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Livro Didático Digital Ergonomia e Medicina do Trabalho Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO MARCOS RODOLFO DA SILVA GISELLY SANTOS MENDES AUTORIA Elaine Christine Pessoa Delgado Sou formada em administração de empresas pela Universidade Federal de Campina Grande (2007), e tenho uma experiência técnico- profissional de mais de 10 anos na área de gerência de empresas. Marcos Rodolfo da Silva Sou Graduado em Enfermagem, Pós-Graduado em Enfermagem do Trabalho, Técnico em Radiologia e Instrumentador Cirúrgico pelo Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB), 2010 - 2012 e 2008, respectivamente. Além disso, ao longo de minha carreira, participei de cursos na área de urgência e emergência e atuei como enfermeiro supervisor no Pronto Socorro Municipal Dr. Oscar Pirajá Martins, na cidade de São João da Boa Vista (SP), de março de 2011 a janeiro de 2014. Atualmente sou acadêmico do 5° ano do curso de Medicina no Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino Unifae, São João da Boa vista (SP). Além disso, desenvolvo materiais didáticos como professor conteudista nas áreas de saúde pública, saúde do idoso, direito à saúde e áreas correlatas. Giselly Santos Mendes Sou Mestre em Qualidade Ambiental, Tecnóloga em Polímeros, Administradora, Educadora com uma experiência técnico-profissional de mais de 12 anos na área de Processos Gerenciais e Educacionais. Somos apaixonados pelo que fazemos e gostamos de transmitir nossas experiências de vidas àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fomos convidados pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Normas Regulamentadoras da Ergonomia ...................................... 10 Normas Regulamentadoras da Ergonomia ................................................................. 10 Histórico da NR 17........................................................................................................ 13 Norma Regulamentadora 17 ................................................................................ 15 Métodos Ergonômicos ............................................................................. 19 Métodos Ergonômicos ................................................................................................................ 19 RULA ......................................................................................................................................22 REBA ......................................................................................................................................24 Checklist Rápido de Exposição (QEC – Quick Exposure Checklist) ..........................................................................................................................25 OWAS ....................................................................................................................................25 OCRA .....................................................................................................................................26 NIOSH ...................................................................................................................................27 Análise e Laudo Ergonômico ................................................................29 Análise Ergonômica .......................................................................................................................29 Laudo Ergonômico ........................................................................................................................ 36 Programa de Ergonomia ..........................................................................39 Programa de Ergonomia ........................................................................................................... 39 7 UNIDADE 03 Ergonomia e Medicina do Trabalho 8 INTRODUÇÃO Você sabia que existem muitas normas regulamentadoras referentes ao ambiente de trabalho, mas apenas a NR 17 tem relação com a Ergonomia? Que não existe indicação clara sobre a escolha de métodos e técnicas que devem ser utilizadas? E que a análise ergonômica busca a transformação das condições de trabalho, considerando a saúde dos trabalhadores e uma maior produtividade? A NR 17 é uma norma muito importante pois apresenta orientações sobre como proporcionar condições apropriadas de trabalho levando em conta que o trabalhador necessita de um ambiente com condições de oferecer produção elevada e, ao mesmo tempo proteção. O método é formado de uma série de etapas surgindo de uma hipótese para se chegar ao resultado da pesquisa, confirmando ou rejeitando essa hipótese. E a análise ergonômica é direcionada para a compreensão do trabalho com o propósito de mudança. Já o programa de Ergonomia busca melhores condições de trabalho, conforto e produtividade. Nesta unidade iremos conhecer as normas regulamentadoras, os métodos, a análise ergonômica, o laudo ergonômico e o programa de Ergonomia. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Ergonomia e Medicina do Trabalho 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Aplicar as normas regulamentadoras da ergonomia no contexto da saúde e segurança do trabalho. 2. Entender os métodos ergonômicos e sua aplicação no ambiente de trabalho. 3. Elaborar o laudo ergonômico em função da análise de uma ambiência laboral. 4. Interpretar e elaborar um programa de ergonomia, compreendendo seu conceito e aplicabilidade. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Ergonomia e Medicina do Trabalho 10 Normas Regulamentadoras da Ergonomia OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender as normas regulamentadoras sobre Ergonomia, em especial a Norma Regulamentadora 17. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Normas Regulamentadoras da Ergonomia Conforme Iida e Buarque (2018), os conhecimentos materializados em Ergonomia tendem a se converter em documentos normativos. Esses documentos determinam regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados compreendendo diversos instrumentos, como normas regulamentadoras, normas técnicas, códigos de prática e regulamentos em geral. No Brasil, existem dois conjuntos desses documentos: as normas regulamentadoras e asnormas técnicas. Nosso interesse nesse momento é sobre as Normas Regulamentadoras. As normas regulamentadoras (NR) são desenvolvidas pelo governo federal e têm disposição obrigatória, sendo empregadas com o propósito de fiscalizar das condições de trabalho em vários ambientes, explicam Iida e Buarque (2018). Santos Junior (2018) destaca que as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) geralmente relacionam-se, direta ou indiretamente. As normas da ABNT trazem contribuições técnicas, isto é, definem as orientações precisas para garantir a correta especificação de variáveis que serão empregadas como referência pelas Normas Regulamentadoras, para garantir segurança aos profissionais e à sociedade. Ergonomia e Medicina do Trabalho 11 O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é o órgão da administração federal que desempenha a fiscalização do trabalho, ao qual incumbe a organização