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MÉTODOS E DIAGNÓSTICO @dentistastudious • CÁRIE DENTÁRIA = Doença multifatorial, resultante do desequilíbrio do binômio saúde-doença, que promove a perda mineral localizada em tecido dentário, podendo apresentar lesões-sinais na cavidade bucal. OBS: A lesão de cárie se forma somente quando o resultado cumulativo de processos de des- remineralização acarreta perda mineral • Classificam-se as lesões de cárie para: → Alcançar a melhor evolução de saúde para o paciente pela seleção da melhor opção de manejo para cada tipo de lesão; → Informar o paciente; → Monitorar o curso clínico da doença. → Diagnóstico precoce • Sinais da doença: distribuídos em uma escala que inicia com a perda mineral em nível ultraestrutura, até a total destruição do dente ↳ Perda mineral em relação ao tempo.. As curvas A. B e C representam pacientes com diferentes níveis de atividade de doença • As lesões de cárie ocorrem em áreas nas quais o biofilme encontra-se estagnado OBS: biofilme dental é o fator biológico indispensável, mas não é o único para a formação da lesão Classificação das lesões de cárie LOCALIZAÇÃO: → Coronária Des-remneralização que ocorrem na interface entre o biofilme e o esmalte/dentina coronária → Radicular Des-remneralização que ocorrem na interface entre o biofilme e o cemento/dentina radicular OBS: Para que este tipo de lesão se desenvolva, é necessário que a raiz dentária esteja exposta ao ambiente bucal (recessão gengival) PRESENÇA DE CAVIDADE → Não cavitada Ativa Inativa → Cavitada OBS: Se o processo de desmineralização persistir, a lesão de cárie progride, ocasionando a quebra da camada superficial da lesão com formação de uma cavidade ATIVIDADE DA LESÃO → Ativa • Lesão que está sofrendo perda mineral – processo de progressão • Aspecto em esmalte: mancha branca, rugosa, opaca OBS: Com o passar do tempo a mancha branca pode se pigmentar • Aspecto em dentina: tecido amolecido de cor marrom claro Lesão de cárie cavitada ativa em dentina (seta branca). Lesão de cárie inativa (seta preta). → Inativa • Equilíbrio entre os processos de des- remineralizaçãp se reestabelece, e a perda mineral é controlada • A progressão das lesões de cárie é paralisada e suas características clinicas são modificadas, assumindo características de inatividade • Aspecto em esmalte: mancha branca, lisa, brilhante ou pigmentada • Aspectos dentina: tecido duro e escurecido OBS: As lesões que apresentam dentina coriácea são consideradas lesões que estão em processo de paralisação EVOLUÇÃO → Aguda • Lesão úmida e amolecida; dolorosa → Crônica • Lesão seca, amarelada e endurecida; sem dor Cárie inativa é necessariamente classificada como crônica? SITIO ANATÕMICO → Superfície lisa → Fóssulas e fissuras TECIDO AFETADO → Esmalte → Dentina → Cemento TIPOS DE PROCESSO → Primária Lesões que se estabelecem no esmalte/ dentina/ cemento hígidos → Secundária Lesões de cárie que se desenvolvem adjacentes a restaurações – mesma etiologia da lesão de cárie primária Dentina infectada AMOLECIDA • Tecido desmineralizado, desorganizado • Textura de “sorvete mole” • Coloração amarelada e consistência amolecida (úmida) • Presença de bactérias proteolíticas • NÃO é encontrada em cáries inativas RESISTENTE • Adesão não tão boa, mas protege a polpa (parede pulpar ou axial) • Textura de sorvete congelado • Consistência semelhante a couro (seca) com coloração acastanhada • Resistência à remoção – “lascas” • Presença de bactérias acidogênicas • Viva e sensível FIRME • Textura de rapadura DURA • Textura endurecida Conceitos MANCHA BRANCA • Quando há perda acumulativa de substâncias mineral do dente, de tal modo que a porosidade no esmalte dá origem a uma redução na sua translucidez, é possível diagnosticá-la como lesão da mancha branca • Por serem indicativos de maior porosidade do esmalte, é comum os pigmentos dos alimentos penetrarem nele; assim, uma lesão de mancha branca, com o passar do tempo, pode mudar de cor para marrom ou quase preto SULCO PIGMENTADO • Resultado de “selamento biológicos” – incorporação de minerais juntamente com corantes, na fase de remineralização • Se tratam de “cicatrizes” sem nenhum processo patológico • Selamento biológico = base de sulcos ou