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Edwar de Alencar Castelo Branco 
Fichamento bibliográfico
BETIOLI, Antonio Bento. Introdução ao Direito: lições de propedêutica jurídica. 13ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 93-227
Fichamento da lição IV.
Notas distintivas do Direito
O Direito não não se constitui como o único instrumento de controle social. Ao seu lado perfilam-se, nessa condição, a moral, a religião e as regras de trato social. Entretanto, o Direito se distingue destes outros instrumentos de controle social por quatro características: (I) ser imperativo, (II) poder ser heterônomo, (III) ser coercitivo e (IV) ter bilateralidade atributiva. Condivide com os outros instrumentos de controle social a imperatividade e a heteronomia. Condivide com as normas éticas a coercitividade. A bilateralidade atributiva é característica exclusiva do Direito, atribuindo-lhe um imperativo atributivo.
 Imperatividade
Uma vez que as normas jurídicas criam obrigações jurídicas, o Direito é imperativo. Tais obrigações obrigam o que fazer ou deixar de fazer. Entretanto, é forçoso ressaltar que esta imperatividade não corresponde a uma simples decorrência da força de autoridade. A imperatividade do Direito é expressão axiológica do querer social, conforme certeira definição de Miguel Reale.
Heteronomia
Heteronomia é antônimo de autonomia. O Direito é heterônomo porque, diferentemente da moral, a obrigação jurídica é indiferente a adesão interior dos sujeitos ao conteúdo das suas normas. Ele deseja ser cumprido com a vontade, sem a vontade e até contra a vontade do obrigado. A heteronomia confere validade objetiva e transpessoal (MR) às regras jurídicas. Apesar de própria do Direito, entretanto, a heteronomia não é específica ou exclusiva do Direito. Este não se distingue da moral por ser heterônomo, mas por poder ser.
Coercibilidade
O Direito é uma norma coercível, podendo invocar a força do Estado para “forçar” (obrigar) o cumprimento das obrigações jurídicas. Esta coercibilidade, materializada na força, pode dar-se através da força em ato (coação) ou da força em potência (coerção). Em ato é a força acontecendo, enquanto em potência é o vir a ser da força. Disto deriva, para a ciência do Direito, a Teoria da coação e a Teoria da Coercibilidade.
Teoria da coação
Para os adeptos dessa teoria, tais como Hans Kelsen, a força em ato não seria algo circunstancial, mas essencial ao Direito. Para estes, portanto, não há direito destituído de coação. Prestigiada na época do predomínio positivista, esta teoria é alvo hoje de críticas contundentes. A principal delas diz respeito ao reconhecimento de que as regras jurídicas são, na maioria dos casos, cumpridas espontaneamente, ocorrendo a sanção como um acidente, um extraordinário. Se a norma jurídica é anterior à coação, portanto, primeiro existe e só depois pode ser violada, o que invalida a Teoria da Coação, que enxerga a força em ato como algo imanente ao Direito.
Teoria da coercibilidade
Segundo esta teoria o Direito não é propriamente coercitivo, mas coercível. O uso da força, para esta teoria, não é uma efetividade, mas uma possibilidade. Portanto, a foça própria do Direito é a coerção, a força em potência, sendo a coação um caso limite, que só se manifesta na hipótese das regras jurídicas serem descumpridas. Assim, podemos dizer que a coercibilidade é essencial ao Direito, enquanto a coercitividade lhe é circunstancial.
Bilateralidade atributiva
É a essência do Direito, constituindo o cerne da relação jurídica. Uma relação jurídica só ocorre quando se dá uma interação entre dois ou mais sujeitos de direito. A necessária presença destes dois lados constitui a bilateralidade. No interior dessa bilateralidade ocorre uma relação intersubjetiva que é objetivamente proporcional. Ambos, a relação intersubjetiva e a proporção objetiva, geram a atributividade, isto é, uma exigibilidade garantida que por sua vez é a dialética entre direito e dever. A bilateralidade atributiva, portanto, pressupõe sempre um sujeito jurídico ativo, sujeito do direito, e um sujeito jurídico passivo, sujeito de uma obrigação/dever.
