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Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1 Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO CICLO MENSTRUAL PUBERDADE Ocorre 2 a 3 anos após a Telarca e Pubarca Desenvolvimento dos caracteres sexuais Mudança do corpo feminino Alargamento da pelve e quadris Aumento da gordura corporal Quadris Coxas Aumento da liberação hormonal GnRH FSH LH Estrogênio Progesterona O CICLO MENSTRUAL DEFINIÇÃO Perda de sangue periódica pela vagina, ocasionada pelo descolamento do endométrio, gerada pela redução da produção de progesterona e estradiol FATOR DE RISCO Ausência de gestação DURAÇÃO Menarca até a menopausa Em média 5 (+/- 2 dias) Intervalo médio de 28 dias (+/- 25 a 36 dias) SANGUE 13 a 80 mL Média de 30 mL Sangue não se coagula Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 2 FASES FASE FOLICULAR 1. Aumento da liberação de FSH e LH 2. Recrutamento de folículos (3 a 30/mês) 3. Aumento gradativo de estradiol pelos folículos recrutados 4. Aumento do folículo maduro até 18 a 20 mm 5. Redução do FSH pelo estradiol e pela inibina produzida no folículo 6. Aumento exponencial do estradiol 7. Aumento gradativo da progesterona OVULAÇÃO 1. O estradiol atinge o pico máximo e começa a cair pouco antes da ovulação 2. A progesterona começa a aumentar lentamente 3. O LH é liberado intensamente Feedback positivo Estradiol + GnRH + Progesterona 4. O LH estimula enzimas que fazem a ruptura do folículo e liberação do óvulo dentro de 16 a 36 horas FASE LÚTEA 1. O folículo se transforma em corpo lúteo Duração de 14 dias 2. O corpo lúteo secreta progesterona (pico em 6 a 8 dias) Se não houver gravidez, o corpo lúteo entra em atrofia 3. A progesterona estimula o endométrio a se tornar secretor para receber o embrião Se não houver gestação, os níveis de estradiol e progesterona caem, e o corpo lúteo se transforma em corpo albicans Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 3 ENDOMÉTRIO FASES PROLIFERATIVA Influência do estradiol Espessamento da camada basal Aumento das glândulas tubulares, que se enrolam e se tornam tortuosas SECRETÓRIA Após a ovulação Progesterona estimula as glândulas endometriais, que se tornam secretórias Acúmulo de glicogênio Aumento da vascularização do estroma endometrial MENSTRUAL Depende de não haver gestação O estroma se torna edematoso Os vasos entram em necrose Gera o sangramento menstrual DISTÚRBIOS MENSTRUAIS AMENORREIA DEFINIÇÃO Ausência de menstruação em mulheres, na ausência de gestação, lactação e sem uso de medicação hormonal CLASSIFICAÇÃO Amenorreia primária Ausência de menstruação sem ter ocorrido a menarca Amenorreia secundária Ausência de menstruação após a menarca AMENORREIA PRIMÁRIA Ausência de menarca após 5 anos de desenvolvimento mamário (< 10 anos de idade) Ausência de caracteres sexuais aos 13 anos Presença de caracteres sexuais secundários antes dos 15 anos e dor pélvica cíclica AMENORREIA SECUNDÁRIA Ausência de menstruação após menarca Não ocorre após 3 meses Quando menos de 9 menstruações/ano CAUSAS Anatômicas Congênitas Agenesia Mülleriana Hipotalâmicas Funcional Desordem alimentar Deficiência de gonadotrofinas Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 4 Insensibilidade androgênica Hímen imperfurado Septo vaginal Adquiridas Síndrome de Asherman Estenose cervical Síndrome de Kallmann Estresse Infecções Síndrome má absorção Trauma Tumor Hipofisárias Hiperprolactinemia Tumor Sela vazia Doença autoimune Síndrome de Sheehan Síndrome de Cushing Ovarianas Insuficiência ovariana Genética Radioterapia Qquimioterapia Cirurgia Autoimune Infecciosa Idiopática Outras causas endócrinas SOP Hiperplasia adrenal tardia Puberdade tardia Doença tireoide Doenças crônicas Síndrome