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DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Inicialmente, quando se fala em direitos políticos, é necessário que o aluno tenha recordação das seguintes expressões e palavras-chaves para melhor discorrer em questões discursivas, bem como centralizar o seu estudo. Veja: Soberania Garantia de participação popular Processo de condução da vida política nacional Exercício da cidadania Democracia “semiparticipativa” Instrumentos de exercício da soberania popular Nesse sentido, o professor Alexandre de Morais1 de maneira sintética aborda os direitos políticos como “o conjunto de regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular”. São direitos, portanto, relacionados ao exercício da cidadania como destacado acima. 2. REGIMES DEMOCRÁTICOS Considerando-se que os direitos políticos são instrumentos de exercício da soberania popular é necessário demonstrar os tipos de regimes democráticos existentes que são, em verdade, três diferentes tipos! 1) Democracia direta: é aquela em que o povo exerce o poder diretamente, sem intermediários ou representantes; 2) Democracia representativa ou indireta: é aquela em que o povo elege representantes que, em seu nome, governam o Estado. Diante disso, na representação, o representante exerce um mandato e não fica vinculado à vontade do povo – mandato livre – diferente do que ocorre no mandato imperativo, em que o representante se vincula à vontade dos representados, sendo apenas um veículo de transmissão. Além 1 MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9º edição. São Paulo. Editora Atlas: 2010, p. 538. DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR disso, ele não representa apenas os seus eleitores, mas toda a população de um território (mandato geral); 3. Democracia semidireta ou participativa: é aquela em que o povo tanto exerce o poder diretamente quanto por meio de representantes. Trata-se de um sistema HÍBRIDO OU MISTO em que apresenta tanto características da democracia direta como da indireta. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS A doutrina classifica os direitos políticos em duas espécies: (1) direitos políticos POSITIVOS e (2) direitos políticos NEGATIVOS. Os direitos políticos positivos estão relacionados à participação ativa dos indivíduos na vida política do Estado (direitos relacionados ao sufrágio). Por sua vez, os direitos políticos negativos são as normas que limitam o exercício da cidadania, que impedem a participação dos indivíduos na vida política estatal (inelegibilidades e as hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos). DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS - Art. 14, incisos I a III, Constituição Federal de 1988; - Relacionados à participação ativa dos indivíduos na vida política do Estado; Art. 14 – A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para NOTA ATENÇÃO! “O BRASIL ADOTA O REGIME DE DEMOCRACIA SEMIDIRETA (TAMBÉM CHAMADA DE DEMOCRACIA PARTICIPATIVA) NA MEDIDA EM QUE UTILIZA CARACTERÍSTICAS DA DEMOCRACIA SEMIDIRETA AO APLICAR, POR EXEMPLO, O PLEBISCITO, O REFERENDO E A INICIATIVA POPULAR DE LEIS, COMO TABMÉM DA DEMOCRACIA INDIRETA AO PERMEABILIZAR A REPRESENTATIVIDADE.” DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR todos, e, nos termos da lei, mediante I. plebiscito; II. referendo; III. iniciativa popular; Os direitos políticos positivos estão relacionados ao exercício do SUFRÁGIO. Ao contrário dos que muitos pensam, SUFRÁGIO NÃO É SINÔNIMO DE VOTO. O sufrágio é um direito público subjetivo que compreende o complexo de participação eleitoral em um Estado. O voto, por sua vez, é um mero instrumento para o exercício do sufrágio. O direito de sufrágio, portanto, é a capacidade de votar e de ser votado, ou seja, o sufrágio envolve a capacidade eleitoral ativa e a capacidade eleitoral passiva. A capacidade eleitoral ativa representa o direito de alistar-se como eleitor (alistabilidade) e o direito de votar. Por seu turno, a capacidade eleitoral passiva representa o direito de ser votado e de se eleger para um cargo político (elegibilidade). Sendo assim, perceba que o sufrágio é a conjugação entre a capacidade eleitoral ativa e passiva. De acordo com a doutrina, o sufrágio pode ser de dois tipos. (1) SUFRÁGIO UNIVERSAL é aquele em que o direito de votar é concedido a todos os nacionais, independente de condições econômicas, culturais, sociais ou antropológicas. Logo, os critérios para determinar a capacidade de votar e de ser votado são não discriminatórios. A Constituição Federal de 1988 consagra o sufrágio universal, assegurando o direito de votar e de ser votado a todos que cumpram requisitos de alistabilidade e de elegibilidade. (2) SUFRÁGIO RESTRITO (qualificado) ocorre quando o direito de votar depende do preenchimento de algumas condições especiais, DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR sendo atribuído a apenas uma parcela dos nacionais. Fique atento ao fato de que o sufrágio restrito poderá ser CENSITÁRIO – quando depender do preenchimento de condições econômicas como, por exemplo, renda, bens etc. – ou CAPACITÁRIO quando exigir que o indivíduo apresente alguma característica especial como, por exemplo, ser alfabetizado. 