Paralelo entre Direito, Religião e Moral
O Direito, por poder ser heterônomo, dispensa a interiorização da norma, enquanto para a Moral essa interiorização, isto é, esta adesão voluntária, é indispensável; A religião é obviamente autônoma, aderindo o crente de forma subjetiva e voluntária à norma religiosa; As normas de trato social, por sua vez, são heterônomas, pois não precisam ser praticadas com sinceridade. Moral e religião são autônomos; Direito e Normas de Trato Social são heterônomos. Seria, então, o Direito, uma mera norma de trato social? Obviamente não. Este se distingue justamente por “poder ser” heterônomo, perfilando ao lado dessa característica a coercibilidade, sendo, entre as formas de controle social, a única constituída por um imperativo-atributivo: impõe um dever (imperativo) e atribui a faculdade de exigir garantidamente o cumprimento deste dever (atributivo). Distingue-se também o Direito por ser o único instrumento de controle social que é coercível. Os demais são incoercíveis. Relativamente a unilateralidade e bilateralidade, do ponto de vista ôntico, isto é, do ponto de vista do sujeito, toda relação social é bilateral, porque, como visto, somos seres sociais que tendemos ao agrupamento e à interação. Entretanto, o que distingue o direito é o fato de ser, não ontologicamente, mas axiologicamente, bilateral. A relação jurídica, com sua bilateralidade atributiva, realiza um valor e atribui uma obrigação que é objetivamente proporcional aos lados. Restaria ainda, em termos destas notas distintivas do Direito, perceber que a normas de trato social também são axiologicamente bilaterais. Entretanto não se igualam ao Direito porque não são atributivas.
Síntese da lição:
Esta lição mostra o Direito emergindo como uma forma específica e particular de controle social. Se nas primeiras lições a abordagem era genérica, podendo ser sinteticamente revelada nos silogismos “onde o homem, ali a sociedade” e “onde a sociedade, ali o Direito”, agora se distingue o Direito das outras formas de controle social. Para esta distinção, é fundamental perceber que o Direito, por ser a única forma de controle social dotada de bilateralidade atributiva, é a única forma, também, que tem um imperativo-atributivo. Neste último aspecto, é relevante entender que a coercibilidade (força em potência) é essencial ao Direito, enquanto a coercitividade (força em ato) lhe é circunstancial. 
Fichamento da lição V.
Direito, Moral e Religião
Esta seção é dedicada a enfrentar o que alguns já chamaram de “cabo dos náufragos e das tempestades das Ciências Jurídicas” – a análise comparativa do Direito e da Moral. Quanto à forma, esta distinção já está clara: o Direito é heterônomo e a Moral autônoma; O Direito é coercitível e a Moral é incoercitível. O Direito é bi-lateral atributivo e a Moral, ainda que seja bilateral, é não-atributiva. A questão que resta, portanto, é quanto ao conteúdo de um e outro. Quanto a este aspecto, fala-se das teorias (I) de Thomasius, (II) do Mínimo Ético e (III) dos Círculos secantes.
Teoria de Thomasius (Sec. XVII e XVIII)
Jurista alemão, Thomasius conformou a questão da diferença entre Direito e Moral em termos de uma antítese entre Foro Íntimo e Foro Externo. O conteúdo da moral seria dado por tudo o que acontece no foro íntimo, aí não podendo intervir o Direito. Por consequência, ao Direito seriam reservados os acontecimentos do foro externo. Esta teoria encontrou terreno fértil no século XVIII, quando a humanidade lutava para pôr termo ao absolutismo, mas é facilmente criticável hoje frente ao fato de que não há ações humanas que sejam puramente exteriores. A intenção, pertencente ao foro íntimo, é indispensável ao Direito penal, por exemplo. A separação radical entre Moral e Direito solapou a fertilidade desta teoria.
