Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período OBJETIVO 1 DESCREVER OS MECANISMOS NEUROENDÓCRINOS QUE REGULAM O PROCESSO DE LACTAÇÃO E AS MODIFICAÇÕES NO CORPO DA MULHER. Hormônios neuroendócrinos: Lobo anterior: TSH, FSH, LH, ACTH, hormônio do crescimento e prolactina. Lobo posterior: ADH e ocitocina. Desenvolvimento das mamas o Começam a se desenvolver na puberdade, quando os níveis de estrogênio, que regula o ciclo sexual feminino, estão elevados. o O estrogênio regula o processo de crescimento das mamas através do estímulo ao crescimento das glândulas mamárias, além do depósito de gordura, o que confere massa às mamas. o Crescimento ainda mais intenso na gravidez, diante dos níveis de estrogênio ainda mais elevados durante este período. Desenvolvendo, inteiramente, o tecido glandular para a produção de leite. o Tecido adiposo → Glândulas mamárias = lóbulos e alvéolos → nos alvéolos possui células epiteliais secretoras de leite → secretam leite na gestação → ejeção para o dúcto. o HORMÔNIOS RELACIONADOS AO CRESCIMENTO DO SISTEMA DE DUCTOS Sabe-se que cada um desses hormônios tem algum papel relacionado ao metabolismo das proteínas, o que pode explicar a função deles no desenvolvimento da mama. Estrogênio o Placenta secreta grande quantidade de estrogênio durante a gravidez o Importante para fazer com que o sistema de ductos das mamas cresça e se ramifique. o Aumento do estroma das mamas e grande depósito de gordura nele. o Inibir a verdadeira secreção de leite durante a gestação. Hormônio do crescimento – GH e Somatotropina Agosnistas α-adrenérgicos ajudam a estimular o hormônio. Já a gestação o inibe. Atua no fígado, estimulando a produção de substâncias (somatomedinas ou IGF-1), as quais atuam no crescimento ósseo e cartilaginoso. IGF-1 Hormônio homólogo à insulina, (fator de crescimento insulina símile-1). São considerados hormônios anabólicos, responsáveis pelo aumento da captação de glicose e aminoácidos pelas fibras musculares. o Mediador do hormônio GH, promovendo a mitose de condroblastos, fibroblastos e mioblastos, acarretando o crescimento ósseo e muscular. o Papel na diferenciação celular no período pré (IGF-2) e pós-natal (IGF-1). Glicocorticoides adrenais ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) é hipofisário e estimula a produção de glicocorticoides (pelo córtex da adrenal), o principal é o cortisol. E o cortisol é importante para o crescimento do sistema de ductos. Insulina Prolactina Processo de lactação e aleitamento materno. Problema 2 – 21/03/2022 2 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período HORMÔNIOS RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO TOTAL DO SISTEMA LÓBULO-ALVEOLAR O desenvolvimento final das mamas em órgãos secretores de leite também requer progesterona. Progesterona o Age sinergicamente com o estrogênio (preparação do tecido mamário) e os demais hormônios citados. o Quando o sistema de ductos já desenvolvido, ela causará o crescimento adicional do lóbulo mamário e multiplicação dos alvéolos mamários, desenvolvendo as características secretoras de leite na célula dos alvéolos. o Mudanças análogas aos efeitos secretores da progesterona no endométrio uterino na última metade do ciclo menstrual feminino. o Inibir a verdadeira secreção de leite durante a gestação. FSH E LH o FSH desenvolve os folículos ovarianos e, com isso; o LH dá origem à ovulação e formação do corpo lúteo no ovário; o Promove o estímulo para a produção de estrogênio e progesterona pelos ovários. HORMÔNIOS RELACIONADOS À LACTAÇÃO E EJEÇÃO DO LEITE Prolactina - lactação o Produzido na hipófise anterior materna. o Efeito contrário ao estrogênio e a progesterona. o Promove a secreção de leite. o Possui níveis aumentados uniformemente a partir da quinta semana de gestação até o nascimento, onde aumenta de 10 a 20 vezes o nível normal não gravídico. A placenta também secreta grande parte de somatomamotropina coriônica humana, que tem propriedades lactogênicas, tendo efeito apoiador da prolactina da hipófise materna durante a gravidez. Mas, mesmo assim, o estrogênio e a progesterona possuem efeitos supressivos, fazendo com que os poucos mililitros de líquido sejam