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GUIA DO CURSO DE CAMPO_GEOLOGIA ESTRUTURAL_UFBA_2019 (1)

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CURSO DE CAMPO 
 
 
GEOLOGIA ESTRUTURAL 
 
 
BACIAS DO RECÔNCAVO-TUCANO E FAIXA 
SERGIPANA 
 
 
 
Professor: 
Carlson de Matos Maia Leite (DG/IGEO/UFBA) 
 
Capa: 
 
 
01 de novembro a 06 de novembro de 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Curso de Campo de Geologia Estrutural tem como objetivo capacitar alunos de 
geologia na identificação, descrição e interpretação de elementos estruturais na escala de 
afloramentos para comparação com estruturas observadas, em escalas diversas 
(testemunhos, seções sísmicas, lâminas delgadas, etc.), em suas futuras áreas de trabalho. 
Os afloramentos a serem estudados mostram exemplos de deformação dúctil, rúptil-dúctil e 
rúptil em sistemas extensionais, transcorrentes nas bacias cretáceas do Recôncavo e do 
Tucano e contracionais na Faixa Sergipana de idade neoproterozóica. 
 
O curso envolve exercícios práticos de análise geométrica-cinemática com inventário, 
descrição e medição das atitudes das estruturas com utilização de bússolas, além da 
definição, sempre que possível, do seqüenciamento dos eventos deformacionais. Os dados 
obtidos são lançados em estereogramas para interpretação dos mesmos, através do uso do 
software Stereonet32, disponível para download no site http://www.ruhr-uni-
bochum.de/hardrock/downloads.html da Universidade de Bochum, Alemanha. 
 
Os afloramentos são localizados nos municípios de Tucano (Distrito de Caldas do 
Jorro) e Jeremoabo no estado da Bahia e nos municípios de Lagarto e Macambira no estado 
de Sergipe. Nesses municípios, o verão é marcado por temperaturas altas com forte 
insolação o que requer uso de protetor solar e boné. A região apresenta afloramentos em 
excelente estado de conservação (justamente devido ao clima semi-árido do sertão 
nordestino), bem como, riqueza de aspectos culturais e históricos, tais como a região de 
Canudos que está próxima do município de Tucano. 
 
Sejam bem-vindos e esperamos um bom aproveitamento do curso para todos. 
Cordialmente, 
 
Carlson Leite 
 
http://www.ruhr-uni-bochum.de/hardrock/downloads.html
http://www.ruhr-uni-bochum.de/hardrock/downloads.html
INFORMAÇÕES ÚTEIS 
 
HOTÉIS 
Hotel Paraíso das Águas (Caldas do Jorro, Bahia): pernoites em 01/11 e 02/11/2019 
– Tel: (75) 3256-1528; 
Hotel Senhor do Bonfim (Jeremoabo, Bahia): pernoite em 03/11 – Tel: (75) 99235-
8309; 
Hotel Irmãos Vasconcelos (Lagarto, Sergipe): pernoites em 04/11 e 05/11/2019 – 
Tel: (79) 3631-2280; (79) 99131427; 
 
 
SEQUENCIAMENTO DO CURSO 
 
No dia 01/11/2019, deveremos partir as 08: 00h e seguiremos direto para a BR-101, 
aonde visitaremos dois cortes (pontos 01 e 02) relacionados à Bacia do Recôncavo com 
discordância entre esta bacia e o cinturão granulítico Salvador-Esplanada e entre o 
preenchimento da fase sinéclise (Permiano) e a fase pré-rifte da bacia, e a vista de uma 
falha de crescimento com rollover na seção do início do rifte da bacia. Após descrição e 
medição das atitudes das estruturas presentes, seguiremos para Caldas do Jorro, via BR-
116, para nosso primeiro pernoite em sertão nordestino. 
 
