Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 1. Pessoas ................................................................................................................... 2 1.1 Pessoa Jurídica .................................................................................................. 2 1.1.1 Desconsideração da Pessoa Jurídica ........................................................... 2 1.1.1.1 Conceito ............................................................................................... 2 1.2 Domicílio ........................................................................................................... 4 1.2.1 Conceito ....................................................................................................... 4 1.2.2 Modalidades de domicílio ........................................................................... 5 1.2.2.1 Domicílio profissional ........................................................................... 5 1.2.2.2 Domicílio da pessoa jurídica ................................................................ 5 1.2.2.3 Domicílio necessário ............................................................................ 5 1.2.2.4 Domicílio do agente diplomático ......................................................... 6 1.2.2.5 Domicílio especial ................................................................................ 6 2. Bens ........................................................................................................................ 6 2.1 Classificação ...................................................................................................... 6 2.1.1 Bens imóveis e móveis ................................................................................. 6 2.1.1.1 Espécies de bens imóveis ..................................................................... 6 Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br Observação: 1.1 Parte Geral 1.1.1 Pessoas 1.1.1.1 Pessoa Natural 1.1.1.2 Pessoa Jurídica 1.1.1.3 Domicílio 1.1.2 Bens 1.1.3 Fatos Jurídicos 1. Pessoas 1.1 Pessoa Jurídica 1.1.1 Desconsideração da Pessoa Jurídica 1.1.1.1 Conceito É uma suspensão episódica dos efeitos dos atos constitutivos da pessoa jurídica. A regra é o princípio da separação das personalidades, ou seja, a personalidade da Pessoa Jurídica é distinta das dos seus sócios. No entanto, na desconsideração da personalidade jurídica há uma suspensão temporária dos efeitos dos atos constitutivos da pessoa jurídica, para permitir que o credor alcance o patrimônio dos sócios por dívidas que são da Pessoa Jurídica. Essa desconsideração é uma hipótese excepcional e tem que seguir alguns requisitos. No nosso ordenamento, a desconsideração ingressou incialmente através do art. 28, CDC. Esse artigo traz a desconsideração no caput e no §5º. Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. § 1° (Vetado). § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br Qual elemento, presente no caput, para que seja considerado desconsideração da personalidade jurídica? É o elemento fraude. A conduta fraudulenta de um dos sócios deve ser demonstrada, para poder desconsiderar com base na teoria do caput. Essa teoria do caput é chamada de teoria maior, pois tem um maior campo de aplicação. No §5º não precisa do elemento fraude, basta o inadimplemento do fornecedor e o prejuízo do consumidor. Ela é conhecida como teoria menor. Porque um mesmo artigo trouxe duas teorias da desconsideração da personalidade jurídica? A explicação está no §1º, que foi vetado. A redação vetada dizia que ocorrendo a desconsideração o credor deverá alcançar primeiro a o patrimônio do sócio administrador, tendo o executivo justificado que esse parágrafo se contrapunha à teoria do caput. No entanto, o parágrafo que se contrapõe ao caput é o §5º, então, foi vetado o parágrafo errado, ou seja, isso foi um erro material. Contudo, mesmo assim, o STJ aplica as duas teorias. Os §§2º, 3º e 4º, não trabalham com desconsideração. Eles apenas disciplinam responsabilidade solidária e subsidiária de pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico. Outro artigo que aborda a desconsideração é o art. 50, CC. