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SOFRIMENTO FETAL

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1 
SOFRIMENTO FETAL 
É uma parte muito importante da obstetrícia, é pra isso que o obstetra existe. A função do 
profissional que assiste ao parto é estar ali no momento em que é necessário atuar e o sofrimento 
fetal talvez seja a principal causa de necessidade de intervenção. 
Podemos dividir em dois momentos distintos de sua ocorrência: sofrimento fetal agudo e 
sofrimento fetal crônico. 
O agudo é aquele que acontece agudamente, enquanto o crônico é gradativo durante a 
gestação, podendo agudizar em algum momento, mas é insidioso, acompanha a gestação. 
 
 
➢ SOFRIMENTO FETAL AGUDO 
 
Conceito: Caracteriza-se por evento agudo de início abrupto culminando em hipoxia, 
acidose e hipercapnia fetal. Trata-se de alteração própria do trabalho de parto. 
“Somente o parteiro que permanecer ao lado da parturiente fará o diagnostico” 
Prof. Jorge de Rezende 
Só tem como diagnosticar o sofrimento fetal agudo se estiver ali ombro a ombro. Na 
verdade nós obstetras devemos estar “abaixo” da paciente, porque hoje nos abaixamos para ver 
essa mulher parindo verticalizadas. Essa ideia de estar ao lado, na mesma altura vem da ideia da 
paciente estar deitada enquanto estamos sentados, mas agora estamos sentados no chão e a 
paciente em um plano acima de nos. 
Só quem tiver ali do lado fará o diagnóstico. Não adianta falar depois que estava tudo bem, 
se você não acompanhou direitinho e estava vendo direitinho, quando vê sofreu, o nome agudo fala 
muito sobre isso, porque passa um minuto e pode estar tudo mal, tem que observar direitinho. 
Fisiopatologia: As trocas placentárias entre mãe e concepto são fundamentais para a 
homeostase do bem estar fetal. Portanto, qualquer alteração súbita que interfira nessa relação, 
poderá levar o feto a um estado transitório ou permanente de carência de oxigênio; instala-se, 
assim, o sofrimento fetal agudo. 
Transitório ou permanente, porque pode acontecer carência de O2 transitória que é 
corrigida pela própria natureza ou uma que começou aguda e se tornou permanente. 
Quando há carência de oxigênio, sendo ela transitória ou permanente está instalado o 
sofrimento fetal agudo. Esse sofrimento pode ser decorrente de insuficiência da circulação 
uteroplacentária ou fetoplacentária (muito mais de placenta e feto que de feto pra placenta). 
2 
 
 
 
 
1. Insuficiência 
Uteroplacentária 
 
 
Existe equilíbrio entre a 
pressão intra amniótica e a pressão materna. 
 
Quando falamos de contratilidade uterina falamos de pressão intra amniótica, a pressão 
intra amniótica é o resultado da pressão miometrial / intramiometrial (Pressão da contração) e 
da própria pressão dos órgãos internos sobre o útero. 
O espaço interviloso que é o espaço onde a placenta está mergulhada, o fluxo sanguíneo 
desse espaço depende da pressão miometrial, porque quanto maior a pressão miometrial, maior é 
a compressão dos vasos que tem mais dificuldade de passagem de sangue. Então eu dependo da 
pressão arterial materna, que é a responsável por empurrar esse sangue contra a pressão 
miometrial e contra pressão intra amniótica. 
Na insuficiência útero placentária onde eu tenho uma insuficiência entre a circulação do útero 
e da placenta eu estou olhando para causa pressão arterial materna e causa resistência dos 
vasos interplacentarios. Seja ele por uma resistência do próprio tono vasimotor desses vasos 
útero placentários ou pela pressão intramiometrial. 
Se eu tenho uma pressão intramiometrial muito alta eu posso ter déficit desse fluxo do espaço 
interviloso. 
Se eu tenho tônus vasimotor dos vasos aumentado eu posso ter diminuição desse fluxo no espaço 
interviloso. 
• Me deem um exemplo de causa de sofrimento fetal agudo por insuficiência 
útero placentária de causa materna por conta da pressão arterial media materna: 
Respostas erradas: Dm gestacional, eclampsia, DHEG (doença hipertensiva especifica da 
gravidez). 
• Como eu diminuo o fluxo interviloso com relação à pressão arterial da mãe? 
Para diminuir o fluxo interviloso, só olhando pra pressão arterial, eu preciso ter 
pressão maior ou menor? 
Resposta: menor. 
 
