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1.Definição Proliferação (hiperplasia) de células do epitélio e do estroma prostático, formando um tecido nodular adenomatoso. Isso geralmente provoca um aumento do volume da glândula, associado a uma história clínica de sinais e sintomas obstrutivos/irritativos, mais comum em homens acima dos 45 anos. 2. Anatomia A próstata normal de um homem adulto pesa cerca de 20g e está localizada inferiormente à bexiga, sendo atravessada pela 1ª porção da uretra, limitada anteriormente pela sínfise púbica e posteriormente pelo reto. 4 regiões anatômicas: zona periférica, zona central, zona de transição e estroma anterior. A zona periférica é derivada do seio urogenital e representa o local mais frequente do aparecimento do câncer, enquanto a zona de transição é o sítio exclusivo de origem da hipertrofia benigna. Atualmente, acredita-se que o desenvolvimento dessa hiperplasia resulte da ação de vários mecanismos interativos, em que se destacam a testosterona, a diidrotestosterona (DHT) e alguns fatores de crescimento teciduais. Rceptores alfa-1-adrenérgicos são encontrados em abundância no estroma e ao nível do colo vesical, de modo que a hiperatividade do sistema simpático promove a contração muscular local, com aparecimento de forças centrípetas que tendem a ocluir a uretra prostática e o colo da bexiga. 4. Fisiopatologia O aumento volumétrico da próstata provoca diminuição do calibre e aumento da resistência uretral, com consequente dificuldade de esvaziamento vesical. Aumento da atividade alfa-adrenérgica nas fibras musculares hipertrofiadas provoca a elevação da resistência uretral. Hiperatividade, como resposta ao esforço contínuo na tentativa de esvaziamento, ou hipoatividade, como resultante da falência muscular nas fases mais avançadas da doença. 5. Manifestações Clínicas As manifestações clínicas da HPB apresentam uma intensidade bastante variável, de discretos sintomas irritativos e obstrutivos a retenção urinária. Os obstrutivos decorrem da obstrução produzida pela massa tumoral e pelo tônus da musculatura lisa da uretra e do estroma prostático, enquanto os irritativos se devem a uma disfunção vesical. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO 3. Etiopatogenia O aumento da idade e a presença dos testículos representam as determinantes mais importantes para o desenvolvimento da HPB. Os sintomas irritativos acontecem durante a fase de enchimento vesical. Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (IPSS) c) Litíase vesical: os pacientes podem apresentar bloqueio abrupto do jato urinário e, às vezes, hematúria macroscópica. d) Insuficiência renal aguda ou crônica: nefropatia obstrutiva crônica; hidronefrose. e) Hematúria: ruptura dos vasos submucosos locais. 7. Diagnóstico a) História Clínica b) Exame Físico Deve-se observar a micção, avaliando seu jato urinário, realizar a palpação do hipogástrio, para detectar massas ou globo vesical, e realizar o toque retal. O toque avaliará de a próstata está aumentada de volume e detectará possíveis nodulações. No exame digital da próstata devem ser avaliadas a contração e a sensibilidade do esfíncter anal, o reflexo bulbocavernoso, as características prostáticas (volume, consistência, regularidade, limites, sensibilidade e mobilidade), as vesículas seminais e a parede retal. A medida do resíduo urinário pode ser obtida com a passagem de uma sonda vesical após a micção ou por meio de ultrassonografia transabdominal. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO Avaliação da qualidade de vida relacionada a sintomas urinários 6. Complicações a) Retenção urinária aguda: são fatores que podem desencadear a retenção urinária aguda o uso de simpáticomiméticos ou anticolinérgicos, distensão aguda da bexiga (diurese forçada), prostatite aguda, cálculo vesical ou infarto prostático. b) Infecção urinária e prostatite: resultam de colonização prostática ou da presença de urina residual e podem provocar quadros de bacteremia. exame de urina: investigar a presença de piúria (infecção) e hematúria; ureia e creatinina: avaliar uma complicação importante da HPB, a nefropatia obstrutiva; PSA (antígeno prostático específico): é uma glicoproteína produzida pelo tecido prostático que pode elevar os seus