checar e o pessoal da banca sabe 
disso, tanto que cobrou e muita gente se enrolou! Estes não só deixaram de 
pontuar diversos itens do checklist relacionados à intubação seletiva, como 
perderam ponto por indicarem o dreno (isso mesmo, a drenagem era um 
checklist negativo). Neste caso, tratava-se de uma intubação seletiva clássica, 
25
provavelmente o tubo foi inserido mais do que se deveria e inevitavelmente 
se direcionou ao brônquio-fonte direito.
Qual o tratamento, então? Reposicionar o tubo! Mas como? Sem segredos. 
Desinsufla o cuff, traciona o tubo e reinsufla o cuff. Não esqueça de realizar 
novamente todo o exame físico torácico - agora sem alterações referidas pelo 
examinador. Feito isso, o examinador invertia a caixa de papelão na qual 
continha a monitorização do paciente com seus sinais vitais, e aí tínhamos 
a certeza que estávamos no caminho certo!
Resolvido o B, avançamos ao C. Uma "pegadinha" foi a presença da faca 
empalada na região epigástrica do paciente. O que fazer? Muitos aqui 
retiraram a faca. Erro clássico. Não sabemos o que esperar dessa lesão, a 
lâmina neste caso pode estar tamponando vasos potencialmente lesados, 
retirá-la no contexto de um atendimento primário pode ser trágico!
Lembra o preceito da fase C? Controle de hemorragia! Se o paciente está 
estável e sem sangramentos visíveis, avançamos à próxima fase. Mas antes, 
fazemos uma ressalva. Cada vez mais utilizado, o FAST vem sendo quase 
que um componente obrigatório da fase C. É a famosa ultrassonografia 
no trauma, o objetivo do método é identificar a presença de líquido livre 
na cavidade abdominal que, neste contexto, podeser sangue ou conteúdo 
extravasado de víscera oca. Ao manifestar o desejo de realizar o FAST, 
o examinador perguntava em quais janelas se realizam o exame. Vamos 
lembrar? São quatro: saco pericárdico, espaço hepatorrenal (Morrison), 
espaço esplenorrenal e pelve. Pronto, a garantia de mais pontos somados 
com sucesso!
O que fazer então com essa lesão? Nada no atendimento primário! 
Finalizamos com o D e o E e seguimos à conduta pedida na tarefa 2. Então 
vamos nos situar: tratava-se de um trauma abdominal penetrante por 
ferimento de arma branca com objeto empalado. Certo? Qual a grande 
dúvida que cercam os traumas abdominais? É saber se o paciente tem 
indicação ou não de uma LAPAROTOMIA EXPLORADORA. Lembram 
quais são essas indicações no trauma abdominal penetrante?
26
1. Choque hemodinâmico
2. Peritonite
3. Evisceração
Neste caso, o nosso paciente não apresentava nenhuma dessas, portanto, 
o próximo passo seria realizar a exploração digital para avaliar se houve 
violação ou não da cavidade peritoneal. Porém, vejam só, o objeto está 
empalado no abdome, a exploração é positiva ou no mínimo duvidosa, 
agora resta saber se houve de fato lesão de estrutura intra-abdominal, por 
isso nem sempre indicamos a laparotomia frente a um objeto empalado.
Esta foi a dúvida de alguns candidatos na época: ao terminarem a tarefa 
1, indicaram a laparotomia pela presença do objeto empalado, o que não 
é um consenso entre os autores. Sendo assim, qual a conduta frente a esta 
discussão, para identificar a presença de lesão de víscera? Sem dúvidas, 
solicitar uma tomografia de abdome com contraste, já que o nosso paciente 
está estável.
Após a indicação, o candidato era levado à mesa, colocado sobre sua 
disposição um tablet com um vídeo de uma tomografia de abdome e tórax. 
Assustou? Realmente, temos contato mínimo com exames de imagem 
durante a faculdade, mas não tem jeito. A USP ama imagem! Não existe 
USP sem imagem, nem na prova teórica e muito menos na prática. Então 
não pode existir você indo para essa prova sem saber! Dito isso, o objetivo 
era identificar uma lesão de estômago gerando um pneumoperitôneo, você 
poderia voltar o vídeo quantas vezes quisesse - o que não adiantaria muito 
caso não soubesse o que procurar!
Agora sim, pra finalizar: terapêutica! Sabendo a resposta da tarefa 2, fica 
fácil, lesão de víscera oca = LAPAROTOMIA EXPLORADORA!
Pronto! Mais uma estação de trauma para a conta e que estação! Viram 
como sempre é possível complicar? USP como sempre nos mostrando a 
importância de conceitos que por vezes negligenciamos ou que não são 
27
muito bem explorados durante a nossa graduação e que, na prática, são 
fundamentais!
E aí? Gostaram?
Beijos e abraços,
Matheus Forti
REFERÊNCIAS:
• AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS COMMITTEE ON 
TRAUMA. Advanced Trauma Life Suport - ATLS. 10 ed. , 2018.
• SABISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática cirúrgica 
moderna. 20a ed. Saunders. Elsevier.
28
Como sempre a prova prática da USP surpreendendo! Bora descobrir o 
qual a surpresa da USP no ano de 2020?
Orientações ao aluno:
• Tempo para realização da estação: 10 minutos
Cenário:
• Examinador
• Atriz
• Objetos disponíveis na cena: em cima da maca estavam disponíveis 
bisturi, lidocaína, podofilina, cotonete, ácido tricloroacético, agulha e 
seringa
Início da Estação
Caso Clínico: 
Você é médico de uma UBS e irá atender uma paciente de 26 anos com 
queixa de prurido e lesões em região vulvar. Ela nega dor pélvica.
Tarefa 01a: 
Realize a anamnese direcionada.
 
Quando questionada, a atriz informava:
• Queixa: prurido em região vulvar associado a lesões há 2 semanas;
Ginecologia 
e Obstetrícia
29
• Nega disúria e outras alterações urinárias;
• Nega sangramento transvaginal;
• Data da última menstruação (DUM): há 45 dias;
• Característica dos ciclos: ciclos regulares de 28 dias com 5 dias de 
menstruação, sem outras alterações;
• Data da última relação sexual: há 3 dias;
• Tipo de relação sexual: relação heterossexual com múltiplos parceiros e 
sem proteção;
• Método contraceptivo: uso de ACO de maneira irregular;
• Nega gestações prévias;
• Nega alergias; 
• Nega comorbidades e uso de medicações regularmente;
• Tabagismo: nessa pergunta a atriz respondia que não fumava cigarro 
normal, essa era a dica para o candidato perguntar sobre uso de outros 
tipos de drogas/cigarros, nesse momento a atriz respondia que fumava 
maconha diariamente;
• Quando solicitado cartão vacinal a atriz relatava que “tinha esquecido 
em casa”.
 
Tarefa 01b: 
Solicite o exame físico direcionado.
 
Quando solicitado o exame do aparelho genital feminino eram entregues 
fotos de genitália externa, conforme a seguir:
30
• Sobre as lesões, havia pequenos “plugs” de plástico, transparentes, 
indicando quais eram as lesões (sinalizadas na foto com círculos)
Tarefa 01c: 
Solicite um exame complementar
• O aluno solicitava mas não era entregue o exame.
 
Tarefa 02: 
Explique à paciente o diagnóstico e realize o tratamento adequado.
 
Tarefa 03: 
Oriente a paciente.