secretados a cada dia até o nascimento do bebê. o O líquido secretado nos últimos dias antes do parto e nos primeiros dias após o parto é denominada colostro. o Perda súbita de secreção de estrogênio e de progesterona da placenta, imediatamente após o nascimento do bebê. Isso permite que os níveis de prolactina da hipófise sejam aumentados e o efeito lactogênico dela promova o aumento da secreção de leite, em vez de colostro. o Período de 1 a 7 dias as mamas começam essa secreção de maiores quantidades de leite. o Existem outros hormônios que também são suporte para o processo de lactação, necessários para fornecer aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio, fundamentais para a formação do leite: - Hormônio do Crescimento - GH - Cortisol - Paratormônio: responsável por regular os níveis de alguns nutrientes circulando no sangue de um indivíduo, como o cálcio e o fósforo, e a vitamina D. - Insulina: Desenvolvimento total do sistema lóbulo-alveolar. O hipotálamo estimula efetivamente a produção de todos os outros hormônios e inibe ativamente a produção de prolactina, por meio da secreção do hormônio Fator Inibidor da Prolactina (PIF). O qual é secretado nos núcleos arqueados do hipotálamo e pode diminuir a secreção de prolactina até 10x. Aumento da secreção de prolactina e depleção dos demais hormônios hipofisários anteriores podem estar associados ao: o Comprometimento do hipotálamo o Bloqueio do sistema portal hipotalâmico-hipofisário Ocitocina - ejeção o Promove a ejeção do leite dos alvéolos para o sistema de ductos. 3 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período o É um hormônio hipofisário posterior, o Ejeção ou descida do leite é um processo promovido por um reflexo neurogênico e hormonal combinado. o Quando o bebê suga, não recebe nenhum leite por mais ou menos 30 segundos. Impulsos sensoriais → nervos somáticos dos mamilos para a medula espinal da mãe → hipotálamo → sinais neurais produtores de ocitocina e prolactina. Ocitocina → sangue → mamas → células mioepiteliais que circundam os alvéolos mamários são contraídas → transporte do leite dos alvéolos para os dúctos. Fisiologia da Lactação o Dividida em 3 processos: 1. Mamogênese: o desenvolvimento da glândula mamária. 2. Lactogênese: o início da lactação. 3. Lactopoese: a manutenção da lactação. Os mecanismos neuroendócrinos envolvidos na lactação são complexos. o A progesterona, o estrogênio e o lactogênio placentário humano (hPL), assim como a PRL, o cortisol, a tireoxina e a insulina, agem em conjunto para estimular o crescimento e o desenvolvimento do aparelho lácteo secretor da glândula mamária. 4 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Mamogênese o Inicia-se com a puberdade. o Acelerado na gravidez o Esteroides sexuais atuam no desenvolvimento do sistema de ductos e lóbulo-alveolar. o A diferenciação completa do tecido funcional da mama (glândula mamária) requer a participação de outros hormônios que constituem o complexo lactogênico: PRL, GH, cortisol, tireoxina e insulina. o Na gestação, a produção acentuada de estrogênios e progesterona, o crescimento das estruturas glandulares mamárias é acentuado. Lactogênese o É considerada o início da produção láctea, que não ocorre inteiramente na gravidez em virtude do efeito do PIF, que impede a atuação da prolactina nos seus receptores nas células mamárias alveolares. o A produção lácteaadequada pressupõe que a glândula mamária esteja plenamente desenvolvida o Também é relevante a contribuição de outros hormônios, como insulina, corticoides, tireoxina. o Após o parto → queda de estrogênio e progesterona → remove a influência do PIF → lactoalbumina-α é produzida pelo retículo endoplasmático → promove ação da PRL. O aumento da lactalbumina-α estimula a secreção da lactose láctea. Lactopoese o Iniciada a lactogênese, ela é mantida pela lactopoese, pela existência do reflexo neuroendócrino da sucção do mamilo pelo lactente, que age no eixo hipotalâmico- hipofisário e libera prolactina e ocitocina. o A PRL mantém a secreção láctea (proteínas, caseína, ácidos graxos, lactose) o A ocitocina age nas células mioepiteliais e musculares situadas, respectivamente, ao redor dos ácinos e dos canais intralobulares e determina a contração deles com a consequente ejeção láctea. o A solicitação repetida do mamilo, com o esvaziamento continuado dos ácinos, resulta em intensificação da produção de leite. O ato de sugar uma mama faz com que o leite flua não só naquela mama, mas também na oposta. É especialmente interessante que, quando a mãe pensa no bebê ou escuta ele chorar, muitas vezes isso proporciona um sinal emocional suficiente para o hipotálamo provocar a ejeção de leite. 