de Cushing Tumor produtor de androgênio ANAMNESE Afastar gravidez, amamentação, uso de medicações e ambiguidade sexual Presença ou ausência de caracteres sexuais secundários Deficiência de estradiol Deficiência de receptores androgênicos Crescimento estatural adequado Síndrome de Turner Deficiência de GH Doenças crônicas, alteração de peso, hábitos alimentares e atividade física Ausência de menstruação pós-parto e agalactia Síndrome de Sheeram Dor pélvica cíclica Obstrução do fluxo menstrual Secura vaginal e fogachos Hipoestrogenismo Acnes, hirsutismo, virilização SOP Anovulação hiperandrogênica Hiperplasia adrenal congênita EXAME FÍSICO Altura IMC Caracteres sexuais secundários Estágios de Tanner Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 5 Envergadura = até 2 cm > do que estatura Hirsutismo Índice de Ferriman-Gallwey Exame genital Hímen Comprimento de vagina Presença de órgão pélvicos EXAMES COMPLEMENTARES Dosagem de FSH, Prolactina, TSH, T4 Livre, Testosterona, RM pélvica Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 6 SDHEA, 17-OH-Progesterona USG pélvica Abdominal Transvaginal Malformações pélvicas RM ou TC de sela túrcica ou de crânio Cariótipo CONDUTA TERAPÊUTICA Clínico Hiperprolactinemia Bromocriptina 1,25 mg/dia por 7 dia Cabergolina 0,5 mg por semana Hipotiroidismo Reposição hormonal Hipoestrogenismo Estradiol em baixas doses até atingir dose da fase adulta Progesterona quando atingir desenvolvimento mamário adequado Anovulação hiperandrogênica Prednisona 2,5 mg a 7,5 mg/dia Dexametasona 0,25 a 1 mg/dia SOP Metformina 500 a 2500 mg/dia Plioglitazona 15 a 45 mg/dia Mioinositol 4 g/dia Atividade física Reeducação alimentar Cirúrgico Neoplasia ovariana Neoplasia suprarrenal Síndrome de Cushing com tumor Sinéquias intrauterinas Imperfuração himenal Síndrome de Rokitansky Gonadectomia Restauração da fertilidade Indução da ovulação Citrato de clomifeno FIV com óvulo de doadora FIV com barriga solidária Tratamento psicológico SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL - SUA DEFINIÇÃO Sangramento oriundo do corpo uterino, onde 1 ou + dos parâmetros de sangramento uterino estão alterados: Duração, Frequência ou Quantidade, em mulheres não grávidas EPIDEMIOLOGIA Afeta cerca de 40% das mulheres em idade reprodutiva REPERCUSSÃO Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 7 Anemia Absenteísmo Dor/dismenorreia Limitação das atividades Piora da qualidade de vida Influência sobre aspectos sociais e psicológicos Procedimentos cirúrgicos CLASSIFICAÇÃO PALM-COIN (FIGO) Causas estruturais (PALM) Pólipos Adenomiose Leiomioma Maligna Causas não-estruturais (COIN) Coagulopatias Ovulatórias Endometriais Iatrogênicas Não-iatrogênicas PROPEDÊUTICA Exame especular Lesões vaginais, do colo e útero USG convencional USG tridimensional Histerossonografia Histeroscopia Biópsia de lesão RM pélvica CONDUTA TERAPÊUTICA PALM Pólipo endometrial Retirada por histeroscopia Miomas Tratamento farmacológico Miomectomia Histerectomia Embolização Adenomiose ACOC Progestogênio SIU-L COIN Hormonioterapia Estrogênio e progestagênio combinados < 35 a 75% a perda menstrual Progestogênio oral cíclico ou contínuo Progestagênio injetável Implantes subcutâneos de Etonogestrel Sistema uterino liberador de Levonorgestrel < 71% a 96% o sangramento Anti-inflamatórios não hormonais Ácido menfenâmico Antioxidantes Antifibrinolíticos Ácido tranexâmico Naproxeno Antiangiogênicos Inibidor da Matriz de Metaloporteinases Doxiciclina Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 8 Causa não estrutural Ablação de endométrio Histerectomia SUA agudo Ácido tranexâmico Contraceptivo oral combinado monofásico em multidose Progestogênio oral em multidose DISMENORREIA DEFINIÇÃO Dor