4. PLEBISCITO, REFERENDO, INICIATIVA POPULAR E AÇÃO POPULAR Plebiscito e Referendo - Consistem em consulta popular sobre determinado assunto. - Convocação: Congresso Nacional (art. 49, XV, CF) ATENÇÃO! Não há previsão legal para convocação pelo Presidente da República ou pelo povo. NOTA ATENÇÃO! A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 14 determina que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal mediante voto direto, secreto, universal, periódico, obrigatório e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis. Dentre todas essas características, a única que não é cláusula pétrea é a obrigatoriedade de voto (poderá ser abolida mediante emenda constitucional). DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR - A convocação do Plebiscito ou Referendo ocorre através de decreto legislativo 2 ; (≠) Plebiscito Referendo Primeiro pergunta ao povo Depois faz a lei ou ato normativo Antes faz a lei ou ato normativo Depois consulta o povo Consulta anterior a criação do ato normativo Consulta posterior a criação do ato normativo Iniciativa popular - Possibilidade que o povo tem de elaborar projetos de lei (lei federal, estadual ou municipal); - Requisitos: Lei Federal (art. 61,§2º, CF): 1% do eleitorado nacional; 5 Estados; Mínimo de 0,3% (3/10) dos eleitores de cada um dos 5 Estados; Projeto enviado a Câmara dos Deputados Art. 61, § 2º, CF - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei (1) subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, (2) distribuído pelo menos por cinco Estados, com (3) não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Lei Estadual A Constituição Federal não diz. (É a Constituição de cada Estado que vai dizer); 2 Deve ser de iniciativa de 1/3 de uma das casas para fazer o projeto do Plebiscito ou Referendo; DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR Lei Municipal (art. 29, CF) 5% do eleitorado do município - O projeto de lei de iniciativa popular não é obrigado a ser aprovado pela casa parlamentar. Entretanto, não pode o legislativo rejeitar o projeto por vício de forma; - O legislativo não tem prazo para deliberação do projeto de lei de iniciativa popular; Ação Popular - Previsão: Artigo 5º, LXXIII, CF; - Ajuizada por qualquer cidadão; - Evitar ou reparar lesão ao: a) Patrimônio público; b) Meio ambiente; c) Moralidade administrativa; d) Patrimônio histórico ou cultural - Não tem custas e ônus de sucumbência, salvo comprovada má-fé; CF, art. 5, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR 5. DIREITO DE SUFRÁGIO - Direito de votar e ser votado; DIREITO DE VOTAR: Alistabilidade: Brasileiro ou português equiparado3; Alistamento eleitoral – procedimento administrativo na Justiça Eleitoral para obter título de eleitor; Não pode ser militar conscrito; VOTO: OBRIGATORIEDADE E FACULTATIVIDADE Obrigatório +18 anos - de 70 anos Facultativo +16 – 18 anos +70 anos Analfabetos Proibido Estrangeiro Militar conscrito Características do voto: a) Voto Direto* (voto realizado sem intermediários – eleitor escolhe diretamente seu representante); 3 Desde que opte pelos direitos políticos brasileiros; DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR Obs.: Existe na CF/88 uma hipótese de voto indireto (art. 81 §1º, CF) → Se o presidente e o vice-presidente deixam o cargo nos últimos 2 anos do mandato, ocorrerão eleições indiretas no Congresso Nacional no prazo de 30 dias. Art. 81 § 1º, CF - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. → Essa regra aplica-se analogicamente para os Estados, DF e Municípios. b) Voto Secreto* (eleitor vota sigilosamente) c) Voto Universal* (todos têm o direito de votar sem distinção) Obs.: Mulher só veio votar em 1932 / Constituição de 1824: voto censitário ($) d) Voto Periódico* (de tempos em tempos, o eleitor tem o direito de votar) e) Personalíssimo (não se admite voto por procuração) f) Igualitário (voto de todos possui o mesmo peso) g) Liberdade (só é obrigatório o comparecimento: voto branco, nulo, algum candidato) *cláusula pétrea (art. 60 §4º, CF) DIREITO DE SER VOTADO: Elegibilidade: Condições de Elegibilidade – Art. 14 § 3º, CF 1) Nacionalidade brasileira ou Português equiparado; DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR OBS: Existem cargos eletivos que são privativos de brasileiros natos – Presidente da República; Vice-presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados e Presidente do Senado Federal. 