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Resumo - Direito Romano Parte Geral - 1º Semestre

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Prévia do material em texto

Parte	
  Geral	
  
	
   Introdução	
  
	
  
A	
  primeira	
  coisa	
  a	
  ser	
  ponderada	
  quando	
  se	
  estuda	
  o	
  Direito	
  Romano	
  nos	
  dias	
  de	
  hoje	
  seria	
  a	
  sua	
  
utilidade	
  para	
  nós.	
  A	
  resposta	
  é	
  clara:	
  O	
  Direito	
  Romano	
  foi	
  a	
  base	
  da	
  qual	
  derivou	
  o	
  nosso	
  Direito	
  atual.	
  
Entretanto,	
   seria	
   só	
   isso?	
   É	
   claro	
   que	
   não.	
   Além	
   do	
   estabelecimento	
   de	
   uma	
   relação	
   com	
   o	
  
passado,	
  o	
  Direito	
  Romano	
  se	
  consagra	
  pela	
  aplicação	
  de	
  soluções	
  práticas,	
  e	
  muito	
  dele	
  se	
  manteve	
  no	
  
atual	
  ordenamento,	
  em	
  partes	
  como	
  a	
  do	
  Direito	
  das	
  Obrigações,	
  de	
  Propriedade,	
  Família	
  e	
  Sucessões.	
  
	
  
Períodos	
  do	
  Direito	
  Romano	
  
	
  
	
  
1) Período	
  Pré-­‐Clássico	
  (Arcaico)	
  
Marcado	
  pelo	
  rigor	
  e	
  formalismo,	
  além	
  de	
  ser	
  consideravelmente	
  primitivo	
  ainda.	
  As	
  funções	
  do	
  
Estado	
   eram	
   limitadas	
   ao	
   que	
   fosse	
   essencial	
   à	
   sua	
   sobrevivência,	
   como	
   guerras	
   e	
   regras	
   religiosas.	
   O	
  
Direito	
   era	
   baseado	
   nos	
   costumes	
   dos	
   povos,	
   pautado	
   na	
   religião	
   e	
   aplicado	
   pelos	
   pontífices.	
   Era	
  
constituído,	
  portanto,	
  por	
  dois	
  sistemas:	
  os	
  costumes	
  (Iura)	
  e	
  as	
  leis	
  escritas	
  (Legis).	
  
	
   Deve-­‐se	
   ressaltar	
   que	
   data	
   desse	
   período	
   a	
   criação	
   da	
   Lei	
   das	
   12	
   Tábuas,	
   a	
  mais	
   importante	
   e	
  
primeira	
   a	
   ser	
   sistematizada,	
   considerada	
   fons	
   omnis	
   publici	
   privatique	
   iuris,	
   ou	
   seja,	
   fonte	
   de	
   todo	
   o	
  
direito.	
  
	
  
2) Período	
  Clássico	
  
Menos	
   rigor	
   e	
   formalismo	
   do	
   período	
   anterior,	
   com	
   inovações	
   em	
   grande	
   parte	
   devido	
   ao	
  
trabalho	
  dos	
  magistrados	
   e	
   jurisconsultos	
   que,	
   sem	
  modificar	
   as	
   regras,	
   interpretavam	
  as	
  mesmas	
  para	
  
atender	
  as	
  exigências	
  dos	
  caos	
  práticos	
  de	
  maneira	
  inovadora.	
  	
  
É	
   importante	
   ressaltar	
  as	
   funções	
  do	
  pretor,	
  que	
  era	
  cuidar	
  da	
  primeira	
   fase	
  do	
  processo	
  entre	
  
particulares,	
  verificando	
  alegações	
  e	
  fixando	
  limites.	
  Ele	
  então	
  delegava	
  o	
  caso	
  a	
  um	
  juiz,	
  que	
  verificava	
  a	
  
procedência	
   das	
   provas	
   e	
   tomava	
   sua	
   decisão.	
   O	
   pretor,	
   como	
   tinha	
   um	
   amplo	
   poder	
   de	
   mando	
  
(imperium),	
   podia	
   dar	
   instruções	
   ao	
   juiz	
   sobre	
   como	
   apreciar	
   as	
   questões	
   de	
   direito,	
   ou	
   seja,	
   aplicar	
   o	
  
direito	
   segundo	
   sua	
   interpretação	
   individual.	
  O	
   cargo	
   pretoriano	
   era	
   anual,	
   e	
   as	
   diretrizes	
   dos	
  mesmos	
  
eram	
  publicadas	
  em	
  Editos.	
  	
  
A	
   interpretação	
  da	
   regra	
  era	
  dever	
  dos	
   juristas,	
  que	
  adaptava	
  as	
  antigas	
  e	
  criava	
  novas	
  normas	
  
em	
   uma	
   importante	
   atividade	
   jurisprudencial.	
   Os	
   jurisconsultos	
   davam	
   pareceres,	
   instruíam	
   as	
   partes	
  
sobre	
  como	
  agir	
  e	
  orientavam	
  os	
  leigos.	
  
	
  
3) Período	
  Pós	
  Clássico	
  	
  
Decadência	
  e	
  surgimento	
  das	
  compilações	
  e	
  codificações	
  gerais,	
  após	
  uma	
  fixação	
  definitiva	
  das	
  
normas	
   vigentes.	
   Destaque	
   para	
   o	
   Imperador	
   Justiniano.	
   Criação	
   do	
   Codex	
   (normas	
   imperiais),	
   Digesto	
  
(Jurisprudência),	
   Institutas	
   (Manual	
   didático)	
   e	
   Novelas	
   (Novas	
   normas	
   imperiais)	
   	
   e	
   o	
   conjunto	
   foi	
  
batizado	
  de	
  Corpus	
  Iuris	
  Civilis.	
  
