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15 - ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

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Iasmyn Paixão Referência: Aula do MED
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
Animal peçonhento: é capaz de inocular o veneno na vítima em questão.
OFIDISMO
Espécies de cobras
· Jararacas (responsável pelo acidente mais frequente, 90% dos casos) 
· Faz parte do gênero bothrops, por isso é chamado de acidente botrópico. Precisa saber essa nomenclatura. 
· Ações do veneno:
· Ação proteolítica local. Começa a aparecer áreas de necrose, edema, bolhas. 
· Coagulante: CIVD, aumento do tempo de coagulação. Não enxerga complicações trombóticas, mas consome fatores de coagulação, ou seja, tendências hemorrágicas. 
· Hemorrágica: como ação direta.
	
	Leve
	Moderado
	Grave
	Clínica local: dor, edema, equimose.
	-
	+
	+++
	Sistêmica: choque, anúria, hemorragia
	-
	-
	+
	Ampolas
	2-4
	4-8
	12
· Surucucu
· Faz parte do gênero Lachesis, por isso é chamado de acidente laquético.
· Ações do veneno igual ao do botrópico somado a:
· Dicas para diferenciar: prevalência (sendo o botrópico o mais comum), no caso do laquético há manifestação parassimpática (bradicardia, hipotensão, sialorreia, alteração pupilar – miose.), só aparece em áreas florestais.
· Cascavel 
· Faz parte do gênero Crotalus, por isso é chamado de acidente crotálico. Acidente ofídico com maior % de morte. 
· Ações do veneno:
· Neurotóxico: dificuldade da ACH se conectar com os receptores na junção neuromuscular e fazer contração efetiva. Manifestação de fraqueza muscular, apresentação crânio-caudal. (musculatura facial é a primeira a ser atingida – fáceis miasténica: pode se queixar de diplopia, por fraqueza muscular extrínseca, além disso, ptose palpebral, faz extensão do pescoço para poder enxergar melhor e fraqueza da musculatura ao redor da boca)
· Miotóxico: mialgia generalizada, CPK aumentada, pode culminar em rabdomiólise (grave complicação que mata). Pode fazer IRA pela mioglobina da musculatura que atinge os rins. 
· Ação coagulante discreta: não vê eventos trombóticos, nem manifestações hemorrágicas. 
· Coral – NÃO possui fosseta loreal NEM presas avantajadas. 
· Não usa o nome do gênero, mas da família, Elapidae, por isso chama-se de acidente elapídico. Outras espécies de cobras podem mimetizar a cobra coral verdadeira. Mas há algumas dicas, ambas terão anéis coloridos, mas na verdadeira, esses anéis dão volta completa no corpo, na falsa, não engloba a região ventral. Outra diferença, embora não seja absoluta, a coral verdadeira apresente 3 cores no mínimo, a falsa pode ter 3 cores ou menos. 
· Ações do veneno:
· Ação neurotóxica semelhante ao crotálico (cascavel). No caso anterior, geralmente estaciona na manifestação facial, nesse caso não, pois o veneno tem baixo peso molecular, se difundindo no corpo com maior facilidade, por isso envolve musculatura associada a movimentos respiratórios morte por insuficiência respiratória. Sempre grave. 
· Não há manifestação miotóxica.
· Ação coagulante discreta.
· Menos comum, mas grave. 
· Perfil da vitima 
· Rural
· Homem (15-49 anos)
· Membro inferior 
· Identificar a cobra
· Importante saber se está ou não diante de uma cobra peçonhenta. 
· Peçonhenta: fosseta loreal: percepção de calor. Exceto a coral que NÃO possui. 
· Presa avantajada. Exceto a cobra coral. 
· Como diferenciar entre jararaca, surucucu e cascavel?
· Cauda lisa: jarararca
· Chocalho: cascavel
· Escamas: surucucu
Prevenção e tratamento do acidente 
· Uso de luvas e botas 
· Roedores: principal alimentação a cobra, se acabar com eles, terminar por atingir a população de cobras.
