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Comunicação de notícias difíceis

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Notícias dificéis: é qualquer informação que altere
de forma drástica e negativa a visão do paciente
sobre o seu futuro
A comunicação deve ser orientada por tópicos di-
rigidos a objetivos alcançaveis e não se basear
em expectativas irreais
Os pacientes valorizam a honestidade, a clareza
na mensagem, a privacidade e a capacidade de
responder questões por parte de quem dá a no-
tícia
Esse processo de comunicação pode influenciar o
ajustamento emocional, a relação e a adesão te-
rapêutica, o prognóstico, a ocorrência de proces-
sos litigiosos e o desgaste emocional do médico
Þ Desafios do profissional de saúdeDesafios do profissional de saúdeDesafios do profissional de saúde
Medo do desconhecido e do não aprendido: a mai-
oria dos profissionais não recebe formação em
comunicação de notícias difíceis
Medo da reação emocional dos pacientes e famili-
ares
Medo de deixar o paciente sem esperança
Medo de não saber todas as respostas
Medo de expressar as emoções: noção que eles
devem se comportar sempre de uma forma cal-
ma e não emotiva
Medo de ser culpado
Medo pessoal da morte e da doença
Þ Ao tomar a responsabilidade pela comunicaçãoAo tomar a responsabilidade pela comunicaçãoAo tomar a responsabilidade pela comunicação
da notícia, o profissional pode assumir diversosda notícia, o profissional pode assumir diversosda notícia, o profissional pode assumir diversos
papéis:papéis:papéis:
Funcionar como escudo
Não deve ser a atitude habitual
O profissional tende a assegurar um desfecho
positivo, o que impede o paciente de se adaptar
às circunstâncias reais da sua condição
Algum grau de omissão de pormenores notícias
pode ter benefícios para o paciente - se esta
for sua preferência
Ficar com o mérito da remissão
Tal reação aumenta temporariamente o bem-es-
tar do paciente, mas qualquer recorrência seá
identificada como fracasso pessoal do profissio-
nal
Isso pode promover o afastamento do médico,
sentido pelo paciente como abandono
Controlar a informação
É inapropriada, pois muitas vezes o controle so-
bre a doença não é possível
Quem deve dar a notícia difícil?Quem deve dar a notícia difícil?Quem deve dar a notícia difícil?
Habitualmente, quem dá a notícia difícil é o médico
responsável pelo paciente
A presença de familiares deve ser discutida com
o paciente, respeitando o direito da autonomia
Protocolo SPIKES
Consiste em 6 passos
111... S a preparaçãoS a preparaçãoS a preparação
É fundamental nesta fase estar familiarizado
com a informação clínica relevante e antecipar
as possíveis reações do paciente
Isso inclui preparar-se emocionalmente antes de
chamar o paciente e/ou familiares e organizar o
tempo disponível
Deve-se preparar ambiente acolhedor e privativo
Deve-se evitar que a comunicação seja feita no
corredor ou via telefone
Faz-se necessário alertar o paciente para o fato
de que serão notícias difíceis
222... P perceber o que o paciente sabeP perceber o que o paciente sabeP perceber o que o paciente sabe
É recomendado que o profissional use questões
abertas e que se crie uma imagem aproximada
do que o paciente entende sobre a sua situação
médica
É necessário corrigir as informações equivocadas
e adequar as notícias difíceis aos conhecimentos
do paciente
333... I determinar quanto o paciente quer saberI determinar quanto o paciente quer saberI determinar quanto o paciente quer saber
“Quer que eu explique com profundidade o que o
senhor tem?”
Alguns preferem não saber o diagnóstico, prog-
nóstico e detalhes da doença
A recusa de informações é um mecanismo psico-
lógico de coping
Caso o paciente não pretenda saber detalhes, é
preciso oferecer-se para responder às questões
que possam surgir no futuro ou prestar esclare-
cimento à família
444... K partilha de informaçõesK partilha de informaçõesK partilha de informações
É essencial adequar o nível de compreensão e vo-
cabulário
Comunicação de notícias difíceis
Deve-se falar com franqueza, evitando uma co-
municação sem afeto e com excesso de termos
técnicos
Não se deve ter receio de utilizar as palavras
“câncer” ou “morte”
Deve-se fornecer a informação de forma grada-
tiva e confirmar periodicamente que o paciente
compreendeu, com pausas para avaliar a reação
dele
Deve- evitar frases como “não há nada que pos-
so fazer por você”, culpabilizações e seguranças
precoces “fique tranquilo, vai dar tudo certo”
555... E responder às emoções do pacienteE responder às emoções do pacienteE responder às emoções do paciente
O médico pode oferecer apoio e solidariedade por
meio de uma resposta empática
É fundamental identificar a razão para aquela
emoção e entender as crenças do paciente so-
bre a notícia ” o que significa para você ser por-
tador de HIV?”
Deve-se facilitar a expressão dos pacientes so-
bre o impacto da notícia “como se sente?”
Deve-se permitir que o paciente e a família ex-
pressem suas emoções
666... S plano e seguimentoS plano e seguimentoS plano e seguimento
Antes de discutir um plano terapêutico, é preciso
perceber se o paciente está preparado p isso
O profissional deve deixar claro que estará ativa-
mente envolvido no plano contínuo de ajuda
Antes de liberar o paciente, deve-se avaliar o es-
tado emocional do paciente
Þ Comunicação sobre cuidados paliativosComunicação sobre cuidados paliativosComunicação sobre cuidados paliativos
Se os tratamentos falharem, pode ser necessá-
rio oferecer consultas para a discussão de cuida-
dos paliativos
CP: visa enfatizar a promoção de uma boa quali-
dade de vida, com apoio prático, emocional, espiri-
tual, minimizando os sintomas e o sofrimento

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