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Injúria renal aguda - pediatria Definição: a lesão renal aguda caracteriza pela redução súbita e reversível (em geral) da função renal com perda da capacidade de manutenção da homeostase (pode ou não estar associada com a diminuição da diurese). Classificado pelo KDIGO e AKIN. ● Estadiamento (pRIFLE): depende do clearance de creatinina e débito urinário ● Na fase da perda ainda é reversível com alguma sequela, já no estágio final necessita de ajuda como transplante ou hemodiálise. ● Estadiamento KDIGO: Epidemiologia: 1% comunitária, 7% hospitalares, mortalidade 50-75% em UTI (diálise), ficar de olho em crianças internadas. Fisiopatologia: ● Etiologia: multifatorial ● Rim do RN: baixa taxa de filtração, PA baixa, baixo fluxo sanguíneo renal 3-7% do DC (adulto tem 25%), qualquer hipóxia pode causar problemas, após o nascimento há perda de fluxo sanguíneo placentário, aumento gradual até 2 anos atingir um fluxo renal bom ● Fatores de risco: ○ prematuridade: nefrogênese começa na 5 semana e termina entre 34-36 semanas, néfrons que se desenvolvem podem ter estrutura anormal. Prematuros têm pior prognóstico, e maior risco de ter problemas renais ● Função renal normal: ○ Adequado fluxo plasmático: qualquer hipotensão grave altera o equilíbrio ○ Integridade do parênquima (bb’s com 1 rim, hidronefrose grave, alteração no parênquima renal) ○ Saída livre da urina formada. ○ Qualquer agravo desses itens podem levar a lesão renal aguda ● Classificação da lesão renal: ○ Pré-renal: quando o problema ainda não é no ruim, hipoperfusão, desidratação, choque, drogas que fazem constrição dos vasos impedindo a perfusão renal. ○ Pós-renal: obstrução, válvula diurética posterior, refluxo muito grave. Malformação congênita, cálculos, tumores podem causar obstrução ao fluxo urinário, causando um aumento da pressão na cápsula de bowman, faz com que a taxa de filtração diminui, pois os solutos passavam pela diferença de pressão ○ Renal: glomerulite difusa aguda, drogas pode causar problemas tubulares, picada de aranha, intersticial, vascular (artrite, vasculite) Sinais/Sintomas: ● Anamnese: vômitos/diarréia? desidratação? infecção, sepse?, sangramento?, cardiopatia? antibióticos nefrotóxicos? perdas para terceiro espaço? doença crônica pregressa? Oligodrâmnio? ● Exame físico: Palidez (doença renal crônica perde eritropoetina e hemácia não é produzida), estado de hidratação, perfusão capilar, PA, acometimento neurológico, coma, convulsão e edemaciada?, urina? hematúria? tempo, ICC, massas em flanco, sopro abdominal, bexiga palpável, artrites, cateterismo renal?, alteração cutânea? Dor abdominal? Diagnóstico: ● Clínico: ○ Anamnese: vômitos/diarréia? desidratação? infecção, sepse?, sangramento?, cardiopatia? antibióticos nefrotóxicos? perdas para terceiro espaço? doença crônica pregressa? Oligodrâmnio? ○ Exame físico: Palidez (doença renal crônica perde eritropoetina e hemácia não é produzida), estado de hidratação, perfusão capilar, PA, acometimento neurológico, coma, convulsão e edemaciada?, urina? hematúria? tempo, ICC, massas em flanco, sopro abdominal, bexiga palpável, artrites, cateterismo renal?, alteração cutânea? Dor abdominal? ● Laboratorial: volume urinário (oligúria, anúria) - RN com IRA pode ter volume urinário normal. Ureia e creatinina, hemograma (hemólise?síndrome hemolítica uremica?), plaquetas, eletrólitos, gasometria venosa (acidose metabólica), EAS, Imagem (USG) - tem rim? é grande/pequeno? dilatação? obstrução? ● Creatinina: ● Taxa de filtração glomerular estimada (fórmula de Schwartz): taxa de filtração glomerular = k x estatura (cm)/ creatinina plasmática ● Taxa de filtração glomerular: vai aumentando com a idade até uns 3 anos que chega a 100-120 ml/min que é a