Itens avaliados Sim Não
1) Caracterizou ciclo menstrual
2) Considerou a possibilidade de gravidez
3) Caracterizou padrão sexual
4) Questionou sobre contracepção
5) Questionou sobre uso de condom
6) Questionou sobre corrimento vaginal
7) Solicitou autorização para examinar
8) Higienizou as mãos
Checklist
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
31
9) Solicitou beta-HCG
10) Comunicou o diagnóstico de verruga/condiloma/HPV 
vulva
11) Explicou que irá realizar cauterização com ácido das 
lesões
12) Pediu autorização para realizar o procedimento
13) Escolheu ATA pelo risco de gravidez
14) Aplicou ATA com cotonete sobre o “plug”
15) Orientou para interromper maconha
16) Orientou ácido fólico especificamente
17) Explicou que é uma doença sexualmente transmissível
18) Solicitou sorologia HIV e sífilis
19) Explicou que não haveria indicação de vacina de HPV, 
quando questionado
20) Orientou uso de condom
21) Orienta suspensão do ACO enquanto aguarda resultado 
do beta-HCG
22) Orientou realizar rastreio de neoplasia de colo de útero
23) Questionou sobre dúvidas
24) Agendou retorno
32
Debriefing
Galera, o tratamento do condiloma acuminado nunca havia sido cobrado 
em provas práticas – como sempre a USP nos surpreendendo. Mas veja 
que novamente o procedimento em si era apenas alguns poucos pontos no 
check list, e que uma boa anamnese e orientações adequadas para o caso 
eram grande parte da nota nesta estação. Além disso, não havia manequins 
ultramodernos na sala de prova, mas sim, uma foto e materiais do dia a dia 
de qualquer médico (e podem ter certeza que nas suas provas no final do 
ano as estações de procedimento serão assim).
Vamos, então, aprender um pouco mais sobre essas lesões causadas pelo 
vírus HPV?
Condiloma acuminado representa a expressão clínica do Papilomavirus 
humano (HPV), cuja manifestação ocorre por aparecimento de verrugas, 
principalmente na genitália externa. Pode ocorrer no colo do útero e na 
vagina, sendo mais frequente em pacientes imunodeprimidos.
Os principais tipos de HPV aos condilomas, em mais de 90% dos casos, são 
o 6 e o 11, pois produzem infecção produtiva, onde os genes virais estimulam 
a mitose da célula infectada e provocam lesões benignas.
É considerado como infecção sexualmente transmissível (IST), atingindo 
principalmente mulheres jovens. Cerca de metade dos indivíduos 
sexualmente ativos e 80% das mulheres serão infectados pelo HPV. Para 
ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. 
Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O 
uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão 
do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.
Atividade sexual é o fator primário de risco para o HPV, sendo que 
mulheres abaixo de 25 anos tem alta taxa de incidência. Fatores ligados à 
33
sexualidade também são fatores de risco, como idade de início, preferência 
e prática sexual,bem como o número de parceiros. O HPV também pode 
se disseminar por autoinoculação para outras áreas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Aparecimento de verrugas cutâneas ou mucosas na região anogenital são os 
condilomas acuminados. Podem ser únicas ou múltiplas, com crescimento 
autolimitado, sendo na mulher mais frequente na região vulvar. No homem, 
é mais comum na glande e na região do ânus. As lesões surgem entre 3 
semanas a 8 meses após a infecção inicial. Em geral é pouco sintomático, 
mas pode haver queixa de ardência, sangramento após o coito, obstrução 
urinária para grandes lesões, queimação e dor. O tamanho pode variar de 
menos de 1 milímetro à áreas extensas acometendo toda a região externa 
da vulva.
TRATAMENTO
Os princípios de tratamento compreendem erradicação da infecção, 
eliminação dos sintomas, prevenção de evolução maligna e interrupção 
da transmissão. A maioria das infecções provocadas pelo HPV apresenta 
resolução espontânea devido à resposta imunológica do hospedeiro contra 
o vírus. O aumento desta resposta imunológica é possível com abstinência 
do tabagismo, melhora da qualidade de vida e alimentar, com maiores taxas 
de regressão da doença.
Podemos tratar a lesão por destruição, excisão ou imunomodulação e, em 
geral, os tratamentos são repetidos. Dentre as formas destrutivas, temos 
os agentes químicos (ácido tricloroacético a 70-80%, a podofilotoxina e o 
34
imiquimod 5%) e físicos (criocauterização, eletrocauterização e a excisão a 
bisturi).
1. Ácido tricloroacético a 70-80% - potente agente que tem efeito cáustico 
necrosante. Aplicado sobre a lesão com Swab levemente embebido, com 
frequência semanal e/ou quinzenal, no total de quatro a seis sessões. Deve 
ser aplicada com cuidado, deixando secar antes mesmo do paciente mudar 
sua posição para que a solução não se espalhe. Se a dor for intensa, o 
ácido pode ser neutralizado com sabão ou bicarbonato de sódio ou talco. 
Não há absorção sistêmica, podendo ser usado em crianças e gestantes. 
Recomendado o seu uso em lesões pequenas.
2. Podofilotoxina - derivado purificado da podofilina, tem mecanismo 
antimitótico sobre a célula, provocando sua necrose. Na forma de creme 
deve ser usado com aplicação sobre a área lesionada, pela manhã e à noite 
por três dias consecutivos, com pausa de quatro dias, perfazendo um total 
de até quatro ciclos. Não pode ser usado em gestantes. Utilizado apenas em 
pele, sendo contraindicada a aplicação em mucosas.
3. Imiquimod 5% – imunomodulador tópico que induz a liberação local 
de citocinas. Não produz a destruição física do condiloma, mas age na 
erradicação do agente. A posologia é aplicação de um sachê de 250 mg 
sobre a lesão, em três dias da semana intercalados, no total de quatro a 
dezesseis semanas.
4. Crioterapia – destruição do tecido por congelamento tecidual. Para seu 
uso na vulva é necessário anestesia local.
5. Eletrocauterização – destruição tecidual pelo calor. Esse método também 
necessita de anestesia e o seu inconveniente são as cicatrizes, com perda de 
pelo, retrações e hipocromia.
6. Excisão a bisturi – está indicado para lesões volumosas, onde necessitamos 
de boa ressecção de margens.
35
PREVENÇÃO E VACINAÇÃO
O principal meio de prevenção da infecção pelo HPV é a prevenção primária 
que visa remover os fatores de risco, antes de se adquirir o vírus. Assim, o 
uso de preservativos durante as relações sexuais diminui o risco de infecção.
A vacinação também é um modo de prevenção primária. Existem dois tipos 
de vacina na rede pública. A quadrivalente previne contra quatro tipos de 
HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e 
o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. Já a bivalente é 
específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
O ideal seria a imunização antes do início sexual. Segundo o Ministério da 
Saúde, a indicação e doses da vacina são:
• Meninas de 9 a 14 anos: 2 doses com 0 e 6 meses;
• Meninos de 11 a 14 anos: 2 doses com 0 e 6 meses;
• Imunossuprimidos: 3 doses com 0, 2 e 6 meses.
No sistema privado é possível tomar a vacina em faixas etárias maiores, com 
aprovação da Anvisa, em mulheres até 45 anos para a quadrivalente, e sem 
limite de idade para a bivalente, e homens até 26 anos para a quadrivalente.
Colocamos um anexo na última página com o passo-a-passo detalhado das 
etapas de como realizar uma correta aplicação do ATA nas lesões para que 
você terminasse de gabaritar a estação!
E aí, galera? Espero que essa pequena revisão sobre condiloma acuminado 
tenha ajudado vocês a entenderem um pouco quais as bases do tratamento 
dessas lesões. Como sempre a USP nos surpreendeu um pouco. Mas vejam 
que não tinha nada de mais na aplicação do ATA, não é mesmo? Bons 
estudos! E se ficou alguma dúvida, estou à disposição.
Bora pra cima, moçada! 
Um abraço!
