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Conceitos básicos cosmetologia

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Conceitos básicos de cosmetologia
Cosméticos são definidos como produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes: são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado
Classificação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes 
1. Definição Produtos Grau 1: são produtos que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto.
2. Definição Produtos Grau 2: são produtos que possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso. 
Os critérios para esta classificação foram definidos em função da probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso inadequado do produto, sua formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a que se destinam e cuidados a serem observados quando de sua utilização. 
Conhecer os veículos compatíveis com a manutenção da estabilidade da formulação final para que não ocorra comprometimento da ação do produto. 
Para a escolha correta do veículo é necessário ainda considerar as características de cada tipo de pele. 
Existem vários veículos que podem ser usados na preparação de formulações cosméticas, por exemplo: emulsões (popularmente conhecidas como cremes ou loções), géis, etc. Esses veículos podem ser acrescidos ou não de substâncias ativas (exs: vitaminas, antiperspirantes, despigmentantes, etc).
EMULSÕES
Emulsão é uma dispersão cuja fase dispersa é composta por gotículas de um líquido, distribuídas num outro líquido, no qual são imiscíveis. Na terminologia das emulsões, a fase dispersa é conhecida como fase interna e o meio dispersante como fase externa ou contínua. As emulsões que têm fase interna oleosa e fase externa aquosa são conhecidas, geralmente, como emulsões óleo em água, que podem ser designadas “O/A”. As emulsões que têm fase interna aquosa e fase externa oleosa são conhecidas como emulsões água em óleo, que podem ser designadas “A/O”.
As emulsões mais adequadas para uso tópico, geralmente, são as do tipo O/A devido a seu aspecto menos oleoso e, portanto, mais agradável. Em cosméticos destinados ao uso em países que possuem temperatura muito fria ou em produtos para massagem, que requerem excelente espalhabilidade, as emulsões A/O geralmente são mais desejadas.
Portanto, emulsões são sistemas heterogêneos constituídos de um lado por água e por outro de óleo, ou seja, sistemas imiscíveis, e também um terceiro componente que é o agente emulsificante (também chamado de tensoativo), o qual torna miscíveis dois sistemas imiscíveis, ou seja dispersa um no outro. Logo, são formas cosméticas emulsionadas de baixa (loção) ou alta (creme) viscosidade. 
As emulsões são preparações cosméticas termodinamicamente instáveis e, com o tempo apresentam sinais progressivos de instabilidade, com eventual separação de fases (desestabilização do produto, onde fase aquosa e fase oleosa se separam).
Uma emulsão permanece homogênea, sem apresentar separação das fases (aquosa e oleosa) por um tempo finito após sua preparação, mantendo suas características originais de forma aceitável. Este período é denominado de “prazo de validade”. Depois de um determinado tempo a tendência é ocorrer separação das fases aquosa e oleosa. Cabe ao formulador conseguir uma emulsão que se mantenha estável num prazo suficiente para o produto ser usado. 
Reações de hidrólise de tensoativos em valores de pH extremos, processos fotoquímicos, destruição microbiana de componentes da emulsão, eletrólitos, calor ou frio, embalagens não adequadas, são alguns dos fatores que podem acelerar a separação das emulsões, assim como a inversão de fases provocada pela perda de água do sistema com a conseqüente variação da relação fase dispersa e fase contínua.
Um teste simples bastante empregado para verificar a estabilidade da emulsão é o teste com centrífuga, onde uma amostra do produto (ex: 5 grama) é submetida a centrifugação durante 30 minutos a 3000 rpm. Após este teste a amostra não deve apresentar separação de fases, ou seja deve mostrar-se estável.
Na separação de fases, as gotas da fase interna se coalescem, ou seja unem-se formando gotas maiores, até ocorrer um processo denominado coslescência, onde ocorre a “quebra” da emulsão, ou seja a formação de 2 camadas líquidas separadas. Antes da coalescência, a emulsão pode apresentar traços de instabilidade, como a floculação, que ocorre quando as gotas da fase interna começam a se aproximar uma das outras, e a sedimentação, quando as gotas da fase interna se separam da fase externa (devido a diferença de densidade dos líquidos), porém não se coalescem.
