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Leiomioma Uterino - Proliferação monoclonal de células do tecido muscular uterino - Fibras musculares lisas maduras, arranjadas em feixes em várias direções, entremeadas por tecido conectivo. - A semelhança entre os tecidos não neoplásico e neoplásico é grande, (difícil distinguí-los, especialmente em aumento maior). A celularidade (quantidade de núcleos por unidade de área) é um pouco maior e o arranjo em feixes mais nítido (os feixes se cruzam às vezes em ângulo reto) que no miométrio normal. - A boa delimitação do tumor e a ausência de invasão dos tecidos vizinhos sugerem benignidade. Também não há atipias, mitoses ou necrose, outras características encontradas em tumores malignos. Leiomioma Uterino - Tumor benigno genital mais frequente - Cerca de 50% das mulheres (achado de exame) - Pico de incidência: 35 aos 50 anos - ⅔ das indicações de histerectomia nesta faixa etária Classificação Corporais - Subserosos: fora da cavidade uterina - Intramurais: q - Submucosos: dentro da cavidade uterina Epidemiologia - Pico de incidência 35-50 anos - Raça Negra: 2 a 9x mais frequente - Mais jovens - Maiores - Mais numerosos - Mais sintomáticos - Antecedente familiar: RR 2,2 - Obesidade: aumento de risco de 20% a cada 10 kg de ganho ponderal - Regressão após a menopausa - Natural - Cirúrgica - Pós-quimioterapia Fatores Protetores: Paridade - redução do risco a cada gestação - ⅕ de chance após 5 gestações Uso de anticoncepcional oral - Reduz 17% do risco a cada 5 anos de uso Tabagismo - Hipoestrogenismo - Reduz em 18% o risco quando usados 10 cigarros ao dia Fisiopatologia - Mutação somática no miométrio - Perda do controle do crescimento celular - Nódulos diferentes têm origem monoclonal independente e comportamentos distintos - Tumores hormônio-dependentes - Estrógeno e progesterona promovem crescimento durante a menacme Quadro Clínico - 50% das pacientes são assintomáticas - achado de exame - Queixas: - Sangramento uterino anormal - Dismenorréia secundária - Sintomas compressivos (aumento uterino) - Sintomas urinários - Sintomas Gastrointestinais - Dor pélvica acíclica Isabelle Maia (UTERINA) - Dispareunia - Infertilidade - Abortamento Submucosos - metrorragia - Isquemia na superfície do nódulo - Atrito com a parede endometrial Subserosos - sintomas compressivos - Pouco sintomáticos - Quando muito volumosos, podem comprimir estruturas adjacentes - lombossacralgia, aumento da frequência urinária, retenção urinária, noctúria, compressão ureteral - Dor pélvica Intramurais - aumento do sangramento menstrual - Menorragia - Hipermenorragia (aumento da cavidade uterina, menor contratilidade das fibras miometriais, estase venosa endometrial, aumento das prostaciclinas com vasodilatação e dificuldade na formação de trombos) Miomas pediculados podem torcer e gerar dor pélvica aguda - Consequências do sangramento - Anemia - Fadiga - Astenia - Taquicardia - Edema de membros inferiores - Infertilidade (5%) - Especialmente submucosos - Distorção da cavidade - Condição inflamatória hostil do endométrio - Bloqueio anatômico à fecundação Gestação - Abortamento - Trabalho de Parto Prematuro - Apresentações anômalas Diagnóstico - Queixa - Exame clínico - útero aumentado - Ultrassonografia - Ressonância magnética de pelve - Histeroscopia Ultrassonografia - Nódulos hipoecogênicos, podem ter calcificações e tênue reforço acústico (em caso de degeneração cística) - Contornos bem ou mal definidos, a depender da pseudocápsula (edema e compressão do miométrio adjacente) - Doppler: vascularização predominantemente periférica (≠ adenomioma) - Permite diagnóstico da localização Exame mais utilizado para diagnóstico e seguimento - Tratamento expectante - Tratamento clínico - Tratamento radical - Endovaginal tem melhor definição para avaliação de submucosos e intramurais - Transabdominal é melhor para miomas volumosos Histeroscopia - Introdução de ótica fina pelo canal cervical - Visão direta da cavidade uterina - Primeira fase do ciclo menstrual - Diagnóstico (limitações) - Tratamento (limitações) Ressonância Magnética - Ideal para complementar a avaliação por outros métodos quando se objetiva um tratamento cirúrgico conservador - Planejamento