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CURSO: Ministério Público Estadual Estagiando Direito @estagiando_direito_ AULA 12 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL C Mi NOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS CONFLITO DE COMPETÊNCIA Pode ocorrer de, quando da distribuição do processo, dois ou mais juízes se achem competentes, ou ao invés, se achem incompetentes para julgar aquela demanda. Quem pode suscitar o conflito? I) Qualquer das partes; II) o Ministério Público, nos casos em que intervir nos termos do art. 178 do Código de Processo Civil e; III) o próprio Juiz. Importante salientar que o Ministério Público terá qualidade de parte quando ele próprio suscitar o coflito. Com base no Venire Contra Factum Proprium (Vedação ao comportamento contraditório), não poderá suscitar conflito a parte que arguiu incompetência relativa. O Conflito de Competência será suscitado perante o Tribunal, de ofício pelo Juiz, ou pela parte e pelo Ministério Público, por meio de petição. Distribuido o procedimento, o relator determinará a oitiva dos juízos em conflitos, ou, seja um deles for suscitante, apenas do suscitado. Devendo os juízes pretarem as informações requeridas pelo relator. O relator poderá, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for positivo (dois ou mais juízes se acham competentes), o sobrestamento do processo e, nesse caso, bem como no de conflito negativo (dois ou mais juízes se achem incompetentes), designará um dos juízes, em caráter provistório, as medidas urgentes. Neste mesmo sentido, compete ao relator julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar em: I - súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; II - tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. Após o prazo determinado pelo relator, será ouvido o Ministério Pùblico, no prazo de 5 dias, de forma que, ainda que as informações não tenham sido prestadas e, em seguida, o conflito irá a julgamento. O Tribunal declarará qual é o juízo competente, pronunciando-se, inclusive, quanto à validade dos atos praticados pelo juízo incompetente. DA AÇÃO RESCISÓRIA Instituto conhecido dentro do Direito, a “Ação Rescisória” serve para rescindir uma decisão de mérito já transitada em julgado. A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. É cabível nas hipóteses do art. 966 do Código de Processo Civil. Vejamos: I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar manifestamente norma jurídica; VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado. Será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: I - nova propositura da demanda; ou II - admissibilidade do recurso correspondente. Quem são os legitimados para propor a ação rescisória? I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II - o terceiro juridicamente interessado; III - o Ministério Público: a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação; IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. Remeto, aqui, os queridos leitores às aulas de Petição Inicia. Na ação rescisória, esta devera conter, além dos requisitos presentes no art. 319 do CPC, outros requisitos específicos. Deverá o autor: I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo; II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. Entretanto, não é necessário tal depósito à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios, bem como às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade de justiça. 4
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