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FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TGP

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Faculdade kennedy de minas gerais
Direito
Caio , Ester, Fabricio, Gustavo, Larissa Vitoria, Natalia Cristina, Priscilla Bárbara, Ráfani e Tais 
Formas de solução de conflitos
Teoria geral do processo
Belo Horizonte
2015
Forma de solução de conflitos
Trabalho a ser entregue no 3º período matutino do curso de Direito da FKMG – Faculdade Kennedy de Minas Gerais, para a disciplina Teoria Geral do Processo.
Prof(a). Mariana Swerts
Belo Horizonte
2015�
Sumário
41.	Formas de solução de conflitos	�
41.1	Introdução	�
41.2.	Auto tutela	�
101.4.	Mediação	�
101.5.	Arbitragem	�
121.6.	Acesso à justiça	�
141.7.	Conclusão	�
�
�
Formas de solução de conflitos
Introdução
Como nós já sabemos o conflito é um choque de interesses quando uma pessoa pretendendo para si determinado bem ou coisa não pode obtê-la porque encontra resistência de uma parte. A eliminação dos conflitos pode ocorrer por ato de um ou de ambos os sujeitos que tenham interesses conflitantes, ou por ato de terceiro. A solução de conflitos é de interesse a toda sociedade. E temos como formas de solução de conflitos a autotutela, autocomposição, mediação, arbitragem e acesso a justiça que é direito de todos.	A grande expectativa do novo CPC é que ele reduza a quantidade de processos que se arrasta na justiça a muitos anos. O novo CPC tem um grande mérito, que é exatamente logo no inicio, no seu artigo 3°, ele reconhece a importância dos meios consensuais de soluções de conflitos. Então ele já passa a ser uma legislação diferenciada por isso. Se nós compararmos a maneira como o código de 73 tratou essa matéria nós vemos uma diferença enorme. Tratou essa matéria de uma forma muito tímida, e ainda assim o pouco que tratou foi através de uma reforma legislativa porque o texto original não tratava de meios consensuais em absoluto. O novo CPC já traz isso no seu inicio, nas disposições iniciais, ele já fala do privilegio que deve ser dado aos meios consensuais e traz todo um capítulo exatamente sobre a conciliação e a mediação, já trata os conciliadores e mediadores como auxiliadores da justiça. O maior mérito do novo CPC não é o fato de recriar tudo, mas sim reconhecer o trabalho que vinha sendo desenvolvido pelo CNJ, pelos tribunais e pela sociedade de um modo geral. Essa massa de mediadores que efetivamente já vinham trabalhando e produzindo muito no poder judiciário. O trabalho segue enfatizando as mudanças que teve nas formas se solução de conflitos.
Autotutela
Histórico:
O ser humano não vive sozinho, mas sim em comunidade, sociedade. Desse convívio surgem conflitos, e para sua resolução se faz necessária a presença de certos métodos. Com a evolução da sociedade, esses meios de resolução de conflitos passaram a se tornar insuficientes e foram substituídos por outros, mas não integralmente, assimilaram características das anteriores. Essas mudanças ocorreram de forma progressiva e contínua. Era utilizada nas civilizações primitivas, com a ausência do Estado, considerada a mais rudimentar. A resolução dos conflitos não tinha a influencia de terceiros, era feita com as próprias mãos, e por isso, uma vontade se impunha a outra, pela força.
         Apesar de não ser usada como antigamente, ainda encontramos a autotutela no Direito brasileiro atual, como o direito de greve, legítima defesa, qualquer pessoa prender em crime em flagrante, o proprietário retirar o invasor da sua propriedade, etc. Lembrando sempre que em todos esses casos há limites, e caso sejam desrespeitados, será considerado crime. Não é a mesma das civilizações antigas, somente pode ser utilizada como medida excepcional. Para alguns, porém, esses exemplos são institutos legais da autodefesa, não mais existindo no ordenamento jurídico brasileiro a autotutela.
Conceito:
Considera-se autotutela  a forma de solução de conflito em que um dos conflitantes impõe a solução ao outro, de forma forçada. É, portanto, uma forma primitiva de solução de conflitos, e como regra é proibida. A autotutela é um dos três métodos de solução de conflitos, conjuntamente com a autocomposição e a jurisdição, sendo a mais primitiva, nascida com o homem na disputa dos bens necessários à sua sobrevivência, representando a prevalência do mais forte sobre o mais frágil.
