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1. “As chamadas psicoterapias breves surgiram essencialmente como uma resposta ao problema assistencial colocado pela massa cada vez maior de população consultante. Em nosso meio, os incipientes serviços de psicopatologia hospitalar, os centros de saúde mental, as instituições privadas e os hospitais psiquiátricos tiveram, em determinado momento, e de forma similar a outros países, de implementar técnicas breves. Da mesma maneira, a seu tempo, tinham incorporado, com idêntica finalidade, o uso de modernos psicofármacos e da psicoterapia grupal, já que os terapeutas, em quantidade insuficiente, não conseguiam cobrir a demanda de pacientes. As terapias de curto prazo, individuais e grupais, permitiram ampliar a assistência psiquiátrica, propósito esse que, por outro lado, não era compatível com o emprego de tratamentos longos. As limitações econômicas de muitos que acorrem em busca de ajuda terapêutica foram e são, sem dúvida, um fator que vem exercendo uma influência decisiva no desenvolvimento e na difusão das terapias breves, naturalmente mais acessíveis às pessoas de poucos recursos. Os objetivos terapêuticos deveriam, então, centrar-se na superação de sintomas e incidentes agudos ou situações perturbadoras atuais, que se apresentam como prioritárias por sua urgência e/ou importância. ” (BRAIER, 2008, p. 4) Fonte: BRAIER, E. Psicoterapia breve de orientação psicanalítica. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008. A partir desse trecho e das características principais das psicoterapias breves, podemos afirmar que as psicoterapias breves psicodinâmicas: a) Foram desenvolvidas por Freud para ampliar a atuação da psicanálise e responder à complexidade das exigências e pressões sociais de sua época. b) Foram lançadas a partir de uma preocupação em encontrar formas de abreviar o sofrimento dos pacientes e sua característica principal é serem realizadas em instituições públicas. c) Têm como objetivos terapêuticos a resolução de sintomas dos pacientes em curto período, por isso se restringem aos ambientes hospitalares. d) Têm fundamentos na psicanálise, alterando algumas de suas técnicas, e característica principal a limitação de objetivos terapêuticos. e) Têm inspirações em autores como Ferenczi, que contribuiu ao propor que o terapeuta fizesse suas intervenções em instituições como hospitais. 2. “Tão importante quanto saber se um paciente dispõe de recursos adaptativos para fazer frente à terapia é conhecer o grau de consciência que tem de seu problema e o empenho demonstrado para enfrenta-lo. Conforme apontado em trabalho anterior (Yoshida, 1999b), essa condição corresponde ao conceito de estágios de mudança desenvolvido empiricamente por pesquisadores transteóricos (Prochaska, 1995; McConnaughy & Cols, 1989) e destaca a natureza dinâmica do processo de mudança. ”(YOSHIDA, 2001, p. 47). Fonte: YOSHIDA, E.M.P. Psicoterapia breve psicodinâmica: critérios de indicação. I Congresso de psicologia clínica, universidade presbiteriana Mackenzie, 2001, pp. 43-51. Considerando o texto apresentado, e os estágios de mudança citados, avalie as asserções a seguir: I. Um paciente no estágio de contemplação traz uma situação-problema em que não há evidências de retorno do padrão mal adaptativo anterior. II. Um paciente no estágio de término costuma se apresentar confiante de que não retornará ao padrão anterior. III. Um paciente no estágio de preparação apresenta tentativas de alterações de conduta que podem, muitas vezes, serem frustradas. IV. Um paciente no estágio de pré-contemplação apresenta a consciência de que tem um problema, sem apresentar a intenção de mudar. É correto o que se afirma em: a) II e III, apenas. b) I e II, apenas. c) I, II e III, apenas. d) I, II, III e IV. e) III e IV, apenas. 