	
  
Conceito	
  de	
  Direito	
  e	
  Classificações	
  
	
  
O	
   conceito	
   de	
  Norma	
   agendi	
   é	
   o	
   conceito	
   de	
   regra	
  
jurídica,	
  o	
  preceito	
  abstrato	
  que	
  regula	
  um	
  comportamento	
  na	
  
sociedade	
   por	
   meio	
   da	
   coercitividade	
   atribuída	
   pela	
   própria	
  
sociedade,	
  enquanto	
  a	
  facultas	
  agendi	
  é	
  o	
  poder	
  de	
  exigir	
  um	
  
comportamento	
  alheio.	
  
Período	
  Pré-­‐Clássico	
  	
  (VII	
  -­‐	
  II	
  a.C.)	
   Período	
  Clássico	
  	
  (até	
  o	
  III	
  d.C.)	
   Período	
  Pós-­‐Clássico	
  	
  (até	
  o	
  VI	
  d.C.)	
  
Direito	
  Objetivo	
  
Norma	
  agendi	
   Direito	
  Subjetivo	
  Facultas	
  agendi	
  
Em	
   relação	
   ao	
   Direito	
   Objetivo,	
   o	
   Estado	
   interfere	
   para	
   que	
   o	
   preceito	
   seja	
   obedecido,	
   determinando	
   uma	
  
sanção	
  para	
  a	
  transgressão	
  da	
  norma,	
  sendo	
  ela	
  de	
  nulidade	
  (invalida	
  o	
  ato)	
  ou	
  de	
  penalidade	
  (punitiva)	
  
A	
   lei	
  que	
  estabelece	
  uma	
  sanção	
  de	
  nulidade	
  é	
   chamada	
  de	
   lex	
  perfecta,	
   lei	
  perfeita.	
  A	
   lei	
  que	
  comina	
  numa	
  
punição	
  sem	
  invalidar	
  o	
  ato	
  é	
  a	
  lex	
  minus	
  quam	
  perfecta	
  enquanto	
  a	
  que	
  não	
  gera	
  	
  sancão	
  é	
  a	
  lex	
  imperfecta.	
  
Já	
  o	
  Direito	
  Subjetivo	
  é	
  o	
  lado	
  ativo	
  de	
  uma	
  relação	
  jurídica,	
  e	
  é	
  dividido	
  em	
  dois	
  grupos:	
  os	
  direitos	
  reais	
  e	
  as	
  
obrigações.	
  Os	
  Direitos	
  Reais	
   sao	
  direitos	
  que	
  conferem	
  um	
  poder	
  absoluto	
   sobre	
  as	
   coisas	
  do	
  mundo	
  externo,	
   sendo	
  
erga	
  omnes,	
  ou	
  seja,	
  valendo	
  contra	
  todos.	
  Os	
  direitos	
  obrigacionais	
  existem	
  apenas	
  entre	
  o	
  credor	
  e	
  o	
  devedor.	
  
	
   	
  	
  
	
  
Em	
  relação	
  às	
  classificações	
  pode-­‐se	
  distinguir:	
  
	
  	
  
A	
  divisão	
  primordial	
  é	
  a	
  feita	
  entre	
  
o	
   ius	
   civile,	
   válido	
   apenas	
   para	
   os	
   cidadão	
  
romanos	
   (e	
   por	
   isso	
   chamado	
  às	
   vezes	
   de	
  
ius	
   quiritium)	
  e	
  o	
   ius	
   gentium,	
   válido	
   para	
  
todos,	
   incluindo	
   cidadãos	
   e	
   estrangeiros	
  
em	
   Roma.	
   Há	
   a	
   referência	
   ainda	
   ao	
   ius	
  
naturale,	
   com	
   regras	
   comuns	
   a	
   todos	
   os	
  
seres	
  vivos.	
  
O	
   ius	
   honorarium	
   seria	
   o	
   direito	
  
elaborado	
   pelo	
   pretor	
   com	
   seu	
   imperium,	
  
que	
  se	
  diferenciava	
  do	
   ius	
  civile,	
  tendo	
  em	
  
vista	
   que	
   esse	
   vinha	
   das	
   leis,	
   costumes,	
  
plesbicitos,	
  etc.	
  
	
  
Já	
  em	
  relação	
  às	
  classificações	
  sistemáticas,	
  pode-­‐se	
  estabelecer	
  a	
  diferenciação	
  entre	
  o	
  ius	
  publicum	
  e	
  ius	
  
privatum,	
  direito	
  público	
  e	
  direito	
  privado,	
  sendo	
  que	
  o	
  primeiro	
  regulava	
  a	
  atividade	
  do	
  Estado,	
  sua	
  relação	
  com	
  
particularese	
   com	
  outros	
   Estados	
  e	
  o	
   segundo	
   regulava	
  os	
   atos	
   entre	
  particulares.	
   Também	
  se	
  diferencia	
  o	
   ius	
  
cogens	
  do	
  ius	
  dispositivum,	
  cogente	
  sendo	
  o	
  que	
  tem	
  aplicação	
  absoluta,	
  independente	
  de	
  vontade	
  das	
  partes	
  e	
  o	
  
dispositivo,	
   por	
   sua	
   vez,	
   podendo	
   ter	
   regras	
   postas	
   de	
   lado	
   ou	
   modificadas	
   pela	
   vontade,	
   pois	
   havia	
   certa	
  
autonomia	
  de	
  vontade	
  dos	
  particulares.	
  
Por	
   fim,	
   a	
  diferenciação	
  do	
   ius	
   commune	
  e	
   ius	
   singulare,	
   diferenciando	
  as	
   regras	
  que	
   tinham	
  aplicação	
  
igual	
  a	
   todas	
  as	
  pessoas	
  e	
  situações	
  nela	
  previstas	
  das	
  que	
  eram	
  somente	
  aplicáveis	
  a	
  um	
  determinado	
  grupo	
  e	
  
situações	
  específicas.	
  
