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TXXIV Larissa Cardeal 5. TALASSEMIAS - as talassemias são desordens hereditárias que têm como característica básica uma deficiência na síntese das cadeias de globina > deficiência na produção de cadeias beta: beta-talassemias > deficiência na produção de cadeias alta: alfa-talassemias - no período fetal, a HbF era alfa2-beta2; quando não tem alfa, o bebê não passa do período fetal e morre > já se o bebê possui um alfa, já é possível sobreviver, mas faz a transição entre fase embrionária para a fetal muito doente, fica com hipóxia neonatal, com chances de falecer intraútero > quando possuem falta apenas de um alelo, o paciente consegue sobreviver bem, pois a Hb que se forma depois do nascimento, possibilita uma atividade relativamente adequada TXXIV Larissa Cardeal - no período neonatal, não há beta - Hb alfa-4 não circula, morre dentro da medula óssea, de forma que o paciente tenha uma anemia grave ao nascimento | BETA TALASSEMIAS - GENÓTIPOS POSSÍVES: > beta/beta – normal > beta0/beta0 - homozigotos | não produzem cadeia beta – betatalassemia maior > beta0/beta+ - duplo heterozigoto | produção baixíssima de cadeia beta – betatalassemia maior > beta0/beta ou beta+/beta – heterozigotos | produção normal de cadeia beta (pacientes assintomáticos) – betatalassemia menor ou “traço falcêmico” > beta+-beta+ - homozigotos – produção moderada de cadeia beta - beta talassemia intermediária – paciente não tem clínica, transcreve hemoglobina, mas de forma menor - é mais comum encontrar pacientes talassemia beta, devido à maior possibilidade de sobrevivência, a apresentação é mais leve - trata-se de um problema pós natal, visto que não há produção de beta na hemácia fetal - há várias formas de apresentação da talassemia - o período feral se desenvolve de forma normal, pois não há beta no período fetal, há apenas alfa e gama TXXIV Larissa Cardeal - quando o paciente nasce, deve trocar para beta > aí começam haver manifestações - paciente vai de alta e volta com 3m com uma anemia grave > risco de falecer até os 3m é muito grande - paciente deve receber transfusão sanguínea > transfusão mensal > visando evitar a expansão da MO – é um feedback negativo para a MO e evita também esplenomegalia - a MO começa tomar espaço dos ossos por hipertrofia, correndo riscos de fraturas de baixo impacto na -criança > alta ocorrência de embolia gordurosa na criança - o teste do pezinho dessa criança fica inconclusivo > deve-se fazer uma pesquisa mais profunda por meio da eletroforese – a criança não terá HbA, haverá apenas HbF e um pouquinho de HbA2 - a cura da talassemia é um transplante de MO 100% compatível >> indicada apenas até os 8 anos - talassemia intermediária é o paciente com beta+-beta+ > se paciente tiver condições de fazer Hb de 10, é uma talassemia de apresentação leve, possui VCM e HCM alteradas > paciente não tem fácies talassêmica, tem apenas uma anemia leve > há pacientes que podem ter apresentação grave: esplenomegalia, anemia intensa, aumento da MO, déficit de crescimento, alteração na formação de dente, assimetria de face, deve fazer transfusão sanguínea (mas geralmente, se descobre em pacientes mais velhos) > necessidade de transfusão 1x por mês, a partir dos níveis de reticulócitos (se for maior ou igual a 2%, deve-se transfundir) > deve-se tentar restringir a um doador para diminuir chances de produção de anticorpos > politransfundidos têm muito acúmulo de ferro, são imunossuprimidos e mais suscetíveis a infecções > a partir dos 30 anos, o paciente começa diminuir sua sobrevida pelo excesso de Fe em seu organismo - talassemia menor há apenas 1 gene ativo > paciente não tem anemia (eritrócitos, Hb e Ht são normais) - as hemoglobinas são uniformes (o RDW é normal) - VCM e HCM são alterados na talassemia TXXIV Larissa Cardeal - hematopoiese extracelular > paciente começa fazer hemácias no baço (hemácias de formato impróprio, na tentativa de manter os níveis de Hb) e tem aumento do sistema reticuloendotelial - ausência de músculo, gordura, energia, paciente tem ossos porosos (osso com mais proporção de medula, sem muita deposição cálcica) - deformação de face, assimetria - desenvolvimento cognitivo é normal - forma intermediária - i. osso medular, poroso - embolização da medula óssea, esclerose óssea - pacientes politransfundidos têm deposição alta de Fe no organismo, o que gera complicações > começa haver acúmulo de Fe no fígado (paciente tem cirrose), de forma que ele começa se acumular nos tecidos endócrinos, sendo que o TXXIV Larissa Cardeal primeiro tecido é o pâncreas (paciente faz DM tipo I), depois guarda nas gônadas, tireoide, hipófise > crianças param de crescer, demoram entrar na puberdade, têm hipotireoidismo, DM – deve-se repor hormônios - sangue é potencialmente contaminado, paciente adquire essas infecções - com a evolução, começa haver acúmulo de Fe na pele e nos músculos > quando o Fe entra nos músculos há bloqueio AV total, miocardiopatia restritiva por acúmulo de Fe, de forma que não adianta inserir marca-passo | antes do acúmulo de Fe nos músculos há possibilidade de transplante de MO, depois disso, já não há indicação > paciente começa ter hiperpigmentação, com pele acinzentada - a tríade da talassemia nesses pacientes intermediários é: > DM I + HIPERPIGMENTAÇÃO + CIRROSE - o mais importante no tratamento da talassemia é uso de quelante de Fe - deve-se fazer controle endócrino | DIAGNÓSTICO: > LABORATORIAL: - anemia grave, microcítica e hipocrômica, com VCM entre 48-72fl e CHCM entre 23-32g/dL - hiperbilirrubinemia indireta - aumento de LDH - redução da haptoglobina - reticulocitose > CONFIRMATÓRIO: feito pela eletroforese de hemoglobinas | TRATAMENTO: - consiste na hipertransfusão crônica > controla a hiperplasia eritroide desordenada, por retirar o estímulo anêmico à produção renal de eritropoietina - transplante de MO em alguns casos específicos TXXIV Larissa Cardeal - os sintomas da doença se manifestam apenas com 3 deleções (doença da HbH – Bart’s) ou 4 deleções (hidropsia fetal) - a ausência completa de cadeias alfa (_ _ / _ _) é incompatível com a vida intrauterina = natimorto ou hidropsia fetal - HbH > ausência de 3 genótipos genes alfa – permite o nascimento da criança sem maiores problemas, mas já com uma anemia grave > quadro clínico se desenvolve como uma talassemia intermediária, com hemólise intravascular e moderada eritropoiese ineficaz > pacientes chegam à fase adulta sem necessidade de hemotransfusões, apresentam esplenomegalias e anemia moderada microcítica hipocrômica > tratamento semelhante ao da betatalassemia intermedia: hemotransfusão, quelantes de ferro e esplenectomia
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