Características:	
*Ausência de juiz distinto das partes
*Imposição da decisão por uma das partes à outra
“Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.” (Código Penal)
Hipóteses de autotutela permitidas:
 *Legítima defesa
 *Greve
 *Desforço imediato (posse)
Conclusão:
Concluímos que a autotutela jurídica, nada mais é que justiça com as próprias mãos, como a lei de talião, olho por olho dente por dente, onde no surgimento do conflito, a parte que se sentir lesada resolve da sua forma o suposto conflito. Como não é permitido no sistema jurídico brasileiro, a não ser em casos extremos, não foi alterado pelo novo CPC, e continua da mesma forma de antes.
“A autotutela é uma solução egoísta e parcial do litígio. O juiz da causa é uma das partes.” (Fredie Didier)
Autocomposição
A lei 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil) esclarece que não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito e invoca a solução consensual dos conflitos mediante os meios adequados para tal fim, entre os quais além da arbitragem a conciliação e mediação a ser estimulado por juízes, advogados, defensores públicos e Ministério Público tanto no início como no curso do processo conforme previsão do art. 3º insiso 2º e 3º. Na prática isso significa uma mudança de paradigma quanto a forma de encarar os litígios, mediante a autocomposição como regra na fase pré-processual  e processual. Também rompe-se com a cultura do conflito entre as partes e favorece uma nova concepção no tratamento do judiciário com vistas inclusive a cooperação e duração razoável do processo para os casos em que há possibilidade de autocomposição com vistas a satisfação de interesses de forma justa e efetiva. (art. 3º, insiso 4º e 6 cpc )
 Aprimorando a sistemática do direito adjetivo com a Constituição Federal portanto com vistas ao Estado Democrático de Direito, identifica-se uma mudança cultural a ser perseguida na forma e conteúdo de práticas judiciária entre as partes e os juízes quanto a solução das demandas pelos meios alternativos de solução de conflitos. Nesse diapasão destacamos os artigos que tratam da conciliação e mediação como instrumentos de acesso à justiça.
 O artigo 3º e seus parágrafos do novo CPC trazem a possibilidade de autocomposição entre as partes mediante a boa-fé, cooperação, duração razoável do processo, com vistas à satisfação de interesses de forma justa e efetiva.
 Por sua vez o art. 334 expressa que preenchidas as condições da ação e não for caso de improcedência liminar do pedido será designado pelo Juiz audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de trinta dias, devendo o réu ser citado com pelo menos vinte dias de antecedência. Assim, prioriza-se a autocomposição como regra, exceto se não houver interesse das partes de forma expressa:
Art.334 
§ 4o A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
§ 7o A audiência de conciliação ou de mediaçãopode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.
§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. 
§ 11.  A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. (BRASIL, lei 13.105 de 2015)
Vale ressaltar que a realização da Conciliação ou mediação não prejudica o direito de defesa, inclusive de contestação do réu, quando não puder comparecer ou mesmo não havendo autocomposição ou mesmo na hipótese de cancelamento da audiência de conciliação conforme previsto no Novo Código de Processo Civil, art. 335 e seguintes.
Art. 335.  O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; (BRASIL, Lei 13.105 de 2015 )
No intuito de se desenvolver uma cultura da paz e de solução alternativa de conflitos mediante a autocomposição serão criados centros de solução consensual de conflitos onde serão realizadas audiências de conciliação e mediação conforme assegura o art. 165 do Novo Código de Processo Civil.
Art. 7º Os Tribunais deverão criar, no prazo de 30 dias, Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, compostos por magistrados da ativa ou aposentados e servidores, preferencialmente atuantes na área.
IV – instalar Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania que concentrarão a realização das sessões de conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores e mediadores, dos órgãos por eles abrangidos;
V – promover capacitação, treinamento e atualização permanente de magistrados, servidores, conciliadores e mediadores nos métodos consensuais de solução de conflitos;
Art. 8º Para atender aos Juízos, Juizados ou Varas com competência nas áreas cível, fazendária, previdenciária, de família ou dos Juizados Especiais Cíveis e Fazendários, os Tribunais deverão criar os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (‘Centros’), unidades do Poder Judiciário, preferencialmente, responsáveis pela realização das sessões e audiências de conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores e mediadores, bem como pelo atendimento e orientação ao cidadão. (CNJ, Resolução nº 125 de 29/11/2010)
Assim a resolução 125 do CNJ traz em seu bojo a necessidade de capacitação de conciliadores e mediadores nos termos do art. 12 e seus parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º a partir de critérios plausíveis quanto a necessidade de qualidade dos serviços prestados à comunidade, carga horária a ser cumprida para a capacitação e aperfeiçoamento (anexo I da resolução 125 do CNJ), bem como a observância aos princípios éticos dessa atividade nos termos do anexo III da resolução 125 do CNJ.