O aumento da viscosidade da emulsão pode torná-la mais estável. O tamanho das gotículas da fase interna (que podem ser vistas por um microscópio específico) também interfere na estabilidade da emulsão, sendo que a redução do tamanho destas melhora a estabilidade.
Os tensoativos, substâncias fundamentais para preparar uma emulsão estável, são compostos que contêm obrigatoriamente uma parte da molécula hidrofílica (que tem afinidade com a água) e a outra lipofílica (que tem afinidade com o óleo). Substâncias com estas características são denominadas anfifílicas.
Na presença de água e óleo, a porção hidrofílica do tensoativo é atraída pela água, enquanto a lipofílica é atraída pelo óleo. Assim, no sistema água/óleo o agente emulsificante ficará na interface com seus grupos orientados para as respectivas fases nas quais é solúvel.
GÉIS
A forma cosmética gel é um sistema semissólido, possui característica coloidal, aspecto gelatinoso, e é formada por uma dispersão de partículas pequenas em um veículo líquido, sendo que estas partículas coloidais não se sedimentam (ficam dispersas). Logo, a forma gel apresenta-se como uma suspensão estável, sendo bastante adequada para formulações de uso tópico.
Geralmente as substâncias formadoras de géis são polímeros que, quando dispersos em um meio aquoso doam viscosidade à preparação.
O gel pode ser formado por material natural como a goma adraganta ou a pectina e por material sintético ou semi-sintético como os carbômeros, hidroxietilcelulose (HEC) e carboximetilcelulose, entre muitos outros que vêm surgindo nos últimos tempos. 
Existem vários tipos de carbômeros entre os quais podem-se citar o carbômeros 934, 940, 960 e o ultrez, entre outros. Sendo que o carbômero 940 é ainda um dos mais utilizados na formulação de géis para uso tópico. 
Os carbômeros são constituídos de polímeros de ácido acrílico de alto peso molecular e com ligação cruzada. 
Quando dispersos em água, seu poder espessante é bem limitado. Uma forma de desenvolver o completo potencial de viscosidade destes polímeros é pela adição de uma base orgância ou inorgânica, como trietanolamina ou hidróxido de sódio, à dispersão aquosa do polímero. Isto converte os grupos ácidos da cadeia polimérica em sua forma de sal, causando o desenrolar da cadeia e formando a estrutura extendida que fornece o máximo de eficiência como espessante.
O gel de HEC (conhecido como natrosol), assim como a emulsão não iônica, é compatível com a maior parte das substâncias ativas usadas em cosméticos, como por exemplo o ácido glicólico, ácido fítico, que devido ao seu pH muito ácido é compatível com o gel de natrosol e incompatível com o gel de carbopol, pois o carbopol é fornecido na forma ácida e neutralizado durante a preparação com uma substância alcalina, gerando géis com maior viscosidade em pH entre 6,5 e 7,5.
O sensorial promovido pelos diferentes polímeros é bastante variável,sendo que alguns géis apresentam toque mais seco enquanto outros são mais pegajosos.
Os géis aquosos devem ser acrescidos de umectantes (como exemplos, propilenoglicol, glicerina) pois estes tendem à apresentar um ressecamento com o tempo, ou seja pode ocorrer evaporação da água presente no gel, ocasionando ressecamento do produto. Além disso é bastante importante a adição de conservantes compatíveis e eficazes, uma vez que o gel aquoso é bastante susceptível à contaminação microbiana.
É ainda importante ressaltar que alguns géis possuem incompatibilidades com eletrólitos, como exemplo o cloreto de sódio.
Os géis são indicados para veicular substâncias ativas hidrossolúveis e lipossomas. São mais usados em peles oleosas e mistas.