Daniel
36
Etapas do Procedimento para 
Aplicação do Ácido Tricloroacético (ATA)
1) Explicar o procedimento a paciente;
2) Pedir autorização à paciente para realizar o exame;
3) Preparar o material (loção hidratante para proteção da pele sadia, ATA, 
haste flexível com ponta de algodão para aplicação ou cotonete);
4) Posicionar paciente em maca ginecológica;
5) Higienizar as mãos conforme técnica adequada;.
6) Utilizar luvas de procedimentos como equipamento de proteção individual;
7) Realizar inspeção visual da vulva, períneo, região perianal e vagina e 
identificar a localização da(s) lesão(ões);
8) Proteger com loção hidratante as margens da lesão, para evitar que o 
ATA possa provocar queimaduras na pele sadia ao redor;
9) Embebedar a ponta do cotonete com ATA;
10) Aplicar na lesão durante cerca de 15 segundos ou até a lesão ficar 
embranquecida;
11) Repetir o procedimento nas outras lesões; 
12) Orientar para retorno semanal, para reaplicação do ATA até remissão 
da lesão. 
REFERÊNCIAS:
• Manual de Patologia do Trato Genital Inferior, FEBRASGO 2018
• Williams Gynecology, 4th edition
37
Pronto para encarar a estação de pediatria da USP-SP 2020? Pega seu 
cronômetro, tira as distrações, e parte pra cima!
Orientações ao aluno:
• Tempo para realização da estação: 10 minutos
• Após solicitar a próxima tarefa, você não poderia retornar à anterior
• A estação é composta de 4 tarefas
• O candidato poderia pausar, avançar e repetir os vídeos quantas vezes 
desejasse 
Cenário:
• Examinador
• Atriz
• Objetos disponíveis na cena: manequim / boneco de lactente; 
estadiômetro portátil; fita métrica; tablet com fone de ouvido
Início da Estação
Caso Clínico: 
Paciente com 25 horas de vida, nascido de parto vaginal com 40 semanas 
de gestação, encontra-se no alojamento conjunto com sua mãe. Você é o 
médico responsável pelo setor.
Tarefa 01: 
Utilizando o manequim, realize as demais medidas antropométricas. 
Pediatria
38
Assinale com a caneta as medidas no gráfico / referencial antropométrico 
fornecido pelo examinador.
Baseado nos resultados, classifique o recém-nascido:
( ) Pequeno para a idade gestacional
( ) Adequado para a idade gestacional
( ) Grande para a idade gestacional
• Se o candidato solicitasse ajuda do examinador para medir o boneco, 
ele se dispunha a ajudar conforme as orientações cedidas (por exemplo, 
segurava os joelhos da criança se solicitado). 
• O peso ao nascer já estava assinalado no gráfico. 
• Após solicitar a próxima tarefa, o examinador entregava uma imagem e 
a próxima tarefa.
39
Tarefa 02: 
O teste de reflexo vermelho deste recém-nascido está conforme a imagem. 
Indique o diagnóstico de cada um dos lados e a conduta indicada neste 
momento.
Direita: 
Esquerda: 
Conduta: 
• Após solicitar a próxima tarefa, o examinador solicitava que o candidato 
assistisse ao vídeo exposto no tablet e lhe entregava a próxima tarefa:
Tarefa 03: 
Assista ao vídeo e escute o áudio, que representa a auscultacardíaca do 
recém-nascido em 2 focos distintos. Anote abaixo os achados da ausculta 
em cada um dos focos. 
Foco 1: 
Foco 2: 
Descrição do vídeo: foco 1 - estetoscópio sobre borda esternal esquerda, 
ritmo cardíaco regular, com sopro sistólico 3+/6+ / foco 2 - estetoscópio 
sobre foco mitral, ritmo cardíaco regular, sem sopros. 
Ao solicitar a próxima tarefa, o examinador entregava a seguinte folha ao 
candidato:
Ao examinar o RN, você notou que o mesmo era hipotônico globalmente, 
e apresentava as seguintes alterações no exame:
40
Avaliação auditiva e teste do coraçãozinho sem alterações. 
Tarefa 04:
a) Baseado no conjunto de achados deste recém-nascido, indique a principal 
hipótese diagnóstica.
b) Baseado na principal hipótese diagnóstica, cite 3 exames complementares 
fundamentais neste momento.
Itens avaliados Sim Não
Indicou lavagem das mãos antes da aferição
Solicitou ajuda de outra pessoa para realizar a aferição da 
estatura
Realiza aferição da estatura com estadiômetro, com a parte 
fixa na porção cefálica
Assinala corretamente no gráfico estatura de 48 cm para 
idade de 40 semanas (tolerar desvio de 1cm para mais ou 
menos)
Checklist
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
41
Realiza medida do perímetro cefálico corretamente 
(protuberância occipital a glabela)
Assinala corretamente no gráfico perímetro cefálico de 34 
cm para idade de 40 semanas (tolerar desvio de 1cm para 
mais ou menos)
Indica “pequeno para a idade gestacional”
Indica reflexo ocular normal à direita / reflexo vermelho 
presente
Indica reflexo ocular alterado à esquerda / reflexo vermelho 
ausente / leucocoria
Encaminha ao oftalmologista
Identifica sopro sistólico em borda esternal esquerda
Descreve ausculta normal em foco mitral / ausência de sopros
Diagnostica síndrome de Down
Solicita 3 dos seguintes: cariótipo / ecocardiograma 
transtorácico / hemograma / TSH / hormônios tireoidianos 
(T3 e T4 livre).
Debriefing
Estação longa, mas com um checklist muito direto. Questão de 
NEONATOLOGIA, com algumas peculiaridades que você tinha que trazer 
de bagagem teórica sobre síndrome de Down (lembrem que a prova da 
USP-SP é cada vez mais adepta à “teorização” da prova prática). 
Puxando um pouco para o lado da puericultura, temos que lembrar que 
esse atendimento tem que ser sistematizado sempre. E em toda consulta 
de “pueri”, tem que constar a aferição de dados antropométricos. São eles:
42
1. Peso - sempre examinar o recém-nascido completamente despido, 
inclusive sem fralda. Para crianças até 2 anos (ou até 16 kg), usamos a balança 
pediátrica e aferimos o peso com a criança deitada.
2. Estatura - como regra geral: até 2 anos, medimos o comprimento dessa 
criança; após 2 anos, medimos a altura. O comprimento é medido através de 
um antropômetro: é necessária a ajuda da mãe ou de outra pessoa para fixar 
e pressionar os joelhos da criança à maca. A parte fixa do antropômetro é 
voltada para a cabeça, e a móvel para os pés.
3. Perímetro cefálico - fundamental sua aferição no momento do nascimento 
e periodicamente até os 3 anos de idade, pelo menos. Os marcos anatômicos 
por onde a fita métrica deve passar são a glabela da criança e a proeminência 
occipital, conforme mostra a imagem a seguir:
4. Não se esqueça de colocar as medidas no gráfico da caderneta (e anotá-
las na seção de registro de medidas antropométricas).
5. Se o RN for prematuro, tem que lembrar de usar a idade gestacional 
corrigida. Qual o significado disso? Toda criança nascida com menos de 
37 semanas de idade gestacional deve ter sua idade cronológica “corrigida” 
para o termo. Ou seja, fazemos uma conta simples para interpretar como 
seria se aquela criança prematura tivesse nascido, na verdade, de 40 
semanas. Exemplificando: uma criança de 2 meses de idade cronológica, 
mas que nasceu de parto vaginal com 35 semanas de vida, possui uma idade 
corrigida de 3 semanas (40 - 35 = 5 semanas, ou seja, devemos descontar 
43
essas 5 semanas da idade cronológica atual). Este é o valor que usaremos 
para assinalar os dados antropométricos no gráfico. 
