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RACIOCÍNIO CLÍNICO O raciocínio clínico pode ser entendido como a sistematização de um conjunto de processos. Esses processos são internos do médico e ocorrem durante uma consulta ou atendimento. O raciocínio clínico se refere ao processo cognitivo, através do qual, o médico é capaz de estabelecer o diagnóstico correto e propor uma conduta adequada frente a um problema clínico encontrado. Apesar da grande evolução do conhecimento médico ao longo dos tempos, a prática clínica é ainda hoje, muito dependente da habilidade profissional de elaborar um diagnóstico correto e, a partir deste, definir a melhor conduta. Assim, o objetivo dele é encontrar, da melhor maneira, a solução para o problema do paciente. Ter um bom atendimento dependente da análise certa da situação que é apresentada. Além disso, ela também depende da qualidade da sua tomada de decisões, o que envolve pensar nos riscos e benefícios dos testes e do tratamento. O raciocínio clínico, se bem feito e estudado, melhora o índice da qualidade da assistência médica. Assim, ele facilita o diagnóstico e promove uma melhor utilização dos exames. Dessa forma, dispensamos o que é desnecessário, diminuindo custos e riscos. • Os três pilares para um diagnóstico correto são: coleta de dados + conhecimento médico + raciocínio clínico. • Para propor qualquer plano terapêutico é preciso conhecer o alvo. E para acertar o tratamento é preciso usar de estratégias diversas para tal, que podem facilitar essa situação. Diante de uma patologia, principalmente desconhecida, deve-se diferenciar: o Agudo x Crônico. o Súbito x Insidioso. o Constante x Intermitente. o Bem localizado x Difuso. o Episódio único x Evento recorrente. • Devemos pensar o que mais pode ser? A razão mais comum para deixar passar um diagnóstico é não ter pensado nele! PASSO A PASSO DO DIAGNÓSTICO DIFÍCIL 1- Doenças raras raramente acontecem: é mais provável que seu paciente tenha uma doença comum com manifestações atípicas do que uma doença rara. 2- O paciente quer contar o diagnóstico: faça sua própria história e dedique tempo para ouvir o paciente, nem que seja em duas etapas – uma para a história e outra para o exame físico. O diagnóstico é tão importante para o paciente quanto para você. 3- Faça um exame físico bem detalhado: exame físico realmente minucioso e completo, da cabeça aos pés, não omitir nada. 4- Faça a necropsia do prontuário: retire coisas duplicadas, ponha tudo em ordem cronológica (exames) e em ordem de importância. 5- Faça um bom resumo do caso: escolha sinais e sintomas “âncoras” e depois faça o seu resumo do caso usando boas palavras- chave para descrever os achados mais relevantes. 6- Levante hipóteses: faça sempre no mínimo 3 hipóteses diagnósticas. 7- Peça ajuda: tenha sempre à mão um colega qualificado e de confiança para rever o paciente do zero (sem ver os exames prévios) e depois discutir o caso com você. Está é uma etapa fundamental. 8- Use mnemônios: use métodos mnemônicos para não esquecer nenhuma possibilidade importante no diagnóstico diferencial. Um exemplo é o ACERTEINAMOSCA. 9- Use o google: faça busca usando suas principais palavras-chave em inglês, o diagnóstico correto aparece muitas vezes nas primeiras 3 páginas. 10- Pesquise em base de dados: se ainda tiver dificuldade para levantar hipóteses, faça uma busca em base de dados médicas. 11- Pense nas probabilidades: pense na probabilidade de cada diagnóstico e ordene-as. 12- Não tenha medo de doenças raras. ACERTEINAMOSCA: • Alimentar • Circulatório • Endócrino • Reumático • Tóxico • Erros • Infecção/Imunológico • Neoplasia • Alergia • Metabólico • Outros • Social/Somático • Congênito • Agressão/Ambiental ACONSELHAMENTO EM PEDIATRIA A comunicação na prática médica vai além da transmissão de informações. É a base da relação médico-paciente, que se inicia com o reconhecimento das necessidades e percepções do doente. Por meio de uma escuta ativa, demonstrando interesse nos sentimentos e nas expectativas do paciente, o médico partilha o conhecimento, esclarece dúvidas, verifica o entendimento das informações, transmitindo segurança e confiança. A comunicação eficaz estreita a relação médico-paciente, onde ocorre uma troca mútua, proporcionando benefícios para ambos, e na pediatria não é diferente. A qualidade da comunicação em Pediatria influencia diretamente o sucesso do tratamento, ao promover níveis satisfatórios de adesão, retenção de informações e acolhimento a demandas biopsicossociais. Assim, sabe-se: • O cuidado integralizado, humanizado e solidário deve restituir a unidade do ser humano e aprender os problemas humanos nas múltiplas dimensões: biológicas, sociais e psicológicas. • Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo profissional, na prática médica, é lidar com os aspectos comportamentais e afetivos envolvidos na relação com o paciente. • Medicalizar o corpo e reduzi-lo ao seu aspecto meramente biológico têm sido estratégias comuns na prática médica, de forma a não lidar com os aspectos afetivos e sociais da vida cotidiana, para os quais os médicos sentem se despreparados. • É preciso desenvolver habilidade de comunicação e apreensão do significado das informações necessárias para responder Às dúvidas dos usuários. • O seguimento da saúde infantil é amplo e complexo, implicando em ações promocionais, preventivas, terapêuticas e de interações como a criança, a família, os serviços de saúde e outros setores sociais. • Valorize a fala e a impressão da mãe. Tenha como princípio que a mãe sabe como ninguém se o filho dela está bem ou não. Dê oportunidade para que ela se expresse de forma livre. • O tratamento proposto deve ter comprovada eficácia. Cuidadores devem aprender sinais indicativos de gravidade que exigem retorno imediato da criança ao serviço de saúde. • Proporcione informação, demonstre exemplos, permita a prática, estimule perguntas responda perguntas. • Médicos treinados são mais propensos a dar aconselhamento, emitir parecer mais extensos e utilizar competências comunicacionais destinadas a garantir o entendimento das mães. 5 PRÁTICAS PARA AUMENTAR A PRESENÇA E CONEXÃO 1- Prepare-se bem: veja os dados do paciente antes – prontuário, evolução, metas, tratamento. Crie um ritual de preparação para se concentrar, lave as mãos, inspire e expire profundamente 3 vezes. 2- Ouça a verdade: não interrompa o paciente, ele é sua fonte mais valiosa de informação. Sua postura deve mostrar interesse e cuidado para a tecnologia não quebrar a interação. 3- Descubra o que importa: entenda suas metas, preferências e percepções. Incorpore essas prioridades ao seu atendimento. 4- Conecte com a história: entenda o contexto de vida e o que influencia a saúde do seu paciente. Reconheça e valorize sua luta, esforços e sucessos. Seja uma fonte de apoio e compreensão. 5- Identifique emoções: esteja atento à linguagem verbal e corporal, valide as emoções do paciente e pergunte e aprenda com elas.
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