	
  
Fontes	
  do	
  Direito	
  
	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Costume	
  –	
   obediência	
   constante	
   e	
   espontânea	
  de	
   determinadas	
   normas	
   na	
   sociedade	
  por	
   longuíssimo	
  
tempo	
  e	
  pela	
  vontade	
  de	
  todos.	
  Principal	
  fonte	
  do	
  período	
  Arcaico.	
  
Lei	
   –	
   norma	
   escrita	
   e	
   promulgada	
   pelo	
   órgão	
   competente,	
   deliberadas	
   por	
  manifestações	
   coletivas	
   do	
  
povo,	
  podendo	
  ser	
  feito	
  em	
  comícios	
  ou	
  em	
  plesbiscitos,	
  dos	
  quais	
  só	
  participava	
  a	
  plebe.	
  
Jurisprudência	
  –	
  pareceres	
  dos	
   jurisconsultos	
  que	
  vinculavam	
  a	
  decisão	
  do	
   juiz,	
  a	
  não	
  ser	
  que	
  houvesse	
  
outro	
   de	
   igual	
   valor	
   (tendo	
   em	
   vista	
   que	
   o	
   Imperador	
   definiu	
   os	
   jurisconsultos	
   que	
   eram	
   mais	
   conhecidos	
   e	
  
conferiu	
  a	
  eles	
  o	
  privilégio	
  de	
  dar	
  pareceres	
  sobre	
  tais	
  questões).	
  
Éditos	
  –	
  Pareceres	
  emitidos	
  pelos	
  magistrados	
  que	
  ditavam	
  como	
  procederiam	
  na	
  aplicação	
  da	
  lei.	
  
Constituições	
  Imperiais	
  –	
  atos	
  do	
  Imperador	
  que	
  tinham	
  força	
  de	
  lei.	
  
Senatus-­‐consulto	
  –	
  Decisões	
  tomadas	
  pelo	
  Senado.	
  
	
  
Aplicação	
  da	
  Norma	
  Jurídica	
  
A	
  norma	
   jurídica	
  apresenta	
  disposições	
  abstratas	
  a	
  serem	
  aplicadas	
  em	
  casos	
  concretos.	
  Portanto,	
  para	
  
aplicar	
  uma	
  norma,	
  precisa-­‐se	
  conhece-­‐la	
  e	
  conhecer	
  o	
  fato	
  concreto	
  e	
  então	
  estabelecer	
  o	
  verdadeiro	
  sentido	
  e	
  
alcance	
  do	
  seu	
  texto	
  por	
  meio	
  da	
  interpretação,	
  seja	
  ela	
  teleológica,	
  gramatical,	
  sistemática	
  ou	
  histórica.	
  
Diversidade	
  do	
  Destinatário	
  
ius	
  civile	
  
ius	
  honorarium	
  
ius	
  
extraordinarium	
  
ius	
  gentium	
   ius	
  naturale	
  
Órgãos	
  que	
  tem	
  a	
  função/	
  poder	
  de	
  criar	
  normas	
  
Quando	
  não	
  há	
  um	
  preceito	
  abstrato	
  determinado	
  para	
  um	
  caso	
  concreto,	
  usa-­‐se	
  a	
   chamada	
  analogia,	
  
que	
   pode	
   ser	
   a	
  analogia	
   legis	
  ou	
   a	
  analogia	
   iuris,	
   sendo	
   que	
   a	
   primeira	
   estende	
   a	
   aplicação	
   da	
   lei	
   a	
   fatos	
   não	
  
previstos	
  e	
  a	
  segunda	
  cria	
  uma	
  nova	
  norma	
  com	
  base	
  nos	
  princípios	
  gerais	
  vigentes.	
  
Na	
  maioria	
  dos	
  casos,	
  os	
  fatos	
  são	
  comprovados	
  pelos	
  mais	
  variados	
  tipos	
  de	
  provas	
  permitidas	
  por	
   lei.	
  
Porém,	
   há	
   dois	
   casos	
   em	
   que	
   não	
   há	
   a	
   necessidade	
   de	
   provas,	
   sendo	
   aceitos	
   fatos	
   prováveis	
   ou	
   até	
   mesmo	
  
inverídicos:	
  
• Presunção	
  -­‐	
  aceitação	
  como	
  verdadeiro	
  de	
  um	
  fato	
  provável	
  (como	
  é	
  o	
  caso	
  do	
  filho	
  nascido	
  entre	
  180	
  e	
  300	
  
dias	
  após	
  a	
  convivência	
  conjugal,	
  que	
  é	
  presumido	
  como	
  legítimo).	
  Há	
  a	
  presunção	
  simples,	
  na	
  qual	
  	
  admite-­‐
se	
  contraprova,	
  que	
  é	
  o	
  que	
  ocorre	
  na	
  maioria	
  dos	
  casos,	
  mas	
  ha	
  também	
  a	
  presunção	
  absoluta	
  (de	
  direito),	
  
que	
  não	
  admite	
  prova	
  em	
  contrário	
  (como	
  é	
  o	
  caso	
  do	
  filho	
  nascido	
  além	
  de	
  300	
  dias	
  da	
  morte	
  do	
  pai,	
  que	
  é	
  
considerado	
  ilegítimo).	
  	