FILTRO SOLAR
Os filtros solares são bons exemplos de como os produtos cosméticos ajudam a prevenir o fotoenvelhecimento e até mesmo doenças cutâneas. A expectativa de vida do ser humano vem tornando-se mais promissora a medida que são desenvolvidas ações no campo da saúde e bem estar psicossocial. Isto torna imperiosa a preocupação com o idoso, quanto ao tempo de exposição solar que teve durante toda sua vida, pois sabe-se que o efeito nocivo da exposição solar exacerbada é cumulativo.
Sendo assim, o câncer de pele do idoso e o envelhecimento cutâneo vêm sendo objeto de maior interesse e pesquisa na área curativa e preventiva.
O esclarecimento da população quanto aos prejuízos do excesso de exposição aos raios UV, bem como as pesquisas que visam alcançar o desenvolvimento de fórmulas fotoprotetoras de amplo espectro (que atuam contra diferentes tipos de radiação solar) devem ser estimuladas, pois sabe-se que a camada de ozônio continua a diminuir, e que dessa maneira uma radiação mais lesiva atinge a superfície da terra, e por isso cada vez mais as pessoas precisarão estar bem informadas sobre os perigos do excesso de sol para poderem se proteger e assim, envelhecer com saúde.
As formulações fotoprotetoras são usadas topicamente para proteger a pele, evitando ou retardando os efeitos nocivos do sol. É muito importante que a formulação seja aplicada na quantidade correta e de maneira homogênea, não se esquecendo de nenhuma área que será exposta, como por exemplo as orelhas.
O número do FPS indica proteção a radiação UVB, ao eritema (vermelhidão) causado pela exposição solar. É muito importante a utilização de filtros solares que nos protejam não só da radiação UVB, mas também nos proteja da radiação UVA. As radiações B (UVB) e ultravioleta A (UVA) induzem danos ao DNA, e podem favorecer o desenvolvimento de câncer de pele.
Filtros solares físicos costumam ter dióxido de titânio e óxido de zinco.
RETINÓIDES
Os retinóides são derivados naturais ou sintéticos da vitamina A e exercem múltiplos efeitos na diferenciação e proliferação celular. A vitamina A natural (retinol) é oxidada reversivelmente em retinaldeído, que por sua vez é oxidado irreversivelmente para a forma biologicamente ativa - ácido retinóico, também conhecido como tretinoína.
Como moléculas lipofílicas, elas podem se difundir através das membranas plasmáticas ou cruzar a barreira cutânea quando aplicado topicamente. Dentro das células, eles se ligam aos receptores de ácido retinóico nos núcleos celulares (RAR e RxR), que levam a diversos efeitos biológicos como modulação da proliferação e diferenciação celular, redução da queratinização da epiderme, inibição tumoral, ação anti-acneica e anti-sebogênica e inibição da produção de metaloproteinases induzida por UV. As metaloproteinases estão envolvidas na fragmentação e desgaste do colágeno dérmico, contribuindo para a flacidez cutânea.
Na prática clínica as substâncias retinóides diferenciam-se entre si principalmente pela potência de atividade retinóide após aplicação tópica e pelo seu potencial em causar efeitos adversos, embora a concentração dos ativos seja também um importante fator que contribui para o risco de sensibilidade aos retinóides. A potência de atividade retinóide após a aplicação tópica é a seguinte: ácido retinóico > retinaldeído > retinol. A ordem de tolerância é, consequentemente, oposta.
Os retinóides sistêmicos são teratogênicos e, portanto, contraindicados durante amamentação e lactação (categoria X pelo FDA). Apesar de não existirem evidências para teratogenicidade dos retinóides tópicos em humanos, não se recomenda o uso dessas substâncias, mesmo que tópicas, durante a gestação e amamentação. 
ALFA-HIDROXIÁCIDOS E MECANISMOS DE AÇÃO
Os alfa-hidroxiácidos (AHAs) são uma classe de compostos químicos frequentemente usados ​​em cosméticos e dermatologia. Os AHAs são ácidos orgânicos que consistem em um grupo carboxílico substituído por um grupo hidroxila no carbono adjacente. Os AHAs podem ocorrer naturalmente como componentes ácidos de muitas substâncias botânicas como frutas, mas podem também pode ser gerado sinteticamente.
