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TXXIV Larissa Cardeal 4. ANEMIA FALCIFORME - síndrome clínica: episódios recorrentes de dor, anemia crônica e hemácias “afoiçadas” + hiperviscosidade sanguínea - condição hereditária de transmissão autossômica recessiva - há inúmeras possibilidades de mutações, em todos os tipos de Hb (A, B, C, D, E, F e S) - a principal é a mutação que leva à formação de uma proteína mutada do tipo S (foiciforme), com formação da Hemoglobina S - produção de um quadro de hemólise, oclusão microvascular, inflamação sistêmica, disfunção endotelial crônica (afeta vasos de todos os calibres) e hipercoagulabilidade - a hemácia sai normal da MO, mas chega em locais que o pH está ácido e forma o trepanócito (se torna com formato de foice) - o baço retira essas hemácias do organismo - o problema é que essa hemácia se estaciona nos vasos sanguíneos, de forma que é embolítica - o heterozigoto tem o traço falciforme > não tem anemia – é o mais comum - a anemia falciforme aparece em pacientes que têm 2 genes S ou que possuam uma mutação S associada a outra mutação > há produção da desoximoglobina - pacientes com doença falciforme são protegidos da malária, não morrem dessa doença > como no BR também há malária, o país englobou o gene com facilidade - crianças não diagnosticadas e não tratadas têm 80% de chance de mortalidade; ao se tratar, há vida média de 45a - 50% das gestantes talassêmicas sem tratamento vão ao óbito no parto TXXIV Larissa Cardeal - altera a forma da hemácia de acordo com o pH - aumento de bilirrubina, esplenomegalia, aumento de reticulócitos por quadro hemolítico por hiperfunção do baço para retirar as hemácias falciformes - há obstrução da circulação por estacionamento de hemoglobinas, o que promove isquemia tecidual, o que gera muita dor no paciente | COMPORTAMENTO ANÔMALO DA HbS I. Baixa solubilidade II. Instabilidade molecular - pH é ácido nas extremidades e na periferia renal > quanto mais longe da circulação central, menor o pH, o que promove a alteração do formato da hemácia - o tempo de travessia depende de como está o vaso > vasoconstrição demora mais para a volta da hemácia, maior foicilização, desidratação gera o mesmo problema > pacientes com anemia falciforme não podem se expor a temperaturas extremas (desidratam em temperatura mais elevada e vasoconstringem em temperaturas muito baixas) > há crises - quanto o paciente produz de HbS é fator de gravidade > há pacientes que mantém uma porção de produção de HbF após o nascimento, o que gera uma clínica mais leve > a apresentação clínica depende dessas proporções - crises são predominantemente noturnas > queda da temperatura e menor ventilação - pacientes têm crises de dor no meio da noite > criança deve ser aquecida e hidratada, o que incentiva que a criança saia da crise, evitando oclusão vascular (há liberação de ácido láctico, que promove generalização da crise); deve-se dar analgésico para a criança - há crise incentivada por frio, infecções, desidratação, estresse - todo paciente falciforme é anêmico (oscila entre 7 e 10 > paciente deve saber qual o seu basal de Hemácias) e ictérico > paciente não deve ficar passando por transfusão sanguínea – na anemia falciforme, há exteriorização dos antígenos de superfície, de forma que se muda a expressão desses antígenos > se o paciente expõe antígenos de hemácias de outros pacientes, começa haver produção de anticorpos contra o sangue recebido > transfusões sanguíneas apenas nas emergências - pacientes podem fazer AVCi > qualquer alteração de comportamento, neurológica deve ser cuidada TXXIV Larissa Cardeal - paciente começa perder líquido, havendo disfunção renal - há priapismo > alto risco de amputação de pênis > se prolongar por mais de 6h, há isquemia de pênis, com necessidade de amputação - Sd mãos-pés > criança não pega os brinquedos - a circulação é pior distalmente (mãos e pés) > bebê não anda, não engatinha – pacientes com alto risco de AVC - lugares com grande propensão vascular, são extremidades: mãos, pés, cérebro, rins e pênis - Complicações: > Sd torácica aguda: oclusão de vias respiratórias, com produção de hipóxia central – maioria das hemácias começa virar forma de foice > Crises de aplasia megaloblástica, crises por infecção > Crises por sequestro intenso - paciente com esplenomegalia, mas começa haver oclusão dos vasos sanguíneos do baço – se