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Biologia Morfofuncional - Respiratório - Histologia da porção condutora

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Além de possibilitar a entrada e a saída de ar, a porção condutora exerce as importantes funções de limpar, umedecer e 
aquecer o ar inspirado, para proteger o delicado revestimento dos alvéolos pulmonares. Para assegurar a passagem 
contínua de ar, a parede da porção condutora é constituída por uma combinação de cartilagem, tecido conjuntivo e tecido 
muscular liso, o que lhe proporciona suporte estrutural,flexibilidade e extensibilidade. A mucosa da parte condutora é 
revestida por um epitélio especializado, o epitélio respiratório. 
Mucosa da porção condutora
Epitélio respiratório:
-célula colunar ciliada
-célula caliciforme
-célula em escova ou de sustentação (microvilosidades e contato com 
terminações nervosas)
-células basais (células-tronco)
-células neuroendócrinas ou células Kulchitsky (secretam serotonina 
e calcitonina)
-lâmina própria: Tec. Conj. Frouxo com linfócitos, plasmócitos, 
mastócitos e nódulos linfáticos, glândulas mucosas e serosas e 
abundância em vasos sanguíneos.
A maior parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado 
pseudoestratificado colunar com muitas células caliciformes, 
denominado epitélio respiratório.
O epitélio respiratório típico consiste em cinco tipos celulares, 
identificáveis ao microscópio eletrônico. O tipo mais abundante é a 
célula colunar ciliada. Cada uma tem cerca de 300 cílios na sua 
superfície apical e, embaixo dos corpúsculos basais dos cílios, há 
numerosas mitocôndrias, que fornecem ATP para os batimentos 
ciliares.
Em termos quantitativos, vêm em segundo lugar as células 
caliciformes, secretoras de muco. A parte apical dessas células 
contém numerosas gotículas de muco composto de glicoproteínas.
As demais células colunares são conhecidas como células em escova 
(brus/J cells), em virtude dos munerosos microvilos existentes em suas 
superfícies apicais. Na base das células em escova há terminações 
nervosas aferentes, e essas células são consideradas receptores 
sensoriais.
Existem ainda as células basais, que são pequenas e arredondadas, 
também apoiadas na lâmina basal, mas que não se estendem até a 
superfície livre do epitélio. Essas células são células-tronco (stem 
cells) que se multiplicam continuamente, por mitose, e originam os 
demais tipos celulares do epitélio respiratório.
Finalmente, encontra-se a célula granular, que parece a célula basal, 
mas contém numerosos grânulos com diâmetro de 100 a 300 nm, os 
quais apresentam a parte central mais densa aos elétrons. 
Todas as células do epitélio pseudoestratificado colunar ciliado 
apoiam-se na lâmina basal.
Cavidade nasal
São revestidas por mucosa com diferentes estruturas, segundo a região 
considerada. Distinguem-se nas fossas nasais três regiões: o vestíbulo, a 
área respiratória e a área olfatória.
Vestíbulo e área respiratória
O vestíbulo é a porção mais anterior e dilatada das fossas nasais; sua 
mucosa é continuação da pele do nariz, porém o epitélio estratificado 
pavimentoso da pele logo perde sua camada de queratina e o tecido 
conjuntivo da derme dá origem à lamina própria da mucosa. Os pelos 
curtos (vibrissas) e a secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas 
existentes no vestíbulo constituem uma barreira à penetração de 
partículas grosseiras nas vias respiratórias.
A área respiratória compreende a maior parte das fossas nasais. A 
mucosa dessa região é recoberta por epitélio pseudoestratificado 
colunar ciliado, com muitas células caliciformes. Nesse local a lâmina 
própria contém glândulas mistas (serosas e mucosas), cuja secreção é 
lançada na superfície do epitélio.
O muco produzido pelas glândulas mistas e pelas células caliciformes prende microrganismos e partículas inertes, sendo 
deslocado ao longo da superfície epitelial em direção à faringe, pelo batimento ciliar. Esse deslocamento do muco protetor, 
na direção do exterior, é importante para proteger o aparelho respiratório. 
Nos cornetos (conchas) inferior e médio, a lâmina própria contém um abundante plexo venoso.
Ao passar pelas fossas nasais, o ar é aquecido, filtrado e umedecido, atribuindo-se ao plexo venoso função importante 
nesse aquecimento.
Área olfatória
A área olfatória é uma região situada na parte superior das fossas nasais, sendo responsável pela sensibilidade olfatória. 
Essa área é revestida pelo epitélio olfatório, que contém os quimiorreceptores da olfação.
O epitélio olfatório é um neuroepitélio colunar pseudoestratificado, formado por três tipos celulares.
-células de sustentação: são prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na sua base; apresentam, na sua superfície, 
microvilos que se projetam para dentro da camada de muco que cobre o epitélio. Essas células têm um pigmento 
acastanhado que é responsável pela cor amarelo-castanha da mucosa olfatória. 
