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Ana Laura Octávio - TXXII HEMORRAGIAS DIGESTIVAS INTRODUÇÃO SAÍDA DE SANGUE PELA BOCA - Hemoptise: origem da árvore respiratória, sangue precedido de tosse – torna ele aerado – arterializado (vermelho). - Hematêmese: tem como origem a via digestória, é acompanhado de vômito (traz junto coisas que estavam na luz do sistema digestório, como restos alimentares, secreções, muco). Vômito com sangue, homogêneo ou laivos. SAÍDA DE SANGUE PELO NARIZ - Epistaxe: sangramento sem fenômenos associados. SAÍDA DE SANGUE PELO ÂNUS - Costuma não ter fenômeno nenhum associado, como tosse e vômitos. - Se vermelho: mantem as características do sangue circulante. Pode-se supor duas coisas em relação sua origem: ▪ Origem distal, muito próxima do ânus --> enterorragia. ▪ Origem proximal (grande volume de sangue “vivo”, as enzimas não deram conta de processar ou o trânsito intestinal está acelerado) --> hematoquezia. - Se escuro --> melena: mudou suas características físicas e químicas (sofreu a ação química e biológica de enzimas – posso inferir que o sangue vem do “comecinho” do aparelho digestório/porções proximais do sistema, pois assim deu tempo de sofrer as ações das enzimas). Fezes pretas, malcheirosas, hemoglobina reduzida. OBS.: A diferenciação entre os tipos de hemorragia é realizada através de testes (endoscopia ou colonoscopia). Hemorragia digestiva alta X baixa A denominação é dada a partir da classificação anatômica --> ângulo duodeno jejunal ou ângulo de Treitz. Se a origem do sangramento for proximal ao ângulo, independentemente por onde o sangue saia, é alta. Se for distal, é baixa. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA - Origem do sangramento é acima/proximal do ângulo de Triz (duodeno-jejunal), independente da forma como são exteriorizadas. O ângulo de Treitz é muito próximo da artéria e veia mesentérica inferior. OBS.: Teste da catalase para diagnosticar HDA --> sangue escuros podem ser de outras naturezas, sem ser sangue. Assim, é necessário certificar a presença de sangue no vomito. Catalase + indica presença de sangue, catalase - nega. Ana Laura Octávio - TXXII - Causas da HDA: úlcera péptica gástrica ou duodenal, varizes de esôfago, gastroduodenites agudas, síndrome de Mallory-Weiss e tumores e estômago e esôfago. OBS.: Tumores – necessidade de procurar sangue oculto nas fezes (é raro os tumores se manifestarem com hematêmese e melena). - Para as hemorragias digestivas altas, a endoscopia é o padrão-ouro (vê a origem e pode, mecanicamente, parar a hemorragia). Achados endoscópicos na HDA: úlcera duodenal 31,4%, varizes esofagianas 24,3% - pacientes com hipertensão portal, em que o sangue procura uma circulação colateral na submucosa do esôfago para chegar ao coração, fazendo com que as veias da região fiquem dilatadas, semelhante a varizes – úlcera gástrica 15% e Mallory-Weiss 3,4%. - Para as úlceras, existe uma classificação que prevê as chances de ocorrer um novo sangramento, examinando as condições locais e estimando a sobrevida do paciente --> CLASSIFICAÇÃO DE FORREST: Forrest I: sangramento ativo (presencia o sangramento no ato da endoscopia). Forrest II: sangramento não está ativo no momento do exame, mas houve sangramento antes da realização do exame (no ato da endoscopia não presencia sangramento, mas são encontrados vestígios de que teve). Forrest III: não há sangramento ativo (base clara). VARIZES ESOFAGIANAS - Entre as principais causas, está o uso abusivo de álcool (fígado cirrótico). Tem também a esquistossomose etc. - É um fenômeno que acontece na insuficiência hepática (síndrome da hipertensão portal). Por dificuldade de atravessar o fígado, o fluxo portal procura circulação colateral para chegar ao átrio direito (principal escolha, mais comum: veias da submucosa do esôfago – veias mediastinais). - Tem-se HDA pela rutura das varizes. SÍNDROME DE MALLORY-WEISS - É o estado mantido de vomito que acaba lesando a mucosa da transição entre esôfago e estômago e sangrando, o que causa hematêmese. - Principais causas: hiperêmese gravídica ou hiperêmese de causas secundárias. Outras causas: hemofilia, tumores gástricos, gastrites hemorrágicas. Ana Laura Octávio - TXXII OBS.: Prova – Se fizer biópsia: releva normalidade, não tem alteração, não há patologia, diferente das úlceras. OBJETIVOS DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS HEMORRAGIAS DIGESTIVAS OBJETIVOS 1) Certificar-se que se trata mesmo de hemorragia digestiva. 