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Toxoplasmose: A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, intracelular obrigatório, afeta espécies homeotérmicas (temperatura corporal interna permanece constante). Não há artrópode transmissor e possui distribuição mundial. Morfologia: Possuem micronemas que fazem o reconhecimento e adesão do parasito aos receptores celulares. As roptrias são responsáveis pela invasão e internalização do parasito no hospedeiro. Os grânulos densos são responsáveis pela remodelação do vacúolo parasitóforo para sobrevivência do parasito. O apicoplasto é o plastídeo responsável pela sobrevivência intracelular do parasíto, faz a síntese de aa e agv. ➔ Taquizoítos: possuem forma de meia lua, com as extremidades afiladas, e está presente na fase aguda da infecção, possui reprodução rápida e se localizam nos vacúolos nas células e está presente nos líquidos orgânicos. ➔ Bradizoítos: estão presentes na forma crônica da doença, possui uma reprodução lenta e se localizam em tecidos musculares esqueléticos, cardíacos, nervoso e retiniano. ➔ Oocisto: é a forma de resistência do parasito, são produzidos nas células intestinas por reprodução sexuada, são eliminadas junto com as fezes, e no ambiente sobre esporulação, na esporulação liberam 2 esporocistos com 4 esporozoítos cada, são viáveis no solo por vários meses. Os esporozoítos eclodem dos oocistos- é a forma infectante. Ciclo biológico: Heteroxeno: - HD: gatos e felídeos não imunes- onde ocorre reprodução assexuada e sexuada. HI- todos animais domésticos ou silvestres e o homem, onde ocorre a reprodução assexuada. ➔ No hospedeiro definitivo ocorre a reprodução assexuada em linfonodos e outros tecidos, os taquizoítos livres com multiplicação rápida está presente na fase aguda da doença; os bradizoítos em cistos possuem multiplicação lenta e estão presentes na fase crônica da infecção. No epitélio do intestino delgado são produzidos os oocistos e são eliminados nas fezes. ➔ HI: ocorre a reprodução assexuada, os taquizoítos livres vão para sangue, sêmen, leite e urina de animais com infecção aguda e os bradizoítos dento de cistos vão para os tecidos e órgãos na fase crônica. No HD, ocorre o ciclo coccidiano completo com fase assexuada e sexuada dependendo do local com as formas de taquizóitos – bradizoitos – merozoítos – gametócitos – oocistos imaturos. No HI, ocorre o ciclo assexuado com taquizoítos, esporozoítos e bradizoítos que são as formas infectantes. ➔ Forma assexuada: endodiogenia (HI), esquizogonia (HD) e merogonia (HD) ➔ Forma sexuada: gametogonia (HD) e esporogonia (ambiente). Ciclo: HI ingerem oocistos maduros com esporozoítos, ou leite com taquizoítos ou bradizoítos na carne crua. O parasito vai para o epitélio intestinal – multiplicação intracelular -> taquizoítos -> circulação -> penetração em várias células: vacúolos parasitóforo -> multiplicação por endodiogonia: rompimento celular: liberação de novos taquizoítos – sangue e linfa (fase aguda) – desenvolvimento da imunidade e eliminação das formas extracelulares-> evolução para forma cística: bradizoítos encistados em tecidos (fase crônica). Fase coccidiana: ocorre nas células espiteliais do intestino delgado do HD. Ocorre por ingestão de oocistos com esporozoítos eliminados por outros felinos; bradizoítos presente na carne de roedores ou taquizoítos presentes no leite. Com a penetração no epitélio intestinal do gato tem a multiplicação por merogonia e endodiogenia e formação de meronte dentro do vacúolo parasitóforo contendo merozoítos- rompe meronte e libera merozoítos com a infecção de outras células, ocorre a diferenciação dos merozoítos para as formas sexuadas: gametócitos masculinos e femininos. Tem-se a produção de microgametas (masculina) e macrogametas (femininos) com a liberação dos microgametas intracelulares que irão fecundar outros macrogametas e produzir ovo ou zigoto; tem a formação da parede cística com produção do oocisto e rompimento celular e liberação do oocisto imaturo nas fezes. O oocisto imaturo é liberado nas fezes e no ambiente sofre a esporogonia com a maturação e embrionamento em 4 dias, o oocisto contendo 2 esporocistos com 4 esporozoítos; o oocisto mantém-se viável de 12 a 18 meses. Transmissão: É transmitido por mais de 300 espécies de animais- mamíferos e aves. Pode ocorrer por ingestão de oocistos presentes nos jardins, caixas de areia ou disseminados por vetores mecânicos, o fato dos felinos cobrirem as fezes aumenta as condições de sobrevivência do oocisto. Pode ser transmitido pela ingestão de cistos em carne crua ou mal-cozida especialmente de porco e carneiro; ou ingestão de taquizoítos no leitem saliva, deposição de taquizoítos na mucosa vaginal junto com esperma. Transmissão congênita ou transplacentária pode ser pela transmissão de taquizoítos na fase aguda ou por rompimento de bradizoítos presentes no endométrio por ação mecânica. Patogenia: Ocorre a infecção primária e a disseminação via sanguínea e linfática com replicação dos taquizoítos em órgãos-alvo, sendo eles SN, pulmões, fígado, TME e os olhos, causando morte celular e necrose de tecidos. A imunidade humoral (Ac) controlam os níveis de parasitismo sérico e nos fluidos teciduais e o coplemento (ativado por deposição dos ac) destrói (fagocitose) os agentes livres nos fluidos corpóreos. A imunidade celular ativa macrófagos por linfócitos T sensibilizados por IFN-gama (interferon gama) que eliminam o agente intracelular por ação das enzimas lisossomais -> fusão de lisossomo + fagossomo. Além, os Linf. T liberam citocinas que interferam na replicação do T. gondii, a inibindo (menor formação de bradizoítos). Os macrófagos podem inibir a ação do parasito ou fazer a destruição. Sinais clínicos: Poucos felinos desenvolvem sinais clínicos da doença. O curso da infecção depende da porção inoculada, da condição imunológica do indivíduo, localização e grau de lesão tecidual. O deficit da imunidade do hospedeiro é responsável pela manifestação clínica. ➔ Cães: sinais respiratórios, digestivos, nervosos e linfoadenopatia ➔ Felinos: sinais respiratórios e oculares ➔ Suínos: pneumonia, encefalite e abortamento ➔ Ovinos e caprino: abortamentos e neonatos enfermos ➔ Equinos: incoordenação de membros, andar em cículo, torcicolo. ➔ Coelhos: diarréia e conjuntivite. Diagnótico: ➔ Direto: clínico e necropsia; exame parasitológico fezes; Giemsa, imunofluorescência direta, imunohistoquímica; isolamento em camundongos, PCR ➔ Indireto: imunofluorescência indireta, hemaglutinação, ELISA Tratamento: ➔ Sulfadiazina: 60mg/kg de 12/12h por 10 dias. VO ➔ Pirimetamina: cães- 1mg/kg 1x por dia durante 10 dias- VO. Gatos: 0,5mg/kg 1x por dia, durante 10 dias- VO. ➔ Clindamicina: 40mg/kg de 12/12h durante 10 dias- VO. ➔ Ácido fólico: 1mg/kg 1x por dia- VO em gatos ➔ Sulfa-trimetropim: 15mg/kg 12/12h durante 30 dias em gatos- VO Prevenção e controle: ➔ Ingerir somente carne bem cozida ➔ Lavar bem frutas e vegetais ➔ Ingerir leite pasteurizados ➔ Lavar bem mãos e utensílios após manipular carne crua ➔ Usar luvas para praticar jardinagem ➔ Cobrir o tanque de areia onde crianças brincam ➔ Alimentar gatos com ração industrializada ➔ Não fornecer carne crua a gatos ➔ Lavar diariamente a caixa de areia do gato e dispensar corretamente as fezes ➔ Evitar que o gato se alimente com roedores e pássaros ➔ Controle da população de felinos ➔ Manter a higiene nos diversos ambientes das propriedades rurais.
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