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Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 3.2.2 Elementos do negócio jurídico .................................................................... 2 3.2.2.1 Essenciais ............................................................................................. 2 3.2.2.2 Acidentais ............................................................................................. 2 3.2.2.3 Planos do negócio jurídico. .................................................................. 2 3.2.2.3.1 Diferenças entre nulidade absoluta e relativa .............................. 3 3.2.2.3.1.1 Quanto aos legitimados para requerer ................................. 3 3.2.2.3.1.2 Quanto à sanabilidade do vício .............................................. 3 3.2.2.3.1.3 Quanto aos prazos ................................................................. 3 3.2.2.3.1.4 Quanto ao reconhecimento de ofício pelo magistrado ........ 3 3.2.2.3.1.5 Quanto à natureza jurídica da sentença ................................ 4 3.2.2.3.2 Hipóteses de nulidade absoluta: .................................................. 4 Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br 3.2.2 Elementos do negócio jurídico 3.2.2.1 Essenciais São aqueles que devem estar presentes em todo e qualquer negócio jurídico. São: partes, objeto, consentimento e forma. 3.2.2.2 Acidentais São aqueles que irão estar presentes no negócio quando as partes convencionarem. São: condição, o termo e o encargo. 3.2.2.3 Planos do negócio jurídico. Escada pontiana. Plano da existência, validade e eficácia. O negócio jurídico existe quando estão presentes os elementos essenciais independentemente de estarem ou não de acordo com as exigências da lei. Basta a presença de partes, objeto, consentimento e forma. Exemplo: compra e venda celebrada por um menor de 11 anos de idade existe, apesar da parte ser incapaz, no plano da existência não se discute isso. O plano é válido quando estão presentes os elementos essenciais e todos estão de acordo com as exigências da lei. Aqui tem que seguir o art. 104, CC, ou seja, que as partes são capazes e legítimas, que o objeto é lícito, possível, determinado ou determinável, quando o consentimento é um consentimento livre e quando a forma é prescrita ou não defesa em lei. Normalmente, quando um negócio jurídico é válido, ele automaticamente produz efeitos, salvo se as partes convencionaram a presença dos elementos acidentais, que são a condição, o termo e o encargo. Esses elementos acidentais atuam no plano da eficácia do negócio jurídico. Exemplo: eu vou emprestar o meu carro para a Amanda hoje, esse negócio existe, é válido e produz efeitos. Agora se disser que vai emprestar no dia trinta, esse dia, é um evento futuro e certo, isso é um termo, que marca o início do evento, então, hoje o negócio existe e é válido, mas não produz efeitos, apenas dia trinta ele produzirá efeitos. Assim, como o plano da eficácia é pautado por esses elementos acidentais, ele dependerá da convenção das partes. Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br Não basta dizer que o negócio jurídico é inválido. Para que isso ocorra um dos elementos de validade tem que estar viciados. E existe uma gradação de vício, alguns são mais graves e outros são menos graves. E o termômetro disso é a chamada de “teoria das nulidades”. O negócio é nulo quando está violando questões de ordem pública, é uma nulidade absoluta; ou o negócio pode ser anulável e está violando interesses de particulares e é uma nulidade relativa. As hipóteses de nulidade absoluta estão nos arts. 166 e 167, CC e a de nulidade relativa estão no art. 171, CC. 3.2.2.3.1 Diferenças entre nulidade absoluta e relativa 3.2.2.3.1.1 Quanto aos legitimados para requerer A nulidade absoluta pode ser requerida por qualquer interessado, pois está violando questão de ordem pública. A nulidade relativa pode ser requerida apenas pelas partes, pois está violando interesses particulares. 3.2.2.3.1.2 Quanto à sanabilidade do vício Nulidade absoluta o vício é insanável. Nulidade relativa o vício é insanável. 3.2.2.3.1.3 Quanto aos prazos Nulidade absoluta pode ser requerida a qualquer tempo. Nulidade relativa tem o prazo decadencial de 2 ou 4 anos. A regra é de 4 anos (art. 178, CC), no entanto, se a situação não estiver no art. 178, CC, vai para o prazo de 2 anos (art. 179, CC). 3.2.2.3.1.4 Quanto ao reconhecimento de ofício pelo magistrado A nulidade absoluta pode ser reconhecida de ofício, pois é questão de ordem pública. A nulidade relativa não pode ser reconhecida de ofício, pois o vício pode ser sanado e as partes é que devem alegá-la. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br 3.2.2.3.1.5 Quanto à natureza jurídica da sentença Na nulidade absoluta a sentença é declaratória; na relativa é constitutiva. 3.2.2.3.2 Hipóteses de nulidade absoluta: Estão presentes no arts. 166 e 167, CC. Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. O inciso I do art. 166, CC informa que são nulos os negócios jurídicos realizados por pessoa absolutamente incapaz e são incapazes os indicados no art. 3º, CC. Exemplo do disposto no inciso II, do art. 166, CC: compra e venda de um terreno no céu é um negócio jurídico nulo, e inválido, pois tem o objeto, mas ele é impossível. Exemplo do disposto no inciso III, do art. 166, CC: comprar o carro para fazer transporte de cocaína. Em relação ao inciso IV, a regra do Código Civil é o infomalismo (art. 107, CC), o princípio da liberdadedas formas é a regra a não ser que a lei imponha uma formalidade. Inciso VI, do art. 166, CC: O rol do art. 166 é exemplificativo, podendo haver outras hipóteses espalhadas pelo código. Outra observação em relação a esse inciso é a de que existem vários artigos que proíbem uma prática sem cominar sanção e quando alguém ignora isso e pratica o ato proibido, esse ato é nulo. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br O art. 167, CC trabalha com o instituto da simulação. Um negócio jurídico simulado é o falso negócio, enquanto o negócio jurídico dissimulado é o negócio verdadeiro, que se tentou esconder. Exemplo: celebra um contrato de compra e venda de um apartamento e informa que está pagando 600 mil, no entanto na realidade pagou 1 milhão. O negócio jurídico simulado (falso) é o de 600 mil e o negócio jurídico dissimulado é o de 1 milhão. O negócio jurídico simulado será nulo e o dissimulado será válido. Então, no exemplo, será válido o negócio de 1 milhão e não o de 600 mil. Observação: No código civil de 1916 a simulação era tratada como um vício social. O vício social torna o vício anulável. No entanto, o Código Civil de 2002 trata a simulação como um vício de ordem pública e, por isso, a nulidade é absoluta. Observação: A assertiva: “a simulação absoluta que está disciplinada no código de 2002...” não é correta, pois o código apenas disciplina a simulação relativa e não a absoluta.
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