  
Na	
  presunção	
  simples,	
  ocorre	
  uma	
  inversão	
  do	
  ônus	
  da	
  prova	
  
• Ficção	
   -­‐	
   consideração	
  de	
  um	
   fato	
   inverídico	
   como	
  verdadeiro	
   (	
   como	
  é	
  o	
   caso	
  do	
   cidadão	
   romano	
  que	
   cai	
  
prisioneiro	
  do	
  inimigo	
  e	
  em	
  seu	
  poder	
  more,	
  e	
  é	
  considerado	
  morto	
  antes	
  de	
  ser	
  capturado)	
  
	
  
Em	
   relação	
   á	
   eficácia	
   da	
  norma	
  em	
   relação	
   ao	
   tempo,	
   a	
   norma	
   jurídica	
   entra	
   em	
  vigor	
   na	
  data	
  de	
   sua	
  
promulgação	
  ou	
  quando	
  estiver	
  explicitada	
  a	
  data	
  em	
  que	
  ocorrerá	
  o	
   inicio	
  da	
  vigência.	
  A	
  norma	
  admitia	
  efeito	
  
retroativo	
  caso	
  o	
  legislador	
  quisesse,	
  mas	
  não	
  afetava	
  casos	
  já	
  sentenciados	
  ou	
  com	
  acordo	
  entre	
  as	
  partes	
  para	
  
não	
  ferir	
  o	
  direito	
  adquirido.	
  
A	
  regra	
  jurídica	
  seria	
  aplicável	
  a	
  todos	
  e	
  não	
  conhecê-­‐la	
  não	
  isentava	
  a	
  pessoa	
  das	
  sanções,	
  menos	
  no	
  caso	
  
de	
  menores	
  de	
  25	
  anos,	
  mulheres,	
  soldados	
  e	
  camponeses.	
  
A	
  norma	
  não	
  produz	
  mais	
   efeitos	
  quando	
  perde	
  a	
   vigência,	
   ou	
   seja,	
   quando	
  acaba	
  o	
  prazo	
  de	
   vigência	
  
estipulado,	
  por	
  lei	
  contrária	
  ou	
  pelo	
  costume	
  (o	
  desuso	
  não	
  abolia	
  expressamente).	
  
	
  
Sujeitos	
  do	
  Direito	
  
	
  
No	
  Direito	
  Romano,	
   são	
  sujeitos	
  do	
  direito	
  as	
  pessoas	
  que	
  podem	
  ter	
   relações	
   jurídicas,	
  ou	
  seja,	
   tem	
  o	
  
direito	
  subjetivo	
  no	
  sentido	
  de	
  poderem	
  cobrar	
  determinado	
  comportamento	
  e	
  de	
  serem	
  cobrados	
  também.	
  No	
  
caso,	
  as	
  pessoas	
  físicas	
  e	
  as	
  pessoas	
  jurídicas.	
  
Pessoa	
   Física	
   é	
   a	
   pessoa	
   natural,	
   ou	
   seja,	
   o	
   homem,	
   com	
   sua	
   existência	
   iniciada	
   no	
   nascimento,	
  
considerando-­‐se,	
  entretanto,	
  ele	
  já	
  vivo	
  	
  para	
  fins	
  a	
  ele	
  vantajosos	
  (o	
  natimorto,	
  ou	
  seja,	
  o	
  aborto,	
  e	
  o	
  monstro	
  não	
  
eram	
  considerados	
  pessoas	
  para	
  o	
  direito).	
  A	
  existência	
  era	
  extinta	
  com	
  o	
  fim	
  da	
  vida,	
  não	
  havendo	
  presunção	
  ou	
  
declaração	
   de	
   morte	
   por	
   desaparecimento,	
   nem	
   registro	
   civil,	
   havendo	
   a	
   necessidadede	
   prova	
   por	
   parte	
   do	
  
interessado.	
  
	
  
Um	
  homem	
   teria	
  Capacidade	
   Jurídica	
   de	
   Gozo,	
   ou	
  Capacidade	
   de	
   Direito	
   quando	
   fosse	
   apto	
   para	
   ser	
  
sujeito	
  de	
  direitos	
  e	
  obrigações.	
  Hoje	
  em	
  dia,	
  isso	
  ocorre	
  igualmente	
  para	
  todos	
  os	
  homens	
  desde	
  o	
  nascimento,	
  
entretanto,	
  no	
  direito	
  romano,	
  havia	
  algumas	
  condições	
  para	
  se	
  ter	
  a	
  capacidade	
  jurídica	
  completa.	
  
	
  
Em	
  relação	
  ao	
  status	
  libertatis,	
  os	
  homens	
  poderiam	
  ser	
  livres	
  
os	
  escravos,	
  sendo	
  que	
  os	
  últimos	
  não	
  podiam	
  ser	
  sujeitos	
  de	
  direito,	
  e	
  
sim	
   apenas	
   objetos	
   de	
   relações	
   jurídicas,	
   ou	
   seja,	
   não	
   podiam	
   ter	
  
direitos,	
   obrigações	
  nem	
   relações	
   familiares.	
   As	
   origens	
   da	
   escravidão	
  
romana	
  dentro	
  do	
  ius	
  gentium	
  remontam	
  da	
  guerra,	
  sendo	
  os	
  inimigos	
  
capturados,	
   escravos.	
   Além	
   disso,	
   os	
   estrangeiros	
   de	
   países	
   não	
  
reconhecidos	
   por	
   Roma	
   eram	
   considerados	
   escravos	
   também,	
   e	
   o	
  
mesmo	
   ocorria	
   com	
   o	
   romano	
   que	
   caísse	
   nas	
   mãos	
   do	
   inimigo.	
  