Exemplos comuns são ácido láctico, ácido cítrico ou ácido glicólico. O campo de indicação de produtos contendo AHA vai desde a hidratação da pele, redução de rugas e peeling químico profundo da pele. Os produtos contendo AHA são projetados para aplicação doméstica, bem como para uso em consultórios de dermatologistas ou em institutos de cosméticos.
Sabe-se que quimicamente, os alfa-hidroxiácidos são ácidos alcoólicos com cadeias de carbono de comprimento variável, com um grupo COOH- e um OH ligado ao seu átomo de carbono-α. O AHA mais simples é o ácido glicólico (ácido alfa hidroxiacético). Naturalmente ocorre em uvas, caldo de cana-de-açúcar, beterraba. Os produtos para um peeling oficial contêm geralmente até 70% de AHAs e atingem um pH de 2 ou inferior.
O mecanismo preciso de ação dos AHAs na pele não está totalmente elucidado. Um importante efeito epidérmico é o aumento da capacidade de retenção de água devido à aplicação de AHA junto com um aumento de hidratação e turgor da pele. Além disso, os AHAs induzem descamação, plastificação e normalização da diferenciação epidérmica ao interferir na ligação iônica intercelular, reduzindo assim a coesão dos corneócitos e induzindo assim a ceratólise.
Esses efeitos ceratolíticos sugeriram o uso de AHAs para acne ou pele propensa a acne, bem como para peelings. Quanto maior a concentração do ácido e menor o pH do produto, mais rápida é a indução da ceratólise, podendo levar à epidermólise. Além dos efeitos epidérmicos, os AHAs provocam alterações dérmicas, que levam meses para se tornarem visíveis - fato do qual o paciente precisa ser informado. Outro estudos in vitro usando cultura de fibroblastos de pele humana e mostraram um aumento dependente da dose da proliferação celular e produção de colágeno. Outros efeitos documentados na literatura são uma síntese aumentada de glicosaminoglicanos, aumento da espessura dérmica, proliferação de fibroblastos e indução da transglutaminase do fator XIIIa.
Referências bibliográficas:
Babilas, P.; Knie U.; Abels C. Cosmetic and dermatologic use of alpha hydroxy
 acids. DOI: 10.1111/j.1610-0387.2012.07939.x
Fartasch, M.. Teal J.; Menon G. K. . Mode of action of glycolic acid on human stratum corneum: ultrastructural and functional evaluation of the epidermal barrier. Arch Dermatol Res (1997) 289 : 404–409.
Narda M. et al. Glycolic acid adjusted to pH 4 stimulates collagen production and epidermal renewal without affecting levels of proinflammatory TNF‐alpha in human skin explants. J Cosmet Dermatol. 2020;00:1–9. 
ÁCIDO HIALURÔNICO 
O ácido hialurônico têm a capacidade de reter água até 1.000 vezes o seu volume. Atualmente, a substância de ácido hialurônico é comumente usada para fins estéticos, desfrutando de maior reputação por sua excelente capacidade atenuar e corrigir rugosidades quando aplicado injetavelmente. O nome ácido hialurônico, deriva do termo hialóide (vitreous) mais ácido urônico. O termo hialóide descreve com precisão a sua aparência transparente relativa a vidro (YAMADA & KAWASAKI, 2005). 
O ácido hialurônico é o glicosaminoglicano mais abundante presente na matriz extracelular constituindo a derme, não sulfatadoe não ligado covalentemente à proteínas.. É sintetizado principalmente por fibroblastos, por uma enzima vinculada a membrana plasmática (ácido hialurônico sintetase), que é secretada diretamente em meio extracelular. Devido às suas excepcionais propriedades físicas, o ácido hialurônico desempenha um papel predominante na estrutura e organização da derme e ajuda a garantir a flexibilidade e a firmeza da pele.