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Esse artigo adotou a teoria maior. No entanto, deve-se tomar cuidado, pois ele diz que a desconsideração irá acontecer quando houver um abuso de personalidade, mas é um abuso de personalidade que decorre do desvio de finalidade ou da confusão patrimonial. Aqui a teoria sofre uma divisão, pois quando se faz um desvio de finalidade, ou seja, quando a pessoa jurídica é utilizada para fins diversos dos quais ela foi criada, tem-se que demonstrar a culpa dos sócios (a intenção dos sócios de desviar a finalidade). Nesse caso a teoria maior será chamada de teoria maior subjetiva. Agora, quando decorre da confusão patrimonial, vai dispensar a necessidade de comprovação de culpa e, aqui, tem-se a teoria maior objetiva, bastando demonstrar que a confusão patrimonial existe. Observação1: A desconsideração, em regra, não pode ser realizada de ofício pelo magistrado. Decorre de requerimento da parte ou do ministério público, quando lhe couber Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br intervir no processo. Existem algumas exceções, em que a desconsideração poderá ser realizada de ofício: 1) na justiça do trabalho, dado o caráter social do direito tutelado; 2) no direito do consumidor, pois todas as normas do CDC são deordem pública e, assim, todos elas podem ser conhecidas de ofício. Observação2: Não é necessária a comprovação de insolvência para que ocorra a desconsideração. Observação3: É admitida a desconsideração das pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos. Ex: Ongs. Observação4: A desconsideração inversa é admitida no direito brasileiro, que é quando desconsidera a personalidade jurídica para alcançar o seu patrimônio e responder por uma dívida pessoal do sócio. Exemplo: o sócio começa a passar seus bens para a empresa, com o objetivo de fraudar a partilha no divórcio. 1.2 Domicílio 1.2.1 Conceito É formado por dois elementos, um objetivo e outro subjetivo. O elemento objetivo é a estada habitual do indivíduo em determinada localidade. O elemento subjetivo é o animus de permanecer em definitivo. Então, o conceito de domicílio é a junção desses dois elementos, ou seja, é a estada habitual do indivíduo em determinada localidade, com o animus de permanecer em definitivo. A Cesp comumente pergunta se para conceituar o domicílio é necessário a presença de um elemento abstrato, volitivo, de um aspecto de vontade. Sim, é necessário, pois é necessário um animus de permanecer em uma localidade. E aqueles que não tem animus de permanecer em um lugar? Elas são chamadas de adônidas. O art. 73 vai dizer que para efeitos legais o domicílio do adônidas é o local em que ele for encontrado. Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. O código adotou a teoria da pluralidade domiciliar, em que a pessoa pode ter mais de um domicílio, quando ela tiver animus em definitivo em um lugar e quando a própria lei fizer menção a outro (art. 71). Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br 1.2.2 Modalidades de domicílio 1.2.2.1 Domicílio profissional Está no art. 72, Código. Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. É o local onde exerce a profissão. Exemplo: professor que trabalha em Minas e mora no Rio de Janeiro. Ele pode ter os dois domicílios. 1.2.2.2 Domicílio da pessoa jurídica Está no art. 75, CC. Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 1.2.2.3 Domicílio necessário É aquele imposto por lei. Art. 76, CC. Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 6 www.cursoenfase.com.br 1.2.2.4 Domicílio do agente diplomático Art. 77, CC Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. 1.2.2.5 Domicílio especial É aquele contratualmente ajustado. Art. 78, CC. Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 2. Bens Art. 79 ao 103, CC 2.1 Classificação Observação: Neste momento, devido ao pouco tempo, o professor apenas irá falar três classificações e as outras ele irá diluir no decorrer do nosso estudo. 2.1.1 Bens imóveis e móveis O conceito de bem imóvel está no art. 79, CC e o de bem móvel está no art. 82, CC. Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 2.1.1.1 Espécies de bens imóveis São as acessões e por bens imóveis por imposição legal. Acessões são qualquer bem que está fixado no solo. Se for por força da natureza é acessão natural, se for por força do homem é acessão artificial. Quando se fala de acessão, deve-se levar em conta a teoria da acessão (ou teoria da principal idade do solo, que está presente no art. 1253, CC) essa teoria vai estabelecer uma presunção de que qualquer Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 7 www.cursoenfase.com.br plantação ou construção feita em um terreno foi feita pelo proprietário do terreno. O art. 1255, p. único traz a teoria da acessão invertida. Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. Os bens imóveis por imposição legal estão previstas no art. 80, CC. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Observação: art. 81, CC. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Compartilhar