5 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Modificações no corpo da mulher Fertilidade reduzida por determinado tempo o Ciclo ovariano e ovulação não retorna até poucas semanas depois de ela parar de amamentar. o Sinais neurais da mama que vão até o hipotálamo, além de estimularem a secreção de PRL, acabam inibindo a secreção do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo. Secreção de GnRH inibida → inibição do estímulo para liberação de hormônios gonadotrópicos folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH). o Após alguns meses, principalmente naquelas mulheres que não realizam a amamentação exclusiva, a hipófise começa a secretar hormônios gonadotrópicos suficientes para restabelecer o ciclo sexual mensal, embora a amamentação continue. Anticoncepcional oral → Minipílula (somente estrogênio) Libido permanece baixa por algumas semanas o cansaço natural decorrente da adaptação da rotina à chegada do bebê e às noites mal dormidas; o os tecidos da região genital ainda estarão sensibilizados, o que poderia tornar as relações sexuais dolorosas; o mudanças hormonais podem fazer com que a mulher se sinta menos atraente; o própria prolactina também reduz o desejo sexual da mulher e bloqueia a produção dos fluidos que lubrificam o canal vaginal. Organismo gasta mais calorias que o normal o Será mais fácil perder peso o Acontece porque a produção de leite gasta muita energia do organismo materno, queimando cerca de 200 a 500 calorias a mais por dia. Além disso, 2 a 3 gramas de fosfato de cálcio podem ser perdidos por dia; a menos que a mãe beba grandes quantidades de leite e tenha uma ingestão adequada de vitamina D, o débito de cálcio e fosfato pela nutriz, geralmente, será bem maior do que a ingestão dessas substâncias. o Para suprir as necessidades de cálcio e fosfato, as glândulas paratireoides aumentam bastante, e os ossos são progressivamente descalcificados. Normalmente, a descalcificação óssea materna não representa grande problema durante a gravidez, mas pode tornar-se mais importante durante a lactação. REFERÊNCIAS GUYTON. Fisiologia médica, cap. 84, pág. 3065–3073. REZENDE. Obstetrícia fundamental, parte 2, cap. 16, pág. 349. OBJETIVO 2 IDENTIFICAR OS COMPONENTES E AS FASES DOS DIFERENTES TIPOS DE LEITE MATERNO (COLOSTRO, TRANSIÇÃO E MADURO) E SUA IMPORTANCIA PARA O SISTEMA IMUNE DO RN. Fases e composição do leite materno Colostro o Produzido durante os primeiros 2/7 dias pós-parto; o Secreção amarelada e mais espessa; o Alta concentração de água. o Contém mais proteína e menos gorduras do que o leite maduro. o Rico em anticorpos, considerado a primeira vacina do bebê. o Possui 10 vezes mais caroteno que o leite maduro; 6 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período o Maior concentração de vitaminas hidrossolúveis (A, D, E, K) o Rico em proteínas, minerais, IgA o secretória, fator bífido e lactoferrina. O colostro contém as mesmas concentrações de proteína e lactose do leite, mas quase nenhuma gordura, e sua taxa mínima de produção é cerca de 1/100 da taxa subsequente da produção de leite. Leite de transição o A partir do sétimo dia de lactação; o Concentrações de IgG e proteínas diminuídas; o Aumento das concentrações de lactose e gordura, maior valor calórico que o colostro. Leite maduro o Produzido após a segunda quinzena de lactação; o Secreção aquosa e mais leitosa; o Contém açúcar (o principal é a lactose), gordura (principal fonte energética), aminoácidos (incluindo aminoácidos essenciais), proteínas (a caseína é a principal proteína do leite), minerais (cálcio, ferro, magnésio, potássio, sódio, fósforo e enxofre) e vitaminas (A, B1, B2, B12, C, D, E e K). É importante