• Então me dê um exemplo: onde eu posso ter sofrimento fetal agudo por causa 
da pressão da mãe (hipotensão materna)? 
Resposta: Choque. 
 
Então hemorragia materna pode causar insuficiência uteroplacentária, sofrimento fetal 
agudo. 
Pré-eclâmpsia: nela eu posso ter sofrimento pelo aumento do tônus vasomotor. A gente 
tem na pré eclampsia aumento desse tônus porque quero fechar a periferia para vir mais sangue 
pra placenta então os vasos são mais endurecidos, então tenho aumento do tônus vasimotor, 
mas aí vai ser por causa da resistência dos vasos intraplacentários. 
3 
• Digam uma causa de sofrimento fetal agudo por aumento da pressão 
intramiometrial: 
Respostas: DPP (descolamento prematuro da placenta), não é uma causa de aumento da 
pressão intramiometrial, é uma causa de sofrimento fetal agudo, mas por hipoxia mesmo, que a 
placenta descolou e aí eu não consigo fazer trocas. E placenta previa pode ser causa de 
hemorragia materna. 
A causa de sofrimento fetal por aumento da pressão intramiometrial é contração 
exagerada, que pode ser aumento da frequência, ou seja, eu tenho taqui sistolica ou aumento da 
intensidade, tenho hipersistolia, contraio demais ou muitas vezes posso fazer sofrimento fetal 
agudo. Por isso, a ocitocina que muitos usam indiscriminadamente é um excelente remédio, mas 
é “do capeta” em determinadas situações. Quando colocamos temos que ficar do lado, não da pra 
administrar e ir dormir. Se fizer taquissistolia, hipersistolia pode ocasionar sofrimento fetal. 
Lembrem-se: toda vez que eu tenho uma mulher com contração diminuída, pensa se não é 
a natureza adequando a dinâmica uterina pra aquilo que aquele bebe é capaz de suportar. 
 
 
Então ta lá, eu tenho uma pressão amniótica (10mmHg), eu tenho uma pressão 
intramiometrial (10mmHg), e uma pressão arterial média de 85 mmHg. Graças a deus é superior 
a pressão intramiometrial e superior a pressão intraamniótica, portanto o sangue vem de (A) para 
o espaço interviloso (B) para que a placenta possa receber esses nutrientes 
Mas eu crio por exemplo uma pressão intramiometrial de 120mmHg com uma pressão 
arterial média de 90mmHg. O que acontece com sangue que tenta ir? Não consegue ir, fica 
parado, então acontece estase circulatória, hipoxemia, hipercapnia e acidose. 
Aumento da pressão intramiometrial: 
 
• Hiperssistolia uterina; 
• Taquissistolia uterina; 
• Hipertonia uterina. 
Qual a diferença de hipersistolia para hipertonia? 
 
• HIPERSISTOLIA: Quando contraio, contraio muito forte, passou a contração eu paro de 
contrair, relaxo 
• HIPERTONIA: Quando passa a contração esse útero não relaxa por completo, passa a 
contração e ele continua contraindo. 
• TAQUISSISTOLIA: é o número de contrações. Cada contração é um mergulho que esse feto 
faz em apneia. 
4 
Imagine vocês mergulhando em apneia: contraiu, mergulhou em apneia, passou a contração, 
voltei e respirei. Contraiu, mergulhou em apneia, passou a contração, voltei e respirei 
• Se eu ficar contraiu, mergulhou em apneia, passou a contração, voltei e 
respirei, vocês concordam que vou sofrer? 
Resposta: sim! 
 
