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Luiza Marinho Motta – 2021 Tricuríase Muito frequente entre as populações, coincide com ascaridíase – muitas semelhanças. REINO Animalia FILO Nematoda CLASSE Enoplea ORDEM Trichocephalida FAMÍLIA Trichuridae GÊNERO Trichuris ESPÉCIES: Trichuris trichiura. Ordem: abertura bucal anterior, cavidade sem lábios. Esôfago longo e delgado; dioicos com dimorfismo sexual; machos com ou sem espiculo. Família: forma de chicote, região esofagiana 2/3 anteriores do corpo. → Característica de “chicote”, região anterior afilada e terço final expandido. Ovo bem característico, forma de “barril”. Tampões lipídicos, mantém ovo íntegro em ambientes adversos – não tão resistente quanto áscaris e outros. Aspectos epidemiológicos Geohelmintíase, fase em solo (úmido, quente). Assim como áscaris, preferência por mesma região, associação com falta de higiene, educação em saúde – coinfecção. o Verme cosmopolita, está nas grandes cidades – aglomerações e saneamento precário; relacionado à agricultura por água contaminada. Cerca de 700 milhões acometidos no mundo. Transmissão: ingestão do ovo embrionado, não liberado assim, tempo até se tornar infectante. Sobretudo países tropicais e subtropicais. Brasil: prevalência no litoral e Amazônia. MG: 13,8%, até 60% AL. Crianças mais vulneráveis, idade escolar. o Período pré-patente: cerca de 90 dias. Formas de vida Vermes adultos: afilamento região do esôfago e alargamento do intestino e órgãos genitais. Porção anterior inserida no epitélio do IG (parasito tecidual) o M – 3 a 4,5cm; extremidade posterior curvada com espiculo. o F – 4 a 5cm; 3 a 20 mil ovos / dia. Ovos: microscópico, elíptico; poros nas extremidades, material lipídico; casca com 3 camadas. Hábitat: Intestino Grosso - Infecções leves e moderadas: ceco (ou cólon ascendente); - Infecções intensas: cólon distal, reto e porção distal do íleo; Alimentação → resto de eritrócitos (morte por toxinas do parasito) e sangue (espoliação bem menor que ancilostomídeos). Ciclo biológico ❖ Monoxênico; Ovos: embriogênese depende de alta temperatura e umidade (> 77%). Ingestão dos não embrionados não completa ciclo, pouco terminam desenvolvimento no solo – 5 a 22%. Demoram muito mais, quando conseguem, fora das condições ideais. Luiza Marinho Motta – 2021 o Tempo de vida: 1 a 2 anos. Líquido duodenal e ácido estomacal são estímulos para a eclosão das larvas. ID e migram para IG, fixação no ceco (principalmente). Indivíduo adulto. Transmissão por ingesta de água e alimentos contaminados. Crianças → mãos não lavadas e depósito subungueal, associação com geofagia; disseminação de ovos por moscas e baratas. Patogenia Carga parasitária, idade, estado nutricional e distribuição no intestino (não é sistêmica, sem disseminação pela corrente sanguínea, efeitos de migração). Assintomática ou sintomas intestinais discretos: infecções leves (< 1000 ovos / g fezes); moderada (entre 1000 e 9999); grave (> 10000). o Penetração na mucosa intestinal, congestão discreta dela. o Hemorragias petequiais, inflamação, erosões e ulcerações (alimentação dos enterócitos). Perda de sangue oculto nas fezes → alimentação do parasito 0.005ml/dia/verme. Quadro semelhante a disenteria amebiana; diagnóstico diferencial. Casos graves: degeneração de mucosa, necrose de coagulação ao redor do verme, enterite catarral, hemorragias subepteliais, infiltração de eosinófilos e linfócitos; PROLAPSO RETAL – reação edematosa da mucosa (infestação), reflexo de defecação = tenesmo (hipotonia muscular) e alterações nas terminações nervosas (relaxamento do esfíncter). o Migração para o reto em infecções maciças. Manifestações clínicas Assintomática – maioria. Sintomática – carga parasitária (> 10 mil/g fezes), idade de pacientes (crianças), status nutricional (gravidade), presença de infecções associadas. Sintomatologia discreta e inespecífica. Moderados → cefaleia, dor epigástrica e em baixo abdome, diarreia, náusea e vômitos. Redução da ingesta alimentar, perdas nutricionais, anemia (hemorragias, menos por espoliação) e astenia. Síndrome Disentérica Crônica Diarreia intermitente, presença de muco e/ou sangue, dor abdominal difusa, tenesmo, desnutrição, náusea e vômitos, prolapso retal (tricuríase maciça infantil). Alterações na fisiologia intestinal por lesão tecidual → perda de nutrientes, de absorção (sais minerais, zinco, ferro); anemia, desnutrição, alterações cognitivas e do desenvolvimento físico. o Relação com colite e apendicite. Luiza Marinho Motta – 2021 Diagnóstico Clínico – assintomático; sintomático (semelhante a outras parasitoses). Exceção com prolapso retal e vermes adultos localmente. Laboratorial – EPF, ovos de T. trichiura. Método HPJ e kato-katz (quantitativo). Imagem – colonoscopia ou anoscopia. Tratamento Nenhum possui eficácia ideal sozinho. Comumente associação albendazol com ivermectina e dietilcarbamazina para Ascaris e Trichuris. o Albendazol: 400mg dose única ou 3 dias. o Mebendazol: 100mg, 2x ao dia por 3 dias. o Pamoato de oxipirantel: 10mg/kg dose única. Controle de cura: 7, 14 e 21 dias pós-tratamento. Profilaxia Higiene pessoal, sobretudo lavagem de mãos; Destino adequado de fezes – saneamento; Tratamento dos infectados; Conscientização da população em meio rural.
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