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@VetRebecaWoset Medicina Veterinária Toxicologia Veterinária Rebeca Meneses ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) A dose varia de acordo com o efeito desejado, em cães a dose anti-inflamatória é de 20 a 25mg/kg7, duas vezes ao dia, e a dose analgésica é de 10mg/kg, duas vezes ao dia, e a antitrombótica é de 5 a 10mhg/kg a cada 24 ou 48 horas. Nessa espécie, doses únicas de 50mg/kg produzem êmese cerca de 2 horas após a administração, doses de 100 a 300mg/kg ao dia, durante semanas produzem hematêmese e ulceração gástrica severa. E doses maiores podem causar depressão do SNC e morte. Nos gatos, o efeito analgésico e anti-inflamatório do AAS é obtido com a administração de 10 mg/kg, devendo ser administrado a cada 48 horas. Doses maiores que 25 mg/kg/dia podem provocar efeitos tóxicos, sendo que a administração de 80 a 100 mg/kg ao dia, durante sete dias, pode levar a morte. A dose antitrombótica nessa espécie e de 80 mg por individuo, a cada 48 horas. MECANISMO DE AÇÃO Ele inibe a COX, em altas doses promove da fosforilação oxidativa, levando a ocorrência de hipertermia, hiperglicemia e glicosúria, além de estimular o centro respiratório, produzindo hiperventilação. A alcalose respiratória estimula a excreção renal de bicarbonato. Logo após a administração de doses terapêuticas podem surgir lesões superficiais na mucosa gástrica, que tendem a desaparecer com a administração repetida. A biotransformação do AAS e realizada pela glicuroniltransferase, enzima responsável pela conjugação do AAS ao ácido glicuronico, formando um metabólito tóxico. Os gatos são mais suscetíveis a intoxicação por AAS por causa da rápida saturação dessa via, decorrente da deficiência de glicuroniltransferase. Dessa forma, a meia-vida desse medicamento de 7,5 a 8 horas em cães; e de 38 a 48 horas em gatos. SINAIS CLÍNICOS A intoxicação aguda em cães: • Náusea • Êmese • Apatia • Ulceras gástricas com hematêmese • Melena e febre • Taquipneia • Convulsões • Coma e morte Em gatos • Anorexia • Êmese • Sialorreia • Perda de peso • Desidratação • Hiperpneia • Febre • Depressão • Gastroenterite hemorrágica severa • Acidose metabólica • Icterícia resultante de hepatite tóxica • Anemia • Depressão de medula óssea • Formação de corpúsculo de heinz • Ataxia • Convulsões e morte Achados laboratoriais: anormalidades eletrolíticas, como hipernatremia e hipocalemia. Pode haver a ocorrência de hiperglicemia, aumento no tempo de coagulação, anemia e aumento dos níveis séricos de enzimas hepáticas. TRATAMENTO Com exposição de menos de 4 horas se faz indução de êmese, carvão ativado e catárticos. A maioria dos pacientes apresentam acidose metabólica. Fluidoterapia de reposição e a correção da acidose metabólica devem ser realizados com 50g de glicose/L e 1 a 2 mEq/kg de bicarbonato de sódio por IV. PARACETAMOL @VetRebecaWoset Medicina Veterinária Toxicologia Veterinária Rebeca Meneses É um analgésico e antipirético. MECANISMO DE AÇÃO Na maioria das espécies, o paracetamol é conjugado glicurônico ou com sulfato, resultando em metabólitos atóxicos. Os gatos possuem baixos níveis de glicoroniltransferase, responsável pelo último passo dessa via. Quando a via com o ácido glicurônico fica saturada inicia-se a oxidação por uma via pelo citocromo P- 450 resultando a produção de N-acetil-p- benzoquinoneimina que é tóxico. Esse metabólito se liga as macromoléculas celulares, causando necrose hepática e conversão de hemoglobina em metemoglobina. Gatos são mais sensíveis ao desenvolvimento de meta-hemoglobina e também são mais propensos a desenvolver anemia hemolítica e formação dos corpúsculos de Heinz. SINAIS CLÍNICOS Cães toleram doses de 15mg/kg por VO, 3x ao dia. A administração oral de 200ª 500 mg/kg causa após 36h depressão, vômito e dores abdominais, sinais decorrentes de alterações hepáticas. A dose tóxica para felinos está entre 50 a 100 mg/kg. Machos são mais sensíveis pois metabolizam o paracetamol mais lentamente e apresentam meta-hemoglobinemia mais persistente que fêmeas. • Hemólise e anemia • Icterícia • Hemoglobinúria e hematúria • Cianose • Dispneia • Edema facial e das patas • Depressão do SNC • Hipotermia • Êmese Cianose ocorre de 4 a 12h após ingestão. TRATAMENTO Em menos de 2h, fazer indução de êmese, carvão ativado e catárticos. Animais com cianose devem receber oxigenioterapia. Substâncias contendo enxofre repõem os níveis de glutationa. A N-acetilcisteína é eficaz, na dose de 140 mg/kg, IV, (0,7 ml/kg da solução injetável a 20%) ou oral e repetida de 4 a 6 horas na dose de 70 mg/kg por VO ou IV. Totalizando 4 a 7 tratamentos. REFERÊNCIA Manual de Toxicologia Veterinária
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