níveis séricos em qualquer doença prostática inflamatória ou neoplásica. O valor normal é de até 4ng/mL. c) Exames laboratoriais obrigatórios Insuficiência renal pós-renal e/ou resíduo vesical elevado, causados pela HPB; Pacientes com história de hipotensão postural ou hipersensibilidade à droga. Doença cerebrovascular; História de síncope; Retenção urinária aguda repetida ou infecção urinária recorrente atribuída à HPB. mas entre 0 e 7). b) Tratamento Farmacológico É indicado aos pacientes com sintomatologia moderada (escore de sintomas entre 8 e 19) e deve ter morbidade mínima e boa aceitação e não interferir na sua qualidade de vida. Os alfa-bloqueadores seletivos alfa-1 amenizam os sintomas miccionais com efeitos sistêmicos de intensidade e frequência menores (urosseletivos). Contraindicações ao uso dos alfa-bloqueadores: - Contraindicações absolutas: - Contraindicações relativas: Alfa bloqueadores com inibidores da alfa-5-redutase padrão-ouro ex.: tansulosina + finasterida Antimuscarínicos com beta-3-agonistas para pacientes com sintomas de armazenamento muito intenso relaxa o músculo da bexiga pode associar com padrão-ouro Inibidores da 5-fosfodiesterase (5PD) quando disfunção erétil pode ser associado aos outros ex.: tadalafila de uso diário ultrassonografia: avalia a morfologia do trato urinário, o volume da próstata e o resíduo pós-miccional; urofluxometria: método urodinâmico recomendável, que registra, em gráfico, a curva do fluxo urinário; uretrocistoscopia: avalia a presença ou não de estenose de uretra, extensão da uretra prostática, aspecto da parede vesical (trabeculações e divertículos) e observação de doenças associadas (cálculos ou tumores vesicais); urografia excretora: permite diagnosticar outras doenças (tumor, cálculo, cisto) e fornece imagens da bexiga, como trabeculações, divertículos, cálculos e tumores. d) Outros exames não obrigatórios e) Diagnóstico Diferencial HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO 8. Tratamento A ausência de uma correlação significativa entre as dimensões da próstata e a intensidade dos sintomas clínicos torna precária a indicação de uma intervenção terapêutica em HPB quando baseada exclusivamente no volume da próstata. a) Observação e acompanhamento Devem ser anuais e estão indicados a todos os pacientes com sintomas leves e sem complicações (escore de sinto- Retenção urinária; Infecções recorrentes ou persistentes do trato urinário; Distúrbios anatômicos ou funcionais do trato urinário superior, decorrentes de obstrução prostática; c) Fitoterápicos A Serenoa repens tem sido um dos agentes mais estudados e as respostas clínicas têm sido positivas. d) Tratamento Cirúrgico Deve ser indicado nos casos de: cações da RTUP e aos pacientes com contraindicações à RTUP (alterações na bacia que impossibilitam o adequado posicionamento do paciente e estenose uretral extensa). Calculose ou divertículos vesicais secundários à obstrução; Hematúria macroscópica recorrente de origem prostática; Insucesso ou impossibilidade de tratamento clínico. - Incisão transuretral da próstata - Tratamentos minimamente invasivos Dilatação por balão, hipertermia e uso de ultrassom de alta frequência foram considerados métodos inaceitáveis de tratamento por seus resultado inscontantes e imprevisíveis, além da necessidade de múltiplas sessões e a recidiva precoce dos sintomas. O uso de stent uretral foi considerado aceitável com restrição pela falta de evidências científicas de seu benefício. As técnicas com uso de micro-ondas trnasuretral, ablação por agulha (TUNA), coagulação intersticial por laser e eletrovaporização transuretral foram consideradas métodos aceitáveis de tratamento.- Ressecção transuretal de próstata (RTUP) Padrão-ouro Cerca de 20% dos paciente submetivos à RTUP necessitarão de uma nova ressecção ao longo da vida. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO - Terapia a laser Permite a vaporização fotosseletiva da próstata (PVP, do inglês Photoselective Vaporization of the Prostate), uma técnica de ablação da glândula, de elevadas eficácia e precisão. - Prostatectomia aberta A cirurgia aberta é indicada aos casos de próstatas volumosas (acima de 80g) pelo aumento nas taxas de compli-
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