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Urgências e Emergências Catarina Alipio XXIIB Introdução: - Como o tempo é crucial, é essencial uma abordagem sistemática que possa ser aplicada com rapidez e precisão. Essa abordagem é denominada de “avaliação inicial” e inclui os seguintes elementos: • Preparação. • Triagem. • Avaliação primária (ABCDE) com reanimação imediata. • Medidas auxiliares. • Considerar necessidade de transferência. • Exame secundário (da cabeça aos pés) e história do doente. • Reavaliação e monitoração após reanimação. • Cuidados definitivos. - Os exames primários e secundários devem ser repetidos com frequência para identificar qualquer alteração no doente que indique necessidade de intervenções adicionais. - Na situação clínica real, muitas dessas atividades ocorrem simultaneamente por uma equipe (e não só um médico). - Os princípios do ATLS orientem a avaliação e reanimação do paciente traumatizado, com um julgamento adequado para determinar os melhores procedimentos possíveis. Preparação: - Ocorre em 2 cenários clínicos: na cena do trauma e no hospital. - FASE PRÉ HOSPITALAR: estruturado para informar o hospital de referência antes que a equipe transporte o doente da cena. • Permite a mobilização dos membros da equipe de trauma do hospital para que fiquem a postos com todos os recursos necessários na chegada do doente. • Nessa fase, os socorristas: - Enfatizam a permeabilidade da via aérea. - Controle de sangramento externo e choque. - Imobilização do doente. - Transporte imediato para o hospital. • Obtenção e documentação das informações necessárias para triagem na chagada ao hospital (mecanismo de trauma, lesões específicas). - FASE HOSPITALAR: passagem do caso entre os socorristas do pré hospitalar e aqueles do hospital. Aspectos importantes da preparação hospitalar: • Área de reanimação disponível. • Equipamentos próprios para abordagem da via aérea (laringoscópios e tubos), organizados e testados. • Soluções cristalóides aquecidas e prontas para infusão. • Protocolo para a solicitação de avaliação médica adicional. • Acordos de transferência co centros de trauma certificados. - Os centros de controle e prevenção de doenças (CDC), recomenda fortemente o uso de precauções padrão (máscara, óculos, avental impermeável, perneiras, luvas). • Precauções mínimas de proteção a todos os profissionais da saúde (de acordo com o ACS COT). 11 Resumo Livro - Capítulo 1 Urgências e Emergências Catarina Alipio XXIIB Triagem: - Envolve a classificação do doente de acordo com o tipo de tratamento necessário e os recursos que estão realmente disponíveis. - A sequência de tratamento se baseia nas prioridades ABC (via aérea com proteção da coluna cervical, respiração e circulação com controle de hemorragias). - Importante: ‣ Gravidade da lesão. ‣ Possibilidade de sobrevida. ‣ Recursos disponíveis. - A triagem também se aplica à classificação dos doentes na cena para determinar o hospital mais apropriado para recebê-los. - As situações de triagem são classificadas como múltiplas vítimas e vítimas em massa: • MÚLTIPLAS VÍTIMAS: o número de doentes e gravidade das lesões não excedem a capacidade de atendimento do hospital. - Doentes com risco de morte e doentes com traumatismos multissistêmicos serão atendidos primeiro. • VÍTIMAS EM MASSA: o número de doentes e a gravidade das lesões excedem a capacidade de atendimento da instituição e equipe. - Os doentes com maior possibilidade de sobrevida (atendimento com menor tempo gasto e equipamentos) serão atendidos primeiro. Avaliação primária e reanimação simultânea: - O tratamento do doente deve constituir de uma rápida avaliação primária, reanimação das funções vitais, uma avaliação secundária mais pormenorizada e o início do tratamento definitivo. - Esse processo constitui o “ABCDE do trauma” - identifica as condições que implicam em risco de morte através da seguinte sequência: • A = via aérea com proteção da coluna cervical. • B = ventilação e respiração. • C = circulação e controle de hemorragia. • D = disfunção, avaliação do estado neurológico. • E = exposição/ controle do ambiente: despir completamente o doente mas prevenindo a hipotermia. - O ABCD pode ser avaliado rapidamente em 10 segundos, ao se apresentar ao doente ou perguntando seu nome e o que aconteceu. • Resposta apropriada sugere que não existe grande comprometimento da via aérea (paciente fala), a respiração não está comprometida (movimento do ar para a fala) e o nível de consciência não está certamente diminuído (tem sangue indo para o cérebro e ele descreve o que aconteceu). - Durante a avaliação primária, as condições que implicam em risco de morte devem ser identificadas em uma sequência de prioridades com base nos efeitos fisiológicos das lesões (ex: independente da lesão que está causando comprometimento das vias aéreas, a primeira prioridade é o tratamento das mesmas). • A anormalidade que representa maior ameaça à vida é abordada primeiro. - No ATLS, os procedimentos são descritos como etapas sequenciais em ordem de importância, mas na prática costumam ocorrer simultaneamente por uma equipe de profissionais. 