No sábado (02/11/2019), sairemos da Pousada do Jorro rumo à Vila de Tracupá, na 
Fazenda Olho D’Água do Meio. Vamos parar em um afloramento, situado a margem do rio 
Macaco e ao longo de traço de falha normal, onde ocorre rollover anticlinal associado à 
falha lístrica (ponto 03). Nesse afloramento, os participantes do curso utilizarão bússolas 
para medidas das atitudes das estruturas primárias e secundárias. Em seguida iremos a outro 
sítio do rio Macaco para observarmos e discutirmos feições de deformação sin sedimentar 
por fluxos gravitacionais de massa em condições de tectônica ativa. Depois do almoço no 
Jorrinho (ponto 04), iremos até à Vila de Pedra Grande para visita a afloramento (ponto 05) 
na margem do Rio Itapicuru para estudarmos feições de liquidização e de movimentação 
sin-sedimentar, tais como dobras recumbentes e estruturas de carga, bem como sistemas de 
fraturas cisalhantes conjugadas e de bandas de deformação, além de estruturas tipo Horst, 
Grabens e de rampas de revezamento. O pernoite será em Caldas do Jorro com aula à noite. 
 
No domingo (03/11/2019), partiremos para Jeremoabo. No trajeto, haverá parada 
em corte da estrada BR-235, entre Bendengó e Canudos, com afloramento de filitos 
dobrados e fraturas de tração em alto e baixo ângulos com a foliação, na Formação Frei 
Paulo, Grupo Simão Dias, Faixa Sergipana (ponto 06). Ainda nessa estrada, visitaremos o 
sítio-parque estadual da Guerra de Canudos, parte de nossa história sertaneja e depois do 
almoço, mais dois afloramentos (pontos 07 e 08) que exibem pares conjugados de fraturas/ 
falhas de cisalhamento com bandas de deformação em excelente estado de conservação. 
Utilizaremos bússolas para medir estruturas secundárias. Pernoite em Jeremoabo. 
 
Na segunda-feira (04/11/2019), iremos a afloramento que apresenta pares 
conjugados de bandas de deformação em arranjo geométrico do tipo Riedel (ponto 09) 
associados a falha transcorrente/ transferência de extensão regional, denominada de Caritá. 
Em seguida, partiremos para a cidade de Lagarto, em Sergipe. Próximo a cidade de Campo 
do Brito (Sergipe), faremos parada em afloramento, em corte de estrada, para estudarmos 
estruturas de cisalhamento com indicadores cinemáticos, em campo compressional, 
impressos em ortognaisses miloníticos do domo arqueano de Itabaiana (ponto 10). Pernoite 
em Lagarto com aula à noite. 
 
Na terça-feira (05/11/2019), na margem do Rio Vaza Barris (ponto 11), estudaremos 
estruturas formadas por deformação dúctil e rúptil-dúctil como as dobras em bainha, falhas 
de empurrão, dobras de arrasto, tension-gashes, além de vermos discordância do 
Proterozóico Superior que separa fácies de ambiente glacial de fácies plataformal marinha, 
de águas tropicais, na Formação Jacoca, Grupo Miaba, Faixa Sergipana. Em seguida, 
visitaremos sistemas de dobras em metassiltitos e metarenitos finos da Formação Frei 
Paulo, Grupo Simão Dias (ponto 12), com dobras parasíticas e rods, bem como, 
estudaremos possível feição de redobramento e a relação entre falhas normais e reversas 
presentes em um mesmo afloramento. 
 
Na quarta-feira (09/12/2014), retornaremos para Salvador pela Linha Verde com 
chegada prevista as 14h. 
 
 
 
 
INFRAESTRUTURA 
 
A viagem será feita em carro tipo Van. O almoço será em cidades próximas aos 
afloramentos ou em restaurantes à beira das estradas. Havendo alguém com restrições 
alimentares, favor entrar em contato para as devidas providências. 
 
 
RECOMENDAÇÕES GERAIS 
 
A região aonde ocorrerá o curso está inserida no sertão nordestino no período de 
primavera-verão. Estas características indicam a necessidade de uso de roupas leves, 
chapéus, botas e protetor solar com fator de proteção acima de 50. Não recomendamos 
vestir bermudas nos trabalhos de campo devido à presença de vegetação rasteira espinhosa 
e de urtigas. Pessoas alérgicas a picadas de insetos e/ou plantas urticantes devem ter 
consigo algum tipo de anti-histamínico como, por exemplo, creme Fenergan. 
 
A coleta de amostras é fortemente desencorajada. Bússolas estarão disponíveis para 
os participantes. Quem tiver lupas, câmaras fotográficas e binóculos deve levar para melhor 
qualidade dos estudos de campo. 
 