Também	
  era	
  escravo	
  o	
  filho	
  de	
  uma	
  escrava,	
  independente	
  da	
  posição	
  
social	
  do	
  pai,	
   sendo	
  ele	
   liberto	
  se,	
  em	
  algum	
  momento	
  da	
  gestação,	
  a	
  
mãe	
  estivesse	
  livre.	
  Quanto	
  ao	
  ius	
  civile,	
  as	
  causas	
  são	
  as	
  mais	
  variadas,	
  
passando	
   desde	
   o	
   flagrante	
   de	
   roubo	
   até	
   a	
   não	
   apresentação	
   no	
  
exército.	
  O	
  escravo	
  poderia	
  ser	
   liberto	
  apenas	
  por	
  disposição	
  de	
  lei	
  ou	
  
pelo	
  manumissio,	
   sendo	
   os	
   possíveis	
   tipos	
   o	
  manumissio	
   vindicta,	
   que	
   nada	
   mais	
   era	
   do	
   que	
   a	
   utilização	
   do	
  
processo	
   judicial,	
  o	
  manumissio	
  censu,	
  quando	
  o	
  escravo	
  era	
   incluso	
  na	
   lista	
  do	
  recenseamento	
  e	
  o	
  manumissio	
  
testamento,	
  no	
  qual	
  o	
  desejo	
  do	
  dono	
  de	
   libertar	
  o	
  escravo	
  era	
  expresso	
  no	
  testamento.	
  Por	
  fim,	
  há	
  a	
  distinção	
  
entre	
   os	
   estados	
   de	
   liberdade	
   do	
   ingênuo	
   e	
   do	
   liberto,	
   sendo	
   o	
   ingênuo	
   o	
   que	
   nunca	
   tinha	
   sido	
   escravo	
   ou	
   o	
  
Condiç
ões	
  par
a	
  a	
  Cap
acidad
e	
  
Jurídic
a	
  Comp
leta	
   Status	
  Libertatis	
  
Status	
  Civitatis	
  
Status	
  Familiae	
  
cidadão	
  romano	
  que,	
  após	
  perder	
  a	
  liberdade	
  (capturado	
  por	
  estrangeiros,	
  e.g.),	
  a	
  tinha	
  de	
  volta	
  retroativamente	
  
(postliminium)	
  e	
  tendo	
  o	
  liberto	
  direitos	
  políticos	
  limitados.	
  
Quando	
  ao	
  status	
  civitatis:	
  
	
  
"Civis"	
  -­‐	
  cidadão	
  romano,	
  plena	
  Capacidade	
  Jurídica	
  de	
  Direito.	
  Possuía:	
  	
  
• 	
  "ius	
  commerce"	
  -­‐	
  capacidade	
  de	
  realizar	
  atos	
  patrimoniais.	
  	
  
• 	
  "ius	
  conubii"	
  -­‐	
  capacidade	
  de	
  constituir	
  família	
  legalmente.	
  	
  
• 	
  "testamenti	
  factio"	
  -­‐	
  capacidade	
  de	
  fazer	
  testamento	
  e	
  de	
  ser	
  herdeiro.	
  
• 	
  "ius	
  action"	
  -­‐	
  capacidade	
  de	
  ser	
  parte	
  em	
  um	
  processo.	
  
• 	
  "ius	
  suffragii"	
  -­‐	
  capacidade	
  de	
  votar	
  nos	
  comícios.	
  	
  
• 	
  "ius	
  honorium"	
  -­‐	
  capacidade	
  de	
  ser	
  eleito	
  para	
  um	
  cargo	
  da	
  magistratura.	
  
	
  "Latinus"	
  -­‐	
  habitantes	
  do	
  Lácio,	
  exceto	
  de	
  Roma.	
  	
  
• "latinus	
  priscus"	
  -­‐	
  habitantes	
  das	
  colônias	
  antigas.	
  	
  
• 	
  "latinus	
  coloniarus"	
  -­‐	
  habitantes	
  de	
  colônias	
  recentes.	
  	
  
• 	
  "latinus	
  juniarus"	
  -­‐	
  escravos	
  libertos	
  pelos	
  modos	
  dos	
  "ius	
  honorarium"	
  
	
  "Peregrinus"	
  -­‐	
  estrangeiros	
  propriamente	
  ditos	
  que	
  estavam	
  subordinados	
  ao	
  Império	
  Romano.	
  
• 	
  "alicuius	
  civitatis"	
   -­‐	
   regiam-­‐se	
  pelo	
  "ius	
  gentium",	
  direitos	
  comuns	
  aos	
  romanos	
  e	
  aos	
  estrangeiros,	
  e	
  por	
  
suas	
   regras	
   próprias.	
   Habitantes	
   de	
   regiões	
   dominadas	
   que	
   mantinham	
   suas	
   cidades	
   e	
   suas	
   regras	
  
jurídicas	
  intactas.	
  
• 	
  "dediticio"	
  -­‐	
  estrangeiros,	
  que	
  por	
  resistirem	
  à	
  dominação,	
  tiveram	
  suas	
  cidades	
  e	
  suas	
  estruturas	
  jurídicas	
  
destruídas.	
  Estavam	
  sujeitos	
  apenas	
  ao	
  "ius	
  gentium".	
  
	
  
	
   Assim,	
  no	
  sentido	
  da	
  reta	
  a	
  capacidade	
  jurídica	
  de	
  gozo	
   ia	
  diminuindo	
  cada	
  vez	
  mais,	
  saindo	
  da	
  plena	
  até	
  
chegar	
  aos	
  estrangeiros	
  que	
  ficavam	
  sujeitos	
  apenas	
  ao	
  ius	
  gentium.	
  
	
   Logo,	
   para	
   ter	
   a	
   plena	
   capacidade	
   jurídica	
   de	
   gozo,	
   além	
   de	
   ser	
   livre	
   (ingênuo)	
   e	
   civil,	
   haveria	
   o	
   status	
  
familiae,	
   pelo	
   qual	
   teria	
   a	
   plena	
   capacidade	
   jurídica	
   de	
   gozos	
   os	
   sui	
   iuris,	
   ou	
   seja,	
   aqueles	
   que	
   fossem	
  
independentes	
  do	
  pátrio	
  poder.	
  A	
  sociedade	
  romana	
  era	
  baseada	
  no	
  poder	
  do	
  paterfamilias,	
  ou	
  seja,	
  o	
  ascendente	
  
masculino	
   mais	
   velho	
   vivo	
   da	
   família.	
   Esse	
   era	
   sui	
   iuris,	
   ou	
   seja,	
   detentores	
   do	
   próprio	
   direito,	
   bem	
   como	
   as	
  
mulheres	
  não	
  vinculadas	
  a	
  um	
  paterfamilias	
  (havendo	
  nesse	
  caso,	
  entretanto,	
  limitações	
  à	
  capacidade	
  jurídica).	
  Os	
  
que	
  ainda	
  eram	
  vinculados	
  ao	
  pátrio	
  poder	
  eram	
  alieni	
  iuris	
  e	
  não	
  podiam	
  ter	
  patrimônio	
  próprio	
  nem	
  fazer	
  o	
  seu	
  
próprio	
  testamento.	
  