e revisão de normas regulamentadoras (NR). Essas NR são de cumprimento imperativo por todas as empresas brasileiras dirigidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e são periodicamente revisadas pelo MTE. No Brasil, essas normas são organizadas e atualizadas por comissões tripartites específicas, formadas por representantes do governo, empregadores e empregados. As NR regulamentam e oferecem orientações sobre os processos relativos à segurança e medicina do trabalho (Figura 1), esclarecem Iida e Buarque (2018). Figura 1 - Segurança e Medicina do Trabalho Fonte: Freepik. Mattos e Másculo (2011) informam que a única norma brasileira que tem relação com a Ergonomia é a NR-17 e que, segundo essa norma, para analisar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, o empregador deve efetuar a análise ergonômica do trabalho, que deve tratar, no mínimo, das condições de trabalho, de acordo com o determinado na Norma Regulamentadora. Ergonomia e Medicina do Trabalho 12 NOTA: A última alteração realizada pela NR 17 foi por meio da Portaria MTb 876/2018 – DOU 26/10/2018, contudo, as normas regulamentadoras no Brasil estão passando por uma extensa revisão. A NR 17 estabelece que a organização do trabalho deve ser correspondente às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser exercido. Deve-se dar atenção às normas de produção, ao modo operatório, à exigência de tempo, à determinação do conteúdo de tempo, ao ritmo de trabalho e ao conteúdo das tarefas, explicita Moraes (2014). Oliveira (2018) explica que esta norma é muito importante, pois apresenta orientações sobre como proporcionar condições apropriadas de trabalho, levando em conta que o trabalhador necessita de um ambiente com condições de oferecer produção elevada e, ao mesmo tempo, proteção. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos que você leia o artigo: “Norma Regulamentadora 17: considerações para sua revisão”, clicando aqui. Conforme a NR 17, as condições de trabalho abrangem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho, menciona Oliveira (2018). Outras NR trazem aspectos muito relevantes para a Ergonomia, como a NR 11, que trata do transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, e também a NR 15, que versa sobre as atividades insalubres. Ergonomia e Medicina do Trabalho http://www.revistas.udesc.br/index.php/hfd/article/download/2316796309172020137/11612 13 Histórico da NR 17 Moraes (2014) afirma que em 1986 aconteceram vários casos de tenossinovite ocupacional (tipo de LER) em digitadores (Figura 2), o que induziu os diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (SINDPD/ SP) a entrarem em contato com a antiga Delegacia Regional do Trabalho, em São Paulo, procurando recursos para prevenir essas lesões. Figura 2 - Digitadores Fonte: Freepik. Moraes (2014) ainda lembra que, nessa época, quando a fiscalização era realizada em diversas empresas por auditores fiscais do trabalho e representantes sindicais, foi verificada a presença de fatores como: • Pagamento de prêmios por produção. • Ausência de pausas. • Prática de horas extras. • Dupla jornada de trabalho. Ergonomia e Medicina do Trabalho 14 Em 1988 e 1989, a Associação dos Profissionais de Processamento de Dados fez reuniões com representantes da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho em Brasília, da FUNDACENTRO e da DRT/SP, para organizar normas que determinassem limites ao trabalho, impedissem o pagamento de prêmios de produtividade e criassem critérios de conforto para os trabalhadores, que compreendiam mobiliário, conforto térmico, acústico e iluminação, explana Moraes (2014). IMPORTANTE: Várias sugestões de alteração da NR 17 eram propostas, contudo, elas só apresentavam alterações pontuais, mantendo a estrutura geral em vigor (BRASIL, 2002). Em dezembro de 1989 foi realizado um seminário nacional em São Paulo, que contou com a participação de médicos do trabalho, no qual foi decidido que a norma a ser organizada não deveria ser destinada apenas aos profissionais de processamento de dados, pois estudos assinalavam que a LER afetava também outros trabalhadores de várias atividades profissionais, relata Moraes (2014). Em março de 1990, a então Ministra do Trabalho Dorothéa Werneck assinou a portaria que alterava a NR 17, pois o texto original compreendia vários casos de trabalho não exclusivamente de digitação, remetendo-a para publicação no Diário Oficial da União. Em junho de 1990, por interferência do SINDPD/SP, o Ministro do Trabalho assinou a portaria que dava nova redação à NR 17, cujo teor era o mesmo da portaria que não foi publicada em março, menciona o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora 17 (2002). Após a publicação, a classe patronal, representada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), entendendo que a mudança se destinava também a outras classes de trabalhadores, requereu prontamente uma discussão com os técnicos do Ministério do Trabalho e os representantes dessas instituições para alterar o conteúdo da norma. Ergonomia e Medicina do Trabalho 15 Os empresários declaravam que os aspectos da organização do trabalho diziam respeito apenas às empresas. Felizmente, conseguiu-se vencer a oposição patronal em quase todos os aspectos, pois sua redação foi fundamentada em argumentos concretos (BRASIL, 2002). Com isso, a nova proposta foi publicada e se encontra em pleno vigor. Norma Regulamentadora 17 Segundo a NR 17, o transporte manual de cargas (Figura 3) caracteriza toda atividade efetuada de maneira contínua ou que compreenda, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas (BRASIL, 1978). Figura 3 - Transporte manual de cargas Fonte: Freepik. Dessa forma, Pegatin (2020) destaca que, sempre que possível, devem ser apontados meios auxiliares para o manuseio de cargas, como pontes rolantes, carrinhos transportadores, talhas etc., para diminuir o esforço físico dos trabalhadores. Os limites de carga individual consentida dependem de vários fatores, entre eles: peso efetivo, frequência de levantamento, qualidade de pega, dimensões do objeto e distância atravessada no levantamento. Ergonomia e Medicina do Trabalho 16 Outro ponto interessante na NR 17 é que, de acordo com a norma, sempre que possível, o trabalho deve ser projetado ou adaptado para a posição sentada. Notadamente, o trabalho nessa posição fornece, no geral, mais conforto e menos gasto energético do que o trabalho em pé, informa Pegatin (2020). Oliveira (2018) explica que uma organização que procura oferecerao trabalhador condições ergonômicas para o exercício do seu trabalho deve organizar um projeto para o posto de trabalho levando em conta os equipamentos e mobiliários indispensáveis, como também aspectos como as condições de bem-estar disponibilizadas. Contudo, a NR 17 estabelece requisitos mínimos que devem ser seguidos para o que o mobiliário e os equipamentos sejam considerados apropriados às atividades exercidas pelo trabalhador, quer seja na posição sentada ou em pé. EXEMPLO: Quando é possível ajustar a altura da mesa e da cadeira, é possível adaptar ao perfil de cada trabalhador, personalizando a experiência individual de