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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Direito Tributário Aluno: Gisele de Oliveira Pinnola Turma: Pós Graduação em Direito Empresarial Tarefa: Atividade Individual Decisão judicial selecionada EMENTA APELAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. SENTENÇA QUE JULGOU EXTINTO O PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO PELA AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL, PORQUE O EXEQUENTE ALMEJA EXECUTAR CRÉDITO INEXIGÍVEL OU DE VALOR INSIGNIFICANTE, COM BASE NO ARTIGO 485, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. APELO DO MUNICÍPIO DE RIO BONITO. O Código Tributário Municipal de Rio Bonito prevê que os débitos de até 500 UFIRS-RB serão cobrados apenas extrajudicialmente, conforme o artigo 529, § 4º, da Lei Complementar Municipal 1.168/2003: os créditos tributários e não tributários inferiores a 500 (quinhentas) UFIRS-RB não serão ajuizados, devendo a Procuradoria Geral do Município buscar meios extrajudiciais para sua cobrança. Inexistência de inconstitucionalidade da referida norma que trata de Direito Tributário, de competência concorrente dos entes federativos. Impossibilidade do prosseguimento de execução fiscal em desacordo com a norma local. Manifesta carência de ação. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e deste Tribunal. Recurso PARCIALMENTE CONHECIDO e DESPROVIDO. (TJ-RJ - APL: 00053141720198190046, Relator: Des(a). CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA, Data de Julgamento: 10/05/2022, DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 12/05/2022) Fatos tributários essenciais A inexequibilidade do crédito tributário de pequeno valor, na via judicial, enseja sua extinção pela remissão na forma dos art. 156, c/c art. 172, II, do Codigo Tributário Nacional? 2 Questão relevante Trata-se de ação de Execução Fiscal sob o número 000531417- 2019.8.19.0046, proposta pelo Município de Rio Bonito, em 24/10/2019, em face de CLINICA VETERINARIA SÃO PAULO LTDA. ME. A referida execução teve como fato gerador a cobrança de Taxa de Vigilância Sanitária prevista no art.180 da Lei 1.168/03, que é o Código Tributário Municipal de Rio Bonito, pois, diante do seu não pagamento pela Executada no exercício de 2015, no valor originário de R$ 730,64, ensejou a inscrição em dívida ativa com a consequente emissão da CDA e propositura da execução fiscal no valor de R$ 1.746,54, valor este que corresponde ao originário e acréscimos legais. O Juízo recebeu a inicial e determinou a citação e penhora, sendo a citação positiva realizada no dia 01/01/2021, conforme Aviso de Recebimento devidamente acostado aos autos. Da decisão do órgão julgador mantida em Segunda Instância Ocorre que, logo após realizada a citação, foi expedida certidão cartorária nos seguintes termos: “MM. Dr. Juiz, não obstante a atual fase processual, cumpre informar a V. Exª que o crédito tributário perquirido nos autos está abaixo de 500 UFIRS-RB, pelo que o presente feito foi distribuído em desacordo com o d isposto no art. 529, § 4º da Lei Complementar 1.168/2003 (Código Tributário do Município de Rio Bonito); Art. 529 - A Dívida Ativa será cobrada por procedimento, amigável, pela Secretaria de Fazenda do Município, e judicial ou extrajudicial pela Procuradoria do Município. (Alterado pela Lei Complementar no 2.186 de 12 de dezembro de 2017) § 4o. Os créditos tributários e não tributários inferiores a 500 (quinhentas) UFIRS-RB não serão ajuizados, devendo a Procuradoria Geral do Município buscar meios extrajudiciais para sua cobrança. (Grifo nosso). Vale consignar que, a par da vedação legal existente, laborou a Procuradoria Geral do Município em questão editando a portaria de nº 04 de 26 de julho de 2017, in verbis: art. 1º - Os créditos tributários e não tributários inferiores a 500 (quinhentas) UFIRS- RB não serão ajuizados, devendo a Procuradoria Geral do Município buscar meios extrajudiciais para sua cobrança, conforme estabelece o § 4º do art. 529 do CTM. Art. 2º - No caso das ações em curso, cujo valor de face da CDA executada seja inferior a 500(quinhentas)UFIRS-RB e haja sentença de extinção do crédito tributário por prescrição originária, fica dispensada a interposição de recurso pertinente. Faço concluso.” (grifo nosso) Diante disso, o MM. Juízo, proferiu sentença extinguindo a execução, conforme segue: Trata-se de ação de execução fiscal ajuizada pelo município de Rio Bonito objetivando a cobrança de crédito tributário municipal. Consta informação cartorária dando conta de que o presente feito foi distribuído em desacordo com o disposto no § 4º do art. 529 do Código Tributário Municipal (Lei Complementar nº 1.168/2003), in verbis: Art. 529 - A Dívida Ativa será cobrada por procedimento, amigável, pela Secretaria de Fazenda do Município, e judicial ou extrajudicial pela Procuradoria do Município. (Alterado pela Lei