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IILLUUSSTTRRAAÇÇÕÕEESS:: JOSÉ FALCETTI RREEDDAAÇÇÃÃOO:: PROF. RAMES MATTAR JUNIOR PROF. RONALDO J. AZZE ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR SSEEMMIIOOLLOOGGIIAA DDAA MMÃÃOO 6 Segundo Testut e Jacob, a mão seria o segmento terminal do membro superior, continuação do punho, terminando distal- mente com os dedos. Seu limite proximal seria dado por um plano horizontal que passa pelo pisiforme e pelo escafóide. Seu esqueleto corresponderia a segunda fileira do carpo, aos ossos metacárpicos e às falanges. A primeira fileira pertenceria à região do punho. Tal divisão didática não é a correta, pois não considera a mão como um segmento corpóreo essencial- mente funcional e, por isso mesmo, dependente do restante do membro supe- rior, até às raízes do plexo braquial nos foramens vertebrais. Seu limite superior, como extraordinário elemento de preen- são e sensibilidade, estaria mais apropria- damente localizado no córtex cerebral contra-lateral (Bunnel). Clínica e anatomicamente podemos dividi-la em: Mão: Região Ventral (palma) Região Dorsal Dedos: Região Ventral Região Dorsal MÃO VENTRAL (PALMA) A região ventral, ou palmar, apresenta três saliências: – Eminência Tenar – Eminência Hipotenar – Saliência Digito-palmar Estas saliências circundam o oco da mão no centro da palma. Nesta região encontramos as pregas cutâneas que devem ser consideradas como “conseqüência” dos movimentos fisiológicos: 2 SEMIOLOGIA DA MÃO Publicação Oficial do Instituto de Ortopedia e Traumatologia Dr. F. E. de Godoy Moreira da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. R. Dr. Ovidio Pires de Campos, 333 Tel/Fax: (011) 3069-6888 CEP 05403-010 – São Paulo – SP REDAÇÃO: Prof. Dr. Rames Mattar Junior Professor livre Docente da FMUSP Chefe do Grupo de Mão do Departamento de Ortopedia e Traumatologia FMUSP Professor Ronaldo J. Azze Professor Titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP PRODUÇÃO GRÁFICA: Coordenação Editorial: Ábaco Planejamento Visual Colaboradores: Rodrigo R. Tonan, Carmen T. Bornacina, Bruno Vigna, Marize Zanotto, Adalberto Tojero. Ilustrações Médicas: José Falcetti Diagramação e Editoração Eletrônica: Alexandre Lugó Ayres Neto Fotolito: Bureau Digital Bandeirante Impressão: Nova Página Tiragem: 10.000 exemplares CARTAS PARA REDAÇÃO: Atualização em Traumatologia do Aparelho Locomotor Rua Batataes, 174 – 01423-010 São Paulo – SP – Tel/Fax.: (011) 885-4277 Prof. Rames Mattar Júnior Prof. Ronaldo J. Azze Articulação Movimento 1 – prega distal ou inferior Metacarpo-falangiana flexão 2 – prega média Metacarpo-falangiana flexão 3 – prega proximal ou superior Trapézio-metacarpiana oponência Estas pregas formam a figura de um “M” maiúsculo com sua base voltada para o lado ulnar. A prega palmar média está a cerca de 2,5 cm distal do arco arterial profundo e 1,5 cm distal do arco palmar superficial. PELE A pele da região ventral, sem pêlos e sem glândulas sebáceas, mas com mui- tas glândulas sudoríparas, é muito ade- rente aos planos profundos, sendo prati- camente imóvel em quase toda sua exten- são. Sua espessura é geralmente maior que em outras regiões do corpo e tende a aumentar, com a formação de calosida- des, em indivíduos que a submetem a pressão e esforços exagerados. APONEUROSE PALMAR A aponeurose superficial pode ser dividida em três porções: 1 – a porção média, ou aponeurose palmar propriamente dita, localiza-se no oco da mão e se caracteriza por ser forte, espessa e possuir septos; 2 – a porção lateral, ou aponeurose da eminência tenar, que se caracteriza por ser tênue; 3 – a porção medial, ou aponeurose da eminência hipotenar, que também é fina e delicada. É na aponeurose palmar que se assenta a moléstia de DUPUYTREN, que nada mais é que uma metaplasia fibrosa desta estrutura. As aponeuroses