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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – EXERCÍCIOS - AFRFB 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
 
 
 
1. (Titular de Serviços - TJ-AP / 2011) Um navio mercante brasileiro 
de propriedade privada naufragou em alto mar. Os tripulantes 
passaram para barcos salva-vidas. Num desses barcos, houve uma 
briga, tendo um tripulante inglês matado um tripulante francês e 
ferido um colombiano. A competência para processar julgar esses 
delitos é da justiça 
 
a) francesa, por ter sido o francês a vítima do crime mais grave. 
b) brasileira, por tratar-se de barco remanescente do navio mercante. 
c) do país em cujo porto o barco salva-vidas aportar. 
d) da Inglaterra, por ter sido o tripulante inglês o autor dos delitos. 
e) da Inglaterra ou da França, a ser definida pela prevenção. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: No caso apresentado, considera-se como se o ato tivesse 
sido cometido no próprio navio mercante. 
Assim, conforme o § 1º do art. 5º, para os efeitos penais, consideram-se 
como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, 
de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se 
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes 
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo 
correspondente ou em alto-mar. 
 
2. (Analista - MPE-SE / 2010) Considere a hipótese de um crime de 
extorsão em andamento, em que a vítima ainda se encontra privada 
de sua liberdade de locomoção. Havendo a entrada em vigor de lei 
penal nova, prevendo aumento de pena para esse crime, 
 
AULA 01 
APLICABILIDADE DA LEI PENAL 
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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – EXERCÍCIOS - AFRFB 
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a) terá aplicação a lei penal mais grave, cuja vigência é anterior à cessação 
da permanência do crime. 
b) terá aplicação a lei nova, em obediência ao princípio da ultratividade da lei 
penal. 
c) não poderá ser aplicada a lei penal nova, que só retroage se for mais 
benéfica ao réu. 
d) será aplicada a lei nova, em obediência ao princípio tempus regit actum. 
e) não será aplicada a lei penal mais grave, pois o direito penal não admite a 
novatio legis in pejus. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento da súmula nº 711 do STF. 
Relembre: 
 
Súmula 711, do STF: 'A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado 
ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência'. 
 
Vamos aproveitar esta questão e traçar um panorama geral do assunto: 
 
A adoção da teoria da atividade para a determinação do tempo do crime 
apresenta algumas consequências, dentre as quais as seguintes são 
importantes para a sua PROVA: 
 
1. Aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do 
tempo do resultado for mais benéfica. 
2. Apura-se a imputabilidade NO MOMENTO DA CONDUTA. 
3. Nos crimes permanentes, enquanto perdura a ofensa ao bem 
jurídico (Exemplo: extorsão mediante sequestro), o tempo do 
crime se dilatará pelo período de permanência. Assim, se o 
autor, menor, durante a fase de execução do crime vier a 
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atingir a maioridade, responderá segundo o Código Penal e 
não segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA 
(Lei n. 8.069/90). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Nos crimes continuados em que os fatos anteriores eram 
punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei 
nova, aplica-se esta última a toda unidade delitiva, desde 
que sob a sua vigência continue a ser praticado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A importantíssima súmula 711 do STF resume os itens 03 e 04. Observe: 
 
 
 
 
 
CAIXA 
ROUBOU 
R$100,00 
CAIXA 
ROUBOU 
R$100,00 
CAIXA 
ROUBOU 
R$100,00 
SSÚÚMMUULLAA 771111 DDOO SSTTFF 
AA LLEEII PPEENNAALL MMAAIISS GGRRAAVVEE AAPPLLIICCAA--SSEE AAOO CCRRIIMMEE CCOONNTTIINNUUAADDOO 
OOUU AAOO CCRRIIMMEE PPEERRMMAANNEENNTTEE,, SSEE AA SSUUAA VVIIGGÊÊNNCCIIAA ÉÉ AANNTTEERRIIOORR ÀÀ 
CCEESSSSAAÇÇÃÃOO DDAA CCOONNTTIINNUUIIDDAADDEE OOUU DDAA PPEERRMMAANNÊÊNNCCIIAA.. 
 