	
   OBS.:	
   Além	
   disso,	
   o	
   “monstro”	
   também	
   não	
   tem	
   capacidade	
   jurídica,	
   e	
   há	
   a	
   necessidade	
   de	
   haver	
  
vitalidade,	
   ou	
   seja,	
   o	
   recém	
   nascido	
   ser	
   viável,	
   senão	
   é	
  
considerado	
  natimorto.	
  
	
  
	
   Assim,	
  via	
  de	
   	
   regra,	
  a	
  situação	
  da	
  pessoa	
  
em	
   relação	
   à	
   capacidade	
   jurídica	
   de	
   gozo	
   era	
   definida	
  
pelos	
   três	
   status.	
  Se	
  houvesse	
  alteração	
  em	
  um	
  dos	
   três,	
  
ocorria	
  a	
  chamada	
  capitius	
  diminuto,	
  que	
  poderia	
  ser:	
  
	
  
	
   Já	
   em	
   relação	
   à	
   Capacidade	
   de	
   Fato,	
   no	
  
direito	
   moderno	
   as	
   restrições	
   dizem	
   respeito	
   à	
  
idade	
  e	
  sanidade	
  mental	
  apenas.	
  No	
  Direito	
  Romano,	
  para	
  se	
  ter	
  capacidade	
  de	
  fato,	
  ou	
  seja,	
  capacidade	
  para	
  agir	
  
em	
  nome	
  próprio	
  emuma	
  relação	
  jurídica,	
  dependia	
  da	
  idade,	
  do	
  sexo,	
  da	
  sanidade	
  mental	
  e	
  da	
  prodigalidade.	
  
	
   Em	
  relação	
  à	
  idade:	
  
Os	
   impúberes	
   eram	
   mulheres	
   menores	
   de	
   12	
   e	
  
homens	
   menores	
   de	
   14	
   anos,	
   sendo	
   que	
   eram	
  
considerados	
   infantes,	
   ou	
   seja,	
   totalmente	
  
incapazes	
  se	
  tivessem	
  menos	
  de	
  7	
  anos.	
  Se	
  fossem	
  
infantis	
   maioris	
   eram	
   parcialmente	
   capazes,	
   ou	
  
seja,	
   poderiam	
   praticar	
   atos	
   jurídicos	
   que	
   não	
  
lesassem	
   seu	
   patrimônio	
   e	
   que	
   não	
   os	
  
prejudicassem.	
  Os	
  púberes	
  tinham	
  total	
  capacidade	
  
de	
  fato.	
  
	
   As	
   mulheres	
   também	
   eram	
   relativamente	
  
incapazes,	
   sendo	
   capazes	
   apenas	
   para	
   acoes	
   não	
  
maximum	
  escravidão:	
  perde	
  tosos	
  os	
  status	
  
medium	
  naturalização	
  ou	
  exílio:	
  perde	
  
status	
  familiae	
  e	
  
civitatis	
  
minimum	
  adoção:	
  perde	
  
status	
  familiae	
  
ClassiIi
cações
	
  
Impúbere	
   Infante	
  
Infantis	
  maioris	
  Púbere	
  
danosas	
  ao	
  seu	
  patrimônio,	
  havendo	
  a	
  necessidade	
  de	
  um	
  tutor	
  que	
  representasse	
  seus	
  atos.	
  
	
   Os	
   loucos	
   eram	
   totalmente	
   incapazes,	
   e	
   aqueles	
   que	
   dilapidassem	
   seu	
   patrimônio	
   eram	
   parcialmente	
  
capazes.	
  Ambos	
  necessitavam	
  um	
  curador.	
  
	
  
Objetos	
  de	
  Direito	
  
	
  
	
   São	
  todos	
  os	
  objetos	
  com	
  valor	
  econômico	
  que	
  podem	
  ser	
  usados	
  em	
  relações	
  jurídicas.	
  Podemos	
  dividir	
  as	
  
res	
  in	
  commercio	
  (comerciáveis)	
  das	
  extra	
  commercio	
  (que	
  não	
  podem	
  ser	
  comerciadas),	
  sendo	
  essas	
  últimas:	
  
As	
   res	
   divini	
   iuris	
   eram	
   classificadas	
   assim	
   por	
  
suas	
   funções	
   religiosas,	
   fossem	
   elas	
   coisas	
  
sagradas	
   (destinadas	
   ao	
   culto	
   dos	
   deuses	
  
superiores,	
   como	
   templos),	
   religiosas	
   (túmulos)	
  
ou	
   santas	
   (protegidas	
   pelos	
   deuses,	
   como	
   os	
  
muros	
   e	
   portões	
   das	
   cidades).	
   Já	
   a	
   res	
   humani	
  
iuris	
  dizia	
  respeito	
  às	
  coisas	
  que	
  eram	
  colocadas	
  
fora	
  de	
  comercialização	
  por	
  fatores	
  de	
  natureza	
  
humana,	
   sendo	
   elas	
   públicas	
   (do	
   Estado,	
   como	
  
ruas,	
   etc.)	
   ou	
   comuns	
   a	
   todos	
   (que	
   não	
  
poderiam	
  ser	
  apropriadas	
  pelos	
  particulares	
  me	
  
sua	
  totalidade	
  por	
  pertencerem	
  à	
  natureza).	
  