 Histologia da Porção Condutora
 (Heloá Kapor de Brito)
 Página 1 de Histologia 
-células basais: são pequenas, arredondadas, e situam-se na região basal do epitélio, entre as células olfatórias e as de 
sustentação; são as células-tronco (stein cells) do epitélio olfatório. 
-células olfatórias: são neurônios bipolares que se distinguem das células de sustentação porque seus núcleos se localizam 
em uma posição mais inferior. Suas extremidades (dendritos) apresentam dilatações elevadas, de onde partem 6 a 8 cílios, 
sem mobilidade, que são quimiorreceptores excitáveis pelas substâncias odoríferas. A existência dos cílios amplia 
enormemente a superfície receptora. Os axônios que nascem nas porções basais desses neurônios sensoriais reúnem-se em 
pequenos feixes, dirigindo-se para o sistema nervoso central.
Na lâmina própria dessa mucosa, além de abundantes vasos e nervos, observam-se glândulas ramificadas tubuloacinosas 
alveolares, as glândulas de Bowman (serosas). Os duetos dessas glândulas levam a secreção para a superfície epitelial, 
criando uma corrente líquida contínua, que limpa os cílios das células olfatórias, facilitando o acesso de novas substâncias 
odorífera.
Seios paranasais
São cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmoide e 
esfenoide revestidas por epitélio do tipo respiratório, 
que se apresenta baixo e com poucas células 
caliciformes. 
A lâmina própria contém apenas algumas glândulas 
pequenas e é contínua com o periósteo adjacente.
Os seios paranasais se comunicam com as fossas 
nasais por meio de pequenos orifícios. 
O muco produzido nessas cavidades é drenado para as 
fossas nasais pela atividade das células epiteliais 
ciliadas.
Nasofaringe
A nasofaringe é a primeira parte da faringe, continuando com a orofaringe, porção oral desse órgão.
A nasofaringe, que é separada incompletamente da orofaringe pelo palato mole, é revestida por epitélio tipo respiratório. 
Na orofaringe o epitélio é estratificado pavimentoso.
Laringe
Tubo de forma irregular que une a faringe à traqueia. Suas paredes contêm peças 
cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo fibroelástico. 
As cartilagens mantêm o lúmen da laringe sempre aberto, garantindo a livre passagem 
do ar. 
As peças cartilaginosas maiores (tireoide, cricoide e a maior parte das aritenoides) são 
do tipo hialino: as demais são do tipo elástico. 
A epiglote é um prolongamento que se estende da laringe na direção da faringe, 
apresentando uma face dorsal e uma face ventral.
A mucosa forma dois pares de pregas que provocam saliência no lúmen da laringe. O 
primeiro par, superior, constitui as falsas cordas vocais (ou pregas vestibulares) e a 
lâmina própria dessa região é frouxa e contém numerosas glândulas. O segundo par, 
inferior, constitui as cordas vocais verdadeiras, que apresentam um eixo de tecido 
conjuntivo muito elástico, ao qual se seguem, externamente, os
músculos intrínsecos da laringe. 
Quando o ar passa através da laringe, esses músculos podem contrair-se, modificando 
a abertura das cordas vocais e condicionando a produção de sons com diferentes 
tonalidades.
O revestimento epitelial não é uniforme ao longo de toda a laringe. Na faceventral e 
parte da face dorsal da epiglote, bem como nas cordas vocais verdadeiras, o epitélio 
está sujeito a atritos e desgaste, sendo, portanto, do tipo estratificado pavimentoso não 
queratinizado. Nas demais regiões é do tipo respiratório, com cílios que vibram em 
direção à faringe. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e contém pequenas 
glândulas mistas (serosas e mucosas). Essas glândulas não são encontradas nas cordas 
vocais verdadeiras.
Na laringe não existe uma submucosa bem definida.
 Página 2 de Histologia 
Traqueia
*Camada Mucosa
-Epitélio Respiratório (epitélio pseudo-estratificado colunar ciliado com 
células caliciformes)
-Lâmina própria (Tecido Conjuntivo Frouxo + Fibras Elásticas + Glândulas 
Seromucosas + Nódulos Linfáticos + Linfonodos)
*Camada Submucosa: Fibras elásticas + Musculatura lisa (tosse)
*Camada Cartilaginosa: Cartilagem Hialina (anéis em forma de “C”)
*Camada Adventícia: Tecido Conjuntivo Frouxo – Colágeno I
A traqueia é uma continuação da laringe e termina ramificando-se nos 
dois brônquios extrapulmonares, sendo um tubo revestido internamente 
por epitélio do tipo respiratório.
A lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. 
Contém glândulas seromucosas, cujos duetos se abrem no lúmen 
traqueal.