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5. No Crime Habitual em que haja sucessão de leis, deve ser 
aplicada a nova, ainda que mais severa, se o agente insistir 
em reiterar a conduta criminosa. 
 
3. (Analista Judiciário - TRE-RN / 2011) O prazo de natureza penal 
fixado em um mês, iniciado no dia 13 de janeiro de 2010, quarta-
feira, expirou-se no dia 
 
a) 15 de fevereiro de 2010, segunda-feira. 
b) 14 de fevereiro de 2010, domingo. 
c) 13 de fevereiro de 2010, sábado. 
d) 12 de fevereiro de 2010, sexta-feira. 
e) 11 de fevereiro de 2010, quinta-feira. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: No prazo penal inclui-se o dia de começo e exclui-se o 
final. Assim, no caso, 12 de fevereiro é a resposta correta. Vamos esmiuçar 
o tema: 
O artigo 10 do Código Penal trata da contagem do PRAZO PENAL nos 
seguintes termos: 
 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
Vamos analisá-lo por partes: 
 
1. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo � Imaginemos 
que determinado indivíduo é preso no dia 15 de janeiro, às 23:59h, 
após sua condenação a 01(UM) dia de prisão. Pergunto: Quando ele 
será liberado? 
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Ele estará livre às 00:00h do dia 16, ou seja, ficará UM MINUTO 
preso e isto será considerado UM DIA. 
“Mas como assim, professor? Só um minuto???” 
 
É exatamente isso!!! 
Como o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo e, segundo o 
artigo 11 do Código Penal, não há que se falar em frações de dia, 
teremos 1 minuto valendo 24 horas. Observe o disposto no citado 
art. 11 do CP: 
 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e 
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de 
multa, as frações de cruzeiro. (leia-se real). (grifo nosso) 
 
2. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário 
comum � No prazo penal, os dias, os meses e os anos são 
contados de acordo com o calendário comum, também chamado de 
gregoriano. 
Os meses são calculados com o número de dias característicos de 
cada um deles, e não como um período de 30 dias. Assim, se um 
indivíduo é preso por um mês em 10 fevereiro, quando será solto? 
Em 09 de março. E se for preso em 10 de março? Será liberado em 
9 de abril. Bem fácil, concorda?! 
 
Observação: Existem algumas divergências com relação a este tema. 
Todavia, nas provas da ESAF, para não errar a questão, apenas exclua um 
dia (13-1=12) e inclua o mês seguinte (Fevereiro). 
 
4. (Juiz - TJ-PI / 2012) No que se refere à aplicação da lei penal, 
assinale a opção correta. 
 
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a) Em relação ao lugar do crime, o legislador adotou, no CP, a teoria do 
resultado, considerando praticado o crime no lugar onde se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado. 
b) Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de 
direitos, as frações de dia, mas, nas de multa, não se desconsideram as 
frações da moeda. 
c) A abolitio criminis, que possui natureza jurídica de causa de extinção da 
punibilidade, conduz à extinção dos efeitos penais e extrapenais da sentença 
condenatória. 
d) Em relação ao tempo do crime, o legislador adotou, no CP, a teoria da 
atividade, considerando-o praticado no momento da ação ou omissão. 
e) N.R.A. 
 
Alternativa “A” ��� Incorreta ��� De acordo com o art. 4º, do CP, considera-
se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou 
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Assim, o legislador infraconstitucional adotou a teoria da ubiquidade, que 
considera o local do crime tanto o da prática da conduta como onde ocorreu 
ou deveria ocorrer o resultado. 
Alternativa “B” ��� Incorreta ��� Contraria o art. 11, do CP, segundo o qual, 
desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, 
as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
Alternativa “C” ��� Incorreta ��� De acordo com o art. 2º, caput, do CP, 
ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. Os efeitos civis da condenação, quais sejam, a obrigação de 
reparar o dano e a constituição de título executivo judicial, não cessam pela 
abolitio criminis. 
Alternativa “D” ��� Correta ��� De acordo com o art. 4º, do CP, considera-se 
praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado. 
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5. (Analista Judiciário - TRT / 2010) João cometeu um crime para o 
qual a lei vigente na época do fato previa pena de reclusão. 
Posteriormente, lei nova estabeleceu somente a sanção pecuniária 
para o delito cometido por João. Nesse caso, 
 