12 Urgências e Emergências Catarina Alipio XXIIB A) MANUTENÇÃO DA VIA AÉREA COM RESTRIÇÃO DO MOVIMENTO DA COLUNA CERVICAL: - Verificar permeabilidade da via aérea. - Busca sinais de obstrução de via aérea (por ex por corpos estranhos, fraturas de face, mandíbula e/ ou fraturas traqueal/ laríngea e outras lesões que possam obstruir). - Aspiração de secreções ou sangue que podem estar obstruindo. - Se o doente é capaz de se comunicar verbalmente, a probabilidade de obstrução é menor, mas deve-se fazer a avaliação. - Doentes com trauma cranioencefálico grave e rebaixamento da consciência (Glasgow ≤ 8) geralmente exigem via aérea definitiva. - Intervenção inicial: manobra de tração da mandíbula (Jaw-Thrust) ou de elevação do mento (Chin lift). - Estabeleça uma via aérea definitiva se houver alguma dúvida sobre a capacidade do doente de manter a integridade da via aérea. - Coluna cervical: • Protegida por um colar (estabiliza). • Pode ser aberto o colar, portanto que um mero restrinja manualmente a cervical. B) RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO: - É necessária uma troca gasosa adequada para maximizar a oxigenação dos tecidos. - Avaliar pulmões, parede torácica e diafragma = responsáveis pela ventilação adequada. • Distensão das veias jugulares, posição de traqueia e expansibilidade torácica. - Ausculta do tórax para assegurar fluxo de gás para os pulmões. - Inspeção visual e a palpação podem detectar lesões que podem comprometer a ventilação. - A percussão do tórax também pode identificar anormalidades. - Lesões que prejudicam a ventilação a curto prazo: devem ser identificadas na avaliação 1ª e tratadas. • Pneumotórax hipertensivo. • Hemotórax maciço. • Pneumotórax aberto. • Lesões traqueais e brônquicas. C) CIRCULAÇÃO COM CONTROLE DE HEMORRAGIA: - Deve ser considerado principalmente: • Volume sanguíneo. • Débito cardíaco. • Sangramentos. ✓ A hemorragia é a principal causa de após evitáveis após o trauma. ✓ Identificar e controlar rapidamente a hemorragia. ✓ Após excluir o pneumotórax hipertensivo, considerar a causa de hipotensão a perda sanguínea. - Volume sanguíneo e débito cardíaco: elementos importantes de observação clínica… • Nível de consciência = quando o volume sanguíneo é reduzido a perfusão cerebral 13 Urgências e Emergências Catarina Alipio XXIIB também é reduzida, prejudicando a consciência. • Perfusão da pele = útil em doentes hipovolêmicos. Baixa volemia representa- se com pele acizentada e extremidades pálidas. • Pulsos = pulso rápido e fino geralmente é indicativo de hipovolemia. Avaliar pulso central e bilateralmente(carótida ou femoral). - Hemorragia: identificar se a fonte é interna ou externa. • Controlada durante a avaliação 1ª. • Hemorragia externa tratada com pressão manual direta sobre o ferimento. • Os torniquetes são efetivos na exsangunação maciça de uma lesão de extremidade, mas existe o ricos de causarem lesão isquêmica. • Principais áreas de hemorragia interna: tórax, abdome, retroperitônio, pelve e ossos longos. - Identificada pelo USG FAST ou LPD. - O controle definitivo do sangramento é essencial, juntamente com a reposição volêmica apropriada. - Estabelecer acesso vascular (2 acessos periféricos de grande caibre) para administra fluído, sangue e plasma. • Se o acesso venoso não for possível —> infusão intraóssea, acesso venoso central ou dissecção venosa. - A reanimação volêmica agressiva NÃO substitui o controle definitivo da hemorragia. - Choque hipovolêmico: mais frequente associado às lesões = iniciar terapia com fluídos IV cristalóides (aquecida a 37 a 40ºC). • 1 litro em bolus as vezes é suficiente. D) DISFUNÇÃO (AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA): - Estabelece o nível de consciência, o tamanho e a reação pupilar, identifica a presença de sinais de lateralização e determina o nível de lesão medular (se presente). - Escala de Glasgow: a pontuação se relaciona com o prognóstico. - Hipoglicemia, álcool, narcóticos e outras rogas também podem alterar o nível de consciência. - Solicitar avaliação de um neurocieurgião assim que uma lesão cerebral for suspeitada. - Lesão cerebral