Artigo 1º - São princípios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: confidencialidade, competência, imparcialidade, neutralidade, independência e autonomia, respeito à ordem pública e às leis vigentes. (CNJ, Resolução nº 125 de 29/11/2010)
O novo CPC especifica a necessidade de criação dos centros judiciários de solução consensual de conflitos e traz como atribuição desses órgãos a realização de sessões e audiência de conciliação e mediação com vistas à autocomposição, observadas as normas do CNJ nos termos do art. 165 e seguintes. Destaca-se portanto a figura do conciliador na sugestão de soluções para o litígio observado que não tenha vínculo entre as partes e que não utilize quaisquer formas de constrangimento ou intimidação das partes que esteja conciliando. Por sua vez o mediador atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes e auxiliará na compreensão dos interesses conflitantes com vistas ao estabelecimento da comunicação com o intuito de estimular a autocomposição mediante soluções consensuais em benefícios mútuos dos envolvidos no litígio. (Art. 165, §§ 2º e 3º).
A prática de conciliação e mediação nos termos do art.166 do novo CPC deverá atentar para os princípios da independência, imparcialidade, autonomia da vontade, confidencialidade, oralidade, informalidade e da decisão informada. Vale ressaltar a confidencialidade como importante princípio a ser observado no procedimento conciliatório e de mediação.
Art. 169. 
§ 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. (BRASIL, lei 13.105 de 2015 )
Por fim destacamos o art. 173, seus incisos e §§ 1º e 2º do novo CPC que trata dos casos de exclusão do cadastro de conciliadores e mediadores quando agir com dolo ou culpa na condução da sua função ou se violar os deveres previstos no art. 166, § 1º e 2º no que tange a confidencialidade e dever de sigilo quanto a não divulgação ou depoimento acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. Bem como nos casos em que esteja impedimento ou suspeição. Podendo ser apurados os fatos mediante processo administrativo e mesmo afastado de suas atividade por até cento e oitenta dias nos casos em que seja verificada atuação inadequada na sua função peço juiz do processo ou juiz conciliador mediante decisão fundamentada e processo administrativo, nos termo do art. 173 incisos I e II e §§ 1º e 2º todos do novo CPC. Respeitado assim o contraditório e ampla defesa previstos na Constituição Federal de 1988.
Os meios alternativos de solução de conflitos pela conciliação e mediação como uma conquista da própria democracia na busca pelo acesso à justiça. Destaca-se o conciliador e mediador na busca por uma justiça mais célere e efetiva mediante a autocomposição.
Não existe uniformidade conceitual quando se cogita em mediação e nem mesmo sobre as soluções autocompositivas de controvérsias. Apesar de que no Brasil, já existe lei específica que é a Lei 9.307/96 que trouxe regulação sobre conciliação, a negociação e a arbitragem e, atualmente ainda temos as novas disposições do NCPC.
O NCPC foi arquitetado pelo núcleo principiológico-constitucional onde se constata o mandamento do Estado no sentido de promover autocomposição como meio preferencial para a solução dos conflitos e como corolário lógico do direito fundamental de as partes obterem em prazo razoável a solução integral do mérito. 
Afinal, a solução consensual do litígio é sempre benéfica trazendo a autoconcretização da pacificação, podendo caso não seja possível a resolução da própria controvérsia em si, ao menos o poder de disciplinarem a forma de exercício de suas faculdades processuais ou até mesmo delas dispor, conforme o caso. Formatando uma técnica complementar de gestão de processo civil.
O pacto somente é possível quando se referir aos direitos passíveis de autocomposição o que permitem a transação e o afastamento da jurisdição estatal, com a opção da arbitragem quando as partes sejam capazes e estejam em situação de equilíbrio, não se permitindo o acordo de procedimento em contrato de adesão ou em situação de vulnerabilidade.
A ideia é favorecer e prestigiar sempre que possível, as soluções de controvérsias obtidas diretamente pelos próprios litigantes negocialmente.