cada um e acolhendo às condições legais, exemplifica Pegatin (2020). Segundo Oliveira (2018), entre as condições mínimas de conforto determinados pela NR 17 para os assentos empregados no posto de trabalho, podemos destacar: altura ajustável à estatura do trabalhador, borda frontal do assento arredondada e encosto em formato adaptável ao corpo para proteção da região lombar. A Norma Regulamentadora 17 ainda recomenda algumas exigências de conforto (Figura 4) nos locais de trabalho onde são desempenhadas atividades que determinem solicitação intelectual e atenção contínuas, estabelecendo o nível de ruído aceitável. Além disso, em todos os locais de trabalho deve existir iluminação adequada, que seja correspondente à natureza da atividade. Ergonomia e Medicina do Trabalho 17 Figura 4 - Condições de conforto Fonte: Freepik. A análise ergonômica do trabalho, conforme a NR 17, deve verificar a organização do trabalho levando em conta as normas de produção, o modo operatório, o ritmo de trabalho e a exigência de tempo, assim como os conteúdos da tarefa e a determinação do conteúdo de tempo, elucida Pegatin (2020). Ainda segundo Pegatin (2020), a norma citada traz um anexo que estabelece parâmetros e diretrizes mínimas para adequação das condições de trabalho dos operadores de checkout, visando a prevenção dos problemas de saúde e segurança relacionados ao trabalho. NOTA: Operadores de checkout são empregadores que desempenhem atividade comercial empregando sistema de autosserviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista. Ergonomia e Medicina do Trabalho 18 Outro anexo que consta na NR 17 é o que estabelece parâmetros mínimos para o trabalho em atividades de teleatendimento/telemarketing nas diversas modalidades desse serviço, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente, afirma Pegatin (2020). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Neste capítulo você deve ter compreendido que os conhecimentos materializados em Ergonomia tendem a se converter em documentos normativos que podem ser as normas regulamentadoras e as normas técnicas, e que as normas regulamentadoras são desenvolvidas pelo governo federal por meio do Ministério de Trabalho e Emprego. Você viu que a NR 17 é a norma regulamentadora que analisa a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores e que compete ao empregador efetuar a análise ergonômica do trabalho, que deve tratar, no mínimo, das condições de trabalho, devendo ser dada atenção às normas de produção, ao modo operatório, à exigência de tempo, à determinação do conteúdo de tempo, ao ritmo de trabalho e ao conteúdo das tarefas. Por fim, você compreendeu o histórico da NR 17 até a sua última atualização e conheceu os principais pontos desta norma. Ergonomia e Medicina do Trabalho 19 Métodos Ergonômicos OBJETIVO: Neste capítulo iremos analisar os métodos ergonômicos, conhecer alguns deles e compreender suas principais características. Vamos juntos?. Métodos Ergonômicos Stanton et al. (2016) explica que a ciência ergonômica é farta em métodos e modelos para análise de tarefas, design de trabalho, previsão de desempenho, coleta de dados sobre desempenho humano, interação com os artefatos e com o ambiente no qual essa interação acontece. Apesar da quantidade de métodos, existem vários desafios consideráveis enfrentados pelos desenvolvedores e usuários. Estes desafios abrangem: • Desenvolver métodos que incorporem outros métodos. • Ligar os métodos à teoria ergonômica. • Fazer com que os métodos sejam de fácil utilização. • Fornecer evidências sobre confiabilidade e validade. • Demonstrar que os métodos levam a intervenções eficazes em termos de custos. • Encorajar a aplicação ética dos métodos. De acordo com Iida (2019), a unidade fundamental da Ergonomia é o sistema homem-máquina-ambiente, o que significa que uma parte desse sistema é conduzida pelas Ciências Naturais, como a Biologia, Fisiologia, Física e Química, e a outra pelas Ciências Sociais, como a Psicologia, Sociologia e Antropologia. Cada uma dessas divisões da Ciência utiliza métodos e técnicas distintos. Ergonomia e Medicina do Trabalho 20 NOTA: No caso da Ergonomia, dependendo da natureza do problema, pode preponderar um ou outro tipo. Se esse problema estiver mais relacionado com a máquina, ambiente ou funcionamento do organismo humano, podem predominar os métodos das Ciências Naturais; se o problema for de relacionamento humanos, predominam os métodos das Ciências Sociais, afirma Iida (2019). Não existem indicações claras sobre a escolha dos métodos e técnicas apropriados (Figura 5) para cada caso: isso vai depender da experiência e das habilidades do pesquisador, bem como das restrições, como limites de tempo, equipe e dinheiro disponível para se chegar ao resultado, lembra Iida (2019). Figura 5 - Métodos e técnicas apropriadas Fonte: Freepik. Ergonomia e Medicina do Trabalho 21 DEFINIÇÃO: Mas o que é um método? Segundo Rojas (2015, p. 86), “Método é um procedimento de busca de solução a problemas teóricos que geralmente parte de um conjunto formado por meios e procedimentos práticos que permitem dar conteúdo a um modelo.” Ida e Buarque (2018) descrevem método de pesquisa como uma metodologia ou caminho usado pelo pesquisador para determinar relações entre variáveis independentes (causas) e dependentes (efeito). O método é formado de uma série de etapas, surgindo de uma hipótese (também chamada de pressuposto) para se chegar ao resultado da pesquisa, confirmando ou rejeitando essa hipótese. Em cada uma dessas etapas pode-se empregar ferramentas para coleta e análise de dados, chamadas de técnicas, para alcançar o objetivo. As ferramentas disponibilizam, em geral, um escore, ou seja, um parâmetro determinável, que pode ser interessante para a análise e para a instituição de critérios de criticidade e comparação entre diferentes postos e áreas. Contudo, destaca-se a importância de que o profissional compreenda que toda ferramenta é de auxílio ao diagnóstico e que ele não deve fundamentar seus relatórios somente nela, elucida Pegatin (2020). SAIBA MAIS: Aprofunde-se nesse tema lendo o artigo “Revisão de ferramentas para avaliação ergonômica”, clicando aqui. Iida e Buarque (2018) afirmam que a Ergonomia utiliza vários métodos e técnicas. Assim, existem muitos métodos e muitas ferramentas utilizadas para avaliações no âmbito da Ergonomia. Vejamos algumas delas a seguir. Ergonomia e Medicina do Trabalho https://www.producaoonline.org.br/rpo/article/download/2925/1680 22 RULA Conforme Stanton et al. (2016), a avaliação rápida dos membros superiores, conhecida como método RULA (Rapid Upper Limb Assessment), gera uma classificação para as cargas musculoesqueléticas em atividades nas quais as pessoas estão sujeitas à sobrecarga no pescoço e nos membros superiores (Figura 6). Figura 6 - Membros superiores Fonte: Freepik. A ferramenta produz uma simples classificação, como um “retrato instantâneo” da tarefa, que leva em consideração a postura, a força e o movimento estabelecido. O risco é calculado em uma pontuação que vaide 1 (baixa) a 7 (alta). Essas pontuações são reunidas em quatro níveis de ação, que concedem uma indicação