 
 
 
fluxo diminui. 
CURVA A: curva normal, área 
pintada vermelha é o fluxo 
placentário. A linha amarela é a 
pressão arterial media e a linha 
azul a pressão miometrial. 
Quando ocorre uma contração eu 
aumento a pressão miometrial e 
diminuo o fluxo placentário, 
relaxei volta o fluxo placentário 
CURVA B - Hiperssistolia uterina: 
quando ele contrai, contrai 
demais, então a pressão 
intrameiometrial é muito alta e o 
 
CURVA C – Taquissistolia: eu tenho várias contrações, aumenta da pressão intramiometrial e não 
dá tempo de eu recuperar. 
CURVA D – Hipertonia autentica: aquela paciente que está com útero hipertônico, o qual se 
mantém contraído. A pressão se mantém elevada e no momento que semantém elevada diminui 
o fluxo. 
CURVA E – Hipotensão arterial: Com a pressão arterial diminuída o fluxo fica pequenininho, 
caracterizando o sofrimento fetal. 
2. Insuficiência feto placentária aguda 
Problema da relação placenta e bebe. 
 
• Circular de Cordão: ATENÇÃO! Circular de cordão não é indicação de cesariana. 
Se a gente vê uma circular no USG o bebe enrola e desenrola várias vezes. 
• Nó de cordão verdadeiro: a gente consegue por conta da geleia de Wharton. Mesmo 
apertando esse nó e esticando esse cordão, ele não vai obliterar os vasos, ainda vai ter 
fluxo sanguíneo nesse cordão. E tem espaço para esticar esse cordão. Não vai enforcar o 
bebe, porque o bebe não respira. Por isso pode enforcar, mas não vai ter função. Pode 
acontecer mascara equimótica, que fica mais roxo na cabeça. 
E o sangue para cabeça não vai parar de subir? Tem que enforcar muito para não subir 
sangue para a cabeça. Em casos extremos a circular de cordão e o nó podem gerar sofrimento 
fetal e tem espaço suficiente. NÃO SÃO INDICATIVAS DE CESÁREA. 
• Prolapso de cordão: rompeu a bolsa, o cordão escorre pela vagina, o bebe desce e 
pressiona o cordão, pressionando, assim, interrompe o fluxo do cordão. 
• Procidência de cordão: o cordão se prende a frente da apresentação, não se 
exterioriza. Ao ocorrer contração empurra o cordão e prende o fluxo. 
5 
 
 
 
 
fetal. 
• Oligodraminia: Pode causar sofrimento fetal de responsabilidade feto placentária 
porque tem pouco liquido que pode acontecer com o cordão e o próprio bebe, é compressão 
de cordão. 
Quando tais alterações têm uma duração maior que 30 segundos pode causar sofrimento 
 
CURUOSIDADE: Tem um vídeo na internet do bebe com seu cordão na mão, em que ele tem 
reflexo de apreensão e aperta o cordão e solta, bradicardizando, dá uma “meia desmaiada”, solta 
a mão e assim se repete varias vezes o fluxo. O bebe não é suicida, não dá pra morrer assim. 
ATENÇÃO: Nunca em hipótese alguma seccione a circular de cordão antes do nascimento do 
bebe. Ou seja, saiu a cabeça do bebe e tem uma circular que está muito justa e não conseguimos 
desfazer, antigamente falava que era para entramos com a pinça, clampear e cortar, mas não 
pode!Não pode pois devemos lembrar da distocia de ombro. Se eu tenho distocia e corto esse 
cordão eu pioro esse quadro, posso matar por interromper esse fluxo pra ele. 
 
 
➢ MECANISMOS DEFENSIVOS DO FETO 
 
O feto não é idiota, quando as coisas começam a sair da normalidade tem mecanismos 
defensivos. 
a) Alterações cardiovasculares: 
• Vasodilata cérebro, coração e supra renais. 
• Taquicardia fetal e bradicardia fetal: o feto aumenta a FC primeiro. As vezes nós 
identicamos a bradicardia, mas o feto normalmente faz taquicardia para depois fazer 
bradicardia. 
Imagina se você tiver que dar o pique, antes de ficar ofegante a gente taquicardiza. Então 
quando falta oxigênio o coração acelera o batimento para suprir a falta. Depois que isso gera 
estresse do coração fetal ele faz reflexo vagal e faz bradicardia. 
Qual sofrimento fetal é pior: o com taquicardia ou com bradicardia? Com bradicardia é pior. 
 