que as mulheres saibam que a cor do leite varia ao longo de uma mamada e com a dieta da mãe. Leite anterior e posterior. • Leite anterior pelo seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da água de coco. Porém, ele é muito rico em anticorpos. • Leite do meio da mamada tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da concentração de caseína. • Leite posterior é mais amarelado devido à presença de betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais de cor laranja, provenientes da dieta da mãe. Rico em gorduras. Importância imunológica o O leite humano possui muitos fatores imunológicos importantes para proteger as crianças contra infecções. o Ele contém equilíbrio de gorduras, carboidratos e proteínas na medida exata para promover o crescimento saudável. Dentre seus benefícios, ele ajuda a fortalecer a imunidade. leite materno possui fatores imunológicos ativos e passivos, como anticorpos, fatores imunes, enzimas e células brancas do sangue. Imunoglobulinas o IgA secretória: recobrem as mucosas e protegem o bebê da entrada de microrganismos causadores de infecções. o IgM e IgG: Proteção contra V. cholerae, E. coli, vírus da rubéola, citomegalovírus e vírus respiratório sincicial. Células imunológicas o Macrófagos: liberam IgA, produzem complemento, lactoferrina e lisozima, e agem junto com os neutrófilos em processos inflamatórios da mama. o Linfócitos B e T: promovem imunidade celular, que é efetiva contra herpes simples, caxumba, citomegalovírus, vírus respiratórios, sarampo e etc. Lactoferrina: É uma potente proteína bacteriostática. Indisponibiliza ferro necessário para a sobrevida de agentes infecciosos, principalmente E. coli e Candida albicans. Inibe o crescimento de fungos. Lisosima: Tem ação bactericida e anti- inflamatória; destrói a E. coli e algumas cepas de Salmonella. Sua atividade aumenta a partir dos 6 meses. 7 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Defensinas: São peptídeos antimicrobianos inatos que participam de maneira importante na defesa contra invasão microbiana. Beta- defensinas são encontradas no leite materno [11] e podem proteger os lactentes contra infecções Fator bífido: favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, tais como Shingella, Salmonella e Escherichia coli (principalmente). Alfa-lacto albumina: É a principal proteína do leite materno, representando 10-20% da proteína total. Pesquisas mostraram queessa proteína provoca apoptose (“suicídio celular”) de mais de quarenta tipos de câncer. Alguns dos fatores de proteção do leite materno são totais ou parcialmente destruídos pelo calor, razão pela qual o leite humano pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5o C por 30 minutos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru. Observações importantes o Alfa-lactoalbumina: proteína mais presente no leite materno. o Alfa-lactoglobulina: proteína mais presente no leite de vaca. o Leite de vaca: rico em eletrólitos, baixa concentração de vitaminas A, D, E, C. o Leite materno: rico em lactose, Fe mais biodisponível 8 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar, cap. 6 e cap. 8.2. GUYTON. Fisiologia médica, cap. 83, pág. 3073, tab.83-1. 9 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período OBJETIVO 3 EXPLICAR AS TÉCNICAS PARA AMAMENTAÇÃO E ORDENHA MAMARIA. Técnica para amamentação Observar sinais de boa pega: o Abertura ampla da boca, com lábios projetados para fora (boca de peixe); o Abocanhar não somente o mamilo, mas também parte da aréola; o A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma concha (canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e esôfago, ativando o reflexo de deglutição; o Bochechas cheias; o Nariz livre e queixo encostando na parte inferior da aréola. Pontos-chave do posicionamento adequado 1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; 2. Corpo do bebê próximo ao da mãe; 3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); 4. Bebê bem apoiado. Pontos-chave da pega adequada 1. Mais aréola visível acima da boca do bebê; 2. Boca bem aberta; 3. Lábio inferior virado para fora; 4. Queixo tocando a mama. Os seguintes sinais são indicativos de técnica inadequada