A tarefa 1 ia além e perguntava sobre classificação do RN em pequeno 
/ adequado / grande para a idade gestacional. Essa classificação leva 
exclusivamente em consideração o peso em relação à idade gestacional 
(quem levou em consideração a estatura do RN, classificou errado!) e tem 
como marcos o p10 e o p90.
• Abaixo do p10 - pequeno para a idade gestacional (PIG)
• Entre o p10 e o p90 - adequado para a idade gestacional (AIG)
• Acima do p90 - grande para a idade gestacional (GIG)
Só para reforçar um ponto de confusão: PIG não é a mesma coisa que CIUR 
(crescimento intrauterino restrito), apesar de várias vezes serem conceitos 
relacionados. “Pequeno para idade gestacional” apenas diz respeito a um RN 
com peso abaixo do p10 para a idade gestacional, incluindo aqueles bebês 
que tiveram crescimento adequado no transcorrer da gravidez. Já o CIUR 
categoriza que houve uma redução no crescimento esperado para aquela 
gravidez. Percebem? É sutil, mas podem existir RNs com crescimento fetal 
restrito que são AIG, assim como RNs PIG que não sofreram crescimento 
restrito no período intrauterino.
Nosso RN da questão era um PIG, apesar de a termo - o contrário também 
pode ocorrer: um RN prematuro, porém AIG. E para que temos que estar 
atentos nos pacientes pequenos para idade gestacional? 
• Hipotermia
• Hipoglicemia
• Hipocalcemia
• Hipomagnesemia
A tarefa 2 entrava no mérito dos exames de triagem neonatais - e isso tem 
que ser sempre mencionado em questões de neonatologia!
44
Hoje, os exames obrigatórios pelo Ministério da Saúde são os seguintes (o 
teste da linguinha não é considerado obrigatório pelo MS até o momento 
ou pela SBP):
• Teste da orelhinha
• Teste do coraçãozinho
• Teste do pezinho
• Teste do olhinho
Falando sobre o teste do olhinho, que foi o exame cobrado na tarefa 2: o 
exame deve obrigatoriamente ser realizado antes da alta hospitalar e deve 
ser realizado também na puericultura, até os 3 anos de vida. A técnica (e 
que às vezes é cobrada em prova prática) requer um ambiente escuro e um 
oftalmoscópio, e o examinador deve se posicionar a 40-50 cm do RN (esse 
valor varia muito na literatura; estamos usando aqui a referência do tratado 
da SBP - 4a edição). A visualização de um reflexo vermelho em ambos os 
olhos significa que o exame está normal; a visualização de pontos pretos, 
reflexo branco (leucocoria, como no olho esquerdo da criança em questão) 
ou reflexo duvidoso requerem a avaliação do oftalmologista. São causas 
de reflexo alterado: catarata congênita, retinopatia da prematuridade, 
retinoblastoma, glaucoma congênito, entre outras (fica atento - já vi cair 
muita questão disso aqui na parte teórica!).
Sobre a tarefa 3, não tem muito o que se alongar aqui. O objetivo da tarefa 
não era cobrar um conhecimento aprofundado de cardiopatias congênitas 
do candidato (e nem é a minha intenção), mas sim avaliar um conhecimento 
básico de semiologia. Bastava identificar a presença de um sopro sistólico 
em borda esternal esquerda baixa que você garantia a questão, sem 
necessidade de conjecturar se aquilo seria uma CIV, um DSAV, ou alguma 
outra cardiopatia congênita (mas aí embaixo vamos falar um pouco mais 
disso).
A última tarefa dessa longa estação envolvia a identificação de estigmas de 
síndrome de Down no seu RN. Geralmente, o diagnóstico pós-natal pode 
ser realizado ainda no período neonatal (o que pode ser um pouco mais 
difícil nas crianças com mosaicismo, porém essas são apenas 2% dos casos). 
45
O fenótipo dessa criança envolve geralmente uma combinação de alguns 
sinais, como hipotonia, prega palmar única, epicanto, displasia da falange 
média do 5o quirodáctilo, inclinação palpebral para cima, entre outros. O 
cariótipo não é obrigatório para o diagnóstico da síndrome, porém deve ser 
realizado para aconselhamento genéticofamiliar.
Para quem não conhecia: os sinais apresentados nas fotos da estação 
correspondem, respectivamente, ao sinal da prega palmar única e ao 
aumento do espaço interdigital entre o 1o e o 2o pododáctilos (alguns 
chamam de “sinal da sandália”). 
E quando auscultamos um sopro cardíaco em borda esternal esquerda baixa 
num paciente com síndrome de Down, qual a primeira cardiopatia que tem 
que vir na nossa cabeça? Isso mesmo: o defeito do septo atrioventricular! 
Há alguma controvérsia na literatura sobre qual cardiopatia seria mais 
frequente nos pacientes portadores da síndrome (DSAV x CIV), mas não 
há dúvida alguma de que a incidência de DSAV é muito mais frequente 
nesses pacientes. 
Para finalizar nossa discussão, os exames que obrigatoriamente devem ser 
solicitados no paciente com estigmas de síndrome de Down são o cariótipo, 
hemograma, ecocardiograma transtorácico, e o teste do pezinho (alguns 
autores especificam T4L e TSH - o checklist englobava também essas 
alternativas, mas tome cuidado, pois as novas diretrizes da SBP englobam 
apenas o TSH). Outros exames, como a radiografia de coluna cervical para 
avaliar instabilidade atlanto-occipital, são indicados em outros momentos 
da vida da criança. 
Estação boa para revisar vários temas da pediatria juntos, e também foi 
uma estação fácil, para garantir um 9! Ficou com alguma dúvida? Deu pra 
sacar como que a USP vai cobrar os conceitos da pediatria de vocês? Fica 
com a gente pra receber muito mais conteúdo de checklist e debriefings de 
prova prática!
Beijo no coração,
Joana
46
REFERÊNCIAS:
• Atenção à saúde do recém-nascido : guia para os profissionais de saúde. 
2a edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
• Kliegman, R. Nelson Textbook of Pediatrics. Edition 21. Philadelphia, 
PA: Elsevier, 2020.
• Burns, D. [et al]. Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 
4a edição. Barueri, SP: Manole, 2017.
• Sociedade Brasileira de Pediatria. Diretrizes de atenção à saúde de 
pessoas com síndrome de Down. 2020. <Disponível em: https://www.
sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22400b-Diretrizes_de_atencao_a_
saude_de_pessoas_com_Down.pdf>
47
Galera, estão prontos ? Essa estação foi feita para você brilhar na prova 
prática! 
Visão geral: 
• Tema: Acidente por animal peçonhento
• Ator/examinador
• Cenário: Unidade de emergência
• Materiais disponíveis: Garrote; Seringa; Adrenalina; Morfina; 
Hidrocortisona; Fenergan; Bolsa quente; Bolsa fria; Álcool 70%; 
Algodão; Paracetamol gotas; Anestésico local; Band-aid; Descarpack
• Tempo para realização da estação: 10 minutos
Início da Estação
Caso Clínico: 
Criança de 4 anos é trazida pelo diretor da escola com queixa de ferimento 
em mão direita decorrente de uma picada de um animal. Paciente 
apresentava muita dor, taquicardia, sudorese leve, 2 episódios de vômitos. 
Pressão arterial adequada para idade. 
Preventiva
48
Tarefa 01: 
De acordo com os materiais disponíveis na cena, separe os materiais 
necessários para a realização da conduta imediata. (Realize o cuidado local 
com a ferida). 
Tarefa 02:
O paciente apresentava um novo quadro clínico: Persistência da dor, melhora 
parcial da taquicardia, novos episódios de vômitos e dor abdominal. 