ocluem a entrada do baço, o órgão morre; se ocluem a saída, há impedimento de saída das hemácias – há alto risco de rompimento esplênico – paciente começa ficar torporoso, hipotenso, alto risco de mortalidade, havendo necessidade de cirurgia de urgência - paciente adulto tem menos dor, pois já não há mais crescimento - paciente tem reabsorção óssea na coluna e nas epífises de ossos longos (lugar que recebe menos vascularização sanguínea), repleta de osteófitos > paciente tem dor óssea > pode-se colocar próteses, mas nem sempre há resolução - função renal começa ser perdida na infância > paciente pode já ter perda de função renal – queda de eritropoietina, de forma que o paciente tenha que receber reposição desse hormônio - paciente não possui baço > houve isquemia insidiosa, até que houve fibrose - fígado possui dupla circulação (porta-hepática), não havendo isquemia do fígado) - perda progressão de visão - SNC > se houve AVC na infância, há risco de repetição durante a vida > resquícios do AVCi - coração é cor-anêmicos - mortalidade alta nas gestantes e no feto também > anemia grave - paciente deve receber transfusão quando há úlceras de pernas, gestação, IC >> esquema de transfusão, mas deve-se evitar TXXIV Larissa Cardeal | Complicações: > cardíacas e pulmonares geram grande mortalidade > Sd torácica aguda – pode haver necessidade de troca sanguínea com o paciente - visualização de baço atrófico e fibrosado | DIAGNÓSTICO > LABORATÓRIO BÁSICO: - queda leve a moderada da Hb e do Ht - reticulocitose - hiperbilirrubinemia indireta - aumento de LDH - queda da haptoglobina > CONFIRMAÇÃO: feita por eletroforese de hemooglobinas - feito por eletroforese de hemoglobinas - para definir a doença, o paciente deve possuir o tipo HbS circulante - o teste do pezinho pode já captar a doença - o genótipo do tipo 1 é o normal (Hb A + HbA2), os outros são mutações que geram a anemia falciforme - o tipo SD é melhor clinicamente do que o SS > são semelhantes ao exame de eletroforese de Hb, e diferenciados pela clínica - há diferenças clínicas entre os pacientes com anemia falciforme, sendo que o homozigoto TXXIV Larissa Cardeal possui clínica sempre pior do que os heterozigotos - as 2 piores manifestações clínicas são os pacientes homozigotos SS e os pacientes com S/B0tal - todos os itens do quadro indicam anemia falciforme, exceto a última linha, que é indicativa de traço falciforme - o SC tem manifestações mais leves, mas é o mais trombótico - visualização de drepanócitos - há também hemácias nucleadas, pelo grau intenso de hemólise, a MO acaba liberando hemácias nucleadas > essas hemácias são lidas no exame como se fossem leucócitos – exame mostra leucocitose - tratamento inclui educação da família e do paciente a respeito de prevenção > não desidratar, evitar frio - deve-se suplementar folato para que não haja aplasia medular (diminuição da produção de células sanguíneas) - iECA em doses baixas desde a infância, pois diminuem as chances de disfunção renal - para a crise, deve-se hiperhidratar o paciente > iniciar hidratação VO domiciliar com um medicamento para controle da dor (dipirona ou paracetamol);caso não melhore, paciente deve ir para o hospital para uso de medicamento e hidratação EV > sempre avaliar se o paciente encontra- se com manifestação de alguma complicação da anemia falciforme - transfusão sanguínea somente em quadros de maior gravidade, com hemólise muito intensa - hipertransfusão é indicado para IR, IC, gestantes > esquema mensal de transfusão - TMO é indicado na infância, antes da produção de complicações à MO - hidroxiuréia (medicamento VO) > droga inibidora de folato – organismo desvia produção de Hb para a HbF > hematologicamente: melhora da anemia, queda na contagem de reticulócitos, leucócitos e plaquetas > clinicamente: diminuição da frequência de crises álgicas e redução da necessidade de hemotransfusão > medula fica menos celular, com menor produção de leucócitos TXXIV Larissa Cardeal > na circulação sanguínea há menor quantidade de hemácias falciformes, por haver maior proporção de HbF > menor produção de estase venosa - obs: não se faz oxigênio para o paciente dormir (momento que mais ocorrem as precipitações da crise) pois isso causa inibição da produção de eritropoietina, o que gera diminuição de produção de células, agravando o quadro do paciente
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