do período de tempo durante o qual é aceitável esperar que um controle de risco seja iniciado, esclarece Stanton et al. (2016). Ergonomia e Medicina do Trabalho 23 Stanton et al. (2016) ainda explica que o método RULA é empregado para avaliar a postura, a força e o movimento relacionados com as tarefas sedentárias. Tais atividades compreendem ações com base em telas e computadores, manufaturas ou tarefas de varejo nas quais o trabalhador fica sentado ou em pé sem deslocamento. As quatro principais aplicações do RULA, de acordo com Stanton et al. (2016), são: • Aferir risco musculoesquelético, comumente como parte de uma investigação ergonômica mais extensa. • Comparar a carga musculoesquelética de designs de estações de trabalhos normais e alterados. • Analisar resultados, tais como produtividade ou adaptação do equipamento. • Aperfeiçoar trabalhadores sobre os riscos musculoesqueléticos indicados por diferentes posturas no trabalho. NOTA: Em todas as aplicações é intensamente aconselhado que os usuários recebam um treinamento prévio no método RULA, apesar de não serem exigidas habilidades prévias de avaliação ergonômica (STANTON et al., 2016). Iida e Buarque (2018) destacam que o RULA foi elaborado para analisar o trabalho de digitadores, com foco na sobrecarga nos membros superiores, com avaliação menos detalhada do resto do corpo. No caso de trabalhos compreendendo várias posturas, o protocolo deve ser utilizado para os dois lados do corpo e para todas as posturas que foram identificadas como importantes. Ergonomia e Medicina do Trabalho 24 REBA Stanton et al. (2016) relata que avaliação rápida do corpo inteiro é um método criado para analisar os tipos de posturas de trabalho (Figura 7) inesperados, identificados nos serviços de saúde e em outros setores da indústria. São apurados dados sobre a postura corporal, as forças empregadas, o tipo de movimento ou ação, a repetição e as associações. A pontuação final REBA indica o nível de risco e a urgência com a qual alguma providência deve ser tomada. Figura 7 - Posturas de trabalho Fonte: Freepik. O REBA pode ser empregado quando uma avaliação ergonômica do local de trabalho define que uma análise postural mais aprofundada é exigida, como afirma Stanton et al. (2016), e quando: • O corpo inteiro é usado • A postura é estática, dinâmica, instável ou altera rapidamente Ergonomia e Medicina do Trabalho 25 • Cargas animadas ou inanimadas são conduzidas frequente ou raramente • Alterações no ambiente de trabalho, equipamento, treinamento ou comportamento de risco para o trabalhador são observados antes ou depois das transformações. Iida e Buarque (2018) lembram que o REBA foi criado como uma evolução do RULA, já que ele busca analisar as posturas de todo o corpo de prestadores de serviços. O protocolo REBA é empregado para os dois lados do corpo e para todas as posturas que foram apontadas como importantes. Checklist Rápido de Exposição (QEC – Quick Exposure Checklist) Stanton et al. (2016) define o QEC como uma ferramenta que avalia rapidamente a exposição a riscos para distúrbios osteomusculares pertinentes ao trabalho (DORT), tendo alto nível de sensibilidade, usabilidade e confiabilidade inter e intraobservador. Os estudos de campo reconhecem que o QEC é adequado para uma extensa série de tarefas. A avaliação, na maioria das vezes, pode ser preenchida rapidamente para cada tarefa. O QEC oferece a avaliação de um local de trabalho e do design de um equipamento, o que facilita o seu redesign e auxilia na prevenção de muitos tipos de DORT, pois desenvolve e educa os usuários sobre os riscos presentes no local de trabalho, como informa Stanton et al. (2016). OWAS O sistema OWAS (Ovako Working Posture Analysing System) é uma técnica prática de registro e análise de posturas elaborada por três pesquisadores finlandeses, Karhu, Kansi e Kuorinka, em 1977, afirma Stanton et al. (2016). Para Pegatin (2020, p. 163), é uma “ferramenta que identifica as posturas mais frequentes em relação ao tempo de exposição”. Ergonomia e Medicina do Trabalho 26 O método tem como base as verificações das posturas em intervalos predefinidos (geralmente a cada trinta segundos) e admite que sejam realizadas no mínimo cem observações, sendo cada uma dessas observações avaliada e classificada, informa Stanton et al. (2016). OCRA Stanton et al. (2016) informa que Occhipinti e Colombini (1996) criaram os métodos de ação ocupacional repetitiva (OCRA) para avaliar a exposição dos trabalhadores a atividades que apresentam vários fatores de risco de lesão (Figura 8) nos membros superiores. O índice OCRA pode ser preditivo para risco de distúrbios osteomusculares relativos ao trabalho (DORT) nos membros superiores em populações expostas. Figura 8 - Risco de lesão Fonte: Freepik. Iida e Buarque (2018) explicam que, primeiramente, foi elaborado o checklist OCRA, que serve para uma avaliação preliminar e, depois, foi desenvolvido o índice OCRA. Os dois analisam os riscos das ações técnicas que são variáveis expressivas para os movimentos repetitivos dos membros superiores. As ações técnicas são avaliadas de acordo com os seguintes fatores de risco de DORT: repetitividade (frequência das ações), força, postura, ausência de períodos de recuperação e fatores adicionais (como Ergonomia e Medicina do Trabalho https://br.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-escritorio-plana_2914567.htm 27 exigência de precisão, movimentos bruscos, tipo de pega, uso de luvas, temperaturas extremas e vibrações), mencionam Iida e Buarque (2018). A base da metodologia, para Pegatin (2020), é constatar sobrecargas funcionais ao longo da jornada a partir do número de ações por minuto, do tempo de exposição efetivo no trabalho repetitivo, das posturas seguidas durante os movimentos, do emprego da força, entre outros. O escore final indica a criticidade do risco com uma escala de cores idêntica à encontrada em outros métodos. Essa escala prevê quantas pessoas (que estão naquela faixa de risco) podem desenvolver patologias dentro de cinco anos. NIOSH Conforme Iida e Buarque (2018), a equação de NIOSH tem o propósito de prevenir ou diminuir os casos de dores motivadas pelo levantamento de cargas. Ela possibilita calcular o peso máximo recomendado em atividades repetitivas de levantamento de cargas, referindo-se somente à tarefa de apanhar uma carga, movimentá-la e colocá-la em outro nível utilizando as duas mãos. Pegatin (2020) destaca que a fórmula tradicional revisada recomenda a avaliação de tarefas simples que se repetem ao longo do dia (variáveis citadas não se alteram) e apresenta como variáveis de análise: • O peso do objeto levantado. • A distância horizontal entre o objeto e o corpo do trabalhador. • A distância vertical entre as mãos e o solo no início do levantamento. • A distância percorrida pelo objeto durante o levantamento. • A angulação (simetria) do objeto em relação ao plano sagital. • A frequência de levantamentos por minutos e em relação à jornada. • A qualidade de pega do objeto. A carga constante para a equação de levantamento NIOSH revisada (23 kg) é proveniente de tabelas psicofísicas. Designadamente, este é o peso