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OBTENÇÃO E ANÁLISE DE URINA

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OBTENÇÃO E ANÁLISE DE URINA 
 Funções dos rins: 
 • Filtrar o sangue e excretar os produtos terminais 
 do metabolismo corporal que são inúteis ao 
 organismo; 
 • Recuperar o material filtrado necessário ao 
 organismo como proteínas de baixo peso 
 molecular, agua e eletrolitos; 
 • Manutenção do equilíbrio ácido-básico pela 
 retenção ou eliminação de agua e eletrolitos; 
 • Produção e liberação de hormônios que exercem 
 um papel vital no controle da pressão sanguínea 
 sistêmica (renina) e na produção de células 
 sanguíneas (eritropoietina); 
 O exame e a análise da urina são considerados como uma 
 ferramenta básica muito importante para o médico 
 veterinário no diagnóstico, especialmente dos transtornos 
 que ocorrem de forma subclínica (acetonemia, acidose 
 ruminal), bem como para o estabelecimento de 
 prognóstico em muitos deles; 
 Coleta da Amostra 
 É necessário manter preso o animal, lavar e 
 desinfetar a região perianal; depois, se introduz 
 um cateter estéril; se bexiga estiver cheia, a urina 
 sairá imediatamente pelo catéter; do contrário, 
 será necessário mexer suavemente o cateter no 
 interior da bexiga urinária; não funcionando este 
 procedimento, poderá supor que o animal teve 
 micção recente e sugere-se tentar de novo o 
 procedimento 20 minutos mais tarde; 
 Em momentos de estresse, pequenos ruminantes acabam 
 urinando, então é interessante induzir o estresse 
 interrompendo a respiração do animal; 
 Acondicionamento da amostra: 
 • Sem refrigeração (em até 2 horas após a coleta); 
 com refrigeração, pode ser mantido (em 4°C) em 
 até 12 horas; 
 • Conservantes: tolueno, timol, formalina; 
 • Recipiente limpo (vidro ou plastico, esteril (sem 
 isolamento bacteriano); frascos escuros quando o 
 objetivo é analisar a bilirrubina e urobilinogênio; 
 Volume: variável (bastante); volume mínimo para a 
 realização adequada do exame é 10 ml; 
 EXAME FÍSICO DA URINA 
 Cor: em uma amostra normal, a coloração da urina 
 é amarela clara a escura leve; 
 • Urina incoloraquosa é indicativo de excreção 
 aumentada (poliúria), ingestão aumentada de 
 água, acetonemia ou insuficiência renal grave; 
 • Cor amarela ouro indica redução da diurese 
 como ocorre em doença febril ou em transtornos 
 gerais graves; 
 • Cor vermelha-marrom a vermelha-escura 
 corresponde a presença de sangue ou 
 hemoglobina; 
 Hematúria: hemácias na urina; observada em 
 pielonefrite, nefrite embólica, urolitíase e 
 hematúria vesical crônica; 
 Hemoglobinúria: pós-parto, babesiose, 
 hemoglobinúria bacilar, leptospirose e intoxicação 
 crônica por cobre; 
 Uma forma prática de distinguir as alterações é deixar a 
 amostra em repouso durante 15 minutos; se passado esse 
 tempo se observa um sedimento vermelho e turbidez, 
 existe hematúria; se não existe a formação do sedimento, é 
 transparente, e cor semelhante a vinho tinto, se determina 
 que existe hemoglobinúria; 
 Podem ocorrer as duas alterações simultaneamente 
 Odor: de forma normal se caracteriza por ser 
 levemente aromático; 
 Aromático Sui generis 
 Pútrido Necrose tecidual de vias urinárias 
 Adocicado Acetonemia 
 Aroma amoniacal Infecção bacteriana 
 Aspecto: límpido (transparente); normal é clara; 
 Turbidez indicam bactérias, muco, cristais, cilindros, 
 leucócitos, eritrócitos e células epiteliais de descamação; 
 Consistência/Viscosidade: o normal é líquido 
 aquoso; em processos pielonefríticos pode 
 adquirir consistência mucosa pela presença de 
 muco ou pus; 
 Densidade: refratômetro; densidade entre 1.015 a 
 1.045; animal desidratado está entre 1.030 a 1.035; 
 pH: pode variar dentro do intervalo de 7,7 a 8,4, 
 medido com potenciômetro ou com fitas 
 reagentes 
 • Alterações possíveis são: pH baixo na acidose nos bezerros 
 (pH 5,0 a 6,0); pH elevado na alcalose, pielonefrite e cistite; 
 Proteínas: na urina normal, as proteínas devem 
 estar ausentes, porém em algumas circunstâncias 
 podem aparecer em quantidades muito baixas (até 
 10 mg/L); se a determinação é pela prova de 
 precipitação com ácido sulfosalicílico não deverão 
 ser detectadas na amostra; o fundamento dessa 
 prova, é que existindo proteína na urina, haverá 
 precipitação ao entrar em contato com o ácido; 
 O procedimento consiste em colocar 5 mL de urina em um 
 tubo de ensaio limpo e adicionar 1mL de ácido 
 sulfosalicílico a 20%, misturar por agitação e depois 