	
  
Há	
   a	
   divisão	
   entre	
   coisas	
   corpóreas,	
   que	
   se	
   apresentam	
   como	
   entidades	
   concretas,	
   que	
   podem	
   ser	
  
percebidas	
   	
   pelos	
   sentidos	
   e	
   as	
   não	
   corpóreas,	
   	
   que	
   só	
   poderiam	
   ser	
   percebidas	
   pelo	
   intelecto.	
   De	
   fato,	
   essa	
  
distinção	
  servia	
  mais	
  para	
  diferenciar	
  as	
  coisas	
  (corpóreas)	
  dos	
  direitos	
  (incorpóreos).	
  
As	
  coisas	
  consideradas	
  res	
  mancipi	
  necessitavam	
  um	
  processo	
  formal	
  para	
  sua	
  alienação,	
  ou	
  seja,	
  para	
  se	
  
tornar	
  de	
  outra	
  pessoa,	
   fosse	
  por	
   venda,	
   comodato,	
  etc.	
  Precisava	
  de	
  um	
  ato	
  de	
  mancipatio	
   (caso	
  dos	
   imóveis,	
  
escravos,	
  animais),	
  enquanto	
  a	
  alienação	
  das	
  	
  res	
  nec	
  mancipi	
  era	
  feita	
  pela	
  traditio.	
  
A	
  divisão	
  entre	
  coisa	
  fungível	
  e	
  infungível	
  é	
  que	
  as	
  primeiras	
  podem	
  ser	
  substituídas	
  por	
  outra	
  do	
  mesmo	
  
gênero,	
  qualidade	
  e	
  quantidade	
  (arroz,	
  farinha,	
  metal,	
  etc.)	
  enquanto	
  as	
  segundas	
  não,	
  	
  pois	
  são	
  especificamente	
  
consideradas,	
   tendo	
   características	
   que	
   impedissem	
   tal	
   substituição	
   (escravos,	
   	
   estátuas,	
   etc.).	
   É	
   feita	
   a	
  
diferenciação	
   entre	
   coisas	
   divisíveis	
   e	
   indivisíveis,	
   consumível	
   e	
   inconsumível,	
   principal	
   e	
   acessória	
   e	
   ainda	
   a	
  
divisão	
  entre	
  coisas	
  simples,	
  composta	
  e	
  coletiva.	
  
Frutos	
  são	
  coisas	
  novas	
  produzidas	
  de	
  maneira	
  natural	
  e	
  periódica	
  por	
  uma	
  outra	
  coisa,	
  chamada	
  frugífera,	
  
enquanto	
  Benfeitorias	
  são	
  gastos	
  com	
  coisas	
  acessórias	
  ou	
  pertenças	
  à	
  coisa	
  principal,	
  para	
  melhorar	
  e	
  aumentar	
  a	
  
utilidade	
  desta.	
  Podem	
  ser:	
  necessárias	
  (um	
  telhado	
  novo),	
  úteis	
  (uma	
  pintura	
  nova)	
  ou	
  voluptuária	
  (uma	
  piscina).	
  
	
  
Atos	
  Jurídicos	
  
	
  
	
   É	
  o	
  fato	
  jurídico	
  voluntário	
  (manifestação	
  de	
  vontade)	
  e	
  lícito	
  que	
  gera	
  consequências	
  jurídicas	
  (aquisição,	
  
modificação	
  ou	
  extinção	
  de	
  um	
  direito).	
  
	
  
	
  
Nos	
   Atos	
   Materiais	
   apesar	
   de	
   ser	
   um	
   ato	
   voluntário,	
   ele	
   é	
   desprovido	
   de	
   uma	
   declaração	
   expressa	
   de	
  
vontade	
  (Exemplos:	
  construir	
  uma	
  casa	
  em	
  terreno	
  alheio,	
  ou	
  descobrir	
  um	
  terreno	
  em	
  propriedade	
  alheia).	
  Já	
  o	
  
Negócio	
   Jurídico	
   existe	
   uma	
   expressa	
   declaração	
   de	
   vontade,	
   dirigida	
   a	
   um	
   fim	
   prático	
   no	
   mundo	
   do	
   Direito	
  
(Exemplos:	
  contratos,	
  testamentos,	
  etc.)	
  
	
  
Fato	
   Jurídico	
  
Voluntário	
  	
   Lícito	
  	
  (A.J.	
  Latu	
  Sensu)	
  
Negócio	
  Jurídico	
  
Ato	
  Material	
  (A.J.	
  Strictu	
  
Sensu)	
  Ilícito	
  Involuntário	
  Não-­‐Jurídico	
  
res	
  extra	
  
commercio	
  
res	
  divini	
  
iuris	
  
sacrae	
  
religiosae	
  
sanctae	
  
res	
  humani	
  
iuris	
  
communes	
  
omnius	
  
publicae	
  
Os	
  atos	
  podem	
  ser	
  uni	
  ou	
  bilaterais,	
  	
  formais	
  ou	
  informais,	
  causais	
  ou	
  abstratos,	
  inter	
  vivos	
  ou	
  mortis	
  causa	
  
e	
  ainda	
  onerosos	
  e	
  gratuitos.	
  