Q1: A partir deste momento você poderia dar alta ao paciente? Justifique.
Q2: O caso deve ser notificado?
Q3: Em caso afirmativo à pergunta Q2, assinale com X o quadro que 
identifica a conduta adequada referente à notificação do acidente
Doença ou agravo
Acidente por animal 
peçonhento
Periodicidade da notificação
Imediata < 24h para: Semanal para:
MS SES SMS MS SES SMS
49
Tarefa 04: 
O diretor faz as seguintes perguntas:
• O número de casos em São Paulo tem aumentado ?
• O número de casos no Brasil tem aumentado?
• A criança pode morrer?
• A gravidade do acidente se relaciona com o local da picada?
• A gravidade da doença se relaciona com a idade?
• Na prevenção de acidentes deste tipo, além da limpeza do ambiente, o 
uso do inseticida é indicado?
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Seleciona água
Seleciona sabão
Seleciona lidocaína
Seleciona compressa quente
Seleciona paracetamol
Não seleciona morfina
Não seleciona torniquete
Não seleciona bisturi
Checklist
50
Não seleciona adrenalina
Tarefa 02
Não autoriza alta do paciente
Justifica com manifestações sistêmicas OU acidente 
moderado / grave OU necessidade de soro antiescorpiônico
Notifica o caso
Tarefa 03
Indica notificação imediata (desconsiderar se marcar 
ambas)
Indica notificação municipal (desconsiderar se marcar 
mais de 3 itens)
Tarefa 04
Assinala aumento dos casos em SP
Assinala aumento dos casos no Brasil
Assinala que a criança pode morrer
Assinala que não se relaciona com o local da picada
Assinala que se relaciona com a idade
Assinala que não deve ser aplicado inseticida
Debriefing
Ufa! Questão bem extensa, mas com organização do seu raciocínio e atenção 
aos detalhes, é possível garantir muitos pontos nessa estação!
51
Acidentes com animais peçonhentos é um tema que pode aparecer tanto em 
estações de clínica médica, quanto em pediatria ou preventiva. O número 
de casos de acidentes com escorpiões vem aumentando significativamente 
nos últimos anos, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, 
logo, este pode ser um tema cobrado por outras instituições este ano!
Vamos fazer uma breve revisão teórica do assunto antes de comentar as 
tarefas da prova:
• A espécie de maior importância clínica é o Tityus serrulatus (escorpião 
amarelo). São insetos que vivem em áreas urbanas, podendo sobreviver 
meses sem água ou alimento, o que torna o combate difícil.
• A inoculação do veneno ocasiona dor local e efeitos complexos nos 
canais de sódio, produzindo despolarização das terminações nervosas 
pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e acetilcolina. 
• Acidentes escorpiônicos podem ser classificados como: 
a) Leves: apresentam apenas dor no local da picada e, às vezes, parestesias. 
b) Moderados: dor intensa no local da picada e manifestações sistêmicas 
como sudorese discreta, náuseas, vômitos ocasionais, taquicardia, 
taquipnéia e hipertensão leve. 
c) Graves: além dos sinais e sintomas já mencionados, podem apresentar: 
sudorese profusa, vômitos incoercíveis, salivação excessiva, alternância 
de agitação com prostração, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema 
pulmonar, choque, convulsões e coma.
• Tratamento dos casos leves: sintomático! Alívio da dor por infiltração 
de lidocaína a 2% sem vasoconstritor no local da picada e analgésicos.
• Casos moderados e graves: soro antiescorpiônico, o mais precocemente 
possível, por via intravenosa e em dose adequada, de acordo com a 
gravidade estimada do acidente (quadro V). A administração do soro 
antiescorpiônico é segura, sendo pequena a freqüência e a gravidade das 
reações de hipersensibilidade precoce. A liberação de adrenalina pelo 
veneno escorpiônico parece proteger os pacientes com manifestações 
52
adrenérgicas contra o aparecimento destas reações! Na falta do soro 
específico, é possível usar o soro antiaracnídico.
Dito isso, vamos à estação!
A primeira coisa a se fazer, ao entrar em uma estação de prova, é observar 
o ambiente: se há materiais na cena, eles serão explorados de alguma forma. 
A tarefa 1, bem simples, consistia em separar os materiais necessários para 
o cuidado imediato do local picado pelo escorpião. Era necessário separar 
água e sabão para realizar a higiene e lidocaína 2% sem vasoconstrictor 
para fazer um bloqueio anestésico local e aliviar a dor do paciente, além do 
paracetamol e compressa quente.
A banca colocava vários objetos para confundir o candidato: torniquete, 
bisturi, adrenalina… Nesses casos, menos é mais: separe somente aquilo que 
Classificação Manifestações Clínicas
Soroterapia 
(nº de ampolas) 
SAEEs ou SAAr**
Leve Dor e parestesia locais -
Moderado
Dor local intensa associada a uma ou mais manifestações, 
como náuseas, vômitos, sudorese, sialarréia discretos,agitação, taquipnéia e taquicardia.
2 a 3 IV
Grave
Além das citadas na forma moderada, presença de uma 
ou mais das seguintes manifestações: vômitos profusos 
e incoercíveis, sudorese profusa, sialarréia intensa, 
prostração, convulsão, coma, bradicardia, insuficiência 
cardiaca, edema pulmonar agudo e choque.
4 a 6 IV***
Quadro V
Acidentes escorpiônicos
Classificação dos acidentes quanto à gravidade, 
manifestações clínicas e tratamento específico
* Tempo de observação das crianças picadas: 6 a 12 horas.
** SAEEs = Soro antiescorpiônico/SAAr = Soro antiaracnídico
*** Na maioria dos casos graves quatro ampolas são suficientes para o tratamento, visto que neutralizam 
o veneno circulante e mantêm concentrações elevadas de antiveneno circulante por pelo menos 24 
horas após a administração da soroterapia.
53
você tem certeza que pode ser usado, para não perder ponto com bobeira!
Já na tarefa 2, a banca entregava uma folha com duas perguntas: A 
primeira pergunta é se o paciente pode ter alta apresentando vômitos e 
dor abdominal. A resposta correta é NÃO. Trata-se de acidente moderado 
e é preciso realizar o tratamento específico com o soro antiescorpiônico. 
Além disso, nosso paciente tem menos de 14 anos, o que por si só já torna 
o acidente potencialmente mais grave. Logo, quem respondesse que não 
daria alta no momento e citou os motivos acima, acertou!
Tarefa 3, um clássico nas questões de preventiva: notificação compulsória 
de doenças ou agravos! Pessoal, não dá para ir para uma prova de preventiva 
sem saber esse assunto, é questão certa para aparecer! Com algumas dicas, 
podemos tornar aquela enorme lista de doenças ‘’para decorar” em algo 
mais simples de ser compreendido. 
O candidato que respondesse que desejava notificar recebia uma 
terceira pergunta, na qual deveria dizer se notificaria imediatamente ou 
semanalmente, e para quais órgãos reportaria o agravo: Ministério da Saúde, 
Secretaria Estadual de Saúde ou Secretaria Municipal de Saúde.
Mas como saber se é preciso notificar?? Não lembro da regra mnemônica 
da lista de doenças de notificação compulsória!!! Quais órgãos eu notifico? 
Fui mal na estação inteira por causa disso? 
A resposta é, obviamente, NÃO! Galera, a notificação é apenas 1 item em 
toda a sua prova. Claro que temos que entrar na estação com o objetivo de 
“gabaritar”, mas não podemos travar em algo que não lembramos e colocar 
todo o resto da questão a perder por não conseguir administrar o tempo. 
