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Criptococose ● A criptococose é uma infecção oportunista causada por fungos do complexo Cryptococcus neoformans/ C. gattii, com potencial de disseminação sistêmica. - Popular “doença do pombo” - Infecção extrapulmonar, se manifesta de forma disseminada, principalmente vísceras, pele e SNC (neurocriptococose). - Adquirida pela inalação do fungo presente no solo. Esse fungo atinge a via aérea inferior, e dali dependendo da resposta do hospedeiro e dos fatores de virulência do fungo manifestar a doença. -Pode evoluir para uma pneumonia muito grave, progredir de forma disseminada e principalmente para o SNC, sendo essa última muitas vezes fatal. - A imunossupressão é um fator primordial do desfecho da doença. - Os dejetos dos pombos são o principal meio, mas não o único. Onde pode ser encontrado o fungo Cryptococcus neoformans: o fungo pode ser isolado em frutas deterioradas, árvores, leite bovino, escarro de indivíduos sadios, poeira doméstica, madeira em estado de decomposição e fezes de vários tipos de aves. Histórico ● 1894 - Otto Bussen e Abrahan Buschke primeira descrição da criptococose (observou corpúsculos arredondados encapsulados em lesão sarcoma-símile) ● 1894 - Francesco Sanfelice demonstrou a patogenicidade do fungo - Saccharomyces neoformans. ● 1901 - Vuillemin - Transfere-os para o gênero Cryptococcus ● 1941 e 1944 - Carlos da Silva Lacaz e Floriano de Almeida primeira descrição da criptococose no Brasil. Características Gerais ● Conhecida também Torulose, Blastomicose europeia ou Doença de Busse- Buschke ● É uma micose de natureza sistêmica (profunda) - É a de maior mortalidade entre os portadores de HIV. ● Oportunista, cosmopolita, associada a condições de imunodepressão celular ● Fungo isolado: solo contaminado por fezes de aves, pombos em particular, além de madeira em decomposição, frutos, vegetais e ocos de árvores (saprófitos - se alimenta de materiais em decomposição) ● Infecção ocorre por inalação de esporos - Não só na meninge, mas em todo o encéfalo - meningoencefalite. - Neurocriptococose: o que chama atenção é - paciente imunossuprimido ou não?; cefaléia intensa em região frontal, que não cede a opióides. Só cede com a punção de alívio. Epidemiologia ● C. neoformans→ cosmopolita ● C. gattii → tropicais/subtropicais → meio campestre → isolado de diferentes espécies de árvores: Oiti, Cássia gigante, Cássia- rosa, mangueira, figueira e gameleira. ● Acomete cães e gatos ● A transmissão entre animais e o homem não foi comprovada ● Doença oportunista com maior morbidade e mortalidade entre os pacientes soropositivas - Fungo que se reproduz facilmente na temperatura ambiente; -Acomete cães e gatos - A transmissão entre animais e o homem não foi comprovada - Doença oportunista com maior morbidade e mortalidade entre os pacientes soropositivos Transmissão - Após o brotamento das hifas, haverá a liberação dos esporos, que liberam basidiósporos. Tanto presente nas excretas dos pombos e pássaros, como em árvores (eucalipto, madeira de decomposição). O ser humano inala, porta de entrada, e o fungo irá se depositar no trato respiratório inferior. E, então, a depender da resposta do hospedeiro, teremos uma regressão (apenas uma infecção) ou disseminar pela via hematogênica/linfática. Patogenicidade - No primeiro ciclo de infecção do vírus, via aérea inferior, a resposta inflamatória diferencia o tipo de infecção. No paciente imunocompetente ele pode apresentar uma pneumonia moderada. - O fungo atingindo os brônquios terminais e os alvéolos pulmonares, eles entram no sistema fagocítico e se reproduz e a partir dessa reprodução causar lise celular, e assim os novos fungos são liberados no pulmão, e os fungos por translocação conseguem atingir o endotélio capilar. - Ao chegar no SNC ele pode atravessar a barreira hematoencefálica, ele pode entrar através do seu mecanismo de virulência, utilizando o próprio macrófago ou monócito para entrar - chamado de cavalo de troia, que usa a célula do organismo humano para penetrar no SNC. - Nos fatores de virulência, temos 4 importantes: ○ Capacidade de produzir uma membrana polissacarídica espessa, que não permite o macrofago a fagocitose, entrar e atingir esse fungo - célula de Titã (fungo com uma membrana polissacarídica espessa e macrofago tentando entrar na célula). ○ Sobrevive em 37°C ○ Produção de enzimas que dificultam e interferem na