A síntese do ácido hialurônico é estimulada pelos fatores de crescimento como: fator de crescimento beta (TGF-b); fator de crescimento derivado de plaquetas – BB, f(PDGFBB), fator de crescimento de fibroblasto, e fator de crescimento epidérmico, no entanto, o mecanismo exato e regulação da biossíntese de ácido hialurônico permanece incerto.
Quando nós pensamos na forma de atuação do ácido hialurônico, indubitavelmente nós reconhecemos a propriedade de retenção de água deste ativo. Então o ácido hialurônico é capaz de formar filme homogêneo na superfície cutânea impedindo a perda de água por evaporação. Tanto da água presente camadas mais profundas da epiderme, quanto camadas mais profundas ainda da pele, como a derme. Além disso, concebe-se ainda que o ácido hialurônico é capaz de se ligar a receptores específicos, receptor de cd 44, quando este ativo, ou fragmento deste artigo interage com esse receptor ele é capaz de produzir algumas respostas, tanto a nível de epiderme, quanto a nível de derme. 
Quando nós falamos a nível de epiderme, este ativo produz e modula processo de proliferação e diferenciação. Estimulando assim, tecido de proteínas de fortificação de pele do tipo integrinas e involucrinas, por exemplo, quando nós falamos na produção do ácido hialurônico, a nível de derme, a ligação deste ativo com os receptores cd44 ou seus fragmentos, vão produzir bioestímulo da produção de uma nova molécula de ácido hialurônico e também de proteínas estruturais como colágeno, e isso favorece o processo de re-densificação dérmica somado aditivamente nós também temos descrito na prática e algumas literaturas também, alguns materiais literários a ação lifting, do ácido hialurônico. 
Neste preceito concebe-se que a composição do ácido determinadas micro regiões faciais, podem exercer efeito de intumescimento que faz com que você tenha uma atenuação visual de linhas e rugas de expressão de pouca profundidade e de baixa extensão. 
O ácido hialurônico também é reconhecido por exercer uma ação antioxidante, ao entrar contato com radicais livres este ativo se polimeriza e isso faz com que ele seja também reconhecido diante do seu potencial protetor a ação dos radicais livres, induzidos sobretudo pela radiação UV.
 Estudos recentes apontam que a aplicação do ácido hialurônico a 1% é capaz então de formar filme plástico na superfície da pele, podendo contribuir para algumas propriedades viscoelásticas cutânea, como aumento da firmeza e de tonicidade, além da atenuação de linhas finas. Estudos clínicos recentes também apontam a participação deste ativo para contribuir nos estágios iniciais processo de cicatrização cutânea, ou seja, eu estou falando de ativo que tem sim uma perspectiva de aplicação do ponto de vista de combate e prevenção aos sinais do envelhecimento cutâneo mas também, do ponto de vista de cuidado de pele quando a gente pensa sentido mais amplo de cuidado e aplicação dermatológica.
NIACINAMIDA
A Niacinamida, também chamada de Nicotinamida, faz parte do grupo da vitamina B. Também é conhecida como vitamina PP. É uma vitamina solúvel água e obtida sinteticamente. Atualmente, é bastante empregada como ativo protagonista ou coadjuvante intervenções dermatológicas e cosméticas de combate ao envelhecimento cutâneo. Ela é empregada numa ampla faixa de concentração, podendo ser utilizada desde concentrações mais baixas como 0,5% a 5%. 
Quando nós falamos no mecanismo de ação da Niacinamida nós vemos que nós temos ativo múltiplo que vai atuar múltiplas vertentes de atuação. A Niacinamida apresenta uma ação dermo calmante através da sua capacidade promover a inibição da polimerase ou nuclease reduzindo a expressão do fator de necrose tumoral e outros mediadores pró-inflamatórios.
Além disso, a Niacinamida é capaz de inibir a quimiotaxia leucocitária. Concebe-se como uma outra perspectiva de atuação da Niacinamida o reforço à barreira da pele. A Niacinamida é capaz de estimular a síntese da Serina palmitoil-transferase, que é uma enzina extremamente responsável pela biossíntese de esfingolipídios e de ceramidas nos queratinócitos. 