Sobre a lista de doenças: decorar tudo sem um raciocínio lógico é uma 
estratégia fadada ao fracasso. Tente compreender o porquê de acidentes com 
animais peçonhentos serem notificação compulsória: são doenças tropicais 
negligenciadas que acometem, na maioria dos casos, populações pobres 
54
que vivem em áreas rurais. A partir das análises dos dados do SINAN, a 
distribuição de soros é realizada de acordo com o número de acidentes que 
ocorre em cada município.
Compreendendo isso, você já é capaz de responder às próximas perguntas 
da tarefa 3: a notificação deve ser imediata, pois se trata de evento grave 
agudo e Secretaria Municipal de Saúde deve ser notificada.
Na tarefa 4, algumas perguntas eram feitas ao candidato, que tinha que 
responder objetivamente “sim’’ ou “não” às afirmações do examinador:
• O número de casos em São Paulo tem aumentado ?
• O número de casos no Brasil tem aumentado?
Segundo último boletim epidemiológico de 2017, aumentaram os casos 
notificados em todo os estados do país, logo, as duas afirmações são 
verdadeiras!
• A criança pode morrer?
Sim! Vimos anteriormente que acidentes moderados e graves podem cursar 
com complicações sistêmicas graves que, se não reconhecidas e tratadas 
prontamente, podem evoluir para um desfecho fatal.
• A gravidade do acidente se relaciona com o local da picada?
Pergunta feita para te confundir. O local da picada não tem relação com a 
gravidade da doença. A doença que guarda essa relação é a RAIVA! 
• A gravidade da doença se relaciona com a idade?
Sim! Como visto anteriormente, menores de 14 anos de idade estão sob um 
risco maior de evoluirem para quadros moderados e graves.
55
• Na prevenção de acidentes deste tipo, além da limpeza do ambiente, o 
uso do inseticida é indicado?
Não é recomendado nenhum tipo de controle químico destes animais, uma 
vez que a sua proliferação está atrelada ao desequilíbrio ecológico e uso 
indiscriminado de agrotóxicos. As recomendações são basicamente medidas 
comportamentais: limpeza da região peridomiciliar, evitando acúmulo de 
entulho que favorece a proliferação de escorpiões; uso de equipamentos de 
segurança (botas e luvas) .
Estudem os outros acidentes com animais peçonhentos, pois as chances de 
serem cobrados por outras instituições nesse mesmo formato é grande! A 
USP SP sempre é uma prova que “dita tendências” .
Abraços,
Raphaela
REFERÊNCIAS:
• Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e 
eventos de saúde pública
• Boletim epidemiológico - Acidentes de trabalho por animais peçonhentos 
entre trabalhadores do campo, floresta e águas, Brasil 2007 a 2017
• Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais 
Peçonhentos, FUNASA 2001
56
UNICAMP 
2020 
57
Mais uma estação de 2020 saindo do forno quentinha para vocês! 
Concentração total agora e sintam o frio na barriga ao mentalizar o som 
da buzina... Vamos nessa!!!
Orientações ao aluno:
• Você terá 2 minutos para leitura do caso clínico antes do início da 
estação
• Tempo para realização da estação: 10 minutos
Cenário:
• Examinador
• Ator
Clínica Médica
Início da Estação
Caso Clínico: 
Paciente de 50 anos apresenta há uma semana dificuldade de dormir, 
portador de cirrose hepática.
Tarefa 01: 
Realize o atendimento.
Ao ser questionado, o ator respondia:
• Negava a presença de hematêmese e melena no momento da consulta. 
Entretanto, ao ser perguntado sobre o hábito intestinal, referia número 
de evacuações inferior ao habitual mesmo sem mudança na dieta;
58
• Relatava que estava trocando o dia pela noite e que tinha dificuldades 
para se concentrar;
• Era etilista de grande monta, mas que já tinha cessado há pouco tempo;
• Teve internação no início do ano devido hemorragia digestiva alta 
quando fez o diagnóstico de cirrose hepática;
• Já tinha história de ascite prévia;
• Quando perguntado se havia ido em algum serviço médico, dizia que 
tinha passado em outro serviço (UBS). Neste momento o ator entregava 
uma receita e nela havia a prescrição de diazepam, sem melhora do 
quadro;
• Negava medicações de uso contínuo;
• Edema abdominal há uma semana sem dor ou febre;
• Tabagista de 20 maços/ano;
• Ao ser perguntado se o paciente tinha histórico de hepatite, o mesmo 
negava.
Quando solicitado o exame físico:
Geral: Paciente em regular estado geral, confuso, acianótico, afebril, 
anictérico.
Cardio: FC 82 BPM, PA: 100x60 mmHg. BCNF, RR 2T, sem sopros.
Respiratório: Sao2: 98%, FR: 19 IRPM. MV+ bilateralmente, sem ruídos 
adventícios.
Abdome: globoso, RHA +, ausência de dor a palpação superficial e profunda, 
ausência de massas e visceromegalias a palpação abdominal. Manobra de 
Piparote e Semicírculos de Skoda positivos.
Extremidades: ausência de edemas, EC < 2,5 s, ausência de empastamento 
de panturrilhas.
Neurológico: Glasgow 14, pupilas isocóricas e fotorreagentes, reflexos 
aquileu, patelar presentes.
 
Tarefa 02: 
Realize APENAS UM sinal clínico que auxiliará no diagnóstico.
59
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Tarefa 03: 
Forneça 4 condutas para o caso.
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
1) Apresentou-se (nome e função)?
2) Questionou dados de identificação (procedência, religião, 
estado civil, profissão)?
3) Questionou hematêmese e melena?
4) Questionou sobre mudança no padrão do sono?
5) Questionou dificuldade de concentração e confusão 
mental?
6) Questionou sobre hábito intestinal?
7) Questionou aumento do volume abdominal?
8) Questionou etilismo?
9) Questionou tabagismo?
10) Questionou história prévia de sangramentodigestivo?
11) Questionou medicações em uso?
12) Solicitou exame físico?
Checklist
60
Tarefa 02
13) Indicou realização de flapping como principal sinal 
clínico a ser pesquisado?
14) Pesquisou flapping espontâneo e após estímulo com 
dorsiflexão forçada de mãos?
Tarefa 03
14) Suspendeu Diazepam?
15) Prescreveu lactulose?
16) Prescreveu propranolol?
17) Solicitou paracentese?
18) Questionou sobre possíveis dúvidas?
Debriefing
E aí? Mandaram bem na estação ou tiveram dificuldades? Vem comigo para 
a gente passar a régua neste tema...
Encefalopatia hepática (EH) é um tema bastante relevante na prática clínica 
diária o que justifica o motivo da UNICAMP ter cobrado esse assunto 
em 2020. Para terem noção da importância, estudos estimam que 30-40% 
dos cirróticos apresentarão algum episódio de encefalopatia ao longo da 
evolução da doença com mortalidade aproximada de 40% em um ano.
A EH é uma síndrome multifatorial cujo mecanismo fisiopatológico não 
está bem esclarecido. Sabe-se que com a disfunção hepática ocorre uma 
diminuição na capacidade do fígado em eliminar substâncias tóxicas ao 
61
organismo, em especial a amônia que é apontada como uma das principais 
toxinas que causam efeitos deletérios ao sistema nervoso central.
Geralmente a EH está associada com algum fator predisponente no 
paciente cirrótico (prestem atenção nesse conceito pois ele é fundamental 
para entenderem o assunto e também é a chave para guiar o raciocínio 
nesta estação da UNICAMP). Simplificando, pensar em EH = pesquisar 
fator predisponente. Sendo assim, o candidato deveria questionar ao ator 
possíveis condições que poderiam ter levado ao desenvolvimento de EH. 