de miomectomia - Melhor resolução de imagem para caracterizar cada mioma - Limitação: custo - Útil para diferenciação de afecções pélvicas (adenomiose, endometriose, sarcomas) - Avaliação pré-tratamento de embolização de artérias uterinas - Topografar, dimensionar e caracterizar histologicamente os miomas (acurácia histológica de 69%) - Mais sensível e específico que o US no mapeamento dos miomas - Grande importância em úteros com miomas volumosos, múltiplos ou que geram grande sombra acústica posterior dificultando a avaliação do restante. Tratamento - Clínico - Cirúrgico conservador - Cirúrgico radical - Embolização das artérias uterinas A escolha do tratamento deve levar em conta: - Sintomas - Idade - Número, tamanho e localização dos miomas - Desejo reprodutivo e de preservar o útero - Tratamentos prévios - Comorbidades Tratamento Clínico - Pacientes assintomáticas ou oligossintomáticas: Seguimento clínico e ultrassonográfico - Surgimento de queixas - Crescimento uterino Pacientes sintomáticas - tratamento medicamentoso - Não - hormonais - AINH's - diminuem o sangramento uterino por redução na produção de prostaciclinas - Melhora de 30% - Antifibrinolíticos - diminuem sangramento por reduzir fibrinólise no endométrio - Hormonais - Anticoncepcionais - reduzem sangramento em grande parte dos casos - Combinados - Progesterona isolada - Dispositivo intra-uterino liberador de levonorgestrel - age no endométrio - Análogos agonistas do GnRH - Amenorréia - Redução temporária do volume dos miomas em até 50% - Resultado máximo em 8 a 12 semanas - bom para pré-operatório de grandes miomas Tratamento Cirúrgico - Tratamento Cirúrgico Definitivo - Histerectomia - Habitualmente acompanhada de salpingectomia oportuna - Total ou subtotal - Vaginal ou abdominal - Aberta ou videolaparoscópica Tratamento Cirúrgico Conservador - Miomectomia - Manutenção do útero - Múltipla - mais longa que a histerectomia, com maior perda sanguínea, maior chance de aderências e complicações - Via: - Laparotomia - Laparoscopia - Histeroscopia - Vaginal - Recorrência 25% em 10 anos - Histerectomia em 8% das pacientes - Gestação pós-miomectomia: 50% - outras causas de infertilidade associadas Complicações Complicações Gerais - anestésicas - infecciosas - embólicas - Aderências - Laparoscopia: menor tempo de internação e recuperação, menor perda sanguínea, menos infecção - Traumas: ureter, bexiga, alças intestinais (1 a 2%) - Miomectomia: evitar hemostasia com cautério - aderências - Laparoscopia- disseminação de células neoplásicas (morcelamento), surgimento de miomas parasitas Histeroscopia - Cirurgia em 2 tempos (sobrecarga hídrica, sangramento) - Monopolar - necessários meios específicos (sorbitol, manitol, glicina) que são hipotônicos e podem cursar com absorção - Hiponatremia, hipoosmolaridade, insuficiência cardíaca congestiva, edema agudo de pulmão, edema cerebral, arritmias cardíacas - Histeroscopia - perfuração uterina e lesão de alças ou bexiga - Se diagnosticada perfuração, considerar laparoscopia para diagnóstico e reparo de possíveis lesões Fazer controle do balanço hídrico no intra-operatório - se déficit 1,5 L no uso de meio hipoosmótico ou 2,5 L com soro fisiológico, suspender procedimento Embolização das artérias uterinas - Técnica radiointervencionista endovascular - Oclusão na irrigação sanguínea do mioma - Injeção de micropartículas - Microesferas - Álcool polivinílico - Esponjas - Necrose e redução volumétrica dos miomas - Alívio dossintomas em 75 a 90% a curto prazo Indicações: - Falha nos outros tratamentos - Recidivas - Condições clínicas que impeçam cirurgia - Primeira escolha Contra-indicações: - Infecção geniturinária ativa - Neoplasia maligna ginecológica - Imunossupressão - Arteriopatia grave - Alergia a contraste iodado - Doenças autoimunes ativas - Nódulos pediculados (tipo 0 e 7) - Coagulopatias ou uso de anticoagulantes - Gravidez Controverso para pacientes que desejam gestar - 40% de taxa de gestação após o procedimento - Aumento dos índices de abortamento - Risco de falência ovariana prematura - Risco de histerectomia por complicações - Pacientes que desejam gestar - miomectomia ainda é padrão-ouro
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