máximo admissível de levantamento entre o chão e a altura das articulações para 75% de trabalhadoras sob condições ótimas. Essas Ergonomia e Medicina do Trabalho 28 condições são determinadas como levantamento ocasional (uma vez a cada oito horas), pequeno objeto (caixa de 34 cm), distância pequena de levantamento (25cm) e boas alças, informa Stanton et al. (2016). Pegatin (2020) ainda lembra que a equação NIOSH é empregada para avaliação de sobrecargas funcionais durante o levantamento e a descarga de materiais. Em seu escore final,ela determina o limite de peso recomendado (LPR) e o índice de levantamento (IL), indicando o grau de risco associado à atividade analisada. RESUMINDO: Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a Ergonomia tem vários métodos e modelos para análise de tarefas, design de trabalho, previsão de desempenho, coleta de dados sobre desempenho humano e interação com artefatos e o ambiente no qual essa interação toma lugar. A utilização do método apropriado depende da experiência e das habilidades do pesquisador, bem como das restrições, como limites de tempo, equipe e dinheiro disponível para se chegar ao resultado. Você viu alguns dos métodos e ferramentas utilizadas no âmbito da Ergonomia, que são: RULA, que fornece uma classificação facilmente calculada para cargas musculoesqueléticas em tarefas nas quais as pessoas correm o risco de sobrecarga no pescoço e nos membros superiores; REBA, que avalia os tipos de posturas de trabalho imprevisíveis, encontrados nos serviços de saúde e em outros setores da indústria; o QEC, avalia rapidamente a exposição a riscos para distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT); OWAS, que é uma ferramenta que identifica as posturas mais frequentes em relação ao tempo de exposição; OCRA, que identifica sobrecargas funcionais ao longo da jornada a partir do número de ações por minuto, do tempo de exposição efetivo no trabalho repetitivo, das posturas seguidas durante os movimentos, do emprego da força, entre outros. Por fim, você conheceu o método NIOSH, que tem como objetivo prevenir ou reduzir a ocorrência de dores causadas pelo levantamento de cargas. Ergonomia e Medicina do Trabalho 29 Análise e Laudo Ergonômico OBJETIVO: Neste capítulo iremos descrever a análise ergonômica, demonstrando seus principais pontos e sua importância. Também iremos compreender o laudo ergonômico.. Análise Ergonômica Segundo D’alva (2015), a análise ergonômica do trabalho trata- se de uma perspectiva de intervenção que busca a transformação das condições de trabalho, considerando a saúde dos trabalhadores e uma maior produtividade. Refere-se a uma abordagem metodológica direcionada para a compreensão do trabalho, mas com o propósito de ação e de mudança. “A análise ergonômica visa observar, diagnosticar e corrigir uma situação real de trabalho, aplicando os conhecimentos de Ergonomia” (IIDA; BUARQUE, 2018, p. 68). Quando a análise ergonômica do trabalho é abordada como método, ela está relacionada com um conjunto de etapas e ações que conservam uma coerência interna, especialmente quanto à probabilidade de se discutir os resultados alcançados durante a coleta de dados, validando- os ao longo do processo e aproximando-os da realidade pesquisada, explicita Abrahão et al. (2009). NOTA: Diferentemente dos métodos científicos tradicionais, nos quais as proposições são antecipadamente organizadas e explicitadas, na análise ergonômica do trabalho elas são construídas, validadas ou contrariadas ao longo do processo (ABRAHÃO et al. 2009). Ergonomia e Medicina do Trabalho 30 A condução do processo de análise é uma constituição que surge de uma demanda particular de cada empresa e aponta para cada intervenção concretizada, informa D’alva (2015). Essa abordagem possibilita demonstrar a complexidade de trabalhar. Ela se refere a um princípio básico, pois é durante o processo de intervenção e construção do conhecimento que acontece a modificação das representações sobre a atividade das do ergonomista, do pesquisador, dos outros atores sociais relacionados e também dos próprios trabalhadores. Assim, é possível levantar um “ambiente” na organização para transformações concretas no conteúdo das tarefas e na organização do trabalho (Figura 9), menciona Abrahão et al. (2009). Figura 9 - Organização do trabalho Fonte: Freepik. Rojas (2015) explica que existem dois tipos de abordagens para a execução da análise ergonômica, que são a abordagem tradicional e a abordagem ergonômica. A abordagem tradicional tem como fundamento o estudo dos movimentos corporais do ser humano, indispensáveis para efetuar uma tarefa, e do tempo consumido em cada um desses movimentos. Já a abordagem ergonômica tem como bojo o trabalho efetivado por Ergonomia e Medicina do Trabalho 31 um indivíduo em uma circunstância na qual a pessoa, as máquinas, os equipamentos e as ferramentas são mantidos de maneira constante, de forma que cada parte colabora para uma perfeita integração, esclarece Rojas (2015). IMPORTANTE: Para efetuar a análise ergonômica dos postos de trabalho, é necessário conhecer o comportamento do profissional enquanto ele desempenha as suas atividades, procurando conseguir sua colaboração e comunicando sobre as responsabilidades dele em relação ao resultado da análise (ROJAS, 2015). De acordo com Iida (2019), a análise ergonômica do trabalho se divide em cinco etapas (Figura 10), que são: análise da demanda, análise da tarefa, análise da atividade, diagnóstico e recomendações. Figura 10 - Etapas Recomendações Análise da tarefa Diagnóstico Análise da atividade Análise da demanda Fonte: Elaborado pelos autores com base em Iida (2019). Ergonomia e Medicina do Trabalho 32 A análise da demanda busca entender a natureza e a dimensão dos problemas exibidos. A demanda aparece como a descrição de problema ou uma circunstância problemática que alega a necessidade de uma ação ergonômica, podendo ter várias origens, tanto por parte da direção da empresa quanto por parte dos trabalhadores e suas organizações sindicais, descreve Iida (2019). NOTA: As possibilidades estabelecidas podem referir-se às ideias elaboradas preliminarmente, a todo processo analisado ou ao comportamento do trabalhador no desenvolvimento das atividades e tarefas (ROJAS, 2015). Rojas (2015) informa que, por meio dos resultados adquiridos e descritos ao demandante, a análise da demanda permite a efetivação de um plano de intervenção ergonômica baseado em: sugestões ergonômicas para um novo posto, identificação de problemas ergonômicos em postos de trabalho existentes e operação de mudanças de condições ergonômicas no posto de trabalho em decorrência de modificações organizacionais ou trocas de equipamentos. Na análise das tarefas são verificadas as divergências entre aquilo que é estabelecido e o que é executado na prática. Essas divergências podem acontecer por condições como máquinas desajustadas, diferentes daquelas que foram previstas, mas também porque nem todos os trabalhadores seguem rigidamente o método prescrito, menciona Iida (2019). NOTA: A tarefa é um conjunto de propósitos estabelecidos que os trabalhadores deverão cumprir, descreve Iida (2019). Ergonomia e Medicina do Trabalho 33 Ao realizar a análise da tarefa sob o enfoque ergonômico, deve- se estabelecer se ela é uma tarefa prescrita, induzida ou redefinida, ou se houve atualização da tarefa em razão de modificações ambientais ou tecnológicas. Deve-se considerar, também, a delimitação da capacidade humana para sua realização (sistema-humano-tarefa), elucida Rojas (2015). A análise da atividade, conforme Rojas (2015), é realizada com base no comportamento do trabalhador, ou seja, seus gestos, comunicação e informação, de acordo com as regras, as leis, a natureza e a cognição. Nessa etapa é essencial que os comportamentos individuais presentes nos postos de trabalho sejam verificados. NOTA: A análise da atividade oferece informações explicativas sobre como a comparação entre as características das pessoas e as imposições do trabalho influenciam os trabalhadores e a produção (ABRAHÃO et al., 2009). A atividade (Figura 11) é influenciada por diversos fatores, que podem ser internos - que são situados no próprio trabalhador e são descritos pela sua formação, experiência,idade, sexo, entre outros, além da sua disposição momentânea, como motivação, sono, fadiga - como também por fatores externos - que são aqueles relacionados às situações em que atividade é cumprida. Os fatores externos são classificados como conteúdo do trabalho (objetivos, normas e regras), organização do trabalho (constituição de equipes, horários e turnos) e meios técnicos (máquinas, equipamentos, arranjo e dimensionamento do posto de trabalho, iluminação e ambiente térmico), menciona Iida (2019). Ergonomia e Medicina do Trabalho 34 Figura 11 - Atividade Fonte: Freepik. Rojas (2015) explica que os dados arrecadados e analisados são fonte de proposições para desenvolver o diagnóstico da condição de trabalho, que será empregado na elaboração do laudo ergonômico e abrange tanto os dados coletados nas etapas anteriores quanto os coletados especificamente nesta etapa. A próxima etapa se refere à formulação do diagnóstico, que busca encontrar as causas do problema apresentado na demanda e diz respeito aos fatores que influenciam na atividade de trabalho, explica Iida (2019). Exemplo: Segundo Iida (2019), os acidentes podem ser causados por pisos escorregadios, sinalizações mal interpretadas, manutenção deficiente das máquinas etc. Abrahão et al. (2009) informa que essa concepção procura construir uma coerência entre as várias etapas da análise ergonômica do trabalho, pois uma grande quantidade de informações foi agregada e uma série de interlocutores admitidos. Ela é organizada a partir dos dados adquiridos ao longo da investigação, do funcionamento da empresa, das observações globais livres e dos conhecimentos dos ergonomista. Ergonomia e Medicina do Trabalho 35 O ergonomista é levado a estabelecer várias hipóteses e é elaborado um enunciado provisório de relação entre certas condições de execução do trabalho, características da atividade e resultados da atividade. D’alva (2015) ainda relata que o ergonomista deve organizar um diagnóstico, divulgá-lo e debater sobre ele com todos os envolvidos no processo avaliado, como também deve difundir seu diagnóstico em outros setores da empresa que possam intervir ou estejam relacionados com o segmento estudado. SAIBA MAIS: A profunde-se nesse tema lendo o artigo “Análise Ergonômica do Trabalho no Brasil: transferência tecnológica bem-sucedida?”, clicando aqui. A última etapa são as recomendações ergonômicas que se referem às medidas que deverão ser adotadas para resolver o problema encontrado. Essas recomendações devem ser claramente explicitadas e devem ser mostradas todas as etapas indispensáveis para solucionar o problema. Se for o caso, as explicações devem ser complementadas por figuras que mostrem as alterações a serem feitas em máquinas ou postos de trabalho. Elas devem apontar também as responsabilidades, isto é, a pessoa e a seção de departamento encarregadas da implementação, com indicação do respectivo prazo, esclarecem Iida (2019). De acordo com Abrahão et al. (2009), é possível organizar soluções integradas que considerem questões relativas aos aspectos físicos do posto de trabalho, as características das ferramentas, a arquitetura dos sistemas de informação, a divisão das tarefas, a organização dos tempos de trabalho, as características do ambiente de trabalho, entre outros. EXEMPLO: Caso os problemas do posto de trabalho não possam ser solucionados de imediato, alterações podem ser feitas na organização Ergonomia e Medicina do Trabalho https://www.scielo.br/pdf/rbso/v40n131/0303-7657-rbso-40-131-12.pdf 36 do trabalho, como a inclusão de pausas (que podem ser consideradas um empecilho se não existirem medidas outras para impedir perdas na produção), melhorias nos equipamentos, na manutenção, na movimentação dos insumos e dos produtos, explicita Abrahão et al. (2009). Abrahão et al. (2009) ainda lembra que as recomendações para a alteração devem ser acompanhadas de um processo de concepção, que resultará em um projeto, com a participação dos atores sociais envolvidos no processo de análise. Laudo Ergonômico Rojas (2015) explica que a análise ergonômica é formalizada em um laudo ergonômico (Figura 12) que aponta os riscos ergonômicos inerentes às áreas de trabalho, bem como providências para minimizar esses riscos. Figura 12 - Laudo ergonômico Fonte: Freepik. Ergonomia e Medicina do Trabalho 37 O laudo ergonômico da atividade é um documento obrigatório para todas as empresas que têm empregados cujas atividades ou operações causem riscos relacionados aos esforços de levantamento, transporte e descarga individual de materiais ou outras atividades que requerem postura forçada e esforços repetitivos, descreve Rojas (2015). A Análise Ergonômica do Trabalho é o documento legal que faz parte da NR 17 e que, ao longo dos anos, ficou conhecido, de forma errada, como laudo ergonômico, fazendo referência aos documentos de saúde e segurança do trabalho que frequentemente são elaborados nesse formato, destaca Pegatin (2020). Pinheiro (2014) lembra que o laudo ergonômico deverá ser elaborado sempre que preciso e o seu desenvolvimento e a efetivação dos ajustes indispensáveis devem ser verificados. Deve-se, também, estabelecer novas metas e prioridades, e o laudo deve ser refeito caso existam alterações no posto, no trabalho ou no usuário. IMPORTANTE: O laudo ergonômico deve ser arquivado por um período mínimo de 20 anos, relata Pinheiro (2014). O laudo ergonômico de uma estação de trabalho deve ser conduzido para a análise global do posto de trabalho, sempre levando em conta o psicobiofísico do operador. Ele deve ser organizado por posto de trabalho individual, levando em consideração a empresa como um todo. Nada deve ser avaliado de forma segmentada, informa Pinheiro (2014). Ergonomia e Medicina do Trabalho 38 RESUMINDO: Neste capítulo você deve ter compreendido que a análise ergonômica do trabalho é uma abordagem de intervenção que busca a transformação das condições de trabalho com o propósito de mudanças, corrigindo uma situação real de trabalho, aplicando conhecimentos da Ergonomia. Você viu também que existem