2) Pleno gozo dos direitos políticos (não perdeu os direitos políticos ou não encontra-se suspenso); 3) Alistamento eleitoral – procedimento administrativo perante a Justiça Eleitoral (condição tanto para votar quanto para ser votado); 4) Domicílio eleitoral na circunscrição Domicílio eleitoral ≠ Domicílio civil 5) Filiação partidária 6) Idade mínima CF, Art. 14 § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima Momento de aferição das condições de elegibilidade: DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR Regra = registro da candidatura Exceção = para aferir a idade mínima, leva-se em conta a data da posse; INELEGIBILIDADE: - Incapacidade de ser votado; CF, Art. 14 § 4º - São inelegíveis os inalistáveis (militar conscrito e estrangeiro) e os analfabetos. REELEIÇÃO: - Poder Legislativo * Possível * Indeterminadas vezes - Poder Executivo *Só é possível uma reeleição consecutiva. Entretanto, é permitido uma segunda reeleição não consecutiva; DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR PARENTESCO: - Poder Legislativo * Parentes dos membros do legislativo podem se candidatar a quaisquer cargos. - Poder Executivo * Parentes do chefe do executivo não podem se candidatar a cargos dentro da circunscrição do seu parente chefe. CF, Art. 14 § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição (circunscrição) do titular, o cônjuge (união estável) e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. CÔNJUGE / PARENTE SANGUINEO, AFINS OU ADOÇÃO ATÉ SEGUNDO GRAU - Aplica-se inclusive na união homoafetiva e união estável. Se o cônjuge “separar”? Acaba a inelegibilidade relativa? Não. A separação judicial durante o mandato não afasta a condição de inelegibilidade. Súmula Vinculante 18 – STF: DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOSPARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR “A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE OU DO VÍCULO CONJUGAL, NO CURSO DO MANDATO, NÃO AFASTA A INELEGIBILIDADE PREVISTA NO § 7 DO ARTIGO 14 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.” Art. 14, § 7º, CF - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. CANDIDATURA A OUTRO CARGO POLÍTICO... Poder Legislativo = pode se candidatar a outro cargo? Sim. Não precisa renunciar ao atual mandato. Poder Executivo = pode se candidatar a outro cargo? Sim. Entretanto, é necessário renunciar o mandato 6 meses antes da eleição. DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR CF, Art. 14 § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. MILITAR a) menos de 10 anos de serviço = afasta da atividade b) mais de 10 anos de serviço = se afasta temporariamente e, se eleito, passa para a inatividade; CF, Art. 14 § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS - art. 15, CF; Não existe cassação de direitos políticos no Brasil. CF, Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. PERDA = Prazo indeterminado, em princípio; SUSPENSÃO = Prazo determinado, em princípio; Em ambos os casos é possível retornar os direitos políticos. PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS 1) CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO: a) Ação para cancelamento da naturalização CF, Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; o Ação ajuizada pelo MPF na Justiça Federal o Sentença judicial transitada em julgado o Cabimento = prática de atividade nociva ao interesse nacional o Não é mais brasileiro após o transito em julgado – não possui mais direitos políticos (não pode votar; não pode ser votado; b) Aquisição voluntária de outra nacionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR “Via de regra, quem se naturaliza perde a nacionalidade originária.” Brasileiro se naturaliza americano → deixa de ser brasileiro → perde os direitos políticos Momento da perda da nacionalidade brasileira? Decreto presidencial. 2) ESCUSA DE CONSCIÊNCIA (art. 5º, VIII, CF) - Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; CF, Art. 5, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 1) INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA - O lapso temporal será equivalente ao tempo que durar a incapacidade civil absoluta 2) CONDENAÇÃO POR IMPROBIDADE ADMINSITRATIVA - Art. 37, CF § 4º CF, Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR Ação de improbidade administrativa possui foro privilegiado? É julgado na primeira instância. Não há foro por prerrogativa de função. Art. 84, § 1 e 2 ADIn 2797 3) CONDENAÇÃO PENAL TRANSITADA EM JULGADO - Enquanto durarem os efeitos da condenação (até a extinção da punibilidade); - Independe da prisão do condenado; Ex: “A” condenado criminalmente transitado em julgado no regime aberto; “B” condenado criminalmente transitado em julgado a serviços comunitários; “C” → SUSIS (suspensão condicional da pena) “D” obteve livramento condicional depois de cumprido parte da pena; - Não é necessária ação de reabilitação ou prova de reparação de danos para