Todos	
   os	
   atos	
   apresentam	
   alguns	
   elementos	
   essenciais,	
   no	
   caso,	
   uma	
   ou	
   mais	
   partes,	
   manifestação	
   da	
  
vontade	
  e	
  um	
  objeto.	
  Além	
  dos	
  elementos	
  essenciais,	
  podem	
  haver	
  outros	
  elementos	
  naturais,	
  ou	
  seja,	
  aqueles	
  
que	
   naturalmente	
   fazem	
  parte	
   do	
   	
   negocio,	
  mas	
   podem	
   ser	
   afastados	
   e	
   também	
  os	
   elementos	
   acidentais,	
   que	
  
podem	
  ser:	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
  
Esses	
   elementos	
   acidentais	
   quanto	
   à	
  
condição	
   são	
   elementos	
   que	
   faz	
   depender	
   de	
   um	
  
evento	
   futuro	
   e	
   incerto	
   a	
   ocorrência	
   de	
   certos	
  
efeitos.	
  Caso	
  seja	
  de	
  condição	
  suspensiva,	
  os	
  efeitos	
  
ficam	
  suspensos	
  até	
  o	
  evento	
  ocorrer	
  propriamente,enquanto	
   se	
   for	
   resolutiva,	
   os	
   efeitos	
   são	
  
observados	
   desde	
   o	
   inicio	
   e	
   cessam	
   apenas	
   se	
  
ocorrer	
  o	
  determinado	
  evento.	
  
Os	
   acidentais	
   de	
   termo	
   fazem	
   depender	
   a	
  
produção	
  de	
  efeitos	
  de	
  um	
  evento	
  futuro	
  e	
  certo,	
  ao	
  
contrario	
  do	
  incerto	
  do	
  acidental	
  quanto	
  à	
  condição.	
  
Esses	
   também	
   podem	
   ser	
   suspensivos	
   ou	
  
resolutivos.	
  
Por	
   fim,	
   o	
   de	
   modo/encargo	
   era	
   o	
   elemento	
  
acidental	
   de	
   um	
   ato	
   pelo	
   qual	
   o	
   autor	
   de	
   uma	
  
liberalidade	
  pede	
  ao	
  destinatário	
  da	
  mesma	
  uma	
  ação	
  em	
  contrapartida.	
  
	
   	
  
Os	
  atos	
  jurídicos	
  poderiam	
  ter	
  vícios,	
  ou	
  seja,	
  poderiam	
  ocorrer	
  situações	
  em	
  que	
  havia	
  a	
  discrepância	
  entre	
  
a	
   vontade	
   interna	
   e	
   a	
   sua	
   manifestação,	
   tornando-­‐se	
   o	
   ato	
   nulo	
   (sem	
   efeito	
   jurídico).	
   No	
   direito	
   recente,	
   há	
  
também	
  o	
  ato	
  anulável	
  (persistem	
  efeitos	
  anteriores	
  e	
  é	
  anulado).	
  	
  
Dentre	
   tais	
   vícios,	
   os	
   principais	
   eram	
   a	
   simulação,	
   ou	
   seja,	
   	
   simular	
   uma	
   manifestação	
   de	
   vontade	
  
inexistente,	
   sendo	
   ela	
   absoluta,	
   quando	
   é	
   simulado	
   um	
   ato	
   que	
   nenhuma	
   das	
   duas	
   partes	
   deseja	
   praticar,	
   ou	
  
relativa,	
  quando	
  é	
  simulado	
  um	
  ato	
  mas	
  secretamente	
  se	
  deseja	
  outro.	
  
Outro	
   vicio	
   importante	
   é	
   o	
   erro,	
   quanto	
   ao	
   negocio	
   (essência	
   do	
   ato;	
   penso	
   alugar,	
   mas	
   na	
   realidade	
  
vendo),	
   quanto	
   a	
   pessoa	
   (identidade	
   de	
   uma	
   das	
   partes;	
   comprar	
   de	
   não	
   proprietário),	
   quanto	
   ao	
   objeto	
  
(identidade	
  física	
  do	
  objeto;	
  compro	
  A	
  pensando	
  ser	
  B)	
  e	
  quanto	
  a	
  substancia	
  (qualidade	
  do	
  objeto;	
  compro	
  cobre	
  
achando	
  que	
  é	
  ouro).	
  
O	
  dolo	
  consiste	
  em	
  erro	
  também,	
  ou	
  seja,	
  quando	
  uma	
  parte	
  usava	
  de	
  malicia	
  para	
  fazer	
  a	
  outra	
  incidir	
  em	
  
erro.	
  O	
  dolus	
  bonus	
  era	
  aceitável,	
  pois	
   todo	
  negocio	
   jurídico	
   requer	
  um	
  pouco	
  de	
  malicia,	
  mas	
  o	
  dolus	
  malus,	
   a	
  
acao	
  maliciosamente	
  grave	
  anulava	
  o	
  ato.	
  Além	
  disso,	
  o	
  direito	
  pretoriano	
  reconhece	
  a	
  coação	
  como	
  vicio	
  do	
  ato	
  
jurídico	
  e	
  outras	
  fontes	
  julgam	
  como	
  vicio	
  o	
  ato	
  jurídico	
  que	
  vai	
  contra	
  a	
  moral	
  e	
  os	
  bons	
  costumes.	
  
	
  
No	
   direito	
   romano	
   não	
   existia	
   a	
   representação,	
   entretanto,	
   no	
   direito	
   moderno	
   ela	
   pode	
   ser	
   imediata,	
  
quando	
   o	
   representante	
   age	
   imediatamente	
   no	
   lugar	
   do	
   representado,	
   recaindo	
   todas	
   as	
   consequências	
   e	
  
obrigações	
  ao	
  representado	
  e	
  a	
  mediata,	
  na	
  qual	
  as	
  consequências	
  e	
  obrigações	
  recaem	
  ao	
  representante,	
  sendo	
  
esse	
  obrigado	
  a	
  prestar	
  contas	
  a	
  quem	
  ele	
  representa.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Julio	
  César	
  Moreira	
  Barboza	
  
184	
  -­‐14	
  
	
  
Acidentais	
  quanto	
  à	
  condição	
  
Condição	
  suspensiva	
  
Condição	
  resolutiva	
  Acidentais	
  de	
  termo	
  
Acidentais	
  de	
  modo/encargo

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