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Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta - 2021 Caso clínico: bolhas intermitentes e dolorosas na região oral. Biópsia evidencia acantólise = perda de aderência entre céls espinhosas da epiderme, destruição dos desmossomos. (VINALL, C; STEVENS, L; MCARDLE, P - Pemphigus vulgaris: a multidisciplinary approach to management, BMJ). Hipersensibilidade Reações exacerbadas do sistema imune (autoimune, microrganismos ou antígenos ambientais não microbianos). Mecanismos de lesão para eliminação do agente infeccioso, tendem a ser crônicas ou progressivas → desafio terapêutico. Tipo II e tipo III relacionadas à produção de IgG e IgM; na primeira Ac reconhecem Ag na superfície ou matriz extracelular, na segunda há formação de imunocomplexos e depósito. Doenças causadas por anticorpos Passível de transferência entre animais, como ocorre na forma transplacentária (mãe – filho, causa doença transitória pois a produção não é do próprio organismo). Diagnóstico pela detecção do Ac ou imunocomplexo na circulação ou na lesão, associado às características clinicopatológicas. Tipo II • Mediada por anticorpos, específicos para Ag presentes em céls e tecidos; Órgão-especificas e não sistêmicas; Geralmente autoanticorpos = reação autoimune; Por vezes tem como causa Ac específicos gerados contra microrganismos, reação cruzada com Ag próprios (Ex. Febre reumática – Ac gerados contra bactéria reconhecem ao próprio no miocárdio). Mecanismos efetores principais A – Destruição celular, ativação do complemento Anemia hemolítica (contra eritrócitos) e Púrpura trombocitopênica (contra plaquetas) autoimunes, hemólise nas reações transfusionais. B – Depósito de Ac ativa complemento, recruta neutrófilos e macrófagos, produtos tóxicos (ROS, NO) induzem lesão. Hipersensibilidade Tipo II, III e IV Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta - 2021 • Glomerulonefrite mediada por Ac. C – Funções celulares anormais, Ac se liga a receptores ou proteínas causando doença mesmo sem lesão ou inflamação. • Doença de Graves (ligação com TSH) e Miastenia Grave (ligação receptor nicotínico de Acetilcolina). Eritroblastose Fetal também é exemplo clínico → mulher Rh – e filho Rh +, criança tem nas hemácias antígeno D. Mãe produz anticorpo anti-Rh na primeira gestação. Tipo III • Mediada por imunocomplexos (Ag / Ac circulantes); Lesões refletem local de deposição deles; Sistêmicas, múltiplos órgãos e tecidos; Ac ligados a autoantígenos ou estranhos. Doença do soro • Primeira observação de Ac causando doença nos anos de 1900; Difteria tratada com soro de cavalo imunizado com toxina diftérica → pacientes desenvolviam artrite, erupção cutânea e febre. Sintomas pelo menos 1 semana após imunização, mais rapidamente em novas aplicações. → Produção de Ac contra proteínas séricas do soro do cavalo. Ainda é problema na imunização passiva, soros para picadas de cobra ou contra raiva. Grande quantidade de Ag inoculado, formação de Ac e imunocomplexos – captados por macrófagos no fígado e baço, depósito no leito vascular. Indução de inflamação rica em neutrófilos (vasculite, nefrite, artrite), sintomas de curta duração! Crônica → múltiplas injeções de Ag, complexos menores depositam nos rins, artérias e pulmões (macrófagos captam maiores). Reação de Arthus Inoculação subcutânea de Ag em indivíduo / animal previamente imunizado. Ac ligam rapidamente e forma imunocomplexos que se depositam nas paredes dos pequenos vasos da região = vasculite local (edema e liberação de fluidos). Relevância clínica limitada, pode ocorrer por dose de reforço de vacina. Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta - 2021 Mecanismos efetores principais Formação de imunocomplexos é normal, não negativa; patogênica em caso de produção excessiva sem remoção eficiente, levando ao depósito vascular; Pequenos complexos normalmente não são removidos, + difícil de serem fagocitados e depositam; Locais comuns de deposição → capilares dos glomérulos renais e da sinóvia (onde plasma é filtrado), além de pequenos vasos; • Ativam leucócitos que secretam citocinas e mediadores vasoativos; • Aumento da permeabilidade vascular (mastócitos) amplia deposição; • Inflamação no interior do vaso ativa complemento. Ex. LES – Lúpus Eritematoso Sistêmico. Indivíduo por gatilhos externos (radiação UV, susceptibilidade...) teve ativação da resposta imune e produção de Ac antinuclear, liberados em caso de apoptose. Causa deposição de imunocomplexos e leva aos sintomas característicos. DC plasmocitóide tem relação com LES, produção de IFN tipo I que também atua na estimulação no LB. • Imunocomplexo fagocitado, causa maior ativação por ligar com receptor Tipo Toll, endossomal – reconhece estruturas do DNA = persistência da produção de +Ac. • Rash em forma de borboleta, subagudo cutâneo, cutâneo crônico. Outros exemplos: poliarterite nodosa, glomerulonefrite pós-estreptocócica, doença do soro. *Muitas doenças são de difícil separação tipo II e III, ambos presentes na febre reumática, LES, etc. Tipo IV → Doenças causadas pelos LT CD4 e CD8. Lesão tecidual pela produção de citocinas que induzem inflamação ou pela destruição direta de céls-alvo (ou ambas). Respostas inflamatórias ~ céls Th 1 e Th 17. LT autorreativos ou específicos para Ag proteicos estranhos, pode ser acompanhado por respostas exacerbadas de proteção contra microrganismos resistentes à erradicação por fagócitos e Ac. Inflamação mediada por citocinas Produzidas por Th 1 e Th 17, recrutam e ativam leucócitos • IL-17 – recrutamento neutrófilos; • IFN-γ – ativação macrófagos. Outras céls, como ILCs, podem produzir essas citocinas e também desempenham papel. Lesão resulta de enzimas lisossomais e ROS; Normalmente crônica (patógeno intracelular resistente ou autoantígeno), produzem fibrose; Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta - 2021 Ex. Céls T autorreativas → artrite reumatoide, esclerose múltipla, diabetes tipo I. Céls específicas para Ag estranhos → Mycobacterium tuberculosis – inflamação granulomatosa e fibrose. Exposição tópica a químicos e Ag ambientais → hipersensibilidade de contato e neoantígeno (químicos ligam a proteínas próprias). Hipersensibilidade de contato Citocinas produzidas por T CD4 e T CD8; LT contra proteínas próprias modificadas por substâncias produzidas por plantas; Crônicas = Eczema. • Hera venenosa e Carvalho venenoso • Metais (Níquel e Berílio) • Tiourama (luvas de látex) • Fármacos Hipersensibilidade do tipo tardio (DTH) 24 a 48h após desafio com Ag, indivíduos previamente sensibilizados; Reação inflamatória prejudicial mediada por citocinas – ativação LT CD4+; Sensibilização pode ocorrer por infecção microbiana, produtos químicos, Ag ambientais ou injeção intradérmica. Ex. PPD (derivado proteico purificado): Mycobacterium tuberculosis – reação tuberculina para identificar identificação prévia ou ativa. • 4 h: acúmulo de neutrófilos nas vênulas locais; • 12 h: infiltrado LT e monócitos sanguíneos; • 18 a 48 h: endurecimento por depósito de fibrina, edema, acúmulo de LT e monócitos no espaço extravascular. • Resultado leva em conta idade, imunodepressão, vacinação BCG, etc(afetam características da lesão). Tradicionalmente Th 1, possíveis outras contribuições como Th 17, Th 2 em caso de helmintos. Reações crônicas → Th 1 ativa macrófago, mas falha em eliminar microrganismo. Produção de granulomas fibrose, sinais prolongados de citocinas. Dificuldade respiratória da tuberculose pela substituição do tecido pulmonar por tecido fibrótico. LT citotóxicos • Lesão resultante do killing de céls infectadas. Ex. Hepatite viral. Lesão tecidual em doenças autoimunes. Ex. Diabetes tipo I – destruição de céls β produtoras de insulina nas ilhotas pancreáticas (mecanismo complexo que envolve ativação inata, apresentação de Ag, LT CD4). Abordagens terapêuticas de doenças imunológicas Avaliação do mecanismo relacionado.
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