a) Alterações metabólicas: 
• Redução de consumo de oxigênio que gera acidose metabólica; 
• Desacelerações da FC (DIPs) que são desacelerações intraparto, se mantendo ele vai 
pra Hipercania e hipoxia. Se a gente tiver que fechar o olho e dizer qual o gosto do 
sofrimento fetal agudo a resposta seria hipercapnia e hipoxia. O substrato bioquímico do 
sofrimento fetal agudo é hipercapnia e hipoxia e também pode apresentar acidose 
respiratória. 
 
 
➢ Etiologia: 
 
O que pode causar sofrimento fetal: 
 
HIPERATIVIDADE UTERINA: O primeiro sem sombra de dúvida é Hiperatividade uterina 
(Taquissistolia, Hiperssistolia e hipertonia). 
• Ocitocina: o “remédio do capeta”, oxitocina, que é ótimo, mas TEM QUE FICAR DO 
LADO, se eu uso TENHO QUE FICAR DO LADO, aumento muito a atividade uterina e 
causo hiperatividade. Frequentemente você administra a ocitocina no braço e conta 5 
6 
unidades em 500ml de SF ou glicosado, sendo 8 gotas por minuto e deixa gravitacional. A 
paciente tava com braço dobrado e você não viu, quando ela desdobrou quando você fez 
mais 8, as 8 anteriores viraram 18 e você não viu. Acontece a hipertonia. 
Ocitocina venosa é igual a bomba infusora: SEMPRE!!! 
 
Se algum dia vocês virem colocando em trabalho de parto, saiam de fininho, peguem um 
pedaço de pau e batam na pessoa. (kkkkkk) 
• Período expulsivo prolongado: fala um pouco do parto prolongado, aquele período 
expulsivo que o bebê não vem, o útero começa a contrair muito – Hiperatividade uterina. 
Não é para termos medo do período expulsivo longo, mas tenham respeito por ele. 
 
3. Hipotensão Materna 
 
• A famosa posição de “frango assado” é a principal causa da hipotensão materna. 
• Decúbito dorsal pode causar hipotensão devido ao fato da compreensão da veia 
cava, onde vamos ter diminuição do retorno venoso, diminuição do débito cardíaco e 
diminuição da pressão arterial materna. Então, NÃO é para deixar as mulheres em 
decúbito dorsal!!! Importante nos atentar em nossos atendimentos nos ambulatórios para 
não deixarmos a gestante muito tempo na maca. É bom que levantemos um pouco a 
cabeceira da maca. 
• Hemorragia. 
• Anestesia: principalmente aquelas de bloqueio de neuroeixo, raqui principalmente, 
ela faz hipotensão. Ao observamos uma cesariana, logo após a raqui, o útero da mulher é 
lateralizado para que haja descompressão da veia cava. 
Sofrimento fetal crônico 
 
Aquele que vem cronicamente acontecendo e em algum momento ele pode agudizar. 
 
1. Prematuridade: 
 
A prematuridade pode favorecer a um sofrimento fetal agudo, pois esse feto ainda não está 
preparado para o estresse do nascimento. Embora, o estresse do nascimento é positivo para 
acabar de amadurecer esse bebê que vai nascer. 
2. Patologia funicular (patologia do cordão): 
 
Às vezes podemos ter cordões muito curtos, cordões muito tracionados podendo até gerar 
descolamento prematuro de placenta. 
3. Partos prolongados: 
 
O parto prolongado também pode gerar sofrimento fetal agudo por conta do “mergulho em 
apneia”, quanto mais tempo tiver ali eu posso sofrer. Não devemos ter medo do tempo de 
parto, isso já foi visto na aula de partograma que não precisamos ficar preso no tempo. 
Entretanto, devemos ter respeito, quanto mais longo esse trabalho de parto mais chance de 
sofrer, assim como, um trabalho de parto muito curto também tem chance de sofrer devido ao 
fato de que se parto foi muito rápido e eu tive muitas contrações, uma atrás da outra, 
podendo funcionar como uma taquiassistolia, Se não der tempo dele recuperar, podemos ter 
sofrimento fetal. 
7 
➢ Diagnóstico: 
 