Mediação
Arbitragem
A arbitragem consiste a instituição da arbitragem em um canal que possibilita aos seus contratantes uma garantia de que seus eventuais litígios recebam uma apreciação de indivíduos, os denominados árbitros, detentores de um conhecimento razoável da matéria, com sigilo, rapidez e eficiência. Importante dizer que o árbitro não é um juiz, ou seja, alguém versado nas ciências jurídicas, podendoser uma pessoa de condição extremamente humilde e de educação formal básica. O importante na arbitragem é que o responsável pela decisão tenha um conhecimento notável da matéria a ser analisada.
É fundamental citar os instrumentos que regulam e regulavam anteriormente tal sistema, pois este sofreu mudanças fundamentais em seu procedimento. A legislação brasileira vigente até dezembro de 1996 claramente desencorajava a utilização da arbitragem, por ser esta simplesmente de pouco eficácia e de um trâmite bastante burocrático. O problema principal estava na necessidade de homologação do laudo arbitral, ou seja, depois de todo o processo de apreciação e decisão do árbitro, seu veredito não possuía validade alguma para a justiça brasileira, necessitando de apreciação de um juiz comum, o que tornava, obviamente, o caminho dos que optavam por este sistema, duas vezes mais extenso. Além disso, o trabalho do árbitro, ao ser analisado pelo juiz, poderia ser alterado em sua essência, tornando obviamente a via da arbitragem totalmente inútil nestes casos. Não bastasse isso, o legislador descuidou-se ao deixar de incluir a cláusula compromissória como um dos efeitos da sentença arbitral, o que na prática exime o condenado de efetivamente cumprir a sentença estabelecida.
As mudanças instituídas com a lei 9307 proporcionaram o aperfeiçoamento desta importante ferramenta de solução de controvérsias, pois, quem agora opte pela via da arbitragem não terá que levar a decisão do árbitro à apreciação do juiz, e, talvez o mais importante, uma decisão arbitral agora possui o valor de um título executivo extrajudicial, ou seja, uma vez não cumprida a decisão estipulada pelo árbitro, o caso pode ser apresentado ao judiciário para se realizar a execução do objeto de litígio, o que equivale dizer que agora toda decisão arbitral é diretamente aceita e homologada pelo poder judiciário.
Mesmo assim, apesar de mais de 15 anos de operadas as mudanças, a arbitragem ainda está sendo absorvida pela sociedade como meio eficaz de solução de controvérsias. Tal sistema não conta com o apoio unânime dos especialistas, mas é sem dúvida uma alternativa ante a justiça "afogada" em processos, que certamente levará um tempo muito maior analisando determinado caso do que a análise realizada por um indivíduo incumbido especialmente para resolver determinado caso.
No novo CPC que entrará em vigor em 2016 será dado 
a regulamentação das Câmaras de Mediação e Conciliação, as Cartas Arbitrais e o segredo de justiça atribuído à arbitragem. Dessa forma a Carta Arbitral tem como função suprir uma grave lacuna legal sobre a forma da comunicação entre árbitros e o Poder Judiciário. Muitas vezes o juiz demora a cumprir decisão de painel arbitral devido à ausência de forma prevista dessa comunicação. A carta arbitral fará com que essas decisões sejam executadas de forma mais célere.
No Regime jurídico estatal, sobre a alegação de Convenção de Arbitragem o artigo 345 estabelece normas especificas para o reconhecimento da Convenção de Arbitragem, a alegação de existência de convenção de arbitragem deverá ser formulada, em petição autônoma, na audiência de conciliação ou mediação e deverá estar acompanhada do instrumento de convenção de arbitragem, sob pena de rejeição liminar, o autor será intimado para manifestar-se imediatamente sobre a alegação, se houver necessidade a requerimento, o juiz poderá conceder prazo de até quinze dias para manifestação, a alegação de incompetência de juízo deverá ser formulada na mesma petição, observado o dispositivo do art. 341.
Tais mudanças no CPC são vistas nos artigos 3°, 42°, 68°, 69°, entre outros, o novo Código de Processo Civil, que passará a vigorar no dia 17 de março de 2016, um ano após a publicação oficial.
Acesso à justiça
Não podemos começar a falar do acesso à justiça, sem antes falar da evolução histórica desse acontecimento.É sabido por todos que antes o direito não era exercido pelo Estado, logo quem o exercia eram as partes conflitantes entre si. Com isso, surgiu então a autotutela, que é as partes resolverem o conflito por elas mesmas, e sempre prevalecendo a vontade do mais forte.
Logo depois, os conflitos passaram a se submeter a arbitragem onde uma terceira pessoa, desinteressada e imparcial, era eleita pelos contendores para solucionar o litígio.