 estimar a quantidade de proteínas pelo grau de turbidez da 
 mescla; 
 A presença de proteína na urina é um evento 
 frequentemente associado a qualquer processo 
 inflamatório ou a nefrose; 
 A proteinúria pode ser fisiológica em bezerros com 1-36 
 horas de nascidos; a proteinúria pré-renal é observada na 
 hemoglobinemia e na hemoglobinúria; proteinúria renal 
 ocorre em nefrose, nefrite e pielonefrite e a proteinúria 
 pós-renal na cistite, na uretrite e na urolitíase; 
 Glicose: normalmente a urina é isenta de glicose, 
 pois a glicose filtrada pelo glomérulo é totalmente 
 reabsorvida pelos túbulos contorcidos proximais; 
 a glicosúria ocorre sempre que a glicemia exceder 
 a capacidade de reabsorção renal; 
 Valores de glicemia a partir dos quais observa-se glicosúria: 
 Corpos cetônicos: na urina normal não existem 
 corpos cetônicos e, se existirem, deverá ser de 
 forma insignificante (< 7 mg/mL); 
 • Provas para detectar corpos cetônicos incluem: 
 fitas reativas, tabletes reagentes (Ace Test), prova 
 de Lestradet e Rothera, para o auxílio da urinálise; 
 Geralmente, a cetonúria está relacionada a acidose, ao 
 jejum prolongado e hepatopatias; em vacas leiteiras, 
 ocorre na cetose por balanço energético negativo e em 
 ovelhas prenhes, cetose associada a hipoglicemia; 
 Bilirrubina: relacionada a distúrbios hepáticos; em 
 casos de alteração, há a diminuição de 
 urobilinogênio 
 Exame microscópico do sedimento: amostra de urina 
 homogeneizada; 
 Deve-se utilizar 5 a 10mL de urina fresca e centrifugá-la a 
 1500rpm por 5 a 10 minutos; despreza-se o sobrenadante; 
 uma gota é colocada sobre uma lâmina e coberta por uma 
 lamínula (aumento 100x); observar presença de cristais, 
 cilindros, células pavimentosas e outras estruturas; 
 bactérias, fungos; hemácias, leucócitos e células epiteliais; 
 • Cristais: são produtos finais da alimentação do 
 animal e dependem para sua formação do pH 
 urinário; a grande quantidade pode indicar 
 urolitíase, embora possa haver cálculos sem 
 cristalúria e vice-versa; 
 Provas de funções renais: as principais provas 
 bioquímicas de função renal incluem a 
 determinação da uréia e creatinina 
 séricas/plasmáticas; outras provas como sódio, 
 potássio e fósforo séricos podem ser úteis no 
 diagnóstico de doenças renais uma vez que são 
 elementos excretados normalmente pela urina; 
 Função renal (uréia e creatinina): 
 Ureia: origem hepática (NH4); excretada através do 
 filtrado glomerular e reabsorvida pelos túbulos; 
 Aumento está relacionado a dietas com excessivo aporte 
 proteico ou déficit energético, podendo ser pré-renal (com 
 a creatinina normal ou pouco aumentada), como 
 hipotensão, choque, desidratação, insuficiência cardíaca; 
 pós-renal (obstrução, ruptura), hemorragia do TGI e alta 
 ingestão protéica (catabolismo proteico);Diminuição está relacionada a dietas deficitárias em 
 proteínas, insuficiência hepática, baixa ingestão proteica e 
 desvio portossistêmico (cães); 
 • A concentração de ureia sanguínea é indicador 
 do metabolismo protéico; a uréia é sintetizada no 
 fígado em quantidades proporcionais à 
 concentração de amônia produzida no rúmen e 
 sua concentração sanguínea está diretamente 
 relacionada com os níveis protéicos da ração e da 
 relação energia/proteína da dieta; 
 Ureia é indicador sensível da ingestão de proteínas e um 
 marcador indireto da função renal 
 Creatinina: origem muscular; 
 • É totalmente excretada pelos glomérulos, não 
 havendo a reabsorção tubular; devido a isso, pode 
 ser usada como índice de filtração glomerular; 
 • Diminuição está relacionada com a diminuição 
 da massa muscular; 
 • Aumento está relacionado à doença renal, 
 diminuição da TFG pré-renal (hipotensão, 
 choque, desidratação e IC); lesão muscular 
 extensa; obstrução e/ou ruptura; 
 Azotemia: presença de concentrações séricas ou 
 plasmáticas aumentadas de uréia e creatinina, 
 mas ainda sem os sinais clínicos característicos 
 deste acúmulo; 
 Uremia: fase da concentração de uréia e creatinina 
 de maior presença de sangue que na urina; é a 
 associação dos sinais clínicos com o aumento 
 sanguíneo de uréia e creatinina; sinais clínicos 
 que refletem a falência renal (vômito, diarreia, 
 coma, convulsões e odor amoniacal da respiração); 
 Relação uréia/creatinina: diferencia azotemia 
 pré-renal e renal; 
 • Uréia aumentada e creatinina normal: pré-renal; 
 • Aumento de ambas: renal ou pós-renal;

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