Complementar no 2.186 de 12 de dezembro de 2017) § 4o. Os créditos tributários e não tributários inferiores a 500 (quinhentas) UFIRS-RB não serão ajuizados, devendo a Procuradoria Geral do Município buscar meios extrajudiciais para sua cobrança. (Redação original) grifo nosso. É breve o relatório. Decido. A questão vertente no presente feito não gera maiores discussões, mas, ao revés, afigura-se de fácil resolução, cingindo-se em analisar a possibilidade de indeferimento da inicial por inobservância, por parte do exequente, de valor mínimo estatuído por lei para o ajuizamento do executivo fiscal. Com efeito, conforme se vislumbra dos autos, em especial da informação cartorária suprame ncionada, o Município exequente ajuizou o presente feito em evidente viol ação a dispositivo de seu próprio Código Tributário, cuja redação originária remonta ao ano de 2003. Da simples leitura do dispositivo legal em comento, ou tra interpretação não é possível, senão a de ser vedado o ajuizamento da pr esente execução fiscal. Nesta direção os julgados abaixo, nos quais restou expressamente consignada a possibilidade da extinção da execução fiscal de v alor inferior ao previsto na legislação municipal como limite mínimo para ajuiza mento : TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. IMPOSTO MUNICIPAL. VALOR IRRISÓRIO. AUSÊNCIA DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. INTERESSE DE AGIR. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A extinção da execução fiscal, sem resolução de mérito, fundada no valor irrisório do crédito tributário, é admissível quando prevista em legislação específica da entidade tributante. 2. O crédito tributário regularmente lançado é indisponível (art. 141, do CTN), somente podendo ser remitido à vista de lei expressa do próprio ente tributante (art. 150, § 6º, da CF/1988 e art. 172, do CTN), o que não ocorre na presente hipótese. 3. Incumbe aos Municípios a disposição que permite legislarem sobre interesse local, nos termos do art. 30, da Carta Magna. 4. A intervenção do judiciário na presente hipótese importa na afronta ao princípio constitucional da separação dos poderes, restringindo, outrossim, o direito de ação do Município, uma vez que, estando presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, não há qualquer impedimento legal ao ajuizamento da demanda no valor lançado pela Administração. 5. Recurso especial desprovido. (REsp 999639/P Assim, o Município de Rio Bonito apelou alegando que a previsão legal de 500 UFIR-RB se tornou um valor elevado para os padrões municipais e que o estabelecimento de um valor mínimo para o ajuizamento de execução fiscal por lei municipal contraria o texto constitucional, uma vez que compete privativamente à União 4 legislar sobre matéria processual, requerendo, assim, a anulação da sentença e o prosseguimento da execução fiscal. Na sequência, foi proferido acórdão negando provimento ao recurso , sob o seguinte argumento: “(...) A tese firmada pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário 5910331,no sentido de que negar ao Município a possibilidade de executar seus créditos de pequeno valor sob o fundamento da falta de interesse econômico viola o direito de acesso à justiça, não incide no caso concreto em que a alçada mínima para o ajuizamento da execução fiscal foi instituída pelo próprio Código Tributário Municipal de Rio Bonito, nos limites de sua competência para disciplinar seus tributos e instituir qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão. Note-se que não há inconstitucionalidade da referida norma que versa sobre direito tributário, de competência concorrente dos entes federativos, nos termos dos artigos 24, I e 150, §6º 2, da Constituição Federal. Ressalte-se que não afasta o valor de alçada que obsta o ajuizamento de cobrança de crédito inferior a 500 UFIRS- RB, conforme certificado a fls. 7, sendo manifesta a carência de ação. Ressalte-se que eventual dificuldade administrativa para a cobrança extrajudicial dos tributos não afasta o valor de alçada que obsta o ajuizamento de cobrança de crédito inferior a 500 UFIRS-RB, conforme certificado a fls. 7, sendo manifesta a carência de ação. (...)” Nos próximos tópicos passaremos à análise e compreensão das premissas que conduziram à conclusão dos MM. Juízos a quo e ad quem, à luz dos dispositivos legais e constitucionais que norteiam o direito tributário e sua exigibilidade. Da Análise do Tema e do Raciocínio Jurídico Tributário Lançado no Acórdão O Código Tributário Nacional, em seu art. 156, IV prevê que a remissão é hipótese de extinção do crédito tributário, rezando, ainda, o art. 172 do mesmo diploma, in verbis: Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: (...) III - à diminuta importância do crédito tributário ; (...)” (grifo nosso) Considerando a referida previsão legal, os tribunais pátrios têm julgado extintas diversas execuções fiscais fundadas