palmares e dorsais dividem a mão em compartimentos que podem ser sede de patologias compressi- vas tumorais, inflamatórias e infecciosas. TUNEIS E BAINHAS SINOVIAIS DOS TENDÕES FLE- XORES DA MÃO Os tendões flexores, ao chegarem no punho, se introduzem por baixo do ligamen- to anular anterior do carpo. Este ligamento se constitui numa cinta fibrosa, de forma quadrilátera, que se extende transversal- mente de um a outro lado do carpo e mede de 4 a 5 cm de largura por 2 a 3 cm de com- primento. Junto com o assoalho, formado pelos ossos, cápsula e ligamentos do car- po, o ligamento anular anterior do carpo for- ma um túnel por onde passam tendões fle- xores superficiais e profundos dos dedos, flexor longo do polegar e nervo mediano. Nesta região, os tendões flexores são envolvidos por membranas sinoviais, sendo o líquido sinovial de grande importância para a sua nutrição e lubrificação. O nervo ulnar passa por um túnel separado na região do carpo, denomina- do canal de Guyon, cujos limites são o pisiforme e o hâmulo do hamato. Os tendões extensores são envolvi- dos por membrana sinovial ao nível do punho. Nessa região encontramos seis compartimentos, tendo a cápsula articular dorsal do punho como o assoalho, e o ligamento transverso, ou retináculo dos extensores, como o teto. 3 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Aspecto normal da região palmar da mão. Notar as pregas cutâneas e a figura do “M” com a base volta- da para o lado ulnar. INERVAÇÃO A mão recebe inervação dos nervos mediano, ulnar e radial. Este último inerva os músculos extensores extrínsecos. Podemos resumir as funções desse nervos: Nervo Mediano • sensibilidade para o polegar, indica- dor, dedo médio e metade radial volar do anular; • motricidade dos músculos flexores extrínsecos (flexor radial do carpo, palmar longo, flexor longo do polegar, flexor superficial dos dedos e porção radial do flexor profundo dos dedos); • Motricidade de intrínsecos (cabeça superficial do flexor curto do polegar, opo- nente do polegar, abdutor curto do pole- gar e lumbricais para dedos indicador e médio). Nervo Ulnar • sensibilidade para dedos mínimos e metade ulnar do anular; • motricidade de músculos extrínse- cos (flexor ulnar do carpo e porção ulnar do flexor profundo dos dedos); • motricidade de intrínsecos (cabeça profunda do flexor curto do polegar, adu- tor do polegar, músculos da eminência hipotenar, interósseos palmares, interós- seos dorsais e lumbricais para os dedos anular e mínimo). Nervo Radial: • sensibilidade para a região da taba- queira anatômica; • motricidade dos músculos extenso- res extrínsecos (extensor ulnar do carpo, extensor comum dos dedos, extensor pró- prio do indicador, extensor próprio do dedo mínimo, extensor radial curto e lon- go do carpo, abdutor longo do polegar, extensor curto e longo do polegar). VASCULARIZAÇÃO A mão recebe nutrição vascular arte- rial através das artérias radial e ulnar que formam os arcos palmares superficial e profundo. O arco palmar superficial é mais proximal e dele emergem as artérias digi- tais para os dedos. O arco palmar profun- do situa-se mais distalmente e dele emer- ge a artéria policis princeps que origina as artérias digitais para o polegar, artéria digital radial para o indicador e artérias interósseas. A drenagem venosa se faz principal- mente através de veias dorsais superfi- 4 Compartimentos Tendões primeiro Abdutor longo do polegar Extensor curto do polegar segundo Extensor radial longo do carpo Extensor radial curto do polegar terceiro Extensor longo do polegar quarto Extensor comum dos dedos Extensor próprio do indicador quinto Extensor próprio do dedo mínimo sexto Extensor ulnar do carpo 5 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Túneis, bainhas senoviais, inervação e vascularização da mão. Artéria e nervo digitais Arco