de amamentação: • Bochechas do bebê encovadas a cada sucção; • Ruídos da língua; • Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada; • Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê • solta a mama; • Dor na amamentação. Quando a mama está muito cheia, a aréola pode estar tensa, endurecida, dificultando à pega. Em tais casos, recomenda- se, antes da mamada, retirar manualmente um pouco de leite da aréola ingurgitada. Técnica de ordenha do leite materno 1. Lavar e secar mãos e antebraço 2. Usar máscara ou evitar falar/tossir durante a ordenha 3. Dispor de vasilhame de vidro de boca larga previamente esterilizado 4. Relaxar (pensar no bebê pode auxiliar na ejeção do leite) 5. Curvar o tórax sobre abdome 6. Massagear a mama com movimentos circulares da base à aréola 7. Usar mão correspondente à mama, em formato de C com polegar acima do mamilo e dedo indicador abaixo, pressionar e soltar 8. Desprezar os jatos iniciais. o Após a ordenha, o leite pode ficar armazenado por 12h na geladeira e por até 15 dias no congelador, devendo neste caso ser descongelado no fogo em banho- maria. o Como a mamadeira deve ser evitada, é importante explicar a mãe como a mesma deve orientar a pessoa que cuidará da criança sobre como oferecer o leite em um copo ou colher: • acomodar o bebê no colo na posição sentada ou semi-sentada de modo que a cabeça forme um ângulo de quase 90º com o pescoço • encostar a borda do copo no lábio inferior e deixar o leite tocar o lábio • o bebê fará movimentos de lambidas e deglutição. Deve-se alertar para que não se despeje o leite na boca do bebê. 10 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar, cap. 7 e cap. 8.3.2. OBJETIVO 4 COMPREENDER A NECESIDADE DA INTRODUÇÃO DA FÓRMULA INFANTIL NA ALIMENTAÇÃO DO RN. o As fórmulas infantis para lactentes correspondem a leites industrializados indicados para lactentes que não estão em aleitamento materno. o A grande maioria das fórmulas existentes no comércio é elaborada a base de leite de vaca e seguem as recomendações do “Codex Alimentárius4”. No entanto, apesar de sua adaptação com relação ao carboidrato, proteínas e vitamina, os fatores anti-infecciosos e bioativos encontrados no leite materno não são encontrados nas fórmulas infantis. o Diante da impossibilidade do aleitamento materno, é recomendado que crianças menores de seis meses de vida sejam alimentadas com fórmulas infantis para lactentes e as de seis a doze meses com fórmulas de seguimento para lactentes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008) Classificações de aleitamento materno: Aleitamento materno exclusivo: o Quando a criança recebe exclusivamente leite materno, seja ele ordenhado, diretamente da mama ou leite humano de outra fonte. o Na ausência de contraindicações, é recomendado até os 6 meses de vida do bebê. Aleitamento materno predominante: o É o leite materno somado a alimentos líquidos a base de água (sucos, por exemplo). Aleitamento misto: o É o leite materno e outros leites. Aleitamento complementado: o É o leite materno somado a alimentos sólidos/ semissólidos. o Deve-se manter até no mínimo 2 anos. o Com a finalidade de complementar e não de substituir o leite materno. Tipos de fórmulas infantis o Existe uma fórmula infantil para cada faixa etária. Isso é importante para oferecer à criança a quantidade de nutrientes que ela 11 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período precisa de acordo com sua fase de desenvolvimento Fórmula para prematuros o As fórmulas infantis para prematuros só são indicadas quando realmente não há como alimentá-lo com o leite da mãe. Do contrário, é essencial que ele tome o leite materno, especialmente devido ao colostro. o Esse tipo de fórmula conta com mais proteínas que as demais, além de gorduras balanceadas e ácidos graxos específicos, que são fundamentais para o bom desenvolvimento visual, cerebral e psicomotor. Fórmulas de partida o Indicadas para bebês saudáveis de até 6 meses de vida, as fórmulas infantis de partida têm como principal carboidrato a lactose, acrescida de sacarose, maltodextrina e amido. o Elas também contam com maior teor de micronutrientes, comparadas ao leite materno, a exemplo dos