O diagnóstico intra-parto é realizado pela microanálise do sangue fetal, cardiotocografia e 
clínica. 
A microanálise fetal é feita com a coleta de sangue do bebê (scalpe na cabeça). 
A cardiotocografia vai nos mostrar categorias: 
o I(normal 
o II (suspeita) 
o III (anormal). 
A microanálise do sangue fetal já nos mostra um pH 7,30 é o normal, se ele tiver tendendo 
para 7,20-7,15 eu tenho alteração, pCO2 >40 e excesso de base. É incomum fazer microanálise 
de sangue fetal. Assim, nos resta a cardiotocografia e a clínica. 
O diagnóstico clínico vai ser através da ausculta do coração do bebê. É muito importante 
nos atentar nesse quesito sendo ela: normal de 110-160bpm. (NÃO É PARA SOFRER COM FC 
<120!!!). 
 
Existe um consenso que o intervalo entre as auscultas no risco habitual durante a fase de 
dilatação deve ser feita a cada 30 minutos. Já no alto risco durante a fase de dilatação deve ser 
auscultado a cada 15 minutos. 
No risco habitual durante o período expulsivo a cada 5min no alto risco no período 
expulsivo a cada 5 minutos ou a cada 10 minutos de contração. A ausculta poderá ser feita com 
o sonar ou com estetoscópio de pinar. Devemos treinar sua utilização, pois se não tiver sonarvamos ter que usar ele (pode ser feito até com o miolo do rolo de esparadrapo). O professor disse 
que ele ausculta incessantemente no período expulsivo, passou a 
contração, ausculta. 
 
O bebê vai liberar mecônio por conta da maturidade 
intestinal ou sofrimento fetal. Se eu tenho uma gestação muito 
madura esse intestino pode estar mais cheio e por conta disso ele 
elimina o mecônio, então aquelas gestações mais para o término e 
pós maturas possuem mais chance de ter mecônio. 
A apresentação pélvica pode ter liberação de mecônio, pois 
pressiona o bumbum do bebê. 
Outro fato que temos é quem em algum momento ocorreu 
uma hipóxia, liberou os esfíncteres e deixei sair mecônio, mas isso não quer dizer que foi naquele 
momento, portanto, presença de mecônio NÃO É SINAL DE SOFRIMENTO FETAL AGUDO E NÃO 
É INDICAÇÃO DE CESAREANA! 
Por exemplo, temos uma bolsa rota, está tudo ótimo, começou a demorar o trabalho de 
parto, período expulsivo não está evoluindo, o bebê começou a ter taquicardia. O líquido que era 
claro passou a ter aspecto meconial, devemos ficar atento pois pode estar tendo um sofrimento 
aí. “TAMBÉM NÃO É PARA CAGAR PRO COCÔ”. 
O grande receio de todos é da síndrome de aspiração meconial. Quando o bebê aspira o 
mecônio ele faz um irritação da árvore brônquica, fazendo uma pneumonia com aumento 
importante da resistência pulmonar o que gera hipóxia no bebê. Não é todo bebê que tem 
8 
mecônio que irá ter síndrome de aspiração meconial (SAM). Todo bebê que tem mecônio espesso 
vai ter SAM? NÃO!!! 
O medo do mecônio espesso é porque ele é recente. Então teoricamente esse sofrimento foi 
mais próximo. Mas alunos do Tio Phillippe não terão medo do mecônio, terão respeito pela 
paciente e estarão sempre atentos conhecendo a fisiologia e a fisiopatologia para intervir na hora 
certa. 
➢ Prognóstico: 
a) Sequelas Neurológicas; 
b) Disfunção orgânica múltipla (sepse); 
c) Lesão de perfusão e radicais livres de oxigênio; 
d) Hemorragia intraventricular. 
 