a) a aplicação da lei nova depende da expressa concordância do Ministério 
Público. 
b) aplica-se a lei nova somente se a sentença condenatória ainda não tiver 
transitado em julgado. 
c) não se aplica a lei nova, em razão do princípio da irretroatividade das leis 
penais. 
d) aplica-se a lei nova, mesmo que a sentença condenatória já tiver 
transitado em julgado. 
e) a aplicação da lei nova, se tiver havido condenação, depende do 
reconhecimento do bom comportamento carcerário do condenado. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Analisando: 
Alternativa “A” ��� Incorreta ��� A aplicação de lei nova não depende de 
concordância do MP, pois decorre de preceitos constitucionais e de 
determinação expressa do Código Penal. 
Alternativa “B” ��� Incorreta ��� O art. 2º, parágrafo único, do CP, prevê 
expressamente que o benefício é estendido também aos casos com sentença 
transitada em julgado. 
Alternativa “C” ��� Incorreta ��� O princípio da irretroatividade das leis 
penais é regra geral, EXCEPCIONADA expressamente na Constituição Federal 
para os casos em que o réu for beneficiado. 
Alternativa “D” ��� Correta ��� Exige o conhecimento do parágrafo único do 
art. 2º do Código Penal. 
 
Art. 2º - [...] 
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Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
Alternativa “E” ��� Incorreta ��� A aplicação de lei nova independe de 
condenação do réu, tampouco de seu comportamento carcerário. 
 
6. (Analista Judiciário - TRT / 2010) José, brasileiro, cometeu crime 
de peculato, apropriando- se de valores da embaixada brasileira no 
Japão, onde trabalhava como funcionário público. 
Em tal situação, 
 
a) somente se aplica a lei brasileira se José não tiver sido absolvido no 
Japão, por sentença definitiva. 
b) somente se aplica a lei brasileira se José não tiver sido processado pelo 
mesmo fato no Japão. 
c) aplica-se a lei brasileira, independentemente da existência de processo no 
Japão e de entrada do agente no território nacional. 
d) a aplicação da lei brasileira, independe da existência de processo no 
Japão, mas está condicionada à entrada do agente no território nacional. 
e) aplica-se a lei brasileira, somente se for mais favorável ao agente do que 
a lei japonesa. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Trata-se, no caso, de extraterritorialidade incondicionada, 
isto é, a lei penal brasileira será aplicada independentemente de satisfação 
de requisitos. 
José, por ser funcionário público e por estar a serviço da Administração 
Pública e por ter cometido crime contra ela, sofrerá a aplicação da lei 
brasileira. 
Podemos efetuar uma breve revisão deste importante assunto da seguinte 
forma: 
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EXTRATERRITORIALIDADE 
INCONDICIONADA 
CONDICIONADA 
HIPÓTESES: 
*CRIME CONTRA A VIDA OU A LIBERDADE DO 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA. 
*CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO OU A FÉ 
PÚBLICA DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU 
INDIRETA. 
*CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, 
POR QUEM ESTÁ A SEU SERVIÇO. 
*CRIME DE GENOCÍDIO, QUANDO O AGENTE FOR 
BRASILEIRO OU DOMICILIADO NO BRASIL. 
CONDIÇÕES: 
*NÃO EXISTEM – O AGENTE É PUNIDO PELA LEI 
BRASILEIRA, AINDA QUE ABSOLVIDO OU 
CONDENADO NO ESTRANGEIRO. 
HIPÓTESES: 
*CRIMES QUE, POR TRATADO OU CONVENÇÃO, O 
BRASIL SE OBRIGOU A REPRIMIR. 
*CRIMES PRATICADOS POR BRASILEIRO. 
*CRIMES PRATICADOS EM AERONAVES OU 
EMBARCAÇÕES BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE 
PROPRIEDADE PRIVADA, QUANDO EM 
TERRITÓRIO ESTRANGEIRO NÃO FOREM 
JULGADOS. 
*CRIMES PRATICADOS POR ESTRANGEIROS 
CONTRA BRASILEIROS FORA DO BRASIL, SE, 
REUNIDAS AS CONDIÇÕES: 1-NÃO FOI PEDIDA OU 
NEGADA A EXTRADIÇÃO; 2-HOUVE REQUISIÇÃO 
DO MINISTRO DA JUSTIÇA. 
CONDIÇÕES: 
*ENTRAR O AGENTE NO TERRITÓRIO NACIONAL 
*SER O FATO PUNÍVEL ONDE FOI PRATICADO 
*ESTAR O CRIME INCLUÍDO ENTRE AQUELES 
PELOS QUAIS A LEI BRASILEIRA AUTORIZA A 
EXTRADIÇÃO 
* NÃO TER SIDO ABSOLVIDO NO ESTRANGEIRO 
OU NÃO TER AÍ CUMPRIDO PENA (CUMPRIMENTO 
PARCIAL – ART. 8º DO CP) 
*NÃO TER SIDO PERDOADO NO ESTRANGEIRO OU 
EXTINTA A PUNIBILIDADE PELA LEI + FAVORÁVEL 
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7. (Procurador - TCE-RO / 2010) No tocante à aplicação da lei penal, 
 