Com o passar dos tempos e principalmente após a teoria da repartição dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), consagrada na obra “Espírito das Leis” de Montesquieu, já no Século XVII, o Estado passou a ser o detentor do poder, proibindo então a autotutela. Com isso, o Estado fica obrigado a criar medidas que assegure o acesso à justiça, que é onde surge o Direito da Ação, em conceito didático, é a faculdade conferida ao interessado de buscar no Estado a proteção do seu direito, que foi violado ou está ameaçado de violação. E assim surge a garantia do acesso à justiça
O Código de Processo Civil em vigor, de 1973, de acordo com parte da doutrina jurídica, perdeu sua consistência e operacionalidade, estando desatualizado e em desconforme com as necessidades do mundo atual. O Novo Código de Processo Civil promete mudar a realidade aqui denunciada, na exata medida em que, além de exaltar a garantia constitucional do acesso à justiça, também promete dar maior efetividade à tutela jurisdicional, e estabelecendo sintonia fina com a Constituição Federal, diz o art.3° do Noco CPC:
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, ressalvados os litígios voluntariamente submetidos à solução arbitral, na forma da lei.
Atribuir natureza constitucional à garantia do acesso à justiça é, sem dúvida, de suma importância. Isto porque, por estar dotada de natureza constitucional, todo o sistema jurídico deverá observar esta garantia. Por conta disso, nenhum ato do Estado brasileiro, seja do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, poderá ter a intenção de impedir ou dificultar que as pessoas tenham acesso à justiça.
Dilma destacou que as mudanças nos processos judiciais no novo CPC são importantes porque afetam diretamente a vida da maioria dos brasileiros. Uma das mudanças, para agilizar a tramitação dos processos de natureza civil, foi a redução do número de recursos possíveis durante o processo. Mas sem prejudicar a ampla defesa das partes envolvidas. Dentro desse espírito, disse a presidenta, o novo código valoriza, como nunca, a conciliação, a busca do entendimento, o esforço pelo consenso como forma de resolver naturalmente litígios.
Outras inovações do novo código são o julgamento de causas por ordem cronológica; a audiência de conciliação no início do processo para tentar um acordo e evitar abertura de ação judicial; a cobrança de multa para quem entrar com muitos recursos seguidos; e a determinação de que decisões de tribunais superiores devem orientar casos semelhantes.
Assim, além da agilidade, incentiva-se a redução do formalismo jurídico. Democratiza-se o acesso à Justiça, ao ampliar e facilitar a gratuidade ou o parcelamento das despesas judiciais. E busca-se diminuir a natural inibição da busca da Justiça por parte de quem antes, sem recursos, desistiam de pleitear seus direitos por não ter como pagar as custas de um processo. Com este mesmo objetivo, o código prestigia a defensoria pública, relevante e decisiva no atendimento aos mais pobres e também na defesa dos direitos coletivos.
Conclusão
Quando se analisa o código, observa-se que no art. 165, caput da Lei 13.105/2015 regulamenta-se a atividade de conciliadores e mediadores, estabelecendo que os tribunais criem centros judiciários de solução consensual de conflitos, sendo eles responsáveis pela realização de sessões e audiências de mediação/conciliação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. Também cabendo ao tribunal tratar sobre as normas internas necessárias à instalação e funcionamento da mediação/conciliação como formas alternativas de solução delitígios.
O novo Código de Processo Civil vem no intuito de facilitar o acesso dos brasileiros à justiça, uma vez que se reduzirá o número de demandas e de recursos que dificultam o andamento dos processos. A expectativa é a de que se reduza pela metade o tempo de trâmite de uma ação no Judiciário, permitindo mais rapidez e celeridade nos processos. Em razão disso, verifica-se que o Judiciário torna-se mais cidadão, porque traz, para dentro do Código, institutos como a conciliação e a mediação, com a finalidade de desafogar o Judiciário, na tentativa de diminuir a lentidão e a morosidade dos processos.
O objetivo a logo prazo do código é que ocorra por parte da sociedade um amadurecimento, no sentido de assumir um papel ativo na busca de soluções de litígios, esquecendo a atual atitude de sempre recorrer ao judiciário, visto que possuem outros meios de solução dessa lide, ou seja, buscar a jurisdição antes de mesmo tentar dialogar com a parte contraria ou até mesmo pensar em recorrer a outro meio alternativo para a solução daquele litígio.

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