primária: resulta do efeito estrutural da lesão no cérebro. - Lesão cerebral secundária (principal objetivo no tratamento): manter oxigenação e perfusão adequadas. E) EXPOSIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL: - Doente deve ser completamente despido. • Cortando as roupas para facilitar. - Ao término, cobrir o doente com cobertores térmicos ou um dispositivo de aquecimento externo para evitar a hipotermia. • Hipotermia na admissão: assegurar um ambiente aquecido, corretores térmicos, aquecer fluídos antes de administrar. • Hipotermia após a admissão: controle da hemorragia rapidamente, aquecer os fluídos, ambiente aquecido, uso de cobertores térmicos. Medidas auxiliares à avaliação 1ª e à reanimação: - Monitoração eletrocardiográfica: • Todos os traumatizados. • Trauma cardíaco contuso: arritmias, taquicardias, fibrilado atrial, extra sístoles ventriculares, alterações nos seguimento ST. • Tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e/ ou hipovolemia profunda: atividade elétrica sem pulso (AESP). • Hipotermia extrema pode causar arritmias. 14 Urgências e Emergências Catarina Alipio XXIIB • Hiopóxia ou hipoperfusão: bradicardias, batimentos prematuros, extra sístoles. - Oximetria de pulso: nos dedos, no hálux, lóbulo da orelha. • Exibe frequência de pulso e saturação de oxigênio. - Frequência respiratória, capnografia e gasometria arterial: • Avaliar alterações no processo respiratório. • Confirmar posição adequada da traqueia (capnografia). - Sondas urinárias: • Avaliar o débito urinário = indicador sensível da volemia do doente e reflete a perfusão renal. • Contra-indicado se suspeitar de lesão de uretra. - Sondas gástricas: • Indicada para reduzir a distensão do estômago, diminuir riscos da aspiração e verificar se há hemorragia gastrointestinal alta devido ao trauma. • A presença de sangue na sonda pode indicar sangue orofaríngeo deglutido. • A inserção da sonda gástrica pode induzir o vômito. - Exames radiológicos: • AP do tórax e pelve podem mostrar informações úteis para reanimação do doente. Transferência do paciente: - Pode ser iniciado imediatamente por um profissional administrativo sob a orientação do médico que está atendendo. - Importante não atrasar a transferência para realizar uma avaliação diagnóstica mais profunda. População especial: - Crianças, gestantes, idosos, obesos e atletas são doentes que merecem consideração especial durante a avaliação 1ª. • As prioridades de atendimento do ABCDE são as mesmas, mas esses indivíduos podem apresentar repostas fisiológicas que não seguem os padrões esperados. - Crianças: quantidade de sangue, fluídos e medicamentos variam, perda de calor e mecanismo de traumas são diferentes, apresentam menos sinais de hipovolemia. - Gestantes: alterações fisiológicas e anatômicas. - Idosos: envelhecimento diminui a reserva fisiológica além de possuirem comorbidades. - Obesos: sua anatomia pode dificultar a intubação e testes diagnósticos (FAST, LPD, TC). - Atletas: devido ao excelente condicionamento, podem não manifestar sinais precoces de choque, taquicardia e taquipneia. Avaliação secundária: - Inicia-se a avaliação secundária somente após a avaliação primária (ABCDE) ter sido completada e quando as medidas indicadas para reanimação tiverem sido adotadas e o doente demonstrar melhora de suas funções vitais. - É um exame do doente traumatizado da cabeça aos pés, isto é, uma história clínica e um exame físico completos, incluindo reavaliação de todos os sinais vitais. - HISTÓRIA: mecanismo do trauma, pelo doente traumatizado, familiares ou socorristas (melhora a compreensão do estado do doente). • Código AMPLA (alergia, medicamentos de uso habitual, passado médico/ prenhez, líquidos e alimentos ingeridos recentemente, ambiente e eventos relacionados ao trauma). • Trauma fechado: lesões automobilísticas (cinto de segurança, deformação do volante, ativação de air bags, direção do 15 Urgências e Emergências Catarina Alipio XXIIB impacto ou intrusão do veículo), quedas e outros mecanismos de transporte, recreação ou trabalho, ou agressões. • Trauma penetrante: extensão da lesão, região afetada, órgãos próximos ao trajeto do objeto e velocidade do projétil. • Lesões térmicas: queimaduras, lesões por inalação ou intoxicação por CO2, hipotermia aguda ou crônica sem prorecao adequada. • Ambiente de risco: exposição a elementos químicos, tóxicos e radiação (podem causar disfunções pulmonares, cardíacas ou de outros órgãos, perigo médico-hospitalar). - EXAME FÍSICO: • Cabeça: lesões neurológicas, couro cabeludo, lacerações, contusões, evidências de fraturas. - Olhos: acuidade visual, tamanho