aminoácidos e ferro. Fórmulas de seguimento o As fórmulas de seguimento devem ser utilizadas para bebês a partir do segundo semestre de vida. o Sua maior característica em comparação às demais é o alto teor de ferro. o Logo, as demais substâncias, como as proteínas, seguem na mesma quantidade que as outras. Antirrefluxo ou AR o Similar às de partida, a AR é indicada para bebês com problema de refluxo gastroesofágico. o Seu diferencial é que conta com amido de milho ou de arroz pré-gelatinizado, substância que se espessa quando entra em contato com o suco gástrico, diminuindo a frequência do refluxo. Fórmulas sem lactose o Bebês intolerantes à lactose podem apresentar quadros de dor, distensão abdominal e choro persistentes. o Essa disfunção tende a acontecer especialmente devido à imaturidade do aparelho gastrointestinal. Fórmulas hipoalergênicas ou HA o As fórmulas hipoalergênicas são indicadas para crianças que apresentam alergia ao leite de vaca, ou que tenham esse histórico na família, a fim de prevenir o problema. o Sua base de criação é a proteína parcialmente hidrolisada do soro do leite, dando ao produto a característica hipoalergênica. Fórmulas à base de soja o Outra opção para bebês alérgicos ao leite de vaca ou intolerantes à lactose,são as fórmulas infantis à base de soja. Fórmulas diferenciadas o As diferenciadas são aquelas criadas para atender condições de saúde específicas, por exemplo, com substâncias específicas em decorrência de alergias, com mais ou menos fibras, entre outras. As fórmulas infantis devem ser utilizadas de acordo com a orientação médica e quantidade especificada pelo fabricante na embalagem. Por essa razão, se preparadas com menos quantidade pode comprometer a nutrição do bebê, principalmente se esse for o único alimento consumido REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar, cap. 19.2 NELSON. Tratado de Pediatria, cap. 45, pág. 1445-1459. https://semprebem.paguemenos.com.br/posts/saude/convivendo-com-o-refluxo-aprenda-a-conquistar-seu-bem-estar https://semprebem.paguemenos.com.br/posts/saude/intolerancia-a-lactose-entenda-tudo-sobre-esse-disturbio https://semprebem.paguemenos.com.br/posts/saude/intolerancia-a-lactose-x-aplv-saiba-a-diferenca https://semprebem.paguemenos.com.br/posts/saude/intolerancia-a-lactose-x-aplv-saiba-a-diferenca https://semprebem.paguemenos.com.br/videos/alergias-infantis 12 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período OBJETIVO 5 COMPRENDER O PROCESSO E A IMPORTANCIA DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR CONJUGADA À MANUTENÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO. Recomendações – Ministério da Saúde o Quando completar 6 meses de idade, o bebê precisa receber, além do leite materno, alimentos como frutas, cereais ou tubérculos, legumes e verduras, grãos, carnes e ovos. o Esses alimentos vão acrescentar às refeições outros nutrientes que são necessários ao crescimento e ao desenvolvimento da criança e à prevenção de doenças. o É importante oferecer água ao seu filho nos intervalos entre as refeições. O leite materno continua sendo importante e a amamentação deve continuar até 2 anos de idade ou mais. o A introdução de novos alimentos deve acontecer pouco a pouco. o Não é necessário peneirar os alimentos ou processá-los no liquidificador. Basta amassá-los com o garfo e oferecer separadamente no prato. o Crie uma rotina alimentar de horários para as refeições. o Ao completar 1 ano, além do leite materno, a criança já deve receber cinco refeições por dia. o Evite sucos de fruta: prefira as frutas in natura, que oferecem mais fibras e menos frutose o Prefira usar temperos naturais para evitar o excesso de sódio o Se oferecer ovos, atente-se para que estejam bem cozidos para evitar contaminação por bactérias o Evite acrescentar açúcar ou leite às papas para não interferir na aceitação de outros alimentos. O açúcar deve ser evitado até os dois anos de idade. o O mel também deve ser evitado até um ano de idade. Antes disso, o sistema imunológico não está preparado para combater um tipo de bactéria comum no mel, a Clostridium botulinum, o que aumenta a chance de desenvolver botulismo infantil. o Os alimentos podem ser apresentados na forma de papa, amassados com o garfo, ou ainda cozidos e picados para que a criança segure e experimente com as próprias mãos. o No método tradicional de alimentação complementar, recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a alimentação é espessa e oferecida pelo adulto com uma colher. o Inicia-se com consistência pastosa (papa ou purês), com alimentos e frutas amassados com o garfo, sem peneirar ou liquidificar. o A orientação é sempre observar e respeitar os sinais de saciedade do bebê, sem forçar a alimentação. 