Estudos de evidência clínica direta do benefício desse ativo também apresentam bons resultados para inúmeros parâmetros cutâneos. Estudos recentes demonstram a contribuição da Niacinamida para conceber a melhor uniformidade do tom da pele. Os autores acabam atrelando essa resposta clínica ao seu potencial de inibição da transferência de melanossomos dos melanócitos para os queratinócitos; ou seja, ele atua no processo de transporte da melanina, das células produtoras, os melanócitos, para as células onde a melanina acaba sendo depositada, que são os queratinócitos. 
Estudos clínicos com aplicação de Niacinamida a 2% longo termo de uso evidenciam uma redução da perda de água transepidermal, melhora da textura da pele e uniformidade da tonalidade da pele.
Wohlrab J; Kreft Niacinamide D. – Mechanisms of Action and Its Topical Use in Dermatology. Skin Pharmacol Physiol27:311–315, 2014.
AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA IN VIVO
De maneira geral, a avaliação da eficácia envolve o planejamento e a realização de testes capazes de quantificar se o produto atende aos efeitos reivindicados pelo marketing e rotulagem, de acordo com a legislação vigente.
No caso de produtos cosméticos indicados para prevenção e redução dos sinais do envelhecimento da pele, são indicados na embalagem deste produto benefícios como: Aumento da hidratação superficial da pele; aumento do efeito barreira; redução de rugas; aumento do brilho; uniformização do tom da pele; melhora da firmeza e elasticidade da pele; entre outros.
Existem dois tipos de testes de eficácia: os qualitativos e os quantitativos. Os testes qualitativos, como o próprio nome diz, eles fornecem informações qualitativas, mas subjetivas, sobre a qualidade do produto, porque essas informações são obtidas, por exemplo, de um painel treinado de possíveis consumidores com base na eficácia percebida. Já os testes quantitativos baseiam-se na determinação de diferentes parâmetros experimentais cutâneos antes e após o uso do produto, a fim de avaliar as possíveis alterações provocadas pelo cosmético. A avaliação objetiva da eficácia dos produtos cosméticos tem sua origem na introdução da bioengenharia no campo dermatológico, cujos elementos têm contribuído para uma avaliação eficaz do estado da pele, diagnóstico e acompanhamento de um tratamento dermatológico ou de um tratamento cosmético. 
As técnicas de biofísica e análise de imagem da pele são consideradas um avanço na área dermatológica e cosmética. São técnicas in vivo não-invasivas baseadas no uso de equipamentos com diferentes princípios físicos e/ou físico-químico, permitindo a elucidação de como um cosmético age na pele.
Além disso, os fatores intrínsecos e extrínsecos que provocam o envelhecimento da pele provocam alterações nas propriedades biofísicas, estruturais e morfológicas da pele. Essas alterações podem ser caracterizadas por essas técnicas biofísicas e de imagem, de maneira rápida e eficiente.
Os parâmetros mais comuns na literatura científica são conteúdo aquoso do estrato córneo, perda transepidérmica de água, padrão de pigmentação, quantidade de sebo, elasticidade e propriedades mecânicas, propriedades morfológicas e estruturais da epiderme, ecogenicidade da derme, entre outros.
Foram inicialmente empregadas na área dermatológica, para diagnósticos médicos, e depois expandidas para a cosmetologia, devido à grande necessidade de avaliar a eficácia clínica de novos produtos, sendo técnicas utilizadas até os dias de hoje. 
Os dados tanto quantitativos quanto qualitativos, são obtidosde maneira objetiva, prática, criteriosa e em tempo real, permitindo tirar conclusões relacionadas ao estado da pele e/ou à eficácia dos tratamentos cosméticos aplicados.
