Buscar

Direito Romano I - Posse - Helcio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Distinção entre posse e propriedade. 
Posse é o poder de fato sobre a coisa. A propriedade é domínio sobre a coisa. Há casos em que a 
proprietário não possui o poder de fato sobre a coisa. Quando ocorre uma locação, por exemplo, o 
proprietário deixa de ter a posse sobre o bem alugado.
Origens históricas:
Como surgiu a idéia de posse em Roma? Havia, antes da ideia 
de Possesio, a idéia de usus. O uso de algo durante muito 
tempo resultava na usocapião, que resultava em propriedade. 
A possessão (pot (prefixo que dá ideia de poder)+ sedene 
(seder)). Entende-se que a posse surgiu: inicialmente a 
propriedade pertencia aos gens (conglomerado de pessoas), 
depois passaram ao controle do Estado. O Estado fazia 
concessões de terras aos particulares para a exploração. 
Nesse caso, a propriedade (domínio) continuava do Estado e 
havia somente a posse pelo precarium (pessoa que alugava a 
terra, mas sem direitos sobre ela).
Aquele que tinha o poder de fato sobre a coisa, poderia recorrer ao pretor através do "interdito*".
Turbação: 
perturbação da 
posse (exemplo que 
a colega Beatriz fica 
pegando o livro da 
Luiza e rabiscando 
nele, perturbando-a) 
Nesse caso, há 
manutenção de 
posse.
Esbulho: roubo (exemplo da colega 
Beatriz que pega o livro de Luiza, ficando 
o mesmo sob sua posse). Nesse caso não 
há manutenção de posse.
Elementos da posse (não adianta ter só um):
Animus: demonstra que a pessoa tem a intenção de possuir (ter) a coisa - elemento subjetivo.
Corpus: possuir a coisa de fato - elemento objetivo.
Estes elementos são utilizados da seguinte maneira: "fulano tinha o animus do bem". Ou: "fulano tinha 
de fato o corpus da coisa".
(não é ter posse) Detenção: estar com a coisa fisicamente.
O possuidor é aquele que se considera dono da 
coisa. Há casos em que possuiu a coisa em nome 
do outro. Por exemplo, ao deixar a mala no 
vestiário, sob a supervisão de alguém. Esse 
alguém possui a posse, mas não possui a intenção 
de possuí-la. Nesse segundo caso ele possuiu a 
detenção da coisa. É importante frisar, portanto, 
que detenção é diferente de posse.
*Interdito é a tutela de proteção ao possuidor. Quem é possuidor tem já uma proteção garantida. 
Interdito é uma ação que visa a condenar o réu a restituir algo e cujo processo é mais rápido que o 
normal.
Não existe "penhorar", mas sim "empenhar". Empenhar 
uma jóia: você entrega jóias ao banco, eles emprestam o 
dinheiro equivalente e ficam com a jóia até que a dívida 
seja paga. A jóia serve como uma garantia.
Há uma conclusão de que o animus é preponderante ao corpus. Por exemplo: Danilo possui uma vaca. 
Num dado momento, esta vaca vai pastar no jardim vizinho, de Bruno. De quem é a posse? Uma vez que 
Bruno não possuía o animus sobre a vaca, ele não possui a posse sobre a vaca.
Possessio naturalis = detenção
Possessio civilis =
Possessio ad interdita = 
Posse de boa fé -
Posse justa e posse injusta
Posse ex justa causa
Posse ex injusta causa
Posse
sexta-feira, 29 de abril de 2011
10:18
 Helcio Page 1 
No início da sociedade romana, os bens imóveis eram públicos. O pater familias era um mero gestor da 
familia (conjunto de bens e escravos). 
Curiosidade histórica - quem foi o primeiro adquiridor da 
propriedade particular foram os plebeus, que reivindicaram a 
propriedade particular.
Propriedade pretoriana = honorária.
O que é isso?
Um ano depois que eu vendi uma propriedade eu reivindicava a propriedade. Os contratos muitas vezes 
eram feitos "de gaveta", ou seja feitos informalmente. Isso poderia prejudicar o comprador. Não sendo 
ele proprietário, tendo somente a posse, ele perdia o direito de reivindicatio sobre a propriedade.
O pretor romano não pode revogar as leis, pode apenas complementá -lo. Leis e costumes foram o iu 
civili. As decisões dos pretores são o iu honorario.
Várias vezes um réu, quando vai responder uma ação, tem três atitudes:
Ou confessa e ação termina logo ali.
Ou contesta, respondendo negando.