 
 
 
Mapa rodoviário do estado de Sergipe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mapa Geológico do embasamento do Sistema Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (Kosin, 
2009). Simplificado a partir das Cartas Geológicas do Brasil ao Milionésimo, Folhas 
Aracaju e Salvador (Kosin et al., 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Compartimentação tectônica do embasamento do Sistema Rifte Recôncavo-Tucano-
Jatobá (Kosin, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arcabouço estrutural do Sistema Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá e de seu 
embasamento (Kosin, 2009). Elaborado a partir de Magnavita(1992) e Kosin et al. 
(2004). 
 
 
 
 
 
 
Arcabouço estrutural do Sistema Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (Magnavita, 1992). 
 
 
 
 
 
 
Mapa Bouguer do Sistema Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (Magnavita et al., 2006). 
 
 
 
 
 
 
Mapa de localização dos pontos do curso de campo. 
 
 
 
PONTO 1 – BR-101, km 149, trecho entre o entroncamento da BR-324 e a cidade de 
Alagoinhas. Superfícies discordantes entre os granulitos de idade Paleoproterozóica e os 
lamitos de idade Permiana e entre estes com os arenitos de idade Jurássica. 
 
UTM UTM (MC 39ª): coordenadas 534.552 N e 8.643.100 E. 
 
Nesse afloramento, ocorre contato por discordância entre o embasamento granulítico 
Paleoproterozóico do Cinturão Salvador-Esplanada e os lamitos com nódulos silicosos 
(prováveis concreções microbiais carbonáticas, silicificadas) e arenitos finos do Membro 
Pedrão da Formação Afligidos de idade Permiana. Além dos nódulos, as estruturas 
sedimentares com laminações tipo wavy sugerem deposição em ambiente marinho raso. 
Outra discordância é observada no contato entre os arenitos do Membro Pedrão e aqueles 
de idade jurássica do Membro Boipeba da Formação Aliança. 
 
TAREFAS: Observar e medir com a bússola as discordâncias, as estruturas rúpteis 
presentes no embasamento e nos arenitos, traçar um perfil esquemático e descrever a 
história geológica do afloramento. 
 
 
Discordância entre os arenitos do Membro Pedrão (Permiano) e os arenitos do 
Membro Boipeba (Jurássico). Visada para SW 
PONTO 2 – BR-101, km 147, trecho entre o entroncamento da BR-324 e Alagoinhas. 
Transição entre os lamitos lacustres da Formação Aliança e os arenitos eólicos da 
Formação Sergi (Andar Dom João, Jurássico Superior). 
 
UTM (MC 39º): coordenadas 534.552 N e 8.643.100 E. 
 
Falha de crescimento na seção início de rifte da Bacia do Recôncavo com encurvamento e 
espessamento dos estratos no bloco baixo (estrutura tipo rollover), junto à falha. A falha 
tem direção NE-SW com mergulhos que variam de 70 a 63º e o rejeito medido em camada 
chave é de 7,5 m (Magnavita et al., 2005). As camadas mostram mergulho que varia entre 
10º (mergulho regional) e 25º (próximo à falha) (Magnavita et al., 2005). 
Do outro lado da estrada, os arenitos mostram série de fraturas de cisalhamento, algumas 
com espalhamento de argila ao longo da superfície de deslizamento. 
 
 
TAREFAS: Observar as litofácies e estruturas primárias que indicam o ambiente 
deposicional; 
Observar o crescimento dos estratos, a geometria lístrica da falha, as 
variações dos mergulhos dos estratos; 
Medir as atitudes das fraturas de cisalhamento e das falhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Magnavita et al., 2006 
PONTO 3 – A 1,4 km a norte da vila de Tracupá, fazenda Olho d’Água do Meio. Falha de 
Macaco com Anticlinal de Tracupá associado. Grupo Ilhas (Cretáceo Inferior). 
 
UTM (MC 39ª): coordenadas 518.958 N e 8.772.354 E. 
 
Nesse afloramento a falha de Macaco se apresenta com estrias e bandas de deformação. 
Presença também de dobramento rollover anticlinal e de sinforme de arrasto junto ao plano 
de falha. As camadas adjacentes de arenito mostram feições de liquidização e variações de 
mergulho à medida que se afastam do plano de falha, caracterizando a estrutura do rollover. 
 