a) a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime. 
b) a lei penal mais grave nãose aplica ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência, segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal 
Federal. 
c) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime. 
d) o dia do fim inclui-se no cômputo do prazo, contando- se os meses e anos 
pelo calendário comum, desprezados os dias. 
e) N.R.A 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Analisando: 
Alternativa “A” ��� Correta ��� O Código Penal, ao tratar do tema, dispõe: 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como 
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
 
O Código Penal adotou a TTEEOORRIIAA DDAA UUBBIIQQUUIIDDAADDEE, valendo ressaltar que 
na própria previsão do art. 6° do Código Penal esta incluída o lugar da 
tentativa, ou seja, "[...] onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado". 
Busca-se, com a teoria mista do lugar do delito, solucionar o problema dos 
conflitos negativos de competência (Dentro do Território Nacional) e o 
problema dos crimes à distância (Brasil - Exterior), em que ação e o 
resultado se desenvolvem em lugares diversos. 
 
Alternativa “B” ��� Incorreta ��� Contraria a súmula 711 do STF (que já 
analisamos). 
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Alternativa “C” ��� Incorreta ��� O Código Penal adota claramente, em seu 
artigo 4º, a TEORIA DA ATIVIDADE para determinar o tempo do crime. 
Observe: 
 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação 
ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado 
 
Alternativa “D” ��� Incorreta ��� Conforme já analizamos, inclui-se o dia do 
começo e exclui-se o dia do final. 
 
8. (Analista Judiciário - TRE-RS / 2010) Dentre os casos de 
extraterritorialidade incondicionada da lei penal, previstos no Código 
Penal, NÃO se incluem os crimes cometidos: 
 
a) contra a fé pública da União. 
b) contra o patrimônio de autarquia ou fundação instituída pelo Poder 
Público. 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço. 
d) em aeronaves ou embarcações brasileiras. 
e) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento da literalidade do art. 
7º e do gráfico que foi apresentado na questão número 06. Relembre o 
dispositivo legal: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
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b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu 
serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado 
no Brasil; 
 
Assim, aos crimes praticados em embarcações ou aeronaves, quando em 
territorio estrangeiro, será aplicada a lei brasileira quando lá (no estrangeiro) 
não forem julgados. 
Além disso, DEPENDE das condições do paragrafo 2º, do art 7º. Sendo 
portanto caso de EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA. 
 