em dívidas em valor irrisório, face o princípio da inviabilidade econômica na persecução do crédito pela Fazenda Pública. Inobstante, o STF já se manifestou sobre o tema quando do julgamento do RE nº. 591.033-4/SP, em sede de repercussão geral, no sentido de impossibilitar a vedação aos entes municipais de executar créditos de pequeno valor, tomando por base a falta de interesse econômico, sob pena de violação do direito de acesso à justiça, sendo certo que o art. 927, III do Código de Processo Civil torna obrigatória a vinculação ao precedente pelos juízos e tribunais. Por outro lado, no que tange ao caso utilizado como objeto base da presente análise, o MM. Juízo fundamentou a sentença de extinção da execução de pequeno valor, na forma do disposto no art. 529, §4º da Lei Complementar 1.168/2003 (Código Tributário do Município de Rio Bonito): Art. 529 - A Dívida Ativa será cobrada por procedimento, amigável, pela Secretaria de Fazenda do Município, e judicial ou extrajudicial pela Procuradoria do Município. (Alterado pela Lei Complementar no 2.186 de 12 de dezembro de 2017) § 4o. Os créditos tributários e não tributários inferiores a 500 (quinhentas) UFIRS-RB não serão ajuizados, devendo a Procuradoria Geral do Município buscar meios extrajudiciais para sua cobrança. (Grifo nosso). Nesse viés, a Procuradoria Geral do Município em questão também havia emitido a portaria de nº 04 de 26 de julho de 2017, in verbis: art. 1º - Os créditos tributários e não tributários inferiores a 500 (quinhentas) UFIRS- RB não serão ajuizados, devendo a Procuradoria Geral do Município buscar meios extrajudiciais para sua cobrança, conforme estabelece o § 4º do art. 529 do CTM. Art. 2º - No caso das ações em curso, cujo valor de face da CDA executada seja inferior a 500(quinhentas)UFIRS-RB e haja sentença de extinção do crédito tributário por prescrição originária, fica dispensada a interposição de recurso pertinente. Desta forma, verifica-se que tanto a sentença, quanto o acórdão, observaram e aplicaram o disposto na legislação municipal. É importante frisar que, diferentemente do decidido em sede da repercussão geral mencionada supra, o caso especifico possui a peculiaridade da existência de previsão legal do ente tributante, no caso, o Município, no sentido de obstar a propositura das execuções fiscais baseadas em pequenos valores. Entretanto, mister esclarecer que a impossibilidade de executar o crédito tributário de pequeno valor pela via judicial não s e confunde com o instituto da remissão, ainda que quando prevista em lei. Note-se que, na hipótese dos autos ora analisados, o Município de Rio Bonito ainda poderá se utilizar de meios extrajudiciais para cobrança do crédito, consoante disposto na legislação acima exposta, sendo possível o protesto da CDA consoante autorizado pela Lei nº. 12.767/2012. O tema, inclusive, já foi objeto de confusão, senão vejamos: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO FISCAL - PEDIDO DE EXTINÇÃO DO FEITO PARA COBRANÇA EXTRAJUDICIAL DO TRIBUTO - DECRETO ESTADUAL Nº 45.989/2012 - ERROR IN JUDICANDO - REMI SSÃO DO 6 CRÉDITO - INOCORRÊNCIA - RECURSO PROVIDO - SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1. O Decreto Estadual nº 45.989/2012 est abelece a possiblidade de utilização de meios alternativos de cobrança de tributos pelo Estado de Minas Gerais. 2. Embora for mulado pedid o de extinção da execução sob o fundamento de que a C DA fora cancelada, para sua posterior reemissão, com vistas à adoção de meios alternativos de cobrança , o magistrado, por equívoco, considerou tratar-se de remissão do crédito . 3. Comprovado o error in judicando, impõe- se a reforma parcial da sentença, para que seja excluído o termo "remissão" da dívida , haja vista que esta, por extinguir o próprio crédito tributári o, impossibilita sua posterior cobrança pela Fazenda P ública. 4. Recurso provido. 5. Sentença parcialmente reformada . (TJ-MG - AC: 10344120031986001 MG, Relator: Raimundo Messias Júnior, Data de Julgamento: 06/11/2018, Data de Publicação: 19/11/2018). (grifo nosso). Em recente decisão proferida pelo E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em caso simular a extinção da execução também foi confundida com o instituto da remissão: APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS. IP TU. INDEFERIMENTO DA INICIAL, SOB O FUNDAMENTO DE AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR, ANTE O VALOR EXECUTA DO. IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA ANULADA. 1. Nos termos do entendimento sedimentado do STF, no j ulgamento do RE 591.033, sob regime da repercussão geral, "ne gar ao Município a possibilidade de executar seus créditos de pequeno valor sob o fundamento da falta de interesse econôm ico viola o direito de acesso à justiça". 