Precisamos estar atentos, pois assim que começa o sofrimento fetal agudo precisamos atuar, 
visto que pode haver óbito bem como sequelas graves. Lembre-se que toda intervenção é bem 
vinda desde que seja necessária, discutida e consentida. Cada intervenção que é proposta para 
uma mulher nos oferece mais chances de necessitar de outras intervenções – cascata de 
intervenções. 
➢ Tratamento: 
a) Profilático 
• Não romper artificialmente as membranas ovulares. A membrana, o líquido está ali. 
Funciona como uma almofadinha para esse bebê na hora que ele contrair ter uma 
“coisinha molinha” na sua cabeça para poder não pressionar e fazer reflexo vagal 
desnecessário. 
• Não acelerar o parto que evolui normalmente (se está tudo bem não é necessário fazer 
nada). 
• Ocitocina somente para corrigir discinesias. Se existe, por exemplo, uma bradiassistolia 
que não deixa esse trabalho de parto evoluir, se tem uma queixa que não está ajudando eu 
posso e devo usar ocitocina depois de discutida e consentida. 
• Não induzir o parto eletivamente. Não podemos induzir o parto eletivamente, pois ela pode 
causar taquiassistolia, pode causar hipertonia uterina, pode causar hiperssistolia. 
• Indução do parto eletivamente com baixas doses de ocitocina. Nos casos que iremos usar a 
ocitocina começamos com 8ml/hr -> 12ml/hr -> 24ml/hr -> 36ml/hr -> 72ml/hr e, assim, 
vamos escalonando a cada 20 minutos. Então eu faço 12 não pegou eu aumento para 24 e 
assim sucessivamente. 
• Monitorar TODOS os partos induzidos. Colocou ocitocina ou induziu o parto, assim que 
começar a contrair temos que olhar para esse bebê, olhar para essa mulher. 
• Não efetuar amniotomia para monitorar o feto, não existe porque romper bolsa para fazer 
monitorização do feto. 
• Conhecer os elementos que possam influenciar a resposta do útero à ocitocina, conhecer e 
acreditar na fisiologia e dominar a fisiopatologia. 
 
b) Durante o parto: 
 
• Alteração do decúbito da paciente. Às vezes está tendo uma compressão, muda o decúbito 
dela a coloca em pé, levanta, vira de lado. (Reflexão do Tio Phillipe: parir é igual andar de 
bicicleta quanto mais em movimento a gente estiver mais pra frente a gente vai, ninguém 
consegue parar de andar de bicicleta e continuar em pé. Então, é preciso movimento). 
• Correção da hipotensão materna, dar líquido, ou correr um soro. 
9 
• Diminuição da atividade uterina. Colocar na banheira proporciona as contrações mediadas 
por prostaglandinas do que de ocitocia, então se eu tenho muita taquiassistolia 
dependendo vale a pena colocar na banheira. 
• Hiperoxia materna. Ofertar oxigênio para a paciente não serve para nada e oxigênio 
sobrando forma radicais livres, ele é oxidante, por isso não faremos hiperóxia na mãe. 
• Amnioinfusão. 
Ex: temos pouco líquido aminiótico e isso está causando compressão de cordão é 
viável tentar fazer uma amnioinfusão (é injetar soro fisiológico na bolsa amniótica), porém 
pode haver repercussões. Uma delas é Doença de Tapar (não deu para entender direito o 
nome da doença – está no minuto: 01:31:27) outra delas por exemplo é romper bolsa, assim 
deve ser discutido. 
 
• Terminação imediata do parto. Óbvio que se o sofrimento fetal agudo está instalado e eu 
não conseguir corrigir é preciso terminar imediatamente esse parto. A abreviação de um 
parto ocorrer através da instrumentalização do parto por meio de fórceps, parto extrator 
ou cesariana (bebês muito baixos podem ter uma cesariana difícil), certamente aplicar um 
fórceps em um parto extrator é muito mais rápido que uma cesariana. É aí que o trabalho 
transdisciplinar é muito importante. 
• Não efetuar amniotomia para monitorar o feto. 
 
