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Patologia da Nutrição e Dietoterapia I - Obesidade

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Nutrição-UFGD 
DEFINIÇÃO 
Doença crônica de natureza multifatorial dentre os quais 
estão fatores ambientais, nutricionais e genéticos, 
caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura 
corporal, acarretando prejuízos à saúde. 
A obesidade no mundo quase triplicou desde 1975. 
Em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos estavam com 
excesso de peso. Destes, 650 milhões tinham obesidade. 
A maioria da população mundial vive em países onde o 
sobrepeso e a obesidade matam mais que a desnutrição, 
incluindo o Brasil. 
No mundo, 39 milhões de crianças abaixo de 5 anos e 340 
milhões de crianças e adolescentes ente 5 e 19 anos tem 
sobrepeso ou obesidade. 
 
A estimativa para 2025 é de 2,3 bilhões de adultos com 
sobrepeso e 700 milhões de adultos com obesidade. 
Doença complexa e multifatorial de difícil controle: 
 
CAUSA PRIMÁRIA – BALANÇO ENERGÉTICO 
POSITIVO 
Gasto Energético Total (GET): 
• Taxa de Metabolismo Basal (TMB): 60-70%; 
• Atividade física: 20-30%; 
• Efeito térmico dos alimentos (termogênese): 5 a 
10% 
FATORES PRÉ-NATAIS 
Programação metabólica: ingestão calórica pela mãe 
durante a gravidez influencia o tamanho do corpo, a 
forma, e mais tarde, a composição corporal do recém-
nascido e o seu desenvolvimento neurológico. 
Desnutrição intra-uterina: fator de risco para 
desenvolvimento da obesidade na vida adulta. 
ALEITAMENTO MATERNO 
Previne o desenvolvimento precoce da obesidade: retarda 
a inclusão na dieta infantil de alimentos sem o devido 
equilíbrio de macro e micronutrientes. 
FATORES SOCIO-COMPORTAMENTAIS 
Disponibilidade facilitada de alimentos com alto valor 
calórico, baixo custo, alta palatabilidade, baixo poder 
sacietógeno e de fácil absorção e digestão → relação 
com pobreza e baixa escolaridade. 
Influências da mídia: ↑ consumo de fast food por crianças 
e adolescentes → fator preditivo para desenvolvimento 
de obesidade na vida adulta. 
 
Nutrição-UFGD 
Baixa renda: associada à alta ingestão de alimentos 
densamente energéticos (ultraprocessados) → mais 
acessíveis financeiramente. 
ESTILO DE VIDA 
 
• Redução da duração do sono (<8 horas diárias) 
está associada com o ganho de peso: ↑ 
oportunidades para se alimentar e ↑ grelina. 
Fatores psicológicos - Relacionados à causa e à 
consequência da obesidade: 
• Ansiedade; 
• Depressão; 
• Distúrbios 
comportamentais; 
• Transtorno bipolar. 
• Medicamentos utilizados para tratar condições 
psiquiátricas podem reduzir a taxa de 
metabolismo basal, causar retenção hídrica, 
aumento do apetite e do armazenamento de 
gordura e redução da tolerância ao exercício 
físico. 
GRAVIDEZ 
A cada parto sucessivo, há aumento de cerca de 1kg 
acima do peso normalmente adquirido com incremento 
da idade. 
Ganho de peso excessivo durante a gestação e falta de 
perda de peso após o parto são importantes preditores de 
obesidade em longo prazo. 
FATORES GENÉTICOS 
Nenhum pai ou mãe com obesidade: 9% de risco do filho 
desenvolver obesidade; 
Pai ou mãe com obesidade: 50% de risco do filho 
desenvolver obesidade; 
Pai e mãe com obesidade: 80% de risco do filho 
desenvolver obesidade. 
FTO - “gene associado à obesidade”: 
• Pessoas com duas cópias de FTO (forma 
homozigota – AA): têm risco de 50% maior de 
desenvolver obesidade; pesam em média 3kg a 
mais. 
• Ação sugerida do gene FTO: regulação da lipólise 
e do total de adiposidade corporal. 
FATORES QUE INTERFEREM NA TAXA 
METABÓLICA BASAL (TMB) 
Atividade física: 
• Contribui com 20 a 30% do VCT diário (adultos); 
• ↑ massa muscular: ↑ TMB. 
Efeito térmico dos alimentos: 
• Contribui com até 10% do GET diário; 
• Ingestão alimentos: ↑ metabolismo (reações 
químicas da digestão, absorção e 
armazenamento). 
Idade - Associação inversa entre idade e TMB: 
• Redução de massa magra; 
• ↓de reações químicas fisiológicas. 
Atividade hormonal: 
 
Tipos de obesidade de acordo com a distribuição de 
gordura: 
Androide – abdominal ou visceral: 
• Mais comum em homens; 
• Associado com diabetes tipo 1 e 2 
e doenças cardiovasculares. 
Ginoide: 
• Mais comum em mulheres; 
• Associado com celulite, varizes, 
problemas de pele e ortopédicos. 
Associados com adipocinas pró-
inflamatórias e peptídeos que 
regulam o balanço energético. 
 