3. Yoshida, Gatti, Enéas, e Coelho Filho (1997, apud (KHATER et al., 2014) propuseram um sistema classificatório de intervenções que variam de um polo de natureza expressiva e outro de natureza suportiva. Fonte: KHATER, E.; PEIXOTO, E.M.; HONDA, G.C.; ENÉAS, M.E.E.; YOSHIDA, E.M.P. Momentos- chave e natureza das intervenções do terapeuta em psicoterapia breve psicodinâmica. Psico-USF [online]. 2014, v. 19, n. 2, pp. 233-242. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-82712014019002010>. A partir desse sistema classificatório, avalie as afirmações a seguir: I. As intervenções suportivas têm como objetivo demonstrar o quanto o terapeuta compreende o paciente e um exemplo poderia ser a validação empática. II. As intervenções expressivas objetivam ajudar o paciente a manter seu nível de funcionamento e um exemplo poderia ser a interpretação. III. No contexto hospitalar uma intervenção suportiva do terapeuta poderia ser fornecer informações ao paciente sobre seu estado clínico. IV. No atendimento de pacientes em processo de luto, um exemplo de intervenção expressiva poderia ser ajudar o enlutado a se dar conta da perda e elucidar mal-entendidos. É correto o que se afirma em: a) I, III e IV, apenas. b) I, II, III e IV. c) I, II e III, apenas. d) I e II, apenas. e) III e IV, apenas. 4. Messer e Warren (1995, apud OLIVEIRA, 1999) agruparam as várias abordagens de psicoterapias breves psicodinâmicas de acordo com modelos teóricos e técnicos, dividindo em três modelos principais: o estrutural ou do impulso; o relacional e o integrativo ou eclético. Fonte: OLIVEIRA, I.T. Psicoterapia psicodinâmica breve: dos percursores aos modelos atuais. Psicologia: Teoria e Prática, v.1, n.2, p. 9-19, 1999. Considerando essa classificação, avalie as afirmações a seguir: I. O modelo estrutural ou do impulso dá ênfase aos conflitos intrapsíquicos e, na psicoterapia de crianças, são modelos que não explicitam como se inserem os pais no processo terapêutico. II. O modelo relacional apresenta menos preocupações técnicas e prioriza padrões de relacionamento interpessoal e na psicoterapia de crianças foca na relação pais-criança. III. O modelo integrativo ou eclético, é mais rígido em suas indicações e as intervenções na psicoterapia de crianças são semelhantes às dos adultos, exceto pelo elemento lúdico. É correto o que se afirma em: a) II e III, apenas. b) I, apenas. c) I e II, apenas. d) II, apenas. e) III, apenas. 5. “A proposta da clínica ampliada é compartilhar entre a equipe multiprofissional o diagnóstico e projetos terapêuticos, oferecendo ao/à usuário/a uma compreensão ampliada sobre o processo de saúde-doença. Essa estratégia visa superar a hierarquização das instâncias biomédica, psicológica e social e aumentar as práticas coletivas, a comunicação entre a equipe multiprofissional e entre as equipes da rede (Brasil, 2009). Esta cobrança de realização de atendimentos para um maior número de pessoas a que o/a psicólogo/a vem sendo submetido/a exigiu do/a profissional a criação e utilização de outras modalidades de intervenções, tais como a psicoterapia breve e o plantão psicológico. Essas modalidades são diferentes daquelas características da psicologia clínica tradicional – de orientação predominantemente psicanalítica, que não prevê aconselhamento, demanda setting terapêutico adequado aos padrões da abordagem, postura estrita dos/as profissionais e encontros frequentes por longos períodos” (MACHADO;VACCARO; FREITAS, 2021, p. 5) Fonte: Machado, F. C.L., Vaccaro, M.M.; FREITAS, S. M. P. de. Atendimentos Psicológicos Breves em Instituições Públicas de Saúde: Contribuições do Existencialismo Sartriano. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2021, v. 41, Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-3703003211479>. A respeito da psicoterapia breve em instituições, podemos afirmar que: I. Em clínicas-escolas um desafio a ser pensado são os critérios de indicação de atendimento, na medida em que a clientela que chega pode ter demandas graves e exigirem recursos que os estagiários podemnão ter desenvolvido. II. O atendimento hospitalar exige o planejamento de uma psicoterapia breve que possa se manter após o período de internação, na medida em que não é possível o atendimento em enfermarias. III. A psicoterapia breve, por se direcionar ao atendimento do indivíduo, perde sua capacidade de contribuir com a saúde mental da população, ficando atrelada ao contexto privado. É correto o que se afirma em: a) II e III, apenas. b) I e II, apenas. c) III, apenas. d) I, apenas. e) II, apenas. 6. “Um aspecto que merece especial atenção dentro da contratação é a duração que fixaremos para o tratamento. Em algumas destas situações será preferível outorgar um tempo suficiente, de modo a permitir que uma parte do mesmo se destine à análise do luto pela separação, sem que isto nos prive do tempo necessário para abordar a situação crítica em si, verdadeiro objetivo do tratamento. ” (BRAIER, 2008, p. 173) Fonte: BRAIER, E. Psicoterapia breve de orientação psicanalítica. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008. I. O terapeuta de psicoterapia breve se beneficia de seu narcisismo para realizar o término do processo terapêutico. II. Alguns pacientes, a partir do alívio dos sintomas, podem desejar que o encerramento seja o mais rápido possível e enfrentarem menos dificuldades ao término da psicoterapia breve. III. No processo de encerramento, é possível que o paciente traga novos conflitos com o objetivo de prolongar o tratamento, e o terapeuta não deve interpretar suas motivações. É correto o que se afirma em: a) II, apenas. b) I, apenas. c) III, apenas. d) II e III, apenas. e) I e II, apenas. 7. “No início dos anos 1900, Freud (1905), em conferência sobre a psicoterapia, ao apresentar suas indicações e contraindicações, afirmou que a idade dos pacientes era um aspecto importante a ser considerado, visto que às pessoas próximas ou acima dos 50 anos costumavam faltar. De um lado, a plasticidade dos processos anímicos - de que dependia a psicoterapia -, as pessoas idosas já não seriam educáveis; e, do outro, o material a ser elaborado prolongaria indefinidamente a duração do tratamento. Estas considerações nos levam a pensar sobre dois aspectos importantes, intimamente relacionados à questão da passagem do tempo e entre si, que mudaram a perspectiva em relação ao que se pode esperar da psicoterapia com idosos: o aumento da expectativa de vida e a qualidade de vida que se pode ter em sua fase final. ” (ROCHA; SOUZA-SILVA, 2012, p. 243) Fonte: ROCHA; G.M.A.da; SOUZA-SILVA, J.R. de. Psicoterapia Psicodinâmica Breve de Idosos. IN: LIPP, M.E.N.; YOSHIDA, E. Psicoterapias breves nos diferentes estágios evolutivos. 1 ed. Casa do Psicólogo, 2012, pp. 241-260. Considerando o texto apresentado e as psicoterapias breves psicodinâmicas com pessoas idosas, podemos afirmar que: a) A conotação sociocultural sobre o envelhecimento, carregada de preconceitos, pode contribuir para a procura por atendimentos psicoterápicos por essa população. b) A velhice se caracteriza por ser um período de sentimento de fragilidade e desamparo, sentimentos que não se apresentam em outras situações ao longo da vida. c) Ao se estipular um limite de tempo, na psicoterapia breve com pessoas idosas, pode-se enfraquecer a capacidade do idoso de confiança em resolver problemas. d) A psicoterapia breve psicodinâmica para pessoas idosas é necessária na medida em que envelhecer está atrelado a processos depressivos, sem possibilidades de novas realizações. e) A psicoterapia breve com pessoas idosas pode contribuir para a elaboração da história de vida do paciente e ajudar a dar novo sentido às experiências acumuladas. 8. Leia o seguinte trecho sobre o atendimento de um paciente (identificado por A.) de psicoterapia breve psicodinâmica: “Alguns comentários de A. sobre o tratamento, logo depois de finalizado, foram: “Ás vezes me sinto um pouco desiludido... nervoso... Descobri que isso se deve a que o tratamento terminou... Mas estou conformado com ele, vi um montão de coisas. Serviu-me e pode continuar me servindo... Vi sobretudo esse pai temível que tenho dentro de mim, que me freia em tudo, e a quem, na realidade, dirijo minha bronca quando ataco os demais. Isso é fundamental, isso eu tenho presente...” (BRAIER, 2008, p. 225) Fonte: BRAIER, E. Psicoterapia breve de orientação psicanalítica. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008. A partir disso e sobre a avaliação de resultados em psicoterapias breves, podemos afirmar que: a) O depoimento do paciente não permite pensar a avaliação de resultados, na medida em que esta tarefa deve ficar a critério do terapeuta, sem participação do paciente. b) Pode-se avaliar que a psicoterapia breve nesse caso não obteve resultados, na medida em que o paciente seguia apresentando sentimentos de nervosismo e desilusão. c) Não é possível pensar a avaliação de resultados a partir do trecho destacado, na medida em que não temos acesso à informação de cura dos sintomas apresentados. d) Parece que o paciente atingiu uma compreensão da problemática focal do tratamento e melhor manejo da situação, e esse pode ser um indicativo de avaliação positiva do processo terapêutico. e) A avaliação desse processo terapêutico é negativa, na medida em que o paciente relata que irá continuar se servindo do processo, o que denota uma relação de dependência. 9. “As psicoterapias psicodinâmicas podem ser definidas como tratamentos psicológicos, de orientação psicanalítica, destinados a ajudar o paciente a suplantar dificuldades de natureza inter e/ou intrapessoal e se adaptar, de forma mais eficaz, ao seu meio” (YOSHIDA, 2004, apud YOSHIDA, p. 3) Fonte: YOSHIDA, E. Psicoterapias Psicodinâmicas. IN: IN: LIPP, M.E.N.; YOSHIDA, E. Psicoterapias breves nos diferentes estágios evolutivos. 1 ed. Casa do Psicólogo, 2012, pp.2-17. Uma das principais características das psicoterapias breves psicodinâmicas é o trabalho em torno de um foco, que se caracteriza por: a) Se basear nas queixas iniciais do paciente na medida em que este precisa estar consciente de que tem um problema. b) Ser formulado pelo terapeuta a partir das queixas e história do paciente, e da teoria que o norteia. c) Se basear no conteúdo de cada sessão, assim o foco se modifica ao longo do processo terapêutico. d) Se basear em uma queixa de ordem prática, que possa ser definida a partir de tarefas. e) Ser definido pelo terapeuta a partir de um modelo terapêutico para cada patologia diagnosticada. 10. “O trabalho com crianças envolve, necessariamente, levar em conta uma diversidade de momentos evolutivos que se desenrolam em velocidade acelerada, o que, como ressalta Kazdin (2003), dificulta a discriminação entre dificuldades transitórias que são parte do desenvolvimento e dificuldades que necessitam de intervenção; envolve, ainda questões específicas relacionadas ao estabelecimento de uma aliança terapêutica com a criança e com os pais, e a necessidade de considerar o contexto familiar, que estará diretamente envolvido no processo. ” (OLIVEIRA, 2012, p. 59) Fonte: OLIVEIRA, I.T.de. Psicoterapia breve psicodinâmica de crianças. IN: LIPP, M.E.N.; YOSHIDA, E. Psicoterapias breves nos diferentes estágios evolutivos. 1 ed. Casa do Psicólogo, 2012, pp. 57-80. Levando em consideração as psicoterapias breves com crianças e adolescentes, avalie as afirmações a seguir: I. A psicoterapia breve é indicada para adolescentes com diagnósticos de psicoses e transtornos invasivos do desenvolvimento. II. A psicoterapia breve de crianças é indicada quando a criança apresenta confiança básica suficiente para que o término dos atendimentos não seja vivido como um novo abandono. III. As psicoterapias breves psicodinâmicas são indicadas para perdas e lutos decorrentes do crescimento em adolescentes. É correto o que se afirma em: a) II, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III,apenas. d) III, apenas. e) I, apenas.
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