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Iasmyn Paixão Referência: Aula do MED ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS Animal peçonhento: é capaz de inocular o veneno na vítima em questão. OFIDISMO Espécies de cobras · Jararacas (responsável pelo acidente mais frequente, 90% dos casos) · Faz parte do gênero bothrops, por isso é chamado de acidente botrópico. Precisa saber essa nomenclatura. · Ações do veneno: · Ação proteolítica local. Começa a aparecer áreas de necrose, edema, bolhas. · Coagulante: CIVD, aumento do tempo de coagulação. Não enxerga complicações trombóticas, mas consome fatores de coagulação, ou seja, tendências hemorrágicas. · Hemorrágica: como ação direta. Leve Moderado Grave Clínica local: dor, edema, equimose. - + +++ Sistêmica: choque, anúria, hemorragia - - + Ampolas 2-4 4-8 12 · Surucucu · Faz parte do gênero Lachesis, por isso é chamado de acidente laquético. · Ações do veneno igual ao do botrópico somado a: · Dicas para diferenciar: prevalência (sendo o botrópico o mais comum), no caso do laquético há manifestação parassimpática (bradicardia, hipotensão, sialorreia, alteração pupilar – miose.), só aparece em áreas florestais. · Cascavel · Faz parte do gênero Crotalus, por isso é chamado de acidente crotálico. Acidente ofídico com maior % de morte. · Ações do veneno: · Neurotóxico: dificuldade da ACH se conectar com os receptores na junção neuromuscular e fazer contração efetiva. Manifestação de fraqueza muscular, apresentação crânio-caudal. (musculatura facial é a primeira a ser atingida – fáceis miasténica: pode se queixar de diplopia, por fraqueza muscular extrínseca, além disso, ptose palpebral, faz extensão do pescoço para poder enxergar melhor e fraqueza da musculatura ao redor da boca) · Miotóxico: mialgia generalizada, CPK aumentada, pode culminar em rabdomiólise (grave complicação que mata). Pode fazer IRA pela mioglobina da musculatura que atinge os rins. · Ação coagulante discreta: não vê eventos trombóticos, nem manifestações hemorrágicas. · Coral – NÃO possui fosseta loreal NEM presas avantajadas. · Não usa o nome do gênero, mas da família, Elapidae, por isso chama-se de acidente elapídico. Outras espécies de cobras podem mimetizar a cobra coral verdadeira. Mas há algumas dicas, ambas terão anéis coloridos, mas na verdadeira, esses anéis dão volta completa no corpo, na falsa, não engloba a região ventral. Outra diferença, embora não seja absoluta, a coral verdadeira apresente 3 cores no mínimo, a falsa pode ter 3 cores ou menos. · Ações do veneno: · Ação neurotóxica semelhante ao crotálico (cascavel). No caso anterior, geralmente estaciona na manifestação facial, nesse caso não, pois o veneno tem baixo peso molecular, se difundindo no corpo com maior facilidade, por isso envolve musculatura associada a movimentos respiratórios morte por insuficiência respiratória. Sempre grave. · Não há manifestação miotóxica. · Ação coagulante discreta. · Menos comum, mas grave. · Perfil da vitima · Rural · Homem (15-49 anos) · Membro inferior · Identificar a cobra · Importante saber se está ou não diante de uma cobra peçonhenta. · Peçonhenta: fosseta loreal: percepção de calor. Exceto a coral que NÃO possui. · Presa avantajada. Exceto a cobra coral. · Como diferenciar entre jararaca, surucucu e cascavel? · Cauda lisa: jarararca · Chocalho: cascavel · Escamas: surucucu Prevenção e tratamento do acidente · Uso de luvas e botas · Roedores: principal alimentação a cobra, se acabar com eles, terminar por atingir a população de cobras. · Evitar matas de entulhos. O que não fazer · Álcool · Torniquete · Amputação O que fazer · Medidas gerais · Repouso e limpeza da região · É uma mordedura, então é importante profilaxia antitetânica. · É de notificação compulsória. · Medidas específicas · Soro terapia de preferência IV · Indicação: sempre, o que varia é a dose! Diferente de aranha e escorpião, que só é feito em casos graves. · Casos especiais · Botrópicos; Laquéticos · Debridamento: evitar infecção secundária. · Fasciotomia dado que pode haver reação local/proteolítica que causa dano ao músculo. · Crotálico · Prevenção de IRA por rabdomiólise: hidratação venosa, manitol, bicarbonato. (visa reduzir o tempo de contato com os túbulos) · Elapídico · Ação neurotóxica sempre grave: fazer neostigmina para devolver força de contração muscular ao aumentar a quantidade de ACh. ARANEÍSMO Mecanismo de ação · Ativa canais de sódio (contrário do anestésico local) de células eletroexcitáveis: neurônio e músculos (cardíaco, por ex) · Sensitivas: dor · Autônomas: simpático/parassimpático · Motoras: contraturas musculares Tipos de aranhas · Armadeira (Phoneutria) · No Br, aparece principalmente na região sul. · Errantes: não fazem teias muito geométricas para viver, são mais nômades. · Agressivas · Ataca principalmente extremidades do corpo · Clínica · Dor imediata e intensa, clínica sistêmica. · DD com escorpião pela clínica de dor imediata e intensa. · Viúva negra (Latrodectus) · Mais comum no NE · Clínica · Contraturas e flexões (faz DD com abdome agudo) · Fáceis lactrodectísmica: contratura da face. · Além de soro pode fazer estratégia de relaxante muscular. · Aranha-marrom (Laxosceles) · Mais comum no Sul do país. · Espécie mais comum é a L. intermédia · Mais comum e mais grave · Atinge coxa em 20% dos casos e tronco em 15% (região central do corpo) · Clínica · Parece que a grande toxina responsável é a esfingomielinase-D · 99% ficam apenas na clínica local. · Lesão característica/ forma cutânea: base eritematosa + isquemia central + áreas violáceas. (placa marmórea). Não aparece imediatamente, evolução é lenta. · Cutâneo-visceral, 1%: lesa hemácia e endotélio. (hemólise + injúria renal + CIVD) Prevenção e tratamento do acidente · Bater em roupas e sapatos antes de vesti-los. · Inseticidas: são “comidos” pela aranha. · Criação de galinhas: predadores · Tratamento · Soro anti-aracnídeo: não faz em casos leves, aqueles que não têm clínica sistêmica. · Casos especiais: · Acidente por phoneutria: analgesia (compressa morna analgésico sistêmico ou anaestesia local) · Acidente por latodectus: BDZ, gluconato de cálcio: tentam relaxar. · Acidente por loxoceles Leve Moderado Grave Clínica Lesão atípica Lesão <3 cm Lesão >3 cm ou hemólise Tratamento específico - Prednsona por 5 dias Soro + prednisona por 7-10 dias Seguimento Retorno diário por 72h Retorno diário por cinco dias Centro de envenenamento ESCORPIONISMO · Tityus serrulatus (tem aspecto de serrinha nas patas) · É mais comum e mais grave que o araneísmo. · Região sudeste · Óbitos em crianças dado que as manifestações sistêmicas são mais comuns · MMSS costuma ser mais acometido. · Clínica (ativação e canais de cálcio) · Local: dor precoce (principal sintoma) · Sistêmica: mais comum em crianças: arritmia, hipo/hipertensão, insuficiência cardíaca, agitação, sonolência, tremor, sudorese. · Principal DD é a aranha-armadeira dado a dor imediata precoce. · Tratamento · Local: analgesia sistêmica ou local · Moderado-grave: soro antiescorpiônico ou antiaracnídeo
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