Teoria do mínimo ético
Para os defensores dessa teoria as normas morais são cumpridas espontaneamente, embora convivam inevitavelmentecom as violações. Estabelece-se então o Direito como uma sub-região da Moral. Ele seria um mínimo ético armado de poder para se fazer cumprir. A crítica a essa teoria, por sua vez, parte da negação a que o Direito seja apenas uma parte da moral, pois nem tudo que é jurídico é moral. Existem atos juridicamente lícitos do ponto de vista legal que não o são do ponto de vista moral e vice-versa.
Teoria dos círculos secantes
Parte do pressuposto de que entre Direito e Moral não existe separação absoluta e nem identificação absoluta. Possuem um campo de competência comum e ao mesmo tempo uma área particular. Direito e moral são conceitos que se distinguem mas não se separam. Esta teoria, ao conciliar Direito e Moral, ao mesmo tempo circunscrevendo suas especificidades, é a mais consensual no âmbito da doutrina jurídica atualmente.
Síntese da lição: 
Esta lição acentua a anterior. Se naquela aprendemos os aspectos que distinguem o Direito em relação a todos os outros instrumento de controle social, nesta tomamos especificamente o Direito e a Moral – dois sub-domínios da ética – para mostrar que Direito e Moral se complementam mutuamente, embora se distingam. Nisto reside o erro de Thomasius – que enxergou Moral e Direito como formas distintas e autônomas entre si – e da teria do mínimo ético, que colocou o Direito apenas como um sub-domínio da Moral. Os círculos secantes, por sua vez, conciliaram esta questão mostrando que Direito e moral são conceitos que se distinguem mas não se separam.
Fichamento da lição VI.
Sanção jurídica
Sanção corresponde a uma forma de garantir o cumprimento das normas. Ela é comum a todos os instrumentos de controle social.
Noção de sanção
A sanção é o correlato de toda e qualquer sanção ética, não dizendo respeito à validade da norma, mas à sua eficácia. É própria do mundo da cultura, não podendo-se falar em sanção para transgressão de leis físicas. A sanção é volitiva, sendo “toda consequência que se agrega intencionalmente a uma norma” para buscar o seu cumprimento.
Sanção e coação
A coação, como visto, é a força em ato. É, portanto, a sanção concreta ou sanção de ordem física. Quem não acata a norma, sofre a sanção; quem não aceita a sanção, sofre a coação. A coação, portanto, é a aplicação forçada da sanção.
Espécies de sanção
A cada preceito ético corresponde uma sanção. O remorso ou a salvação ultraterrena são sanções religiosas; O remorso, entendido como um auto-censura, também pode ser uma sanção moral de “foro íntimo”. Mas a sanção moral pode ser também de natureza social, como a marginalização de alguém por transgressão a uma norma moral.
Sanção jurídica
É externa aos sujeitos, institucional e organizada de forma pré-determinada, o que nos permite saber de antemão a que sanções estamos expostos se violarmos uma norma jurídica. A norma jurídica também pode ser penal e premial, tendo, portanto, uma natureza binada.
Síntese da lição:
Esta lição retoma a problemática da força em ato e da força em potência, ainda que em nenhum momento faça menção explícita aos termos. Dedicada especificamente a lecionar sobre sanção, encaminha-se para a acentuação da distinção entre a coação de outros instrumentos de controle social, tais como a Moral e a Religião, e aquela própria do Direito – a coação jurídica. Mostra, então, que a sanção jurídica é (I) latente, (II) tem natureza binada, podendo ser penal ou premial e (III) é organizada de forma pré-determinada. 
Fichamento da lição VII.