de origem uterina, podendo ser lancinante, latejante,, em cólica, constante ou vaga e irradiar-se para MMII DURAÇÃO Pode preceder a menstruação em 1 a 3 dias Pico máximo em 25 horas após o início Diminui após 2 a 3 dias SINTOMAS ASSOCIADOS Cefaleia Diarreia Obstipação Aumento da frequência urinária Dor lombar Eliminação eventual de coágulos Cilindrosendometriais ETIOLOGIA Primária + comum Não está associada a doenças estruturais Resultante de isquemia e contrações uterinas Produção de prostaglandinas na camada basal do endométrio Causas Óstio cervical estreito Mal posicionamento uterino Atividade física reduzida ou ausente Ansiedade sobre a menstruação Secundária Decorrentes de anomalias pélvicas Causas Endometriose Adenomiose Mioma Malformações congênitas Cistos e tumores ovarianos DIP Aderências intrauterinas DIUs Estenose cervical ANAMNESE Menstruação Menarca Característica dos ciclos menstruais Idade de aparecimento dos sintomas Natureza e gravidade Fatores de melhora e piora Grau de perturbação da vida diária Efeito sobre a atividade sexual Presença de dor pélvica não associada à menstruação Resposta a paracetamol ou AINEs Sintomas associados Náuseas cíclicas Vômitos Distensão abdominal Diarreia Fadiga EXAME FÍSICO Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 9 Exame especular Toque vaginal Palpação abdominal EXAMES COMPLEMENTARES B-HCG USG pélvica Histerossalpinografia ou Sono-Histerografia Laparoscopia CONDUTA TERAPÊUTICA Medidas gerais Repouso Exercícios físicos regulares Sono adequado Alimentação balanceada Pobre em gorduras Ômega 3 Magnésio Vitamina E Zinco Vitamina B12 AINES 24 a 48 horas antes da menstruação Até 1 a 2 dias depois do início Progestinas Levonorgestrel Etonogestrel Ac. Medroxiprogesterona Agonistas do GnRH DIU hormonal Acupuntura Quiropraxia Acupressão Estimulação nervosa transcutânea Neurectomia Pré-Sacral Laparoscópica Dor intratável SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL DEFINIÇÃO Caracterizada pela ansiedade, depressão, labilidade emocional, irritabilidade, mastalgia, cefaleia que se iniciam entre 7 a 10 dias antes da menstruação e desaparecem após o seu início ETIOLOGIA Fatores endócrinos Hipoglicemia Hiperprolactinemia Excesso de aldosterona Deficiência de serotonina Predisposição genética Possível deficiência de magnésio e cálcio Flutuações nos níveis hormonais SINAIS E SINTOMAS Irritabilidade Agitação Ansiedade Raiva Insônia Dificuldade de concentração Fadiga intensa Mastalgia Retenção hídrica Letargia Dor lombar Peso em região pélvica Cefaleia Parestesia em extremidades Síncope Palpitações Diarreia ou obstipação Náuseas Alteração do apetite Vômitos Acnes Alergias Infecções respiratórias Alterações oftálmicas TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL Presença de sintomas graves no humor, que acontecem apenas na fase lútea do ciclo menstrual, desaparecendo após a menstruação Labilidade emocional Ansiedade intensa Pensamentos suicidas Ciclo Menstrual - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 10 Humor depressivo Irritabilidade DIAGNÓSTICO Oscilação acentuada do humor Pensamentos autodepreciativos Ansiedade acentuada Raiva ou irritabilidade acentuada Dificuldade de concentração Baixa energia Perda intensa de interesse pelas atividades habituais Insônia ou hiperinsônia Sintomas físicos da TPM Sensação de perda do controle ou de sobrecarga CONDUTA TERAPÊUTICA Medidas gerais Sono adequado Repouso Atividade física moderada, regular e relaxante Yoga Dieta Pobre em açúcares e gorduras Rica em frutas, legumes e fibras Cálcio Vitamina D Psicoterapia Evitar Bebidas alcoólicas Café Condimentos Sódio Fármacos AINEs ISRR Contraceptivos Diuréticos
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