Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 1. Teoria do Adimplemento ........................................................................................ 2 1.1 Objeto do Pagamento ....................................................................................... 2 1.2 A quem se deve pagar....................................................................................... 3 2. Teoria do inadimplemento ..................................................................................... 4 2.1 Espécies ............................................................................................................. 4 2.2 Cláusula penal ................................................................................................... 5 2.3 Arras .................................................................................................................. 6 Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br Observação: Obrigações: I – Teoria Geral II – Teoria do Adimplemento C) Objeto do pagamento D) A quem se deve pagar III – Teoria do Inadimplemento 1. Teoria do Adimplemento 1.1 Objeto do Pagamento Observe o art. 315, CC: Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. Esse artigo informa que as dívidas em dinheiro devem ser pagas no vencimento pelo valor nominal e em moeda corrente. Em relação ao vencimento, deve-se ler o art. 333, CC, que aborda o vencimento antecipado da dívida. Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código: I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes. O valor nominal é diferente do valor real. O valor nominal é aquele que está estampado na moeda. Já o valor real se refere ao poder de compra da moeda. Exemplo: Fábio empresta R$ 10,00 para Artur, que compra dez cafés com esse dinheiro. R$ 10,00 é o valor nominal e dez cafés é o poder de compra. Um ano depois, Artur devolve o dinheiro para Fábio. No entanto, quando Fábio vai à mesma cantina comprar café, ele apenas consegue comprar cinco cafés com esse valor. Artur não devolveu o valor real, pois o poder de compra de Fábio foi reduzido, porém, ele devolveu o valor nominal, que é o que está escrito na moeda. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br Ninguém é obrigado a devolver o valor real, salvo disposição legal em contrário. O que a lei exige é a devolução do valor nominal, que é atualizado através da correção monetária. O pagamento deve ser feito em moeda corrente. No entanto, seria possível convencionar pagar em ouro ou moeda estrangeira? Conforme o art. 318, CC são absolutamente nulas as obrigações convencionadas em ouro ou moeda estrangeira. A obrigação deve ser convencionada em moeda corrente. Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. 1.2 A quem se deve pagar Deve-se pagar ao credor. Credor putativo é o falso credor, é aquele que aparenta ser o credor, mas não é. Exemplo1: pagar para o irmão gêmeo do credor; Exemplo2: Um credor que cede o seu crédito para terceiro, deve notificar o devedor sobre essa cessão, para que ele possa saber para quem vai pagar essa dívida. O art. 290, CC diz que uma cessão de crédito sem a notificação do devedor, é ineficaz em relação ao devedor. Então, se o devedor não for notificado e pagar para o credor originário, este será um credor putativo, sendo que a cessão de credito realizada existe, é válida, mas apenas não produz efeitos em relação ao devedor. Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. O pagamento feito ao credor putativo extingue a obrigação? É necessário um requisito presente no art. 309, CC para que seja extinta a obrigação. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Portanto, o pagamento feito ao credor putativo extinguirá a obrigação, desde que haja boa-fé. Assim, no exemplo2, como o devedor pagou ao credor originário sem saber, esse pagamento extinguirá a obrigação. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br 2. Teoria do inadimplemento A responsabilidade civil pode ser extracontratual ou contratual. A fonte da responsabilidade extracontratual é o ato ilícito e a da responsabilidade contratual é o inadimplemento. 2.1 Espécies O inadimplemento pode ser absoluto ou relativo. O que diferencia ambos é o interesse que o credor ainda tem no cumprimento da obrigação. No inadimplemento absoluto o credor não tem mais o interesse no cumprimento da obrigação. Já no inadimplemento relativo, o credor ainda tem o interesse no cumprimento da obrigação. No inadimplemento absoluto, se o credor não tem mais interesse no cumprimento da obrigação, resta a ele pedir perdas e danos. Já no inadimplemento relativo, se o credor ainda tem interesse na obrigação, resta ao credor pedir a execução específica mais perdas e danos. O inadimplemento absoluto está previsto nos artigos 389 ao 393, CC e o relativo está nos artigos. 394 ao 401, CC. O código chama de mora o inadimplemento relativo. A mora pode ser ex re (art. 397, caput) ou pode ser mora ex persona (art. 397, parágrafo único). Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. A mora ex re é aquela que foi convencionada no momento da celebração do contrato. É comum nos contratos por prazo determinado. Nesse caso, não precisa constituir o devedor em mora, pois o simples vencimento da obrigação constitui o devedor em mora. Exemplo: se emprestou o carro para alguém por um período previamente determinado, a ação cabível é a reintegração de posse. Então, nesse caso não precisa notificar o devedor. Já a mora ex persona é aquela em que não foi previamente convencionado no momento da celebraçãodo contrato. É comum nos contratos por prazo indeterminado. Nesse caso o credor precisará notificar o devedor, constituindo-o em mora. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br 2.2 Cláusula penal O inadimplemento é a fonte da responsabilidade contratual. Em ambos os tipos de inadimplemento (absoluto ou relativo) são devidos perdas e danos. A “cláusula penal” é a clausula estipulada pelas partes em que há a prefixação das perdas e danos. A cláusula penal pode ser compensatória (art. 410, CC) ou moratória (art. 411, CC). Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. A clausula penal compensatória decorre do inadimplemento absoluto e a cláusula penal moratória decorre do inadimplemento relativo. Observação1: O art. 412, CC informa que o limite da cláusula penal é o valor da obrigação principal. Há duas exceções, em que o limite da cláusula penal é menor: Art. 1336, §1º, CC (limite para o não pagamento de cota condominial é de 2%); art. 52, §1º, CDC (nas relações de consumo o valor máximo da cláusula penas é de 2% do valor da obrigação principal). Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Art. 1.336. São deveres do condômino: (...) § 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. (...) Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre: (...) § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação. (Redação dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996) (...) Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 6 www.cursoenfase.com.br Observação2: nos contratos de clube com jogador de futebol, para contratações nacionais, o limite da cláusula penal pode ser de 200 vezes o salário anual do jogador e para contratação internacional não há limite. Observação3: Conforme o art. 413, CC, se as partes convencionam uma cláusula penal nos limites da lei, o juiz pode reduzir essa cláusula se ele entender que essa cláusula penal é excessiva. Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. As partes podem afastar a incidência do art. 413, CC? Para saber se uma norma é de ordem pública ou disponível, deve-se analisar o destinatário da norma. Se o destinatário da norma for o poder público, ela é de ordem pública, se for o particular, as partes podem afastar. No caso do art. 413, CC, observa-se que o destinatário é o poder público, portanto é uma norma de ordem pública e os destinatários não podem afastá-la. Observação4: Quando as partes convencionam cláusula penal, se o dano for superior à cláusula penal, a vítima pode pedir indenização suplementar? Conforme o art. 416, parágrafo único, CC. Não pode, salvo previsão em contrário. Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. 2.3 Arras Próximo bloco.
Compartilhar