2) Estimar as perdas (paciente está estável ou instável hemodinamicamente) e restaurar a volemia, uma vez que a homeostase pode estar comprometida. Sinais clínicos: aumento da frequência cardíaca (taquicardia), vasoconstrição periférica (palidez), diminuição da temperatura corporal e hipotensão arterial. 3) Descobrir a origem do sangramento (endoscopia) e cessar a hemorragia e instituir terapêutica específica. OBS.: Integrada – 1º passo: equilibrar/estabilizar o doente, tratar o sangramento e, só depois, solicitar endoscopia para descobrir a origem do sangramento. ESTIMATIVA DAS PERDAS - Sinais vitais: pulso, PA, palidez cutânea e diurese. - Mensuração da hemorragia: hematócrito. OBS.: Mais importante: clínica do paciente. Avaliação estimada da perda sanguínea (maneira de estimar a % da volemia perdida, baseado na PA e pulso: PA PULSO PERDAS (sangue) Pequena (20% da volemia) Deitado: normal Em pé: queda de 20 mmHg Deitado: normal Em pé: aumento de 20 bpm < 1000 mL Moderada (20 – 40% da volemia) 90 – 100 mmHg 100 bpm 1500 mL Maciça (> 40% da volemia) < 90 mmHg 120 bpm 2000 mL DIAGNÓSTICO ENDOSCÓPICO OBS.: Antes da realização da endoscopia, é necessário a estabilização do paciente (1º passo sempre!). - Endoscopia inspeciona o esôfago, estomago e duodeno. Com ela se realiza os seguintes passos: 1) Se realmente está havendo hemorragia. 2) Qual a causa. 3) Instituição do tratamento inicial. - A hemostasia também pode ser solucionada com a injeção de soluções (álcool absoluto, etano amina – 1 a 5%, adrenalina) na base da úlcera ou do local com que está com sangramento. ▪ Álcool absoluto – ação de desidratação e fixação (1 - 4 mL). ▪ Etanol amina (1 a 5%) – ação de trombose e lesão da íntima (5 - 20 mL). ▪ Adrenalina – vasoconstrição e agregação plaquetária (5 - 50 mL). Ana Laura Octávio - TXXII - Às vezes é necessário a hemostasia cirúrgica de úlcera gástrica ou duodenal através de uma ressecção. - A endoscopia também promove a escleroterapia de varizes esofagianas. A punção endoscópica de uma variz esofagiana e a injeção de uma substância esclerosante, com o objetivo de cessar o sangramento através das varizes. É possível também realizar a hemostasia endoscópica de varizes sangrante através da ligadura elástica da variz (para parar de sangrar, não resolve o problema da cirrose, mas para de sangrar, para resolver a cirrose, se faz transplante hepático). Se não tem como fazer essa endoscopia ou não há sucesso através da endoscopia é possível através da compressão da parede do esôfago, realizada através da passagem de um balão gastresofágico – o balão de Sengstaken -Blakemore. Obs.: Prova - Quando insuflamos o seu cuff endoscópico esofagiano e cuff gástrico ocorre a compressão sustentada a hemorragia da variz --> o balão é transitório, não se pode ficar lá por muito tempo, ele ancora no nariz com tanta pressão que se tem complicação se tem necrose da asa de nariz. Outra complicação e a principal: a saliva dele não desce, ela vai para o pulmão -> pneumonia aspirativa. Obs.: Integrada - ´Pode ser necessário a desconexões ázigos portais – a ligadura dessa circulação colateral que vem do sistema porta em direção ao esôfago. Às vezes é necessário retirar a úlcera, tirar um pedaço do estômago -> gastrectomia -> realizaranastomose. O tratamento definitivo não é o balão, é o transplante hepático. EXAME ENDOSCÓPICO Doença pépitica (úlcera) Classificação de Forrest Hemostasia endoscópica Cirurgia Varizes de esófago Hemostasia endoscópica Balão gastroesofágico Outras causas Tratamento específico Exemplo - tumou ou Mallory- Weiss
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