Estrutura Tridimensional do Direito
Tridimensionalidade genérica
Concebe o fato, o valor e a norma de forma abstrata e separada. O sociologismo jurídico se ocuparia do fato, o moralismo jurídico do valor e o normativismo abstrato da norma. Na tridimensionalidade genérica a correlação, isto é, a existência integrada destes três fatores é desprezada e desperdiçada.
Tridimensionalidade específica
Devida especialmente ao jurista Miguel Reale, concebe o Direito como algo integradamente trino – factual, axiológico e normativo.
Tridimensionalismo jurídico de Miguel Reale
Constitui tridimensionalismo concreto (porque fato-valor-norma estão sempre presentes e correlacionados, independente do foco de análise do fenômeno jurídico) e dinâmico (porque fato-valor-norma se relacionam de forma funcional e dialética)
Teses
a) Fato (acontecimento social que envolve interesses básicos para o homem e, por isso, compõe os assuntos regulados pela ordem jurídica), valor (elemento moral do Direito) e norma (padrão de comportamento ou de organização social imposto aos indivíduos) são três dimensões essenciais do Direito. Estão sempre presentes e dialeticamente correlacionadas em qualquer expressão da vida jurídica.
b) Existe uma interação dinâmica e dialética dos três elementos, de modo que cada um só alcança sentido no conjunto, esta interação constitui o que Reale denomina de dialética de complementaridade. Fato e valor são irredutíveis um ao outro (polaridade) mas, para sua realização, se exigem mutuamente (implicação). A norma realiza dialeticamente a polaridade e a implicação de um em outro.
Síntese da lição:
Do meu ponto de vista esta é a mais importante lição de propedêutica jurídica. Constitui, a meu ver, aprendizado indispensável compreender a dialética realeana e o modo como ela se distingue de suas congêneres hegeliana e marxista, ambas operadas em termos de sínteses fechadas. A síntese na dialética realeana é aberta, o que permite ver o Direito – e por consequência a norma jurídica – como algo dinâmico, que pode variar no tempo. Eu poderia exemplificar essa diferença do seguinte modo: na dialética marxista, as contradições (antitética) do modo de produção capitalista só podem conduzir diaeticamente ao modo de produção socialista e este, por sua vez, ao modo de produção comunista, realizando terminativamente a evolução da história. Vê-se que a síntese é fechada, fatalista, teleológica. A síntese só pode ser isto, nunca aquilo. Miguel Reale, de forma genial, tomou este modelo mas manteve as sínteses abertas. Por exemplo: entre um assassinato (fato) e a forma axiológica como a sociedade o enxerga (valor) existe uma antítese que tende a valorar negativamente o crime. Entretanto, há casos, configuradores de exceção, em que o linchamento de um estuprador, por exemplo, pode tender a receber uma valoração positiva. Se nos mantivéssemos apenas no âmbito da antítese entre o assassinato e sua valoração social, nenhuma garantia teríamos quanto às prescrições para aquele crime. Estas variariam perigosamente de situação para situação, relativizando-se absolutamente. É aí que, dialeticamente, a norma entra na equação realeana como a terceira parte de um corpo que só se realiza plenamente de forma trina: a antítese entre o assassinato (fato) e sua recepção social (valor) são dialeticamente conformados numa prescrição (norma). Esta última não é algo fechado, muda ou pode mudar a depender da visão axiológica que cada sociedade, em cada tempo, tenha do fato. Mas, ainda que aberta, a norma enquanto síntese entre fato e valor vai sempre ser garantidora de um ordenamento jurídico pré-determinado.
Fichamento da lição VIII.
Definição do Direito
Critérios para a definição
Existe uma definição nominal, meramente semântica, e uma definição real para o Direito. Do ponto de vista nominal, origina-se do latim directus, como qualidade do que está reto, não tem inclinação ou curvatura. A palavra provém de uma metáfora segundo a qual uma figura geométrica – a linha reta = régua – adquiriu sentido moral e em seguida jurídico (regra); do ponto de vista de uma definição real, Direito pode receber uma definição analítica, na qual fazemos a decomposição do todo jurídico em suas partes constituintes e as definimos isoladamente; e uma definição sintética, que nos dá uma definição unitária da realidade jurídica.