As vantagens dessas metodologias são facilidade e reprodutibilidade. É de grande importância estabelecer um ambiente padrão no qual será realizado os testes, a fim de obter resultados com baixo desvio padrão
Como qualquer outro estudo que envolve humanos, esses testes são suscetíveis a muitas variáveis (estresse psicológico ou térmico, dieta, etc.) de difícil controle, já que não dependem do método, mas da variabilidade interindividual do painel de voluntários treinados. Portanto é necessário limitar essas variáveis tanto quanto possível.
Além disso, outras variáveis externas devem ser padronizadas. É recomendado que o estudo deve ser realizado em uma sala isolada, a 20ºC e 40-60% de umidade relativa, com o painelista confortavelmente posicionado e deixado para aclimatar por um mínimo de 15 min antes do início das leituras. Em alguns casos, condições especiais também podem ser necessárias, como luz ultravioleta ou visível, entre outros.
DISPOSITIVOS DE ANÁLISE DE IMAGEM DA PELE PARA AVALIÇÃO DE EFICÁCIA COSMÉTICA
Microscopia confocal de reflectância in vivo (MCR): A microscopia focal de refletância a laser é uma forma bastante utilizada para conseguirmos avaliar a eficácia de cosméticos. É uma técnica inovadora, não invasiva, para análise de imagem da pele tempo real. 
É segura e dinâmica para detectar aspectos morfológicos e funcionais uma variedade de doenças de pele a nível quase histológico. Através da técnica, pode-se avaliar as camadas mais superficiais da pele, seguindo parâmetros como espessura, padrão de pigmentação, qualidade das estruturas da pele, hidratação profundidade, micro relevo, entre outros.
Através desse método, a amostra não necessita ser previamente processada ou tratada. Os tecidos cutâneos são oticamente seccionados e visualizados a nível celular, com imagens próximas à da histologia de cortes transversais. É possível identificar estruturas microanatômicas e células individuais com alta resolução. Sendo assim, imagens confocais tem sido avaliadas tanto qualitativamente quanto quantitativamente, correspondendo a cortes histológicos horizontais, sem apresentar qualquer tipo de dano tecidual durante essa análise.
Contudo, uma das limitações da microscopia confocal é que podemos analisar a pele somente até a profundidade de 350 micrômetros. A formação das imagens do equipamento baseia-se nas inferências, na reflexão da luz, proporcionadas por diversos componentes da pele, como consequência de distintos tamanhos, estruturas e índices de refração. Dessa forma, as imagens são formadas pelo microscópio confocal através de diferentes tons de brilho. Na escala de cinza da microscopia confocal, as estruturas surgidas com maior brilho possuem alto índice de refração comparada com as estruturas ao seu redor com menor índice de refração. Componentes da pele com alto índice são melanina, queratina e colágeno.
 Sob o olhar da microscopia confocal uma pele envelhecida é caracterizada por alteração da espessura epidérmica, redução da profundidade das papilas dérmicas, áreas com aumento de grânulos de pigmentação e também progressivo aumento de fibras de colágeno espessadas e de organização massa e irregular, é claro, quando comparadas à pele de uma pessoa jovem
Tomografia de Coerência Óptica: A OCT é uma técnica não invasiva, capaz de resolver a arquitetura da pele in vivo e tempo real, escala micrométrica. E até uma profundidade de a dois milímetros.
O princípio de funcionamento de OCT se baseia na propriedade de reflexividade dos tecidos ou estruturas ou até mesmo materiais que apresentam diferentes perfis de reflexão de luz. A pele humana é caracterizada por ser meio não transparente, como diversas estruturas capazes de promover absorvição ou a reflexão energética incidente.
As imagens produzidas pela OCT se caracterizam por serem projeções seccionais da pele. Essa imagem é formada através reflexão da luz sofrida sobre diferentes tipos de estruturas constituintes do tecido biológicos. Esse retrosinal então é detectado por conversor digital e transformado uma escala de cinza display. Devido a múltipla reflexão conduzida pelas camadas mais profundas da pele, a OCT se limita a analisar apenas as camadas mais superficiais da pele. Se mostrando também método complementar a Microscopia Confocal.

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