Ou pode trazer uma exceção processual - meio de defesa. Paralisar ação. (reivindicação de dolo)O pretor 
só poderia paralisar a ação por 1 ano, que era o tempo pelo qual ele possuía o cargo. No ano seguinte o 
novo pretor deveria fazer o mesmo. Mas, após dois anos, poderia haver propriedade por usucapião.
Mas poderia haver ainda outra coisa: o real proprietário poderia dar a propriedade a outra pessoa e esta 
poderia reivindicar. Neste caso, não havendo dolo, o possuidor não tem a defesa da exceptio doli.
Exceção de coisa vendida e entregue acabava com esta possibilidade.
Fazer a mancipatio é dar a 
propriedade.
Propriedade Pretoriana
sexta-feira, 6 de maio de 2011
10:26
 Helcio Page 2 
Há vários modos de adquirir propriedade. 
Os modos de aquisição da propriedade ou são originários ou são derivados. 
Derivados
Mancipatio - é a cerimônia para transferir coisa de grande valor a uma outra pessoa.1.
In iure cessio - cessão no tribunal. Se a mancipatio ficar difícil de fazer, é mais fácil ir até ao pretor. É 
uma simulação: ocorre uma ação de reivindicatio por parte do proprietário antigo e este admite que não 
é mais proprietário realmente.
2.
Traditio - Transferência real da propriedade. Entrega real do objeto. Entrega da posse com respectiva 
transferência da propriedade.
3.
Actio publicana - tradição simbólica: por meio da 
entrega de parte da mercadoria entrega-se toda 
ela (chave da casa, do carro, do armazém). Se a 
chave já foi entrega, já houve transição da 
propriedade.
Lunga mana. 
Propriamente dita. Entrega real do objeto.
Ficta
Tradicio bravi manu.
Constituto possserio. Cláusula 
na compra e venda que faz 
nascer a propriedade. 
Considerado como dado o 
objeto.
Os exemplos para traditio foram de bens imóveis - que só poderiam ser feitas a partir da mancipatio.
Como adquirir propriedade - I
sexta-feira, 6 de maio de 2011
10:47
 Helcio Page 3 
Modos originários Ocupação•
Invenção•
Acessio•
Especificação •
Ocupação bélica•
Caça e pesca•
"res derelicta"•
tesouro•
Móvel a imóvel•
Móvel a móvel > c. composta: não•
Móvel a móvel > c. unitário...•
Confusão • Líquidos•
sólidos•
Para ver a origem da propriedade no Brasil: no início havia 
capitanias e, portanto, as terras pertenciam todos ao Estado ou a 
Ordem de Cristo, organização religiosa que foi responsável pela 
descoberta do Brasil.
Mas, em que momento que as Terras passaram a ser da Coroa 
Portuguesa.
De acordo com o Direito Civil, as Terras se tornaram portuguesas 
por ocupação.
O Tratado de Tordesilhas, à luz do Direito Romano não 
funcionaria, pois não se pode determinar que algo é de alguém 
sem que haja ocupação.
Por exemplo, para que um peixe se torne sua propriedade, você 
deve pescá-lo, ou seja, deve ocupá-lo.
No caso de alguém que fere um peixe com um anzol, mas outro 
pescador o pega, de quem é o peixe? Do pescador que o pegou, 
pois ele ocupou o peixe. Quem ocupa primeiro é o proprietário.
Ocupação Bélica: as coisas dos inimigos são como se fossem coisas de ninguém. Não de pode pegar 
coisas de um estrangeiro. Mas pode-se pegar coisas de um inimigo declarado. Essa ocupação de coisas 
do inimigo é muito antiga. Conforme Roma vai expandindo, essa legislação mudou e quanto aos espólios 
de guerra, passaram a pertencer ao Estado.
Ocupação "res derelicta". Na classificação de coisa, há a coisa abandonada. Derrelito quer dizer 
abandonado. A partir do abandono aquele que pegar é dono. Abandonar, para o Direito, é um conceito 
técnico. Abandono, no Direito, não é deixar de cuidar, mas renunciar a coisa. Após haver a vontade de 
abandono, o primeiro que pegar a coisa se torna o proprietário. O momento da aquisição é após a 
vontade de abandono.
Sempre que alguém não quer algo, há um ritual do lixo: jogar na cesta. O problema do lixo: ter a certeza 
que foi jogado fora ou não. Paratanto, há rituais socialmente aceitos que indicam que aquilo foi jogado 
fora. Jogar algo num cesto com um plástico dentro é o mesmo que jogar fora. Os catadores de lixo de 
São Paulo; nem sempre se pode pegar o lixo. Supondo que você pegue o lixo para ver o que você quer o 
que você não quer. Atualmente, não se pode pegar lixo, pois transportar lixo é uma questão de saúde 
pública, cabendo ao Estado este transporte. Mexer no lixo alheio pode ser algo inconstitucional. Mexer 
no lixo alheio com a finalidade de investigar a vida alheia consiste numa violação ao direito à 
privacidade.