Definições analíticas
Direito-ciência: Trata-se do Direito como setor especializado do conhecimento humano, correspondendo a um conjunto sistematizado de princípios. Ex. “eu estudo Direito”
Direito-fatosocial: É o Direito como fenômeno histórico-cultural, sendo, neste sentido, um dos domínios da sociologia e/ou da história.
Direito-Norma: É um conjunto de regras jurídicas de uma dada comunidade. Exemplo: “o direito penal brasileiro é muito brando e complacente”.
Direito faculdade: É o poder que a personalidade jurídica tem de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Exemplo: “O direito de ir e vir é um princípio constitucional no Brasil”
Direito justo: Corresponde ao sentido axiológico da palavra, podendo dizer respeito ao bem devido a alguém ou à qualidade de estar em conformidade com as exigências da justiça. No primeiro sentido, pode ser exemplificado com a frase “é direito da doméstica ter seu contrato de trabalho formalizado”; para o segundo caso pode ser exemplificado com a frase “você não pode discriminá-lo apenas pelo fato de ele ser deficiente”.
Definição sintética:
As noções de gênero e diferença são fundamentais para a definição sintética do Direito, na medida em que permitem pensar tanto as generalidades que o aproximam de uma espécie (formas de controle social) quanto as diferenças específicas (notas distintivas) que o distinguem naquela espécie. Do ponto de vista de uma definição sintética do Direito, ele genericamente se perfila ao lado de outras normas éticas – Moral, Religião, Normas de trato social – mas ao mesmo tempo destas se distingue por ser o único instrumento de controle social que possui bilateralidade atributiva.
Síntese da lição:
Esta lição, como se vê, tem dois objetivos bastante claros: esmiuçar a polissemia da palavra direito, no âmbito das definições analíticas e, ao mesmo tempo, do ponto de vista sintético mostrar as especificidades do Direito em relação a outras formas de controle social. A lição permite, a pretexto da definição de Direito, retomar a velha fórmula grega que separa as coisas em termos de definições nominais (definitio nominis) e definições reais (definitio régio). As definições analíticas pertenceriam ao mundo das definições nominais, enquanto a definição sintética pertenceria ao mundo das definições reais. Ambas definições reafirmam a pujança da teoria da tridimensionalidade do Direito.
Fichamento da lição IX.
Formação e manifestação do Direito
Esta lição introduz a segunda parte do livro e, portanto, passa de uma dimensão sociológica do Direito, no interior da qual se estudou os elementos constitutivos do fenômeno jurídico, para uma dimensão que lança luz sobre o ordenamento jurídico a partir da Norma Jurídica. 
Formação do Direito
Um variado conjunto de (I) fatores sociais e de (II) valores concorrem para a formação do Direito. Didaticamente organiza-se esta empiria precursora do Direito em termos de dados reais (da natureza física), dados históricos (costumes, legislação, doutrina e jurisprudência), dados racionais (reinterpretação do Direito natural clássico) e os dados ideais (aspiração humana por um continuado aprimoramento do Direito). Estes dados não são ainda o Direito, mas é deles que o Direito emerge.
I – Fatores 
Fatores sociais, econômicos, religiosos, políticos, morais e naturais são relevantes na formação do Direito.
II – Valores
Para além dos fatores e conjugadamente com estes os elementos axiológicos são fundamentais para o formação do Direito. Estes elementos axiológicos são os valores sociais, tais como o desejo de viver em uma sociedade em que se dê a cada um o que é seu (valor justiça), que se organize e disciplina a força (valor ordem) que se garanta a continuidade das relações (valor segurança) e em que haja concórdia (valor paz).