 
TAREFAS: Reconhecer as estruturas presentes; 
 Medir as atitudes das estruturas primárias e secundárias (tectônicas); 
 Interpretar as relações geométricas entre a falha de Macaco e as camadas 
adjacentes; 
 Interpretar a cinemática da falha e a evolução da sedimentação. 
 
 
Mapa geológico do anticlinal de Tracupá (Fonte: Magnavita et al., 2006). 
 
 
 
Falhas normais com geometria do tipo rampa de revezamento. 
 
 
Fonte: Magnavita et al., 2006 
 
PONTO 4 – Cerca de 500 m do ponto 3. Grupo Ilhas (Cretáceo Inferior). 
 
Ocorrem deformações sin-sedimentares em sedimentos arenosos com geração de estruturas 
de liquidização e de carga. Observe os contatos (abruptos, transicionais ou erosivos) entre o 
intervalo liquidizado e as camadas inferiores e superiores. O que você pode concluir a partir 
desta observação? 
A partir das estruturas de deformação e escape de fluido que estão presentes no bloco 
desmoronado, tente reconstituir a posição original do mesmo no afloramento. 
 
 
 
 
Estruturas de carga e de convolução das laminações primárias devido a transporte de 
fluxos gravitacionais de massa sin-sedimentares. 
 
TAREFAS: Reconhecer as estruturas presentes primárias e secundárias (tectônicas); 
 Desenhar um perfil representativo com as estruturas das feições 
deformacionais; 
 Interpretar a deformação sin-sedimentar. 
PONTO 5 - Margem do Rio Itapicuru, falha de Pedra Grande, próximo à vila homônima. 
Grupo Ilhas (Cretáceo Inferior). 
 
UTM (MC: 39o): 8.775.634 e 524.651 
 
Nesse afloramento pode-se observar muito bem a geometria de blocos falhados. Antes de 
chegar à beira do rio, iremos cruzar a falha de Pedra Grande. Identifique os efeitos da falha 
no terreno e faça um breve reconhecimento dos blocos alto e baixo. Faça um croqui 
esquemático. Há variações no mergulho das camadas? Que diferenças existem entre esta 
estruturação e aquela identificada no Ponto 2 (falha de Macaco/anticlinal do Tracupá)? 
Chegando à beira do rio, observe os sistemas de falhas conjugadas, horsts, grabens e 
estruturas de revezamento (relays). Observe também os cruzamentos entre falhas. 
 
 
 
Pares conjugados de bandas de deformação cisalhantes, sendo que um deles deslizou 
caracterizando pequena falha normal. 
TAREFAS: Reconhecer as estruturas presentes primárias e secundárias (tectônicas); 
Medidas: (1) atitude da falha, (2) atitudes das camadas no bloco alto, (3) 
atitudes das camadas no bloco baixo, (4) desenhar e interpretar um perfil 
representativo. 
PONTO 6 - Corte de estrada na BR-235, entre Jeremoabo e Canudos. Filitos dobrados e 
falhados da Formação Frei Paulo, produtos de metamorfismo de folhelhos de fundo 
oceânico depositados em torno de 725-720 Ma (Sial et al., 2003), Grupo Simão Dias de 
idade Criogeniana, Faixa de Dobramentos Sergipana, evoluída durante a orogênese 
brasiliana. 
 
UTM (MC 39ª): coordenadas 485.525 N e 8.899.048 E. 
 
Filitos exibindo dobras com planos axiais subverticais, fraturas de tração preenchidas por 
quartzo, orientadas tanto verticalmente quanto horizontalmente. Presença de falhas reversas 
e normais com dobras de arrastos dos filitos, junto aos planos de deslizamento. Faixa de 
Dobramentos Sergipana de idade Neoproterozóica. 
 
 
 
 
Filito com dobras de planos axiais subverticais, Formação Frei Paulo, Grupo Simão 
Dias de idade Criogeniana (entre 720 e 635 Ma), Faixa de Dobramentos Sergipana. 
 
TAREFAS: Medir as atitudes da foliação e os elementos constituintes das dobras, dos 
veios de quartzo (fraturas de tração preenchidas) e das falhas; 
 Desenhar um perfil geológico com as principais feições observadas; 
Interpretar a relação geométrica e temporal da foliação com as fraturas de 
tração e com as falhas normal e reversa. 
 