da pupila, hemorragias do fundo de olho e da conjuntiva, lesões penetrantes, descolamento do cristalino, encarceramento ocular. • Estrutura maxila-faciais: - Palpação de todas estruturas ósseas, avaliação da oclusão, exame intra-oral e avaliação de partes moles. - O trauma maxilo facial que não esteja relacionado com obstrução de via aérea deve ser tratado após a estabilização do doente. - O edema facial pode dificultar exame oftalmológico completo. • Coluna cervical e pescoço: a ausência de déficit neurológico não exclui a possibilidade. - Avaliação pode incluir radiografias e/ ou TC. - Pescoço: inspeção, palpação e ausculta. - Artérias carótidas devem ser palpadas e auscultadas para verificar frêmitos e sopros (ex por marca de cinto de segurança). • Tórax: inspeção visual, palpação (clavículas, costelas e esterno). - Pressão esternal é dolorosa se o esterno estiver fraturado. - Presença de dor, dispneia e hipóxia. • Abdome e pelve: suspeitar de fratura pélvica na identificação de equimoses sobre as asas do ilíaco, púbis, grandes lábios ou escroto. - Doentes com hipotensão inexplicada, lesos neurológicas, alteração do sensório corrente do uso de álcool e/ ou drogas e com achados abdominais duvidosos podem ser considerados como candidatos à uma lavagem peritoneal. • Períneo, reto e vagina: - Procura de hematomas, lacerações e sangramento uretral. - Toque retal antes da introdução de sonda urinária. • Sistema músculo esquelético: extremidades devem ser inspecionadas para verificar contusões e deformidades. - Palpação de ossos e pesquisade movimentos anormais. • Sistema nervoso: avaliado sensorial, motora e reavaliação do nível de consciência e reação pupilar (Glasgow). Medidas auxiliares à avaliação 2ª: - Testes diagnósticos específicos para identificar determinadas lesões. - Radiografias, tomografias, urografia excretora, broncoscopia, esofagoscopia. - Obter imagens completas da coluna cervical e toracolombar. Reavaliação: - Reavaliado constantemente para assegurar que os fator novos não passem 16 Urgências e Emergências Catarina Alipio XXIIB desapercebidos e para identificar o agravamento de anormalidade já conhecidas. - Monitoração contínua dos SV, saturação de O2 e débito urinário. • Adulto 0,5 mL/ Kg/ h. • Criança: 1 mL/ Kg/ h. - Gasometrias arteriais periódicas e capinmetria são úteis. Tratamento definitivo: - Sempre que as necessidades de tratamento do doente excederem a capacidade da instituto que o está atendendo, a transferência deve ser considerada. - Esta decisão requer avaliação detalhada das lesões do doente e conhecimento das capacidades da instituições, incluindo equipamentos, recursos e pessoal. Registro e considerações legais: - Prontuário: anotações detalhadas é crucial durante a avaliação e tratamento do doente, documentação cronológica de todos os eventos. - Consentimento para o tratamento. - Evidência forense: caso se suspeite que uma lesão tenha sido decorrente de atividade criminosa. Trabalho em equipe: - Para atuar de forma eficaz, cada equipe de trauma deve ter um membro atuando como o líder da equipe. • Na chegada do paciente o líder da equipe que recolhe o caso pelo socorrista, garantido que nenhum membro comece a trabalhar no doente, a menos que condições imediatas de risco de morte sejam óbvias (hands off hands over) = MIST: - M = mecanismo (e tempo) do trauma. - I = lesões encontradas e suspeitas. - S = sinais e sintomas. - T = tratamento iniciado. Resumo do capítulo: 1. A sequência correta de prioridades para o tratamento de um doente traumatizado multisistêmico é: preparação, triagem, avaliação primária, reanimação, medidas auxiliares à avaliação primária e reanimação, considerar necessidade de transferência, avaliação secundária, medidas auxiliares à avaliação secundária, reavaliação e cuidados definitivos considerando novamente a necessidade de transferência. 2. Os princípios da avaliação primária e secundária e os protocolos e técnicas nas fases de reanimação e tratamento definitivo se aplicam para todos os doentes traumatizados. 3. A história clínica do doente e o mecanismo de trauma são importantes para a identificação das lesões. 4. As armadilhas associadas com a avaliação inicial e tratamento de doentes traumatizados devem ser antecipadas e geridas de modo a minimizar seu impacto. 17 Urgências e Emergências Catarina Alipio XXIIB 5. A avaliação inicial deve ser repetida frequentemente e qualquer anormalidade deverá ser reavaliada. 6. A identificação precoce de doentes que requeiram transferência para um Hospital de maior complexidade, melhora o prognóstico. 18
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