dois tipos de abordagens para a execução da análise: a tradicional e a ergonômica. Viu que a análise ergonômica do trabalho está relacionada com etapas e ações que estão associadas, sendo as cinco etapas a análise de demanda, análise de tarefa, análise de atividade, diagnóstico e recomendações. Por fim, você entendeu o laudo ergonômico que aponta os riscos inerentes às áreas de trabalho, como também as providências para minimizar os riscos encontrados, sendo obrigatório para todas as empresas que têm empregados que exercem atividades que exigem esforços de levantamento, transporte e descarga individual de materiais, ou outras atividades que requerem postura forçada e esforços repetitivos. Ergonomia e Medicina do Trabalho 39 Programa de Ergonomia OBJETIVO: Neste capítulo iremos discutir o programa de Ergonomia, demonstrar a sua importância para o ambiente de trabalho, compreender o projeto de Ergonomia e entender a importância da Ergonomia para a gestão. Programa de Ergonomia Para Silveira (2004), um programa é um projeto elaborado de forma detalhada, com o objetivo de informar sobre os detalhes de um plano. Couto (2002) entende que a introdução de um programa de Ergonomia irá determinar e assegurar como serão as modificações com o passar do tempo, por meio de um conjunto de acontecimentos, alterando e excluindo as condições de trabalho impróprias geradoras de lesões ou outras formas de perdas, para que os trabalhadores possam operar com o máximo de conforto e produtividade. Iida (2019) explica que o programa de segurança do trabalho deve ter uma existência formal, fundamentando-se em documentos escritos que façam parte da política geral da empresa, devendo também existir recursos que sejam exclusivamente destinadosà sua implementação, para que os responsáveis tenham autonomia de ação e rapidez nas decisões, sem depender de mecanismos complicados e burocratizados de decisão. NOTA: O programa deve envolver a administração superior da empresa, organizar uma unidade responsável pela implementação e incluir todos os escalões administrativos e de trabalhadores (IIDA, 2019). Ergonomia e Medicina do Trabalho 40 Segundo Vidal (2002), a introdução de um programa de Ergonomia pode acontecer sob a perspectiva reativa – como resultado do acúmulo de problemas provocados pelo descuido, justificado ou não, com os pontos ergonômicas da empresa – ou proativa – que procura prevenir a circunstância das coisas e garantir a efetividade a longo prazo por meio de outros esforços, como as certificações de qualidade e uma engenharia de produto bem desenvolvida. A existência de um programa de Ergonomia não constitui uma outra maneira de trabalhar com Ergonomia, mas a geração de exigências favoráveis no ambiente e na concepção de uma equipe para a execução de boas condutas, bons projetos e bons registros no campo. Em contraste com um trabalho casual, preciso e centrado, os programas de Ergonomia (Figura 13) têm como objetivo proporcionar o exercício ergonômico de maneira contínua, gradativa e planejada, esclarece Vidal (2002). Figura 13 - Programas de Ergonomia Fonte: Freepik. Iida e Buarque (2018) destacam que o “espírito” de segurança deve transcorrer toda a organização, desde a alta administração até o Ergonomia e Medicina do Trabalho 41 trabalhador mais simples, e a administração superior deve manifestar apoio ao programa, reportando-se aos empregados para discutir sobre a política da empresa, as condições de trabalho e problemas de segurança. NOTA: As palestras podem ser realizadas em reuniões ou encontros formais, mas são mais eficazes em um ambiente informal (IIDA e BUARQUE, 2018). Silveira (2004) demonstra algumas vantagens da introdução de programas de Ergonomia na empresa, que são: • Ações mais sólidas, acrescentando as chances de parcerias e envolvimento dos beneficiários, causando impacto. • Indivíduos estimulados a fazer parte de ações proporcionadas pela organização, possibilitando parcerias internas. • Ações de melhorias nos ambientes de trabalho com melhores resultados e menores custos, provocando confiança, por parte da organização e seus colaboradores, causando um sentimento de legitimidade e credibilidade. • Melhoria gradativa da reflexão coletiva sobre a experiência, fornecendo produção de conhecimento expressivo a outros programas dentro da empresa. • Promoção de ambiente para negociação e expressão dos agentes, por estar alicerçado sobre metas, propósitos e critérios de avaliação, provocando negociação de interesses. No que diz respeito ao alcance, os programas de Ergonomia podem ser sintetizados em um programa de saúde ocupacional e constituir o delineamento produtivo da empresa, agindo concomitantemente nos produtos e processos, ou até mesmo incorporar as decisões estratégicas de modernização e de atualização tecnológica da organização, descreve Vidal. (2002). Ergonomia e Medicina do Trabalho 42 Já que o programa é um projeto elaborado de forma detalhada, devemos compreender também o que é um projeto de Ergonomia. Os projetos em ambiente industrial, geralmente têm menores custos de produção quanto mais forem padronizados, contudo esses princípios, muitas vezes, discordam dos preceitos de Ergonomia, que procura adequar o trabalho ao homem e não o inverso, informa Pegatin (2020). IMPORTANTE: O projeto não é, necessariamente, sempre de criação e algo novo, mas sempre de transformação. Nesse caso, é importante que ele seja desenvolvido após uma análise ergonômica do trabalho. Rebelatto (2004) afirma que o projeto ergonômico deve dispor de uma coleta de dados sólida e segura. Isso torna a abordagem ergonômica mais científica, já que são reunidos dados sobre como as pessoas se comportam com diferentes aspectos das condições de trabalho (Figura 14). Posteriormente, procura-se encontrar o melhor conjunto de condições de conforto e de desempenho. Figura 14 - Condições de trabalho Fonte: Freepik. Ergonomia e Medicina do Trabalho 43 O projeto ergonômico do posto de trabalho, de acordo com Iida e Buarque (2018), busca melhorar a eficiência do trabalho humano, garantindo saúde, segurança e satisfação do trabalhador, com os seguintes propósitos: • Garantir posturas adequadas, possibilitando realizar movimentos corporais indispensáveis à execução das tarefas. • Conservar a carga de trabalho dentro dos limites de tolerância, diminuindo os estresses físicos e cognitivos. • Promover a execução das tarefas, possibilitando a aquisição e processamento de informações e cumprimento de movimentos musculares favoráveis. Projetos de postos de trabalho ou ferramentas com perspectiva ergonômica precisam de informações sobre natureza da tarefa, posturas, direcionamento dos gestos, olhares, fatores ambientais e processamento de informações, menciona Pegatin (2020). Iida (2019) diz que o projeto do posto de trabalho integra um planejamento mais completo das instalações produtivas, também chamado de arranjo físico ou layout de fábricas e escritórios. Esse planejamento das instalações é realizado em três níveis: • Nível 1. Projeto do macro espaço – realização do estudo do espaço global da empresa, no qual são determinadas as dimensões de cada departamento e das áreas