Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Um breve histórico da psicologia jurídica no Brasil Início da psicologia jurídica no Brasil Início com o reconhecimento da profissão, na década de 1960 Especialidade recém-reconhecida pelo CFP, conforme resolução 14/00 Inserção gradual e lenta, muitas vezes de maneira informal, por meio de trabalhos voluntários Os primeiros trabalhos ocorreram na área criminal com adultos criminosos e adolescentes infratores da lei (Rovinski, 2002) Psicologia no sistema prisional Trabalho do psicólogo existe no sistema prisional há pelo menos 45 anos Passou a ser reconhecido oficialmente nessas instituições em 1984 com a promulgação da Lei de Execuções Penais ( Lei Federal n. 7.210/84) Psicologia Jurídica ou Forense? Forense: foro judicial; relativo aos tribunais. Jurídico: concernente ao Direito. Psicologia e delinquência A preocupação com a avaliação do criminoso, principalmente quando se trata de um doente mental delinquente, é bem anterior à década de 1960 Remonta ao fim da idade média, quando os loucos passaram a ser excluídos Pinel, no sec. XVIII, liberou os loucos e passou a dar-lhes assistência médica Psicologia e delinquência Os psicólogos clínicos começaram a colaborar com os psiquiatras nos exames psicológicos legais e em sistemas de justiça juvenil (Jesus, 2001) Com a Psicanálise, a abordagem frente à doença mental passou a valorizar o sujeito de forma mais compreensiva e com um enfoque dinâmico Psicologia e delinquência O psicodiagnóstico ganhou importância, dividindo espaço com um modelo diagnóstico eminentemente médico Os paciente passam a ser divididos em duas categorias Maior severidade: Os pacientes de maior severidade, com possibilidade de internação, eram encaminhados aos psiquiatras Menor severidade: encaminhados para psicólogos para uma compreensão mais descritiva de sua personalidade Psicologia jurídica e direito penal Inicialmente, a Psicologia era identificada como uma prática voltada para a realização de exames e avaliações, buscando identificações por meio de diagnósticos Isso fez com que o psicólogo fosse visto como um “testólogo”, como na verdade o foi na primeira metade do século XX (Gromth-Marnat, 1999) Atualmente, o teste psicológico é apenas uma das ferramentas utilizada pelo psicólogo jurídico Psicologia jurídica O histórico inicial reforça a aproximação da Psicologia e do Direito através da área criminal e a importância dada à avaliação psicológica Outro campo em ascensão até os dias atuais é a participação do psicólogo nos processos de Direito Civil Psicologia jurídica e direito civil A tarefa dos setores de psicologia era, basicamente, a perícia psicológica nos processos cíveis, de crime e, eventualmente, nos processos de adoção Com a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Brasil (1990), em 1990, o trabalho do psicólogo foi ampliado: Passou a envolver atividades na área pericial, acompanhamentos e aplicação das medidas de proteção ou medidas socioeducativas. Atendimento à família Criação de instituições diferenciadas para execução de medidas socioeducativas e de medidas de proteção Psicologia jurídica na área acadêmica 1980: área de concentração, dentro de especialização em Psicologia Clínica, denominada “Psicodiagnóstico para Fins Jurídicos” 1986: tornou-se curso independente do de Psicologia Clínica Atualmente: nem todos os cursos oferecem Psicologia Jurídica Os cursos que oferecem, normalmente o fazem por meio de uma matéria optativa, de carga horária curta Nos cursos de Direito, mesmo com a carga horária reduzida, a disciplina já é compulsória Cursos de pós-graduação na área são oferecidos em instituições brasileiras Psicologia e Direito O Direito e a Psicologia se aproximaram em razão da preocupação com a conduta humana O momento histórico pelo qual a Psicologia passou fez com que, inicialmente, essa aproximação se desse por meio da realização de psiodiagnósticos Outras formas de atuação ganharam força, entre elas a implantação de medidas de proteção e socioeducativas e o encaminhamento e acompanhamento de crianças e/ou adolescentes Principais campos de atuação Predominância das atividades de confecções de laudos, pareceres e relatórios O psicólogo, ao concluir o processo de avaliação, pode recomendar soluções para os conflitos apresentados, mas jamais determinar os procedimentos jurídicos que deverão ser tomados A decisão judicial cabe ao juiz O psicólogo não decide, apenas conclui a partir dos dados levantados, podendo sugerir e/ou indicar possibilidades de solução Principais campos de atuação Os ramos do Direito que frequentemente demandam a participação do psicólogo são: Direito da Família Direito da Criança e do Adolescente Direito Civil Direito Penal Direito do Trabalho Direito Civil Varas diferenciadas Direito da família Separação e divórcio: pode atuar como mediador, fazer avaliação psicológica de uma das partes ou do casal, solicitar encaminhamento para tratamento Regulamentação de visitas: após a decisão podem surgir questões de ordem prática ou novos conflitos Disputa de guarda: assuntos atuais como a guarda compartilhada, falsas acusações de abuso sexual e síndrome de alienação parental Direito da criança e do adolescente Adoção: participam do processo por meio de uma assessoria constante para as famílias adotivas Destituição do poder familiar: Adolescentes autores de atos infracionais: o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê medidas socioeducativas que comportam aspectos de natureza coercitiva envolver família e comunidade Direito civil Dano psíquico: pode ser definido como a sequela, na esfera emocional ou psicológica, de um fato particular traumatizante (Evangelista & Menezes, 2000) Interdição: refere-se à incapacidade de exercício por si mesmo dos atos da vida civil. Direito penal o Psicólogo pode ser solicitado a atuar como perito para averiguação de periculosidade, das condições de discernimento ou sanidade mental das partes em litígio ou em julgamento (Arantes, 2004) 10.792/2003 extinguiu o exame criminológico para concessão de benefícios legais, exigindo apenas o lapso de tempo já cumprido e a boa conduta Atualmente há uma pressão do Ministério Público e do Poder Judiciário pela continuidade das avaliações técnicas Trabalho junto a doentes mentais que cometeram delitos Direito do trabalho Pode atuar como perito em processos trabalhistas. Serve para avaliar o nexo entre as condições de trabalho e a repercussão na saúde mental do indivíduo. Possíveis danos psicológicos supostamente causados por acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, casos de afastamento e aposentadoria por sofrimento psicológico. Outros campos de atuação Vitimologia: Objetiva a avaliação do comportamento e da personalidade da vítima Traçar o perfil e compreender as reações das vítimas perante a infração penal Aplicação de medidas preventivas e à prestação de assistência às vítimas, visando, assim, à reparação de danos causados pelo delito Outros campos de atuação Psicologia do testemunho Falsas memórias Depoimento sem dano
Compartilhar