 
Nutrição-UFGD 
 
Índice de Massa Corporal (IMC): 
• Pontos de corte para adultos estão associados a 
doenças crônicas ou mortalidade: 
 
Circunferência da Cintura (CC): 
• Utilizada para avaliar o risco de complicações 
metabólica associadas à obesidade. Indicador 
válido para a massa adiposa visceral. 
• O resultado é comparado aos pontos de corte 
propostos pela Organização Mundial da Saúde 
(2008) e IDF (2009): 
 
Relação Cintura-Estatura (adultos): 
 
• Ponto de corte (homens e 
mulheres): < 0,5 
• A cintura deve ser menor que a 
metade da altura. 
Circunferência do pescoço: 
• Medida relacionada diretamente com o risco 
cardiovascular. 
Técnica da medida: 
• Medir na altura da 
cartilagem 
cricotireoidea, com a 
cabeça orientada no 
plano de Frankfurt. Em homens, medir 
imediatamente abaixo da proeminência laríngea 
(pomo de adão). 
• Pontos de corte (adultos): 
o Homens: < 37 cm; 
o Mulheres: < 34 cm. 
• Pontos de corte para risco de síndrome da apneia 
obstrutiva do sono: 
o < 43 cm (baixo risco); 
o 43-48 cm (risco intermediário); 
o > 48 cm (alto risco). 
Indicadores de massa gorda e distribuição de gordura: 
• Dobras cutâneas: indicador de obesidade → 
relação entre a gordura localizada nos depósitos 
debaixo da pele e a gordura interna ou densidade 
corporal (evitar na obesidade grave); 
• Bioimpedância: forma portátil disponível para 
avaliação clínica tem sido considerada 
suficientemente válida e segura em condições 
constantes (evitar na obesidade grave); 
• Ultrassonografia: avalia espessura do tecido 
adiposo e tecidos mais profundos nas diferentes 
regiões corporais. Bom método para quantificar 
o tecido adiposo intra-abdominal; 
• Tomografia computadorizada: método de 
imagem considerado preciso e confiável para 
quantificar o tecido adiposo subcutâneo e intra-
abdominal; 
• Ressonância Magnética: método não invasivo e 
que não expõe o paciente à radiação. Pode ser 
utilizado para diagnóstico e acompanhamento da 
gordura visceral em indivíduos com alto risco 
que estejam em tratamento para perder peso. 
Evitar realizar dobras cutâneas na obesidade grave 
devido a grande dificuldade em determinar o ponto 
anatômico correto, destacar as dobras e realizar as 
medidas corretas. 
Evitar realizar bioimpedância elétrica na obesidade 
grave, uma vez que a contribuição do abdome para a 
 
Nutrição-UFGD 
impedância (Z) é menor, podendo subestimar a massa 
gorda e superestimar a massa magra. 
Tecido adiposo: órgão endócrino 
 
TECIDO ADIPOSO BRANCO 
Funções: 
• Proteção mecânica. 
• Armazenamento de energia; 
• Isolamento térmico; 
• Secreção de substância bioativas → adipocinas: 
participam de processos metabólicos e 
fisiológicos (sistema imunológico). 
Contém grandes adipócitos repletos de triglicerídeos (80-
95%), poucas mitocôndrias. 
Secreta adipocinas que regulam a sensibilidade à insulina 
e saciedade. 
Armazena o excesso de energia em forma de 
triglicerídeos e libera ácidos graxos livres durante 
períodos de jejum. 
TECIDO ADIPOSO MARROM 
Produção de calor: regula a 
temperatura corporal. 
 
TECIDO ADIPOSO BEGE 
Proveniente do 
“escurecimento” 
do tecido 
adiposo branco, 
principalmente 
pelo aumento da 
concentração de 
mitocôndrias 
diante de 
temperaturas baixas. 
Responde a um hormônio chamado “Irisina” produzido 
pelos músculos durante a atividade física, ativando o 
programa de queima de energia. 
 
OBESIDADE E MORBIDADES 
Risco cardiovascular: 
• Mortalidade em indivíduos com obesidade está 
associada às lesões no sistema cardiovascular; 
Expectativa de vida: 
• Obesidade: ↓6 a 7 anos; 
• Sobrepeso: ↓ 3 anos.Excesso de peso é responsável por 65-70% do risco de 
hipertensão arterial sistêmica (HAS); 
Alterações no metabolismo lipídico relacionadas à 
obesidade central: 
• ↑LDL-colesterol, TG e VLDL-colesterol; 
• ↓HDL-colesterol. 
Diabetes mellitus tipo 2: 
 
Nutrição-UFGD 
• O risco para o desenvolvimento de DM2 é 2x 
maior na obesidade leve, 5x maior na obesidade 
moderada e 10x maior na obesidade grave. 
• Resistência à ação da insulina; 
• Hiperinsulinemia. 
Doenças hepatobiliares: 
• Alteração na composição da bile: ↑[colesterol]: 
litogênica; 
• Esteatose hepática: deposição do excesso de TG 
nos hepatócitos. 
Câncer: 
• Bexiga; 
• Cólon; 
• Esôfago; 
• Endométrio; 
• Pâncreas; 
• Rim; 
• Mama. 
Outros: 
• Apneia do sono; 
• Osteoartrite; 
• Alterações tegumentares. 
 
IMC

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