Sofrimento fetal crônico 
 
➢ Conceito 
 
Caracteriza-se por evento insidioso, de desenvolvimento lento, culminando em Restrição do 
Crescimento Intra-Uterino (CIR). Trata-se de alteração própria da gravidez de alto risco. Possui 
mortalidade perinatal de 10x. 
➢ Etiologia 
a) Insuficência 
Uteroplacentária: 
Uma pneumopatia materna 
pode ser a causa, ou seja, 
essa mãe oxigena mal. 
Hipertireoidismo por 
questões da tireóide; próprio 
crescimento restrito; história 
de natimorto; DPP crônico 
são aquelas pacientes que tem pequenos descolamentos de placenta durante a gestação que irá 
causar hipóxia dessa placenta. 
A grávida idosa porque já tem alterações circulatórias; a prenhez gemelar, podendo 
sobrecarregar a necessidade de oxigênio; amniorrexe prematura relacionada por exemplo a 
infencção, a qual pode causar insuficiência uteroplacentária. 
Pós maturidade por uma placenta mais envelhecida em que faz trocas piores; doença 
hemolítica perinatal (DHPN); toxemia; hipertensão arterial; a pré-eclâmpsia; a hipertensão 
essencial; doença renal; colagenoses,; diabetes; cardiopatia materna ou fetal e anemia materna 
ou fetal. 
10 
 
 
 
➢ Diagnóstico: 
 
1) História: 
 
OBS: Intestino hiperecogênico do bebê significa que ele 
tem mecônio, então cuidado com o MECÔNIO MAU, 
pois se tem mecônio no intestino ele pode sair em 
qualquer momento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Então, a primeira coisa que fazemos 
para diagnosticar um SFC é através da 
medida do fundo do útero em que ela não irá 
condizer com a idade gestacional. 
Consideramos até 3cm, ou seja, esse bebê 
começa a crescer pouco (Ex: mãe tem 36 
semanas e eu faço a medida de 26cm de fundo 
de útero). 
Outra coisa que vamos analisar é a 
biometria fetal no, fazemos uma USG e ela 
vem com biometria fetal, indicando que temos um bebê menor que ele deveria estar. 
 
Doppler da artéria uterina, a placenta sofre duas ondas de migração uma logo início, no 
primeiro trimestre e a segunda onda migração trofoblástica que ocorre ao redor da 22ª semana. 
Nessa segunda onda destrói-se a camada musculoesquelética das arteríolas espiraladas, fazendo 
com que seja um leito de baixa resistência e com isso conseguimos ver através do Doppler de 
artéria uterina, poisesperamos com o decorrer da gestação que essa artéria uterina fique em um 
leito de baixa resistência. Então a gente vê um fluxo rápido e um índice de pulsatilidade baixo. 
Assim, no SFC esse Doppler a artéria uterina vai estar alterada, pois essa placenta não 
penetrou corretamente no endométrio e por conta disso tem má oxigenação e não há relaxamento 
da artéria uterina, onde ela fica sobrecarregada e ocorre a incisura da protodiastólica da artéria 
uterina. Podemos também fazer o diagnóstico do crescimento intrauterino restrito (CIR) fetal que 
é de causa fetal e o de causa placentária, por uma insuficência placentária. 
➢ Tratamento: 
 
1. Monitorização fetal: 
• Doppler alterado, porém com diástole (quando o coração materno relaxa eu ainda 
mantenho fluxo) – Repetir o Doppler 1/2x por semana e vou fazer a interrupção na 
37ºsemana. Explicando melhor: o coração contraí e eu aumento o fluxo, quando o coração 
relaxa eu preciso manter ainda um pouco cheio então eu mantenho ainda o fluxo positivo. 
• Doppler alterado diástole zero (contraiu o sangue vem, quando relaxa não vem 
sangue) – Repetir o Doppler 3x por semana – com interurpção 34º semana. 
11 
• Doppler alterado diástole reversa (contraiu o sangue foi, relaxou, tem tanta 
resistência que regurgita o sangue) – interrupção imediata. 
 
 
2. Via de parto 
Não induzimos um bebê com sofrimento fetal crônico. Se eu tenho um Doppler 
alterado, porém com diástole eu posso até pensar em um parto vaginal, se eu não tenho 
diástole, seja ela zero ou reversa terá que fazer cesariana.

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