1 2 Sumário 1. DIREITO CIVIL ............................................................................................................................ 3 2. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ...................................................................................................... 7 3. DIREITO PENAL........................................................................................................................ 12 4. DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................................................................. 14 5. DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................................... 39 6. DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................... 85 7. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................................................ 97 8. DIREITO DO CONSUMIDOR .................................................................................................... 98 9. DIREITO ELEITORAL ................................................................................................................. 98 10. DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................................ 99 11. DIREITO TRIBUTÁRIO ............................................................................................................ 99 12. DIREITO EMPRESARIAL ....................................................................................................... 112 13. DIREITO FINANCEIRO .......................................................................................................... 115 14. DIREITO PREVIDENCIÁRIO .................................................................................................. 119 3 INFORMATIVOS 2021 - STF 1º SEMESTRE 1. DIREITO CIVIL (INFO 1003) É possível a cobrança, por parte de associação, de taxas de manutenção e conservação de loteamento fechado de proprietário não-associado. É inconstitucional a cobrança por parte de associação de taxa de manutenção e conservação de loteamento imobiliário urbano de proprietário não associado até o advento da Lei nº 13.465/2017, ou de anterior lei municipal que discipline a questão, a partir da qual se torna possível a cotização dos proprietários de imóveis, titulares de direitos ou moradores em loteamentos de acesso controlado, que: i) já possuindo lote, adiram ao ato constitutivo das entidades equiparadas a administradoras de imóveis; ou ii) sendo novos adquirentes de lotes, o ato constitutivo da obrigação esteja registrado no competente Registro de Imóveis. STF. Plenário. RE 695911, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 492) (Info 1003). Em palavras mais simples: É inconstitucional a cobrança por parte de associação de taxa de manutenção e conservação de loteamento imobiliário urbano antes da Lei Federal nº 13.465/2017 ou antes de Lei municipal que disciplinasse o tema. A partir de lei municipal ou da Lei Federal nº 13.465/2017, tornou-se possível cobrança de cotas dos moradores dos loteamentos de acesso controlado, desde que: i) este morador já possuísse lote quando entrou em vigor a lei e ele aderiu expressamente ao ato constitutivo da associação; ou ii) sendo novo adquirente de lotes, ele estará vinculado se o ato constitutivo da obrigação estiver registrado no cartório de Registro de Imóveis. 4 (INFO 1003) Em regra, não é possível o reconhecimento de união estável envolvendo pessoa casada nem a existência de uniões estáveis simultâneas. A preexistência de casamento ou de união estável de um dos conviventes, ressalvada a exceção do artigo 1.723, § 1º, do Código Civil, impede o reconhecimento de novo vínculo referente ao mesmo período, inclusive para fins previdenciários, em virtude da consagração do dever de fidelidade e da monogamia pelo ordenamento jurídico-constitucional brasileiro. STF. Plenário. RE 1045273, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 529) (Info 1003). Em que consiste a união estável? A união estável é uma entidade familiar, caracterizada pela união entre duas pessoas, do mesmo sexo ou de sexos diferentes, que possuem convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituição de família. Requisitos para a caracterização da união estável: a) a união deve ser pública (não pode ser oculta, clandestina); b) a união deve ser duradoura, ou seja, estável, apesar de não se exigir um tempo mínimo; c) a união deve ser contínua (sem que haja interrupções constantes); d) a união deve ser estabelecida com o objetivo de constituir uma família; e) as duas pessoas não podem ter impedimentos para casar; f) a união entre essas duas pessoas deve ser exclusiva (é impossível a existência de uniões estáveis concomitantes e a existência de união estável se um dos componentes é casado e não separado de fato). A coabitação é um requisito da união estável? NÃO. O CC-2002 não exige que os companheiros residam sob o mesmo teto, de sorte que continua em vigor, com as devidas adaptações, a antiga Súmula 382- STF: A vida em comum sob o mesmo teto, “more uxório”, não é indispensável à caracterização do concubinato. 5 Assim, a regra é a seguinte: • pessoa casada com “A” não pode simultaneamente ter união estável com “B”; • pessoa que já vive em união estável com “A” não pode simultaneamente ter união estável com “B”. (INFO 1005) O ordenamento jurídico brasileiro não consagra o denominado direito ao esquecimento. Atualize os Infos 527 e 670 do STJ: É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais – especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral – e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível. STF. Plenário. RE 1010606/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/2/2021 (Repercussão Geral – Tema 786) (Info 1005). O que é o direito ao esquecimento? O direito ao esquecimento é o direito que uma pessoa possui de não permitir que um fato, ainda que verídico, ocorrido em determinado momento de sua vida, seja exposto ao público em geral, causando-lhe sofrimento ou transtornos. Fundamento: No Brasil, os defensores do direito ao esquecimento afirmam que ele possui assento constitucional e legal, considerando que é uma consequência do direito à vida privada (privacidade), intimidade e honra, assegurados pela CF/88 (art. 5º, X) e pelo CC/02 (art. 21). Alguns autores também sustentam que o direito ao esquecimento é uma decorrência da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da CF/88). Críticas ao chamado “direito ao esquecimento”: Vale ressaltar que existem doutrinadores que criticam a existência de um “direito ao 6 esquecimento”. O Min. Luis Felipe Salomão, no julgamento do REsp 1.335.153-RJ, apesar de ser favorável ao direito ao esquecimento, colacionou diversos argumentos contrários à tese. Vejamos os mais relevantes: • o acolhimento do chamado direito ao esquecimento constituiria um atentado à liberdade de expressão e de imprensa; • o direito de fazer desaparecer as informações que retratam uma pessoa significa perda da própria história, o que vale dizer que o direito ao esquecimento afronta o direito à memória de toda a sociedade; • o direito ao