13 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período o Gradativamente aumenta-se a consistência da comida. Por volta dos 8 meses, já se pode oferecer em pedacinhos pequenos, até que, por volta de um ano, já consiga comer a mesma comida da família. A introdução alimentar é um momento gostoso de interação. Por isso, busque ter a atenção totalmente voltada para o ato de comer, sem outras distrações, como televisão ou celular. O ideal é que as refeições do bebê sejam nos horários de refeições da família. BLW é a sigla de Baby-Led Weaning (que em português significa “desmame guiado pelo bebê”). Aqui, a alimentação complementar conduz ao desmame de forma gradual. é uma abordagem que se guia pela capacidade natural do bebê em se autoalimentar e descobrir sabores e texturas. Acredita-se que, ao “brincar com a comida”, a criança descobre aos poucos que ela também serve para alimentar, e vai aprimorando a autoconsciência e também autonomia alimentar. o A técnica não inclui alimentação com colher no início nem adaptação de consistência, como amassar ou triturar. Por isso, mais que no método tradicional, aqui os sinais motores sobre estar pronto para comer são fundamentais: sentar-se sem apoio e ter motricidade satisfatória das mãos são importantes para reduzir o risco de a criança engasgar-se.Além disso, é preciso que os alimentos sejam cortados de forma que a criança possa segurar com as mãos, mas que também evite engasgos. Uvas e tomates, por exemplo, precisam ser cortados na direção longitudinal (no sentido do comprimento). Adultos que acompanham o processo precisam também ser treinados em manobras para desengasgar em caso de acidentes sempre atento aos sinais de saciedade da criança para não forçar a alimentação. REFERÊNCIAS Caderneta da criança – 3ª ed., 2021, pág. 21. SBP. Tratado de pediatria. Vol. 2, seção 18, pág. 1407-1419. OBJETIVO 6 CONHECER OS BENEFICIOS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA. o Melhor nutrição: O leite humano possui todos os nutrientes essenciais para o completo desenvolvimento e crescimento da criança, sendo mais bem digerido por ela. É tanto que é a única fonte de alimentação nos primeiros 6 meses o Menor custo financeiro: Para uma família com pouca renda, não amamentar e comprar fórmulas infantis pode representar grande parte da renda dessa família o Efeito positivo no desenvolvimento cognitivo: O aleitamento materno contribui para o melhor desenvolvimento cognitivo. o Evita diarreia: Fortes evidências mostram que o leite materno protege conta diarreia à medida que passa dos 6 meses vai perdendo gradativamente essa capacidade. Crianças que não fazem aleitamento tem 3x chance de desenvolver diarreia. o Evita infecção respiratória: A proteção contra infecções respiratórias se mantém constante nos primeiros 2 anos de vida, sendo maior quando a amamentação é exclusiva até os 6 meses. o Diminui o risco de alergias: A amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, dermatite atópica, asma e outras alergias. o Diminui risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes: Segundo revisão publicada pela OMS, indivíduos amamentados apresentam pressão sistólica e diastólica mais baixas, menores níveis de colesterol total e menor risco (37% menos) de desenvolver diabetes tipo 2 (DM2). o Proteção contra câncer de mama: A relação entre aleitamento materno e redução da prevalência de câncer de mama. o Evita nova gestação: Nos primeiros 6 meses após o parto a amamentação é um método anticoncepcional com 98% de eficácia, desde que a mãe esteja amamentando exclusiva ou e esteja em amenorreia. o Direito jurídico.
Compartilhar