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Embriologia: caso clínico – estenose hipertrófica do piloro Lactente de 5 semanas de vida chega ao pronto socorro levado pelos pais devido à presença de vômitos em jatos não-biliosos logo após alimentação nas últimas 48 horas. A mãe refere que a gravidez ocorreu normalmente, sem intercorrências, e o bebê nasceu de parto normal de 40 semanas com 3200 gramas, estando em aleitamento materno exclusivo desde o nascimento. O lactente se encontra irritadiço, com abdome distendido na parte superior e desidratação leve. Ao exame físico, é possível visualizar ondas peristálticas gástricas cruzando o epigástrio da esquerda para direita; à palpação, apresenta uma massa pilórica firme e móvel, de 2 cm, no lado direito do epigástrio. Na ultrassonografia, visualizou-se o músculo pilórico hipertrofiado e diâmetro pilórico transverso aumentado, diagnosticando-se estenose hipertrófica do piloro (EHP). A EHP ocorre como consequência da hipertrofia progressiva da musculatura do piloro, o que causa estreitamento e alongamento do seu canal, impedindo que o conteúdo estomacal passe para o duodeno. Após ser admitido no pronto socorro, o lactente foi encaminhado para internação e foi prescrita uma dieta zero, com hidratação intravenosa e sondagem nasogástrica para esvaziar o estômago. Posteriormente, o paciente foi submetido a uma pilorotomia, na qual as fibras musculares hipertrofiadas foram seccionadas e o conteúdo estomacal passou a fluir normalmente para o duodeno. Após algumas semanas de internação, o paciente não apresentou mais nenhum sintoma e retornou para casa. O desenvolvimento do estômago começa a ocorrer durante a quarta semana, na forma de uma dilatação inicial na parte distal do intestino anterior. Com o passar das semanas, o estômago primitivo se alarga ventrodorsalmente e sofre rotação de 90º no sentido horário em seu eixo longitudinal. Não se sabe exatamente o que causa o espessamento do músculo do piloro, nem em qual semana especificamente isto começa a ocorrer; mas, sabe-se que os fatores genéticos são importantes devido à elevada taxa de concordância entre gêmeos monozigóticos. Outros possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de EHP já identificados são: ser do sexo masculino, filho primogênito, história familiar positiva para a doença, tabagismo materno, alimentação com leite de fórmula e histórico de uso de antibióticos como eritromicina, nas primeiras semanas de vida.
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