Manifestação do Direito
O Direito se manifesta através da Norma, não se podendo confundir esta com o seu suporte (o Diário Oficial, p. ex). E norma no sentido aqui utilizado é lato sensu, isto é, diz respeito a diversos meios de manifestação do direito: a legislação, o costume jurídico, a jurisdição e os negócios jurídicos.
Teoria das fontes do Direito
Existe discrepância doutrinária sobre este tema. Alguns autores atribuem status de fonte tanto à fonte material (meios de formação) quanto à fonte formal (formas de manifestação), distinguindo-as ontologicamente. Outros, entre os quais o autor em estudo, consideram fontes exclusivamente os meios de expressão do Direito na vida social. Para estes, ainda que o conhecimento do sentido da fonte do Direito exija uma reflexão sobre suas causas e pressupostos materiais, toda fonte é necessariamente formal, o que inutiliza a distinção entre fonte material e fonte formal.
Pressupostos e elenco das fontes do Direito 
Sendo os meios pelos quais as regras jurídicas se manifestam, as fontes pressupõem um poder (pois as fontes do Direito são sempre dotadas da capacidade de obrigar) e a capacidade de inovar (introduzir algo de novo com caráter obrigatório no direito existente).
Quatro fontes do Direito
Só quatro são as fontes do Direito: o processo legislativo (poder legislativo), o costume jurídico (consuetudinário da vida coletiva), a jurisdição (poder judiciário e o negócio jurídico (poder negocial).
Síntese da lição:
Esta lição favorece um duplo aprendizado ao bacharelando em Direito: por um lado, ensina a superar a ideia positivista de que existem fontes materiais e fontes formais do Direito, lecionando que toda fonte jurídica é formal, na medida em que a fonte é a manifestação; por outro lado, justamente em razão desta primeira lição, ensina que não há exatamente um ponto de corte entre formação e manifestação do Direito, na medida em que este é dinâmico, encontrando-se em constante processo de formação e transformação. Sendo fluxo, a fonte não pode ser outra coisa que não aquilo através de que o Direito se manifesta socialmente, tal como metaforizado pelo autor, elevando-se do subsolo para a superfície.
Fichamento da lição X.
A norma jurídica
Gênese da norma jurídica
Como visto, especialmente na lição VII, é da correlação fático-axiológica que se origina a norma. As normas jurídicas, portanto, são abstraídas da realidade social em função dos fatos que se quer disciplinar e dos valores que se quer consagrar. Do ponto de vista do direito em elaboração (legislatura), há sempre uma pressão axiológica (V), relacionada com uma situação fática (F) e por diversas normas possíveis (NP). Quando sancionado o projeto legislativo vencedor, dá-se a passagem de uma das NPs à Norma Jurídica Legal (NJ). Sob tudo isso revela-se a co-participação do poder (P) na gênese de uma norma jurídica.
Conceito de Norma Jurídica
Norma Jurídica é a proposição enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória (MR)
Normas Princípios e Regras
Quanto ao aspecto material as proposições jurídicas ou normas podem ser distinguidas em termos de norma-princípio e norma-regra. Sob a égide do Jusnaturalismo e do Positivismo Jurídico os princípios foram reduzidos a sua dimensão ético-valorativa. Apenas com o Pós-positivismo os princípios seriam elevados à categoria de normas jurídicas e passariam a ser vistos como um gênero do qual as Normas-Princípios e as Normas-Regras são espécies. Os princípios são normas com grau de generalidade relativamente ato, enquanto as regras são mandamentos específicos. Mas a distinção é apenas qualitativa, dizendo respeito às suas aplicabilidades. Quanto ao conflito, entre regras este é resolvido no âmbito da validade jurídica, enquanto no âmbito do princípio a colisão é resolvida axiologicamente: a precedência de um princípio sobre o outro não implica validade, mas oportunidade circunstancial, dependendo das circunstâncias do caso concreto.