Buscar ativamente esses fatores faz parte da conduta diante de um paciente 
com este diagnóstico. São várias as condições que podem desencadear essa 
síndrome, mas para ajudar vocês a lembrarem das principais na hora da 
prova, segue o mnemônico abaixo:
"CHILD"
C = Constipação intestinal
H = Hemorragia (lembrar do sangramento de varizes esofágicas) e Hipocalemia
I = Infecção (sempre lembrar da PBE)
L = ALcaLose Metabólica
D = Drogas (principalmente benzodiazepínicos, narcóticos, diuréticos...)
É importante ressaltar (iremos bater nessa tecla várias vezes ao longo do ano...) 
a necessidade de se ter um atendimento sistematizado, especialmente na 
prova da UNICAMP, que é predominantemente ambulatorial. Então, além 
de questionar esses fatores predisponentes, o candidato devia perguntar a 
respeito dos próprios sintomas da EH, os quais são bastante heterogêneos e 
inespecíficos, variando de leves (às vezes praticamente imperceptíveis) até 
muito graves. Assim, diante de uma prova, temos sempre que pensar em EH 
no paciente que apresentar: MUDANÇA NO PADRÃO DE SONO e/ou 
FLAPPING. Não podemos esquecer que o flapping não é patognomônico de 
62
EH, podendo ocorrer em outras condições, tal como na síndrome urêmica, 
mas é um achado tipicamente relacionado à EH, sendo este o motivo pelo 
qual era necessário pesquisar o sinal na Tarefa 02. Vejam na tabela 1 abaixo 
a classificação de West-Haven que classifica a EH em relação a gravidade de 
suas variadas manifestações clínicas:
Após identificar a EH (lembrando que o diagnóstico é CLÍNICO), 
consequentemente o candidato deveria tratar essa condição. Um dos 
principais pontos ao manejar esta entidade é tratar o(s) fatore(s) 
predisponente(s). Pode ser necessária a realização de exames para identificar 
tal fator e essa avaliação complementar será realizada de forma direcionada, 
conforme dados obtidos na anamnese e exame físico. Portanto, deveriam 
ser solicitados exames laboratoriais gerais, incluindo gasometria arterial e 
eletrólitos para descartar distúrbios ácido-básicos e eletrolíticos, tal como 
alcalose metabólica e hipercalemia.
Caso haja história de sangramento atual (paciente apresentando melena, 
hematêmese, hematoquezia, queda de hemoglobina etc), deveria ser solicitada 
uma endoscopia digestiva alta e realizado o toque retal, lembrando sempre 
da possibilidade de sangramento de varizes de esôfago. Profilaxia secundária 
deve ser implementada com ligadura elástica e betabloqueador não seletivo 
(geralmente utilizado propranolol) após o episódio de sangramento. Vocês 
podem notar que o paciente da estação já tinha história de hemorragia 
digestiva prévia, entretanto não fazia uso de betabloqueador, devendo este 
ser indicado na conduta da Tarefa 03.
Tabela 1 - Classificação de encefalopatia hepática (critérios de West-Haven)
Estágios Níveis de Consciência Conteúdo de Consciência Exames Neurológico
0 Normal Normal Exame Normal / testes psicomotores prejudicados.
I Leve perda da atenção Redução na atenção; adição e subtração pre-judicadas Tremor ou Flapping discreto
II Letárgico Desorientado; comportamento inadequado Flapping evidente; disartria.
III Sonolento, porém responsivo Desorientação completa; comportamento bizarro Rigidez muscular, clônus, hiperreflexia.
IV Coma Coma Descerebração.
63
Ainda, se o quadro é acompanhado de ascite volumosa ou que vem em 
piora associada ou não a febre e dor abdominal, devemos obrigatoriamente 
realizar uma paracentese no indivíduo. Infecção é um dos principais 
fatores que levam à EH, e quando se está diante de um cirrótico com ascite, 
sempre se deve ter em mente a peritonite bacteriana espontânea (PBE). 
Não raramente, o quadro de PBE pode ser oligossintomático, parecido 
com o quadro clínico descrito na estação da UNICAMP, e isso obriga a 
pesquisar tal condição através de uma paracentese com análise do líquido 
ascítico (motivo pelo qual o procedimento provavelmente se encontrava no 
checklist da tarefa 03).
Suspender drogas que predispõem ao quadro de EH também faz parte 
da conduta desses indivíduos e, conforme podem observar na estação, 
o paciente estava utilizando diazepam, o qual deveria ser prontamente 
suspenso. 
Além das medidas citadas acima, lactulose deve ser iniciada no paciente 
com EH, pois esta apresenta efeito laxativo e diminui a produção de 
amônia (através da acidificação do pH intestinal). Após introdução da 
lactulose, deve-se ter como objetivo 2 – 4 evacuações pastosas ao dia. Se 
não ocorrer melhora do quadro após 48 horas da introdução de lactulose, 
podem ser associados antibióticos ao esquema medicamentoso. Dentre os 
antibióticos, a rifamixina é a droga de escolha, entretanto não se encontra 
disponível no Brasil. Como alternativas, temos como opções a neomicina e 
o metronidazol.
Por fim, é importante frisar que não se recomenda mais o uso de restrições 
proteicas importantes, devido ao risco de desnutrição desses indivíduos, 
o que pode piorar ainda mais o quadro clínico. Associada a essa medida, 
também é necessário ofertar uma ingesta calórica adequada na dieta desses 
pacientes.
Pessoal, esses são os principais conceitos que vocês não podem esquecer 
diante de uma estação que cobre EH. Prestem bastante atenção pois este é 
64
um tema que pode voltar a cair este ano! Bons estudos e qualquer dúvida 
estou à disposição.
Um grande abraço e até a próxima!
Equipe Medway
REFERÊNCIAS:
• VELASCO, Irineu Tadeu; BRANDÃO NETO, Rodrigo Antonio; 
SOUZA, Heraldo Possolo de; et al. Medicina de emergência: abordagem 
prática. [S.l: s.n.], 2019.
• Ferenci MD. Hepatic encephalopathy in adults: Treatment. Post TW, 
ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. http://www.uptodate.com 
(Acessado em 24/04/2020). 
• Damiani, Daniel; Laudanna, Natalia; Barril, Caio; Sanches, Rafael; 
Borelli, Natalie Schnaider; Damiani, Durval. Encefalopatias: etiologia, 
fisiopatologia e manuseio clínico de algumas das principais formas de 
apresentação da doença. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd;11(1), jan.-mar. 2013.
65
Estação de procedimento na Unicamp: tema cada vez menos frequente nas 
provas práticas, mas sempre uma boa pedida! Vamos relembrar o passo a 
passo?
 
Orientações ao aluno:
• Você terá 2 minutos para leitura do caso clínico antes do início da estação
• Tempo para realização da estação: 10 minutos
Cenário:• Examinador
• Ator sentado na maca e 2 exames complementares ao seu lado (ECG e 
Rx de tórax)
Início da Estação
Caso Clínico: 
Você está no PS e prestará atendimento a um paciente jovem, do sexo 
masculino, com desconforto respiratório, e importante dor em tórax à 
esquerda que irradia para membro superior esquerdo. Ao adentrar a sala, 
você terá dois exames complementares disponíveis ao lado do paciente. 
Tarefa 01: 
Realize o atendimento e dê a hipótese diagnóstica.
Ao ser questionado: 
1. Paciente 33 anos, solteiro;
Cirurgia Geral
66
2. Falta de ar começou subitamente durante o trabalho (trabalhava em um 
escritório);
3. Tabagista pesado (30 maços/ano); 
4. Negava doença pulmonar, tosse, febre, história de trauma ou episódios 
prévios com as mesmas sintomatologias;
5. Negava etilismo, comorbidades, uso de medicações contínuas, alergias, 
negava história familiar de doenças cardiovasculares.