2. A remissão do crédito tributário somente é permitida se houver legislação específica do ent e tributante, conforme dispõe o art. 150, § 6º da CF, sendo certo, ainda, que o crédito tributário regularmente lançado é indisponível, nos termos do art. 141 do CTN . 3. Assim, não cabe ao Poder Judiciário extinguir a execução fiscal, sem resolução do méri to, indeferindo a inicial sob o fundamento de que o valor executado não justifica a demanda executiva. Sentença anulada. Precedentes do STF, ST J e do TJRJ. PROVIMENTO DO RECURSO. (0062549-90.2014.8.19.0021 - APELAÇÃO. Des (a). MÔNICA DE FARIA SARDAS - Julgamento: 24/03 /2022 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL). (Grifo nosso) Pelo exposto, verifica-se que a remissão do crédito de pequeno valor prevista no art. 172, III do CTN, ainda que vedada a sua execução na via judicial, não é, por si só, hábil a ensejar a extinção do próprio crédito tributário na forma do art. 156, do mesmo diploma, carecendo, assim, de dispositivo legal expresso nesse sentido. Princípios constitucionais tributários respeitadosou contrariados na decisão No caso ora apresentado, verifica-se que o juízo e o tribunal que manteve a r. sentença prolatada observaram o princípio da legalidade tributária, em razão de as decisões terem como base legislação municipal, harmonizando-se, assim, com o artigo 150, § 6º da Constituição Federal, que apresenta na sua literalidade que: Art. 150. (...) §6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. Por outro lado, outros princípios constitucionais e tributários foram sacrificados, dentre eles o princípio constitucional do contraditório (art. 5º, LV da CFRB), vez que a decisão foi proferida sem abrir vistas ao Município para se manifestar, indo de encontro ao disposto nos arts. 9º e 10 do CPC/2015. Analisa-se também que, apesar de o código tributário de Rio Bonito dispor que os créditos tributários inferiores a 500 UFIR-RB não serão executados judicialmente, a administração é que deveria analisar a conveniência e oportunidade para a cobrança e não o judiciário, sob pena de violação ao princípio constitucional da separação dos poderes, consoante artigo 2º da Constituição Federal. Nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. EXTINÇÃO. IN DEFERIMENTO DA INICIAL. INSURGÊNCIA DO EXEQUENTE. - Ação de execução fiscal interposta pelo Município de Duque de Caxias pretendendo a satisfação de crédito tributár io (IPTU - exercício de 2011), no valor de R$ 665,84 (seiscent os e sessenta e cinco reais e oitenta e quatro centavos), fl. 06. - Processo ajuizado em 16/12/2015, com despacho de "cite- se" proferido em 23/05/2016. - Sentença de indeferimento da inicial, prolatada em 02/09/2020, ao argumento que se trata de execução fiscal de val or irrisório. - Embora se trate de execução fiscal de valor pouco significante, a conveniência e oportunidade para sua cobrança deve ser avaliada pela edilidade. - Intervenção do Judiciário, nessa esfera de discrici onaridade, que implica violação ao princípio constitucional da separação dos poderes, previsto no artigo 2º da Carata Magna de 1988. - Julgado do C. STF, em sede de repercussão geral (RE 591033/SP), firmando entendimento de que não se pod e negar ao Município a possibilidade de executar os seus crédi tos de pequeno valor. - Teor da Súmula nº 452, do E.STJ. - Declaração de nulida de da sentença que se impõe. Precedentes deste o TJERJ. 8 PROVIMENTO DO RECURSO. (0105941-46.2015.8.19.0021 - APELAÇÃO. Des (a). CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA - Julgamento: 21 /03/2022 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL) Nessa esteira, o recurso apresentado pelo Município fundamentava que, em sendo seu código tributário municipal editado em 2003, na atualidade que a previsão do limite de 500 UFIR-RB se tornou um valor elevado para os padrões municipais atuais. Além disso, o princípio da indisponibilidade do crédito tributário (arts. 3º, 141, 142 e 172 do CTN) também não se coaduna com a possibilidade de extinção da execução fiscal de baixo valor pelo Juiz, por alegada ausência de interesse de agir. Desta forma, o judiciário ao extinguir de ofício o processo, ainda que privilegiando o princípio da legalidade tributária, sobrepujou outros princípios constitucionais e tributários, quais sejam: a) Acesso à justiça pela administração pública; b) Contraditório; c) Separação dos Poderes e; d) Indisponibilidade do crédito tributário. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 31 de maio de 2022 BRASIL. Código Tributário Nacional. Brasília: Congresso Nacional. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em 31 de maio de 2022. https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1204278106/apelacao-apl- 824068320188190021 https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1282079382/apelacao-apl- 4706520158190013 https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1491457765/apelacao-apl- 913438720158190021/inteiro-teor-1491457822
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