taxa do adulto. ● Marcadores da função renal: ○ Creatinina: limitações: idade, composição corporal, nutrição, hidratação, nos RN pode refletir creatinina materna (verificar e repetir em 72h se alto), faz medida da função glomerular não só do dano renal, creatinina aumenta após perda de 30-40% da função renal. Elevação do nível de creatinina mesmo dentro do nível normal é indicativo de lesão renal. ■ A creatinina é filtrada, mas não é reabsorvida, porém é secretada de volta pro tubo. Quando acontece problema no glomérulo, demora um pouco pra creatinina subir por conta do mecanismo da secreção ● Biomarcadores: NGAL, sinaliza e identifica o IRA em poucas horas após o evento inicial, e até 72h antes da creatinina subir ● Cistatina C: não interfere com bilirrubina, hemoglobunina, não depende do sexo, massa muscular, não atravessa placenta. Tem maior sensibilidade que a creatinina ● Angina renal: critérios/escore de risco que serve como preditor da ocorrência de IRA, necessidade de fazer rastreio com biomarcadores, valor > 8 determina a presença. Sobrecarga de volume: muito soro na criança ● Sobrecarga hídrica: paciente em UTI, estão mais sujeitos a sobrecarga hídrica acumulada, esses recebem volume endovenoso, ringer lactato, suporte nutricional. O ruim começa a falhar na filtração desse líquido, podendo levar a lesão. Manejo/Conduta: corrige distúrbio hidroeletrolítico e acido-base, estado volêmico, trata a causa de base. ● Monitorar débito urinário: urinando? botar cateterismo vesical?, avaliar possível lesão primária renal ● Avaliar volemia: frequência cardíaca, PA, perfusão periférica, diurese, edema, avaliação neurológica, RX tórax (edema pulmonar, aumento de área cardíaca), USG ver diâmetro da veia cava (cheia? colabada?) ● Hipovolemia: fazer ressuscitação volêmica (cristalóides, colóides), caso haja falha considerar drogas vasoativas, caso falha, instalar diálise. ● Hipervolemia/Sobrecarga hídrica/ Insuficiência cardíaca congestiva: restrição hídrica, uso de diurético, se falha, considerar diálise. ● Controle da homeostase hídrica: diurese e peso a cada 24h, aporte calórico e proteico (carga normal, não pode dar muito), restrição de líquidos (se hipervolêmica), corrigir distúrbios hidroeletrolíticos (rim não funciona pode causar falta em Na, K, Ca, P), corrigir distúrbio ácido-básico, rim não elimina a carga acida do corpo, criança pode ter acidose metabólica. Suspender, trocar ou ajustar dose das drogas nefrotóxicas (especial vancomicina), evitar exames contrastados (pioram) ● Como tratar hipercalemia (K): pode causar parada cardíaca, faz estabilização com grupo antagônico de Ca, fazendo efeito antagônico nas células cardíacas em discordância com K, salbutamol inalatório faz translocação do potássio para intracelular. Bicarbonato de sódio se houver acidose tbm faz translocação. Glicose com insulina tem ação igual. Resina trocadora de K, troca e remoção do potássio do organismo. VO, início em 1-2h, pode repor a cada 4-6h com cuidado no recém nascido (causa impactação intestinal no RN). Se falha faz terapia de substituição renal ● Indicações de terapia renal substitutiva TRS: alterações refratárias ao tratamento clínico ○ Sobrecarga hídrica, hipercalemia, acidose metabólica grave (ph<7,1), aumento progressivo de uréia, uremia, lise tumoral, intoxicações, suporte nutricional. ○ Indicação precoce: não esperar falência renal grave para fazer. pode melhorar prognóstico, limitando sobrecarga hídrica. Prevenção: Muito importante, o melhor tratamento da IRA é a prevenção. Para isso é necessário manter o paciente: euvolêmico, normotenso, oxigenação adequada, evitar drogas nefrotóxicas (fazer doses mais baixas, ter controle do nível sérico, para evitar lesão renal)
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