· Evitar matas de entulhos. 
O que não fazer
· Álcool
· Torniquete
· Amputação
O que fazer
· Medidas gerais
· Repouso e limpeza da região
· É uma mordedura, então é importante profilaxia antitetânica. 
· É de notificação compulsória.
· Medidas específicas
· Soro terapia de preferência IV 
· Indicação: sempre, o que varia é a dose! Diferente de aranha e escorpião, que só é feito em casos graves. 
· Casos especiais 
· Botrópicos; Laquéticos
· Debridamento: evitar infecção secundária. 
· Fasciotomia dado que pode haver reação local/proteolítica que causa dano ao músculo. 
· Crotálico
· Prevenção de IRA por rabdomiólise: hidratação venosa, manitol, bicarbonato. (visa reduzir o tempo de contato com os túbulos) 
· Elapídico 
· Ação neurotóxica sempre grave: fazer neostigmina para devolver força de contração muscular ao aumentar a quantidade de ACh.
ARANEÍSMO
Mecanismo de ação 
· Ativa canais de sódio (contrário do anestésico local) de células eletroexcitáveis: neurônio e músculos (cardíaco, por ex)
· Sensitivas: dor
· Autônomas: simpático/parassimpático
· Motoras: contraturas musculares 
Tipos de aranhas
· Armadeira (Phoneutria)
· No Br, aparece principalmente na região sul. 
· Errantes: não fazem teias muito geométricas para viver, são mais nômades.
· Agressivas 
· Ataca principalmente extremidades do corpo 
· Clínica
· Dor imediata e intensa, clínica sistêmica.
· DD com escorpião pela clínica de dor imediata e intensa.
· Viúva negra (Latrodectus)
· Mais comum no NE
· Clínica
· Contraturas e flexões (faz DD com abdome agudo)
· Fáceis lactrodectísmica: contratura da face. 
· Além de soro pode fazer estratégia de relaxante muscular. 
· Aranha-marrom (Laxosceles)
· Mais comum no Sul do país.
· Espécie mais comum é a L. intermédia
· Mais comum e mais grave 
· Atinge coxa em 20% dos casos e tronco em 15% (região central do corpo)
· Clínica
· Parece que a grande toxina responsável é a esfingomielinase-D
· 99% ficam apenas na clínica local. 
· Lesão característica/ forma cutânea: base eritematosa + isquemia central + áreas violáceas. (placa marmórea). Não aparece imediatamente, evolução é lenta.
· Cutâneo-visceral, 1%: lesa hemácia e endotélio. (hemólise + injúria renal + CIVD)
Prevenção e tratamento do acidente
· Bater em roupas e sapatos antes de vesti-los. 
· Inseticidas: são “comidos” pela aranha. 
· Criação de galinhas: predadores 
· Tratamento
· Soro anti-aracnídeo: não faz em casos leves, aqueles que não têm clínica sistêmica.
· Casos especiais:
· Acidente por phoneutria: analgesia (compressa morna analgésico sistêmico ou anaestesia local)
· Acidente por latodectus: BDZ, gluconato de cálcio: tentam relaxar.
· Acidente por loxoceles
	
	Leve
	Moderado
	Grave
	Clínica
	Lesão atípica
	Lesão <3 cm
	Lesão >3 cm ou hemólise
	Tratamento específico
	-
	Prednsona por 5 dias
	Soro + prednisona por 7-10 dias
	Seguimento
	Retorno diário por 72h
	Retorno diário por cinco dias
	Centro de envenenamento
ESCORPIONISMO
· Tityus serrulatus (tem aspecto de serrinha nas patas)
· É mais comum e mais grave que o araneísmo.
· Região sudeste
· Óbitos em crianças dado que as manifestações sistêmicas são mais comuns
· MMSS costuma ser mais acometido. 
· Clínica (ativação e canais de cálcio)
· Local: dor precoce (principal sintoma)
· Sistêmica: mais comum em crianças: arritmia, hipo/hipertensão, insuficiência cardíaca, agitação, sonolência, tremor, sudorese.
· Principal DD é a aranha-armadeira dado a dor imediata precoce.
· Tratamento
· Local: analgesia sistêmica ou local
· Moderado-grave: soro antiescorpiônico ou antiaracnídeo

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