Estrutura da norma jurídica
Para o positivismo jurídico, toda norma é um juízo hipotético: se for A – deve ser B. Com isso, a norma fica reduzida à sua sanção saneadora. Para Reale esta visão é correta apenas para as normas de conduta, não alcançando as normas de organização. Decorre, portanto, para o Pós-positivismo, que as normas podem expressar um juízo categórico, para o caso das normas de conduta, ou um juízo hipotético,para as normas de organização. Estas últimas têm caráter instrumental e visam ao funcionamento dos órgãos do Estado; as primeiras se dirigem ao disciplinamento do comportamento dos indivíduos ou grupos sociais. A endonorma enuncia um dever e impõe uma conduta (se for A – deve ser B); a perinorma, extrapola a extensão hipotética da endonorma para he acrescer a sanção pela. Asim, esquematicamente temo Se for A – deve ser B; se não B – deve ser SP). E há ainda a perinorma positiva (sanção premial).
Síntese da lição:
A lição aqui caminha em dois sentidos: por um lado, permite um esclarecimento, ainda que elementar, das diferenças entre o positivismo jurídico e o pós-positivismo, inclusive retomando, a pretexto da estrutura da norma jurídica, a lição sobre a dialética realeana; por outro lado, especificamente em relação à norma, permite perceber como a superação do positivismo jurídico possibilitou configurar as normas jurídicas como um gênero jurídico no interior do qual co-existem as normas-princípio e as normas-regra. A lição permitiu ainda pensar o confazimento das normas não mais em termos do legislador, mas de sua estrutura interna, do que decorreu a aprendizagem das especificidades entre endonorma, perinorma e perinorma positiva.
Fichamento da lição XI.
Classificação da norma jurídica
A norma jurídica foi recebendo, ao longo dom tempo, uma classificação crescentemente complexa, podendo ser classificadas (I) quanto ao conteúdo, (II) quanto à extensão espacial, (III) quanto à vontade das partes, (IV) quanto à sanção, (V) quanto à amplitude ou extensão pessoal, (VI) quanto à aplicabilidade, (VII) quanto à natureza das disposições, (VIII) quanto à sistematização e (IX) quanto às fontes.
Síntese da lição:
Trata-se, como se pode ver, de NOVE classificações distintas, as quais, juntas, comportam TRINTA subclassificações. Trata-se de conteúdo de memorização que exigirá, por um lado, a própria prática forense e, por outro lado, a constante consulta aos manuais. Para além disso, apenas um esforço de memorização que, pessoalmente, julgo perdulário e dispensável. 
Fichamento da lição XII.
Norma jurídica legal
A norma jurídica legal – a lei – não é fonte do direito, posto que ela é o próprio direito. Isto porque “a lei não é a origem do processo legislativo, mas o resultado da atividade legislativa. Na sua acepção genérica a norma jurídica é “a relação necessária que resulta da natureza das coisas”, tal como definido por Montesquieu. Mas a lei é apenas uma das espécies da norma jurídica, não se podendo confundir ambas como sendo sinônimas. No sentido técnico, tal como atribuído por Reale, lei é “uma regra escrita constitutiva de direito”. No atual sistema constitucional brasileiro a fonte legal é o processo legislativo, do qual pode resultar sete modalidades de lei: Emendas constitucionais, Leis complementares, Leis ordinária, Leis delegadas, Medidas provisórias, Decretos legislativos, Resoluções. A Constituição é a lei maior e se sobrepõe a todos eles. 
CSíntese da lição:
Esta lição, ainda que retome aspectos da lição anterior, enquadra-se com maior adequação à propedêutica jurídica, na medida em que exige mais raciocínio do que memória. Ela basicamente situa, distinguindo e hierarquizando, a norma jurídica legal, para tanto utilizando como lastro pontuais retornos às fontes do Direito e à natureza das normas. A lição também permite situar a constituição como lei maior que não se confunde com o processo constitucional e/ou com as emendas constitucionais. Ela se sobrepõe soberanamente às sete modalidades de lei.

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