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Resenha do texto Livros Didáticos entre textos e Imagens

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CURSO DE HISTÓRIA
DIDÁTICA DO ENSINO DE HISTÓRIA
PROF: ANTÔNIO FRANCISCO GUERRA PEREIRA
RESENHA DO TEXTO LIVROS DIDÁTICOS ENTRE TEXTOS E IMAGENS
YHAN CRISTHIAN BARROS DE OLIVEIRA
FORTALEZA – CEARÁ
10 DE JULHO DE 2019
LIVROS DIDÁTICOS ENTRE TEXTOS E IMAGENS
	O texto da Circe Bittencourt discute o uso do livro didático nas aulas. O livro didático é visto como um instrumento importante na via escolar já que atua na construção do sentido, isto é, na orientação do tempo. O instrumento didático sempre foi e ainda é tido como a referência básica de professores e alunos para o estudo. Jörn Rüsen, historiador, explica que hoje o livro didático tem por finalidade tornar possível, impulsionar, favorecer a aprendizagem histórica dos alunos. O livro didático também é construído pelo autor para uma determinada finalidade e nele o autor também expressa suas idéias. Rüsen também explica que o livro didático deve potencializar, isto é, desenvolver as capacidades de perceber, de interpretação, de orientar e construir a identidade do aluno. É importante destacarmos também que o professor não deve se prender somente ao livro didático, e sim, usar diferentes instrumentos didáticos para a efetivação da relação ensino-aprendizagem proporcionada pelo aluno e pelo professor.
1. O livro didático dentro da lógica de capital
	A autora nos apresenta primeiro que o livro didático está inserido na lógica capitalista, isto é, ele é uma mercadoria; um produto editado que sofre interferências variadas no processo de sua construção. Interferências do editor, do autor do livro, dos técnicos especializados, das artes gráficas presentes no livro e ilustradores. 
2. O livro didático como um depósito de conteúdos e como instrumento pedagógico.
	O livro didático é tido como sistematizador dos conteúdos dispostos pelos parâmetros curriculares. É através dele que são passados os conhecimentos importantes sobre um país, um reino, uma sociedade em uma determinada época. O livro didático faz o que Yves Chevallard conceitua como transposição didática onde o conhecimento construído no âmbito da universidade é transformado em um conhecimento que formente a relação ensino-aprendizagem, realizado pelo professor com o aluno, isto é, possa ser ensinado pelos professores e adquiridos pelos alunos. Transformar esse conhecimento científico em conhecimento escolar. Vale lembrar que a escola também é um espaço de construção de conhecimento. Então, nesse processo de transposição didática, o autor cria padrões linguísticos e formas comunicativas ao criar textos com vocabulário próprio, ordenando capítulos e conceitos, selecionando ilustrações, fazendo resumos, entre tantas outras coisas.
 	Enquanto instrumento pedagógico, o livro fornece as estuturas e condições do ensino para o professor, havendo assim livros do professor ou livros do mestre. Ao lado dos textos nesse tipo de livro, há várias técnicas de aprendizagem como exercícios, questionários, sugestões de trabalhos; tarefas que os alunos devem fazer para aprenderem os conteúdos. Assim, os manuais das escolas mostram também como o conteúdo deve ser ministrado, ensinado. Também, o livro didático é produzido de acordo com cada fase de desenvolvimento do aluno, desde o pré-operatório e o operatório concreto até o operatório abstrato, segundo Vygotsky, portanto a linguagem possui suas diferenças para cada fase de desenvolvimento do aluno e a maneira como o professor aborda cada conteúdo é diferente para cada fase de desenvolvimento.
3. O livro didático como veículo que possui sistema de valores, ideologia e cultura
	Como já dito, no livro didático o autor coloca suas ideias, a mensagem que ele quer passar, e também o livro transmite muitas vezes estereótipos e valores dos grupos dominantes e generaliza temas como a família, a criança, etnia. E esse é um dos motivos porque o profissional docente não deve se prender somente ao livro didático, e sim, usar diferentes instrumentos didáticos para que a relação ensino-aprendizagem proporcionada pelo aluno e pelo professor seja efetivada. O livro didático é tido desde o século XIX o principal meio de trabalho de professores e alunos sendo usado nas mais diferentes condições de ensino, mediando as propostas expressas nos parâmetros curriculares e o conhecimento escolar que é ensinado pelo professor. 
4. As limitações do livro didático
	A linguagem do livro didático deve ser mais acessível aos alunos pois eles não possuem, lógicamente uma linguagem mais erudita, são muitas vezes, jovens de periferia que precisam dessa linguagem para a aquisição e produção do conhecimento na escola. No entanto, essa ideia tem levado a simplifficações que limitam a aprendizagem dos discentes. Quando questões e temas complexos são simplificados, impedem a provocação de reflexões e questionamentos por parte dos alunos sobre o tema. É por isso que outros meios também devem ser utilizados no ensino de História como filmes, documentários, trazer outros livros, outras imagens, aulas de campo também, enfim, outros recuros didáticos para o enriquecimento da aula pois o recurso que é o livro didático é limitado. O livro didático por ser construído pelo autor para uma determinada finalidade e nele o autor também expressar suas idéias, o livro didático também deve ser entendido como uma fonte histórica e que pode sim ser questionada; até porque também o livro é um instrumento de reprodução de ideologias e de saberes oficiais por setores de poder e pelo Estado. A tendência do livro é se tornar um objeto padronizado sem muito espaço para textos originais. Por fim, existem diversas formas de uso do livro didático mas o professor não deve se apegar a somente o uso do livro didático. 
5. Como seria o livro didático ideal?
	Segundo Jörn Rusen, o livro ideal seria aquele que deve provocar fascinação e estranhamento, isto é, percepção da diferença; também deve propiciar a experiência e a recepção dos afetados pelos acontecimentos, proporcionar a coerência interpretativa, possibilitar problemas, hipóteses, análise de fontes, interpretação a partir de teorias e mostrar sobre a reescrita da história e a pluriperspectividade dos historiadores. Também deve não somente combater o etnocentrismo (eurocentrismo, por exemplo), mas também usar os conteúdos substantivos para construir a identidade do aluno na relação nós/outros, deve estimular os alunos para que emitam juízos de valor sobre os acontecimentos, argumentando a partir do conceito que tinham de si mesmos sobre os acontecimentos do passado e utilizar a referência ao presente como instrumento para ilustrar a singularidade do passado, perceber as distâncias entre passado e presente e, com isso, vislumbrar uma perspectiva futura para o presente.
6. Considerações finais
	Por fim, é um texto importante para a compreensão do livro didático e a sua utilização em sala, bem como a compreensão dele como um documento histórico e aliar o seu uso com os outros diferentes recursos didáticos. Também não se pode ovitir o poder do professor sobre as diferentes formas de uso dele. Cabe ao professor a escolha dele e a sua leitura na sala de aula ser determinada pelo professor. Também, as tarefas que são decorrentes da leitura dos textos pelos alunos também são opções do professor. Enfim, é um texto bem interessante para entendermos o uso do livro didático e um pouco mais dessa relação ensino-aprendizagem entre o professor e o aluno.

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