retomar os direitos políticos após os efeitos da condenação. Basta o mero cumprimento da pena ou extinção da pena (SÚMULA 09 DO TSE); Preso provisório tem direitos políticos? A Constituição não prevê que a prisão consiste na suspensão dos direitos políticos. Assim, o preso provisório possui direitos políticos. Portanto, preso provisório pode votar e ser votado. DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR “TSE entende que o preso provisório tem direitos políticos, mas diz que o exercício dependerá da estrutura de cada Estado, de acordo com as regras do TRE.” Regra → condenação penal transitada em julgado implica na suspensão dos direitos políticos. Exceção para os Deputados Federais e Senadores (CF, Art. 55, VI). Assim, no caso dos deputados e senadores a perda do mandado ocorrerá somente com autorização da casa parlamentar do membro do Congresso Nacional, sendo assim, para esses não há no que falar de suspensão automática dos direitos políticos para deputados federais e senadores quanto houver condenação penal transitada em julgado (pois, depende de autorização da casa parlamentar). Obs.: Os Deputados Estaduais possuem as mesmas prerrogativas. Já, para o vereador não há aplicação desta exceção. RETOMADA DOS DIREITOS POLÍTICOS PERDA/SUSPENSÃODOS DIREITOS POLÍTICOS READQUIRIR OS DIREITOS POLÍTICOS PERDA: Ação para cancelamento da naturalização Ação rescisória + alistamento eleitoral PERDA: Aquisição voluntária de outra nacionalidade Decreto presidencial + alistamento eleitoral PERDA: Escusa de consciência Cumprir a prestação alternativa + alistamento eleitoral SUSPENSAO: Incapacidade civil absoluta Adquirir a capacidade civil + alistamento eleitoral SUSPENSÃO: Improbidade administrativa Ressarcir o erário, dentre outros requisitos legais da lei de improbidade administrativa. SUSPENSÃO: Condenação penal transitada Extinção da punibilidade PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU ANTERIORIDADE ELEITORAL DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR - “As leis que alteram o processo eleitoral, embora entrem em vigor imediatamente, só poderão ser aplicadas às eleições que ocorrerem pelo menos um ano depois”; - Art. 16, CF é cláusula pétrea: “STF entendeu que é um direito individual do eleitor” – EC 52/2006 - ADIn; CF, Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. [Cláusula Pétrea] DOS PARTIDOS POLÍTICOS DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR Art. 17, CF. - Princípio da Liberdade Partidária É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos. Liberdade limitada: a) Soberania Nacional (não é possível, por exemplo, a criação de um partido político que pregue a subordinação do Brasil a outro Estado) b) Pluripartidarismo c) Regime democrático (não é possível, por exemplo, a criação de um partido que defende o fim da democracia e a imposição da ditadura) d) Direitos da pessoa humana (não é possível, por exemplo, a criação de um partido que defenda a supremacia da raça ariana) CF, Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana (...) Partidos políticos devem observar os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR - Autonomia aos partidos políticos Art. 17 § 1º, CF - É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. Art. 17, CF § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei (APLICADO A TODOS OS PARTIDOS). Congresso Nacional criou uma cláusula de barreira: somente teria acesso aos recursos partidários o partido que obtivesse um número mínimo de votos. Entretanto, o STF afirmou que tal regra é inconstitucional, por ferir os direitos da minoria. § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 CAPÍTULO IV DOS DIREITOS POLÍTICOS Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; Regulamento VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice- Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice- Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º - São inelegíveis para os mesmos cargos, no período subseqüente, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seis meses anteriores ao pleito. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR único período subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundograu ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9º - Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Kaio Coelho kaiocoelho@outlook.com @Prof. Kaio Coelho Síntese de aula DIREITOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS CUCA –– CONCURSOS PÚBLICOS WWW.CUCARR.COM.BR Art. 16 A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua promulgação. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) CAPÍTULO V DOS PARTIDOS POLÍTICOS Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º - É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006) § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
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