 
PONTO 7 – Vale do Rio Vaza Barris, BR-235, 1,0 km a leste da vila de Canché situada 
entre Canudos e Jeremoabo. Falha de Canché. Grupo Massacará (Cretáceo Inferior). 
 
UTM (MC 39ª): coordenadas 511.185 N e 8.908.271 E. 
 
Sistema de pares conjugados de fraturas/ falhas de cisalhamento que apresentam estrias e 
bandas de deformação em arenito eólico do Grupo Massacará. Esse sistema está 
relacionado à falha de Canché de direção aproximada E-W. 
 
 
TAREFAS: Reconhecer as estruturas; 
Medir as atitudes das fraturas/ falhas conjugadas e das estrias associadas e 
interpretar preliminarmente a orientação dos vetores do elipsóide de tensão. 
 
 
Mapa Geológico em torno da falha de Canché entre as cidades de Jeremoabo e 
Bendengó. O traço da falha está coberto por aluviões do Rio Vaza Barris, cujo leito 
corre encaixado na falha(Magnavita et al., 2006). 
 
 
 
PONTO 8 – Vale do Rio Vaza Barris, BR-235, 2,5 km a leste da vila de Água Branca. 
Falha da Fazenda Brejinho. Grupo Ilhas (Cretáceo Inferior). 
 
UTM (MC 39ª): coordenadas 545.584 N e 8.892.428 E. 
 
Nesse afloramento, ocorre sistema de pares conjugados de fraturas/ falhas de cisalhamento, 
bastante ramificadas e intensamente silicificadas com estrias de movimento e bandas de 
deformação em arenito conglomerático do Grupo Ilhas. Esse sistema está relacionado à 
falha da Fazenda Brejinho que é oblíqua à falha de Canché. 
 
 
 
Mapa Geológico em torno da falha da Fazenda Brejinho (círculo com preenchimento 
vermelho, ponto 8) e da falha de Caritá (círculo com preenchimento azul, ponto 9), 
entre as cidades de Jeremoabo e Canudos (Magnavita et al., 2006). 
 
 
 
 
 
TAREFAS: Reconhecer as estruturas; 
Medir as atitudes das fraturas/ falhas conjugadas e das estrias associadas 
para com uso de estereogramas determinar a orientação dos vetores do elipsóide de 
tensão; 
Reconhecer e medir os eixos de intersecções de falhas. 
Procurar indicações para determinar o bloco alto e o baixo da falha. 
 
 
 
PONTO 9 – Vale do Rio Vaza Barris, BR-235, 8,1 km a leste do povoado de Os Brancos, 
cerca de 200 m à direita da estrada. Falha da Fazenda Olho d’Água (nome local para a falha 
Caritá). Grupo Massacará (Cretáceo Inferior). 
 
UTM (MC 39ª): coordenadas 567.496 N e 8.883.124 E. 
 
Traço de falha transcorrente da Fazenda Olho d’Água apresentando conjunto de falhas 
anastomosadas, bem como, falhas transversais e oblíquas em arranjo conjugado, segundo 
estruturas Riedel. As camadas de arenito fluvial conglomerático estão rotacionadas. 
 
Mapa geológico da Falha de Caritá. 
 
 
 
Conjunto de falhas transcorrentes e conjugadas associadas à falha da Fazenda Olho 
d’Água (nome local para a falha Caritá). Visada para norte. 
 
TAREFAS: Medir as atitudes das falhas conjugadas e das estrias associadas; 
Determinar o sentido de movimento das mesmas; 
Inferir a cinemática relativa da falha Fazenda Olho d’Água a partir das 
estruturas Riedel. 
 
N 
PONTO 10 – Rodovia estadual sergipana, SE-104, 1,0 km a nordeste da entrada da cidade 
de Campo do Brito, corte da estrada. Zona de cisalhamento reversa de Campo do Brito. 
Domo ortognaissico de Itabaiana (Arqueano). 
 
Afloramento com foliação milonítica de baixo a médio ângulo de mergulho para NNE em 
ortognaisses com indicadores cinemáticos que indicam o movimento reverso da zona de 
cisalhamento. 
 
UTM (MC 39ª): coordenadas N e E. 
 
 
 
Dobra de arrasto formada por flexão ou propagação de zona de cisalhamento reversa 
em ortognaisse. Domo de Itabaina, Faixa Sergipana. 
 