Ao solicitar o exame físico, o candidato recebia as seguintes informações:
Geral: Regular estado geral, consciente, hidratado, afebril.
Respiratório: Timpanismo à percussão de hemitórax esquerdo. murmúrio 
vesicular em hemitórax direito e ausente em hemitórax esquerdo, ausência 
de ruídos adventícios. 
FR: 25 irpm, taquipneico, SatO2: 82% em ar ambiente
Cardiovascular: Ritmo cardíaco regular, em dois tempos, bulhas 
normofonéticas, sem sopros. Ausência de turgência jugular à inspeção. 
FC: 125 bpm, PA: 130x90 mmHg
(Os exames abaixo já estavam disponíveis na cena, não sendo necessário 
solicitá-los)
67
Tarefa 02: 
Qual a sua conduta para o caso? 
• A tarefa 03 só era entregue caso o aluno indicasse o procedimento correto. 
Tarefa 03: 
Descreva o procedimento.
• Não havia nenhum material ou manequim disponível na cena. 
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
1) Apresentou-se (nome e função)?
Checklist
68
2) Questionou dados de identificação (procedência, religião, 
estado civil, profissão)?
3) Questionou características da dor? (pelo menos 3: 
localização, irradiação, intensidade, característica, duração, 
associação com inspiração profunda)
4) Questionou tempo de início e duração da dispneia?
5) Questionou presença de sintomas associados (tosse e 
febre)?
6) Questionou tabagismo?
7) Quantificou carga tabágica?
8) Questionou etilismo?
9) Questionou antecedentes pessoais?
10) Questionou antecedentes familiares?
11) Solicitou exame físico?
12) Identificou taquicardia sinusal no ECG?
13) Identificou presença de pneumotórax à esquerda?
14) Fez o diagnóstico correto de pneumotórax espontâneo 
primário à esquerda?
Tarefa 02
15) Indicou drenagem torácica em selo d’água?
Tarefa 03
16) Explicou o procedimento para o paciente e solicitou 
consentimento?
17) Paramentou-se (luvas, máscara, gorro, óculos e avental 
impermeável)?
69
18) Assepsia e antissepsia?
19) Colocação de campos?
20) Descreveu a localização anatômica - 5º EIC, na linha 
axilar média?
21) Anestesia local?
22) Incisão e dissecção?
23) Informou incisão correta na borda superior da costela 
inferior?
24) Introdução do dedo no espaço pleural?
25) Introdução do dreno no sentido posterior e cranial?
26) Fixação do dreno?
27) Preenchimento do reservatório com água?
28) Conexão ao selo d’água?
29) Informou a necessidade de manter o selo d’água abaixo 
do nível da maca?
30) Solicitou radiografia de tórax?
Debriefing
Excelente estação cobrada pela Unicamp! Fugindo um pouco do padrão 
da instituição e das demais provas, optaram por mesclar uma prova de 
atendimento ambulatorial com uma prova de procedimento. 
Atualmente, os concursos vêm focando cada vez mais no cenário 
ambulatorial, deixando os procedimentos um pouco de lado e, quando 
70
estes são cobrados, o que vemos é “apenas” o pedido de descrição verbal do 
procedimento em questão. Isso por diversos motivos: manequins são caros 
e, para que a dinâmica da prova prática ocorresse, seriam necessários vários 
deles em diferentes salas, aumentando bastante o custo. Outro ponto: 
imaginem só quantos candidatos iriam fazer uso desses manequins, ao 
final do concurso, o destino deles seriam um só: lixo! E, por fim, em alguns 
casos, o uso deles poderiam ferir o conceito de isonomia da prova - pensem 
comigo, uma estação de acesso venoso em que você teria que realizar uma 
punção, o primeiro candidato teria que realmente alinhar a teoria com a 
anatomia do boneco para puncionar um acesso corretamente; já o último, 
não, ele precisaria apenas acertar o furo mais destacado, bem provável o 
caminho certo ser aquele.
E aí, te convenci de que o uso de manequins está em desuso? Então daqui 
para frente, leve isso para a prova: a descrição é mais importante do que a 
realização em si!
Dito isso, vamos ao que interessa: discutir a estação em jogo! Assim como 
rolou na prova, vamos dividir o nosso debriefing em 2 momentos: 1. revisar 
a teoria do pneumotórax espontâneo primário; 2. descrever o passo a passo 
da drenagem torácica. Quem vem comigo?
PNEUMOTÓRAX ESPONT NEO PRIMÁRIO: antes de mais nada, 
precisamos recordar o conceito de pneumotórax: nada mais é do que 
a presença de ar livre na cavidade pleural. Ele pode ser classificado em 
adquirido ou espontâneo; Aqui falaremos apenas do espontâneo, que ainda 
pode ser dividido em 2: primário e secundário. O primário ocorre em 
pacientes sem doença pulmonar estrutural, já o secundário ocorre como 
complicação de doença pulmonar conhecida: enfisema bolhoso, asma, 
DPOC, fibrose cística.
Perceba, então, que o diagnóstico do nosso paciente consiste em um 
pneumotórax espontâneo primário à esquerda e não apenas um pneumotórax. 
Entendeu? Use SEMPRE nome e sobrenome!
71
Outro exemplo ilustrativo: caso queira pedir uma TC de abdome em 
alguma estação, daqui para frente, use a seguinte linguagem: tomografia 
computadorizada de abdome superior/inferior/total com/sem contraste. 
Habitue-se, peque pelo excesso e não deixe margem para que o examinador 
não te dê a pontuação integral do item avaliado, combinado?
Feito esse compromisso comigo, seguimos em frente, agora com a 
fisiopatologia do nosso pneumotórax espontâneo primário. O que acontece 
aqui é a rotura de bolhas subpleurais encontrada nos ápices dos pulmões 
desses pacientes. Há uma tendência familiar genética por transmissão 
autossômica dominante e o tabagismo aumenta muito o risco, sendo o 
seu consumo proporcional ao aparecimento dessa condição. Acredita-se 
que essas bolhas sejam formadas devido à degradação das fibras elásticas 
do pulmão, através do influxo de neutrófilos e macrófagos, decorrente do 
tabagismo.
O diagnóstico é clínico e radiológico. 
A dor torácica é o principal sintoma, 
seguido da dispneia. Ao exame físico, 
geralmente se observa redução do MV 
e do frêmito toracovocal, diminuição 
da expansibilidade e timpanismo à 
percussão do hemitórax envolvido. A 
radiografia de tórax geralmente confirma 
o diagnóstico através da presença de uma 
linha pleural, paralela à parede torácica, 
representando acúmulo de ar no espaço 
pleural (separação da pleura visceral e 
parietal), como na imagem ao lado.
Em relação ao tratamento, quando vamos indicar a drenagem? A depender 
da sintomatologia do nosso paciente e do tamanho do nosso pneumotórax 
– aqui cabe um número mágico: 3 cm. 
Essa distância deve ser medida do ápice pulmonar até a extremidade apical 
72
da cavidade pleural. Sendo assim, naqueles de pequena magnitude (menores 
que 3 cm) e assintomáticos, a conduta é conservadora. Já nos de grande 
magnitude (maiores que 3 cm) ou sintomáticos, o desfecho é a drenagem.
Na prova, o nosso paciente estava bastante sintomático e possuía um 
pneumotórax de grande magnitude, portanto, a drenagem estava mais que 
indicada! Qualquer outra conduta que fosse manifestada pelo candidato 
seria completamente ignorada e o mesmo não avançaria para a tarefa 3 - 
tarefa esta que continha METADE dos itens do checklist. Será que uma 
teoria bem sedimentada é importante na prova prática?
Vamos agora à segunda parte do nosso debriefing:

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