defesa do hospedeiro, a principal delas é a urease - que bloqueia sinais químicos e a chegadas de células por quimiotaxia no local de infecção. ○ Metil- protease é uma enzima que o fungo possui que facilita a entrada no SNC, justamente liberando fatores de adesão, translocação e de entrada, permitindo o fungo entrar na barreira hematoencefálica. - A 2a imagem mostra o fungo utilizando o macrófago para entrar na corrente sanguínea, ou entra sozinho. - “Cavalo de Troia” fungo usando o monócito para entrar na corrente sanguínea e parênquima cerebral. Já no parênquima, ele sai do monócito para poder se reproduzir. Alta capacidade de reprodução. Manifestações Clínicas Criptococose Pulmonar Pulmonar Regressiva ● Infecção primária - autolimitada ● Assintomática ● Relação parasita- hospedeiro - Paciente imunocompetente Pulmonar Progressiva - Paciente imunocompetente vai apresentar sintomas de pneumonia comum. ● Sintomas: tosse, escarro mucóide, dor torácica pleurítica ● Radiologia: - Radiologia mostrando uma condensação em lobo superior, parecendo uma pneumonia comum. Pode levar a pensar em um fungo em razão das pneumonias bacterianas geralmente terço médio e base esquerda. - Alvéolos distendidos pela presença de tanto fungo. Ao lado imagem de um alvéolo normal para ser comparado. Disseminada Forma Meningoencefálica ● 90% dos casos diagnosticados ● Disseminação hematogênica ● Assintomática ● Aumento da pressão intracraniana e do líquor - não é patognomônico, mas bem sugestivo ● Sintomas: ➔ Cefaléia occipital intermitente ➔ Febre alta (rara), tremores e calafrios ➔ Similar a uma bacteriana. Forma Cutânea ● Primeira forma observada ● Adenopatias regionais ● Aspectos dermatológicos das lesões: nódulos, pápulas, pústulas, úlceras isoladas ou múltiplas. Forma Óssea ● Caso de Busse - Buschke ● Pus viscoso ● Manifestação: dor, inflamação, fraturas espontâneas ● Parasita → exame direto Espécimes Clínicas - Escarro: paciente com granuloma/ pneumonia - Lavado Bronco- alveolar: paciente com granuloma/ pneumonia - LCR - líquor: neurocriptococose é o de escolha. Diagnóstico Tipos de Técnicas ● Exame direto: pega a amostra e já olha direto no microscópio ➔ Leveduras ➔ Cap. polissacarídica ➔ Tinta da china ➔ Nigrosina ➔ Amostras purulentas → KOH a 10% → eliminar células ➔ O líquor e urina deve ser centrifugado → sedimento ● Cultura ● Histopatológico - pega um pedaço do tecido ● Testes sorológicos: ➔ Aglutinação de Látex: - oferece diagnóstico rápido, mais encontrada em hospitais de grande porte. ❏ A detecção do antígeno do polissacarídeo capsular de Cryptococcus spp ❏ Um dos principais testes sorológicos realizados na rotina micológico ❏ Testes utilizam partículas de látex revestidas com anticorpos policlonais para a cápsula criptocócica ❏ Sensibilidade 93-100% ❏ Especificidade 93-98% ➔ ELISA: ❏ Detecta antígenos ou anticorpos ❏ Detecta o antígeno mesmo em pequenas quantidades ❏ Desvantagem apenas no tempo de liberação do resultado ● Técnicas moleculares: mais utilizado para pesquisa. ● LCR: ➔ Amostra mais utilizada ➔ Três tubos ➔ Médico - termo de consentimento ● Testes Bioquímicos: ➔ Teste de Urease: apenas criptococose produz a urease em grande quantidade. ❏ Fácil, rápido e de baixo custo ❏ Teste diferencial ❏ A urease é uma enzima que degrada a uréia em duas moléculas de amônia e uma de anidrido carbônico ❏ Diferencia Criptococose de uma infecção por cândida ❏ Diferenciação do gênero ❏ Cryptococcus neoformans é urease + ● Imagem: suspeição clínica, raio- X, aspectos clínicos epidemiológicos Tratamento ● A escolha da droga vai depender da forma clínica - Flucitosinanão tem no Brasil, por isso utilizamos fluconazol. A flucitosina diminui o tempo de tratamento e diminui o número de óbitos. *Será cobrado esse tratamento ABAIXO na prova. -Saber que tem o tratamento com o fluconazol. - Tabela abaixo será cobrada na prova - flucitosina que já é o protocolo novo que será implantado daqui 6 meses. - Prof falou que a monoterapia no caso do imunocompetente não acontece, como mostra na tabela, ele disse que se não houver a flucitosina será substituído pelo fluconazol como no protocolo antigo. - Não precisa saber formulações lipídicas para prova. -Saber qual medicamento irá usar, se irá associar ou não, o período que é (indução, consolidação e manutenção). - Paciente imunodeprimido sempre a fase de manutenção está presente.
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