 
TAREFAS: Reconhecer as estruturas associadas ao cisalhamento e aquelas associadas a 
deformação rúptil- dúctil. 
 Medir as estruturas e traçar um perfil esquemático 
Interpretar a cinemática associada ao afloramento e as fases da evolução 
estrutural. 
 
PONTO 11 – Fazenda Capitão, à margem do Rio Vaza-Barris, Sergipe. Formação Jacoca, 
Grupo Miaba (Neoproterozóico). 
 
UTM (MC 39ª): coordenadas 651.971 N e 8.815.268 E. 
 
 
Afloramento de metacarbonatos constituindo laminações microbiais, enriquecidas em 
matéria orgânica e estruturas trombolíticas formadas em margem passiva do cráton do São 
Francisco que foi submetida a cisalhamento progressivo tangencial, metamorfisada na 
fácies xisto verde e cavalgada para sul sobre metatilitos e quartzitos. Nos metacarbonatos, 
estruturas deposicionais e de deformação progressiva de cisalhamento com formação de 
dobras em bainha são observadas, além de falhas de empurrão, dobras de arrasto, dobras 
em bainha e lineações de estiramento mineral. Nos quartzitos, se observam tension gashes 
associadas a tectônica transcorrente e com grau de metamorfismo de maior grau. Estas 
estruturas foram nucleadas e evoluídas durante a colisão oblíqua do Terreno Pernambuco-
Alagoas com o Cráton do São Francisco, durante a Orogenia Neoproterozóica Brasiliana 
(Delgado et al. 2003). 
 
 
 
Falha de empurrão em metacarbonatos com dobras de arrasto associadas. Formação 
Jacoca, Grupo Miabas, Faixa Sergipana. 
 
 
 
Tension gashes, preenchidas por quartzo, que indicam movimentação relativa sinistral 
em quartzitos. Formação Jacoca, Grupo Miabas, Faixa Sergipana. 
 
TAREFAS: Reconhecer as estruturas deposicionais nas rochas presentes 
Reconhecer as diversas superfícies de falhas, seus indicadores cinemáticos e 
interpretar a movimentação relativa; 
 Reconhecer e separar as estruturas formadas em diferentes regimes: 
distensionais, transcorrentes e contracionais e estabelecer a cronologia relativa dessas 
estruturas; 
 Observar o ângulo entre a foliação e o acamadamento nos flancos das dobras 
reviradas para definição de flancos normais e invertidos; 
 Determinar a existência de fases de reativação nas falhas presentes. 
 
 
PONTO 12 – Rodovia estadual sergipana, SE-104, 18,0 km a nordeste da entrada da saída 
da cidade de Lagarto, corte da estrada. Zona de cisalhamento de transpurrão do rio Vaza 
Barris de idade brasiliana. 
 
Sistemas de dobras inclinadas com caimento em metassiltitos e metarenitos finos da 
Formação Frei Paulo, Grupo Simão Dias com dobras parasíticas e rods, bem como, falhas 
normais e reversas de alto ângulo superpostas. 
 
UTM (MC 39ª): coordenadas N e E. 
 
 
 
Dobras parasíticas em “S” fechando antiforma para a esquerda da dobra maior. 
Observar clivagem de plano axial e estruturas tipo rods no flanco, além de falha no 
flanco oposto. Formação Frei Paulo, Grupo Simão Dias, Faixa Sergipana. 
 
TAREFAS: Reconhecer as dobras, rods e indicadores cinemáticos e interpretar a 
movimentação relativa; 
 Observar o ângulo entre a foliação e o acamadamento nos flancos das dobras 
reviradas para definição de flancos normais e invertidos; 
 Determinar a existência de fases de reativação nas falhas presentes. 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
BARBOSA, J.S.F., SABATÉ, P., 2002. Geological features and the Paleoproterozoic 
collision of four Archean crustal segments of the São Francisco Craton, Bahia, Brazil. A 
synthesis. Anais da Academia Brasileira de Ciências 74, 343–359. 
 
BARBOSA J. F. S. & DOMINGUEZ J. M. L. (coord.) 1996. Texto explicativo para o 
mapa geológico ao milionésimo da Bahia. Publicação Especial, SICM/ SGM, Salvador–
Bahia, 400 p. 
 
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