fossas que apresentam-se com uma massa amorfa de material com pouca bactéria e com mineralização progressiva • Sulco pigmentado = um sulco/ fissura que foi pigmentado, mas não é uma pigmentação qualquer CÁRIE RAMPANTE • Forma especifica de cárie severa que atinge diversos elementos dentários num mesmo paciente • “cárie de mamadeira”, afeta todos os dentes anteriores superiores, como cárie de radiação (para aqueles submetidos em à tratamento radioterápico), e cárie por uso de drogas • Em dentes decíduos, causada por hábitos inapropriados de alimentação, a forma mais comum é com crianças < 3 anos CÁRIE OCULTA • É uma lesão cariosa EM DENTINA detectada em radiografias interproximais • Clinicamente, o esmalte oclusal se apresenta sadio ou minimamente desmineralizado ↳ Figura 1. Esquema da forma escalonada da formação da lesão oclusal em uma fossa oclusal: (1) dentina reativa na interface para a polpa; (2) reação esclerótica ou zona translúcida (transparente); (3) zona de desmineralização; (4) zona de invasão bacteriana e destruição; e (5) linhas pontilhadas indicam a direção dos prismas ↳ Figura 2. Cortes histológicos através de dentes exibindo diferentes estágios de progressão de lesões de cárie oclusal. Comparando essas lesões naturais com a Figura 5.32, é possível observar por que a cárie oclusal apresentase como socavamento do esmalte. Se deixada “sem tratamento”, uma lesão de cárie estimula o órgão pulpodentinário a realizar processos reparativos sob a forma de dentina esclerosada (hipermineralizada), e na interface pulpar da dentina (terciária) reativa. Se a massa microbiana não for removida, então o resultado final será necrose da polpa e reações inflamatórias periapicais (F). Métodos para diagnóstico CLINICO • Visual e táctil • Sonda periodontal com extremidade arredondada (OMS) TRANSILUMINAÇÃO • Fonte de luz vestibular ou palatino/lingual • Intensidade da luz modificada = lesão RADIOGRÁFICO • Radiografia intra-oral = revela e estima a profundidade de uma lesão de cárie • Interproximal – ideal OBS: lesões de cárie iniciais muito rasas e pequenas cavidades no esmalte não são visíveis nas radiografias dentárias. OUTROS • Separação temporária • Corantes OBSERVAÇÕES • Nas áreas mais desmineralizadas no centro das lesões, o esmalte poroso pode fica pigmentado • Mesmo quando se trata de lesões cavitadas extensas ativas, pode ser difícil de detectar (lesão proximal) até que o dente adjacente seja perdido. Tais lesões, contudo, podem se revelar por uma alteração de coloração azulada ou amarelada da crista de esmalte oclusal socavada • Lesões não cavitadas e paralisadas, em geral, apresentam fossas escuras e fissuras. As áreas opacas turvas nos pré-molares com uma superfície de esmalte brilhante nas cúspides e cristas de esmalte representam a fluorose dental • Lesão de cárie oclusal paralisada. As margens de esmalte parcialmente socavadas foram fraturadas e sofreram abrasão pela mastigação, e a placa dentária na cavidade de dentina foi removida, já que a superfície está em oclusão funcional. A dentina marromescura é dura e indolor. • Lesões de cárie na superfície radicular extensas e ativas. Paciente submetido à radiação de cabeça e pescoço. Ainda que somente quantidades muito pequenas de biofilme possam ser observadas, a falta de saliva leva a lesões de cárie ativas cervicais e proximais extensas. Nota-se como o esmalte está socavadoao longo das margens da cavidade CASO CLINICO: O paciente tinha recebido antidepressivos por um longo período e apresentava-se com depósitos microbianos macios extensos em todas as superfícies radiculares expostas. É muito difícil, se não impossível, restaurar esses dentes 4 meses depois de um controle de placa intensivo com um dentifrício fluoretado. As lesões agora estão, em sua maioria paralisadas. A superfície previamente amolecida agora tem textura de couro a dura; do ponto de vista biológico, a dentística restauradora não tem nenhum papel a desempenhar. Qualquer tratamento restaurador ainda seria muito difícil, mesmo usando materiais adesivos contemporâneos. As restaurações podem ajudar o paciente a melhorar sua estética, mas não contribuem para melhorar a sobrevivência dos dentes.
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