Ao achar dinheiro no chão, você não se torna 
o proprietário daquilo. O dever é procurar o 
proprietário e ainda receberá uma 
recompensa.
Dependendo do autor, ou o autor é uma espécie de ocupação, ou o tesouro é uma espécie de invenção. 
Supondo que o dono da coisa a esconda. Quem esconda uma coisa preciosa, acaba por formar um 
tesouro. Tesouro é um conjunto de coisas ocultas preciosas escondidas no passado que não há mais 
saber de quem pertence. A quem pertence o tesouro? Se o tesouro é encontrado numa propriedade de 
alguém, ele é divido entre quem achou e entre o dono da propriedade.
Quem encontra minério em terra alheia, tem 
privilégio do Estado para poder explorar, mas o 
minério é do Estado. Algo mais precioso pertenceu, 
inicialmente do dono do imóvel e depois do Estado.
Como adquirir propriedade - II
terça-feira, 10 de maio de 2011
07:32
 Helcio Page 4 
Há como renunciar a um bem imóvel?
Não vale somente a intenção de querer renunciar a um bem imóvel, como funciona como um bem 
móvel. Num bem imóvel é preciso é cerimônia para mostrar que o terreno passa a não ser de ninguém.
A usucapião. Transforma a posse em propriedade. Nasce para sanear um vício de forma jurídica. Se 
alguém renunciou ao terreno, alguém ocupou de boa fé, sem que isso fosse pagamento de dívida, sem 
que fosse herança, sem fosse vendido, etc. Tudo o que um possuidor de boa fé construir num terreno 
que possui a posse, ele será restituído se o proprietário voltar. 

A invenção é um modo de aquisição da propriedade. 
Pode renunciar a um escravo? Quem 
renunciar a um escravo, o primeiro 
que ocupar será o dono.
Supondo que estou plantando com sementes e algumas caem no vizinho. Se cair no solo e germinar, a 
semente vira acessório do solo e passa a ser propriedade do vizinho.
Aluvião: terra que é levada pelo rio e sai da sua propriedade. A areia passa a pertencer para onde ela 
foi.
Avulsão: terreno que anda pelo rio (pedaço de terra que se desprendeu). Passa a pertencer a quem for 
o dono do terreno em que o terreno parar.
Se surge uma ilha no mar no mar, vale o usucapião. 
Se surgir uma ilha no rio,vale quem for o dono do 
terreno do rio.
móvel imóvel
móvel móvel coisa composta
Se alguém usar meus pregos para consertar uma mesa, a pessoa precisa devolver os pregos para mim. 
Se eu pegar coisa para formar uma coisa composta, eu devo devolver a coisa. Não vale aqui aquela regra 
que diz que se uma coisa vira acessório de uma coisa maior (por exemplo, sementes que germinam em 
um solo, passam a pertencer ao solo).
Propriedade dormiente: propriedade que não 
pode ser reivindicada, pois está composta na 
propriedade de alguém. Por exemplo, uma viga 
que foi usada numa casa. Essa viga, se a casa vier 
a ruir volta para o seu proprietário original.
Fazer coisa nova com o material alheio: pegar barro para fazer tijolo, mármore para fazer escultura. A 
substância que dá essência > o ouro, ao ser utilizado para fazer um anel, não descaracteriza o ouro, só 
muda sua forma. O mesmo para o barro, o mesmo para o mármore (teoria materialista). Outros 
acreditam que o que dá essência a algo é sua forma (teoria da forma). Justiniano utilizou a seguinte 
solução: se a coisa puder voltar a coisa original, devolve-se, se não, não. Hoje em dia, se há trabalho 
investido na formação > valor agregado. Se o trabalho for ínfimo, devolve-se para o dono original.
Especificante aquele que fez a coisa nova.
Como adquirir propriedade - III
terça-feira, 10 de maio de 2011
08:15
 Helcio Page 5 
Propriedade
Co propriedade
Sobre coisas alheias
De gozo De garantia
servidões superfície
Hipoteca
Penhor
Fiducia 
Prediais pessoais
Usufruto
Uso
Habitações
Trabalho de escravo
Paene 
innumerabiles
utilitas
Causa perpetua
vincinitas
A servidão é uma e indivisível. A servidão prejudica todo imóvel alheio.
Direito Reais
sexta-feira, 20 de maio de 2011
10:24
 Helcio Page 6

Outros materiais