A secreção, tanto das glândulas como das células caliciformes, forma um 
tubo viscoso continuo, que é levado em direção à faringe pelos 
batimentos ciliares, para remover partículas de pó que entram com o ar 
inspirado. Além da barreira de muco, as vias respiratórias apresentam 
outro sistema de defesa contra o meio externo, representado pela 
barreira linfocitária de função imunitária, a qual compreende tanto 
linfócitos isolados como acúmulos linfocitários ricos em plasmócitos 
(nódulos linfáticos e linfonodos),
distribuídos ao longo da porção condutora do aparelho respiratório.
A traqueia apresenta um número variável (16 a 20) de cartilagens hialinas, 
em forma de C, cujas extremidades livres estão voltadas para o lado 
posterior. Ligamentos fibroelásticos e feixes de músculo liso prendem-se 
ao pericôndrio e unem as porções abertas das peças cartilaginosas em 
forma de C. Os ligamentos impedem a excessiva distensão do lúmen, e os 
feixes musculares possibilitam sua regulação. A contração do músculo 
causa redução do lúmen traqueal, participando do reflexo da tosse. O 
estreitamento do lúmen pela contração muscular aumenta a velocidade 
do ar expirado, e isso toma mais fácil expulsar, pela tosse, a secreção 
acumulada na traqueia e os corpos estranhos que possam ter penetrado.
A traqueia é revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo, 
constituindo a camada adventícia, que liga o órgão aos tecidos 
adjacentes.
Brônquios
*Mucosa 
-Epitélio respiratório
-Lâmina própria (Tec. conj. Frouxo + Fibras elásticas + Glândulas seromucosas + Nódulos linfáticos + Linfonodos + rico 
suprimento sanguíneo)
*Submucosa
-Fibras elásticas+ musculatura lisa
-Peças cartilaginosas (cartilagem hialina)
*Adventícia: Tecido Conjuntivo Frouxo
Nos ramos maiores, a mucosa é idêntica à da traqueia, enquanto nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples 
ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas.
Segue-se à mucosa uma camada muscular lisa, formada por feixes musculares dispostos em espiral que circundam 
completamente o brônquio. Em corte histológico, essa camada muscular aparece descontínua e a contração desse músculo, 
após a morte, é responsável pelas dobras características da mucosa brônquica, observadas em um corte histológico. 
Externamente a essa camada muscular existem glândulas seromucosas, cujos duetos se abrem no lúmen brônquico.
As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas. Essa capa conjuntiva, frequentemente 
denominada camada adventícia, continua com as fibras conjuntivas do tecido pulmonar adjacente. 
Tanto na adventícia como na mucosa são frequentes os acúmulos de linfócitos. Particularmente nos pontos de ramificação da 
árvore brônquica, é comum a existência de nódulos linfáticos.
 Página 3 de Histologia 
Bronquíolos
*Camada Mucosa:
-Epitélio simples colunar e algumas células caliciformes (porção inicial) 
-Epitélio simples cúbico (porção final).
-Presença de células com grânulos de secreção (quimiorreceptores) e 
terminações nervosas
-Ausência de cartilagem
-Lâmina própria rica em fibras elásticas
-Músculo liso entrelaçado com as fibras elásticas (crise asmática)
*Camada Adventícia: Tecido Conjuntivo Frouxo
Os bronquíolos são segmentos intralobulares, tendo diâmetro de l mm ou 
menos: não apresentam cartilagem, glândulas ou nódulos linfáticos. 
O epitélio, nas porções iniciais, é cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. 
As células caliciformes diminuem em número, podendo mesmo faltar completamente. O epitélio dos bronquíolos apresenta 
regiões especializadas denominadas corpos neuroepiteliais. Cada corpo neuroepitelial é constituído por 80 a 100 células 
que contêm grânulos de secreção e recebem terminações nervosas colinérgicas. Provavelmente, trata-se de 
quimiorreceptores que reagem às alterações na composição dos gases que penetram o pulmão. Admite-se que sua 
secreção tem ação local A lâmina própria dos bronquíolos é delgada e rica em fibras elásticas. Segue-se à mucosa uma 
camada muscular lisa cujas células se entrelaçam com as fibras elásticas, as quais se estendem para fora, continuando 
com a estrutura esponjosa do parênquima pulmonar.
Quando se compara a espessura das paredes dos brônquios com a dos bronquíolos, nota-se que a musculatura 
bronquiolar é relativamente mais desenvolvida que a brônquica. As crises asmáticas são causadas principalmente pela 
contração da musculatura bronquiolar, com pequena participação da musculatura dos brônquios
Bronquíolos terminais
Denominam-se bronquíolos terminais as últimas porções da árvore brônquica. 
Têm estrutura semelhante à dos bronquíolos, tendo, porém, parede mais delgada, revestida internamente por epitélio 
colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas.
Os bronquíolos terminais têm ainda as células de Clara, não ciliadas, que apresentam grânulos secretores em suas 
porções apicais e secretam proteínas que protegem o revestimento bronquiolar contra determinados poluentes do ar 
inspirado e contra inflamações.
 Página 4 de Histologia

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