auxiliares. • Nível 2. Projeto do micro espaço – voltado para cada unidade produtiva (posto de trabalho), inclui o trabalhador no seu ambiente laboral, como também as máquinas, equipamentos, condições locais de ruídos e temperaturas referentes a esse trabalhador. • Nível 3. Projeto detalhado – determina as características da interface homem-máquina-ambiente, para que as interações entre esses subsistemas sejam apropriadas. Ergonomia e Medicina do Trabalho 44 IMPORTANTE: A contribuição ergonômica pode acontecer nesses três níveis. No macro, acontece o estudo de aspectos como iluminação, temperatura, horários, trabalho em equipe; no nível micro acontece, essencialmente, o estudo do posto de trabalho e no detalhado acontecem estudos dos controles e manejos e dispositivos de informação (IIDA E BUARQUE, 2018). Iida (2019) entende que as atividades de projeto de posto de trabalho podem ser agrupadas em cinco etapas: análise da tarefa, arranjo físico do posto de trabalho, dimensionamento do posto de trabalho, construção e teste do modelo e ajustes individuais. Vejamos, a seguir, as principais características de cada uma delas. A análise da tarefa é o conjunto de ações humanas que faz o sistema funcionar para que se atinja o objetivo pretendido. Ela envolve a descrição da tarefa que determina o objetivo, o operador, as características técnicas, as aplicações, as condições operacionais, as condições organizacionais e as condições ambientais. A análise de tarefa envolve, também, a descrição das ações que se concentram mais nas características que influenciam no projeto da interface homem-máquina e se classificam como informações e controles. Além disso, ela envolve uma revisão crítica das tarefas e ações, que busca, principalmente, avaliar as condições que poderiam provocar dores e lesões osteomusculares nos postos de trabalho, devendo-se prestar atenção às tarefas altamente repetitivas e às ações estáticas, esclarece Iida e Buarque (2018). Ergonomia e Medicina do Trabalho 45 IMPORTANTE: A revisão crítica das tarefas pode ser realizada por meio da aplicação da análise ergonômica do trabalho, para que sejam corrigidos eventuais problemas antes que o projeto avance (IIDA e BUARQUE, 2018). O arranjo físico do trabalho é o estudo da distribuição espacial ou do posicionamento relativo dos diversos elementos que compõem o posto de trabalho (Figura15), elucida Iida (2019). Figura 15 - Posto de trabalho Fonte: Freepik. O dimensionamento, conforme Iida (2019), determina que a maioria dos usuários deverá ter uma postura confortável no posto de trabalho, Ergonomia e Medicina do Trabalho 46 devendo ser consideradas, para a adaptação do posto de trabalho aos seus usuários, as seguintes dimensões: • Altura da superfície do trabalho. • Alcances normais máximos das mãos. • Espaços para acomodar as pernas e realizar movimentações laterais do corpo. • Dimensionamento das folgas. • Altura para a visão e ângulo visual. A etapa final é a construção e teste do posto de trabalho, no qual poderão ser observados o alcance dos movimentos (Figura 16), conforto, postura e a visibilidade dos instrumentos, assim como os ajustes necessários poderão ser inseridos com poucos gastos de tempo e de recursos, esclarece Iida (2019). Figura 16 - Alcance dos movimentos Fonte: Freepik. Ergonomia e Medicina do Trabalho 47 Pegatin (2020) afirma que os melhores resultados são alcançados quando o produto de uma ação em Ergonomia é introduzido em um programa de gestão em saúde e segurança do trabalho e, especialmente, quando está alinhado à estratégia da alta administração. Para isso, indicadores devem ser gerenciados sistematicamente, com a finalidade de avaliar o alcance das ações. Dessa forma, existem algumas vantagens que podem ser atribuídas ao sistema de gestão, segundo Pegatin (2020): • Gerar uma estrutura na organização que possibilita atividades futuras de forma consistente e controlada. • Melhorar a tomada de decisões, o planejjamento e a definição de prioridades. • Colaborar para o uso mais eficiente do capital de recursos dentro da organização. Pegatin (2020) ainda afirma que, entre as ações norteadoras de um programa de gestão de Ergonomia, merecem destaque as ações práticas do cotidiano. Uma condição operacional que facilita o sucesso do programa são os chamados comitês de Ergonomia (COERGOS). Os trabalhadores que fazem parte do comitê de Ergonomia têm como propósito identificar, priorizar e eliminar condições ergonômicas críticas, distribuindo responsabilidades entre os níveis operacional e de gestão. A estrutura desse comitê varia de acordo com as características e com o porte da organização, de acordo com os recursos técnicos e humanos disponíveis, explana Pegatin (2020). Ergonomia e Medicina do Trabalho 48 RESUMINDO: Neste capítulo você deve ter compreendido que um programa é um projeto elaborado de forma detalhada, que a introdução de um programa de Ergonomia pode ser sob a perspectiva reativa ou proativa e que a existência de um programa de Ergonomia constitui uma geração de exigências favoráveis no ambiente e na concepção de uma equipe para a execução de boas condutas, bons projetos e bons registros no campo. Você viu também as vantagens da introdução de programas de Ergonomia na empresa, como é o projeto ergonômico, quais são seus propósitos e suas etapas. Por fim, você compreendeu que os melhores resultados são alcançados quando o produto de uma ação em Ergonomia é introduzido em um programa de gestão em saúde e segurança do trabalho, e que uma condição operacional que facilita o sucesso do programa são os chamados comitês de Ergonomia. Ergonomia e Medicina do Trabalho 49 REFERÊNCIAS ABRAHÃO, J. et al. Introdução à Ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: Blucher, 2009. BRASIL. Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora 17. Ministério do Trabalho e Emprego. 2 ed. Brasília: MTE, 2002. 101p. Disponível em: http://www.Ergonomia.ufpr.br/MANUAL_NR_17.pdf, Acesso em: 27 ago 2020. COUTO, H. A. Como implantar a Ergonomia na empresa. Belo Horizonte: Ergo Editora, 2002. D’ALVA, M. V. Ergonomia industrial: trabalho e transferência de tecnologia. Curitiba: Appris, 2015. IIDA, I.; BUARQUE, L. 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Ergonomia e Medicina do Trabalho _Hlk49869258 _Hlk49714305 _Hlk49714367 _Hlk49868782 _Hlk49881693 _Hlk49879924 _Hlk49714907 _Hlk49881784 _Hlk49882171 _Hlk49883262 _Hlk49865508 _Hlk49714976 _Hlk49882135 _Hlk49882011 _Hlk49883189 _Hlk49880609 _Hlk49881591 _Hlk49715008 _Hlk49884712 _Hlk49715044 _Hlk49881881 _Hlk49882872 _Hlk49883024 _Hlk49715105 _Hlk49867146 _Hlk49715150 _Hlk49867157 _Hlk49884825 _Hlk49884777 _Hlk49865072 _Hlk49931805 _Hlk49865108 _Hlk49866248 _Hlk49802141 _Hlk49866281 _Hlk49802169 _Hlk49932897 _GoBack Normas Regulamentadoras da Ergonomia Normas Regulamentadoras da Ergonomia Histórico da NR 17 Norma Regulamentadora 17 Métodos Ergonômicos Métodos Ergonômicos RULA REBA Checklist Rápido de Exposição (QEC – Quick Exposure Checklist) OWAS OCRA NIOSH Análise e Laudo Ergonômico Análise Ergonômica Laudo Ergonômico Programa de Ergonomia Programa de Ergonomia
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