9. (Procurador-SP / 2008) A retroatividade de lei penal que não mais 
considera o fato como criminoso: 
 
A) exclui a imputabilidade. 
B) afasta a tipicidade. 
C) extingue a punibilidade. 
D) atinge a culpabilidade. 
E) é causa de perdão judicial. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: O instituto da abolitio criminis surge quando uma lei nova 
trata como lícito fato anteriormente tido como criminoso ou, em outras 
palavras, quando a lei nova descriminaliza fato que era considerado infração 
penal. 
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Quando ocorre esta situação, com base no preceituado no art. 2º do Código 
Penal, o Estado perde o direito de punir o agente, ou seja, opera-se a 
extinção da punibilidade. 
Observe o texto legal: 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior 
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a 
execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (grifei) 
 
10. (Auditor-Fiscal / 2007) Na contagem dos prazos penais, 
 
A) Inclui-se o dia do começo. 
B) Considera-se como termo inicial a data da intimação. 
C) Considera-se como termo inicial a data da juntada do mandado aos autos. 
D) Considera-se como termo inicial o dia seguinte ao da intimação. 
E) Descontam-se os feriados. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Esta questão não apresenta muita dificuldade, pois exige 
apenas o conhecimento do disposto no artigo 10 do Código Penal, que dispõe 
que o prazo penal inclui no cômputo do prazo o dia do começo. 
 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
11. (SEFAZ – RO / 2006) Na definição do local onde a ação criminosa 
é desenvolvida, o ordenamento penal brasileiro abraçou a seguinte 
teoria: 
 
A) Da intenção 
B) Da interação 
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C) Da atividade 
D) Do resultado 
E) Da ubiquidade 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: O Código Penal adota a teoria da ubiquidade quando, ao 
tratar do tema, dispõe: 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como 
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
 
12. (MPU / 2007) É certo que se aplica a lei brasileira aos crimes 
praticados a bordo de: 
 
A) embarcações mercantes brasileiras que estejam em mar territorial 
estrangeiro. 
B) embarcações mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro. 
C) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espaço aéreo 
estrangeiro. 
D) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto 
estrangeiro. 
E) embarcação estrangeira de propriedade privada que esteja em mar 
territorial brasileiro. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: O parágrafo 1º do artigo 5º do Código Penal considera 
como extensão do território nacional: 
 
• As embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública; 
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• As embarcações e aeronaves brasileiras a serviço do governo 
brasileiro; 
• As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada que se achem, respectivamente, no espaço aéreo 
correspondente ou em alto-mar. 
 
Sendo assim, segundo o CP, as embarcações e aeronaves mercantes só 
estarão sujeitas à lei brasileira se estiverem no país ou em alto-mar (ou no 
espaço aéreo correspondente),o que torna incorretas as alternativas “A”, 
“B”, “C” e “D”. 
Na alternativa “E” tem-se a situação em que uma embarcação estrangeira, 
de natureza privada, encontra-se em mar territorial brasileiro. Para este 
caso, haverá aplicabilidade do princípio da territorialidade e, portanto, da lei 
penal brasileira. 
 
13. (MPDF / 2008) Com relação à aplicação da lei penal, é correto 
afirmar-se que: 
 
A) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se 
somente a fatos anteriores ainda não decididos por sentença. 
B) ninguém pode ser punido por fato que a lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução, preservando-se, no entanto, os 
efeitos penais da sentença condenatória. 
C) a lei excepcional ou temporária, decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, perde a sua eficácia, mesmo 
com relação aos fatos praticados durante a sua vigência. 
D) considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. 
E) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes 
contra a vida ou a liberdade de governador de Estado brasileiro. 
 
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GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa “A” ��� Incorreta ��� A lei posterior que de qualquer modo 
favorece o agente será aplicada ainda que os fatos já tenham sido decididos 
por sentença penal transitada em julgado. É o que prevê o artigo 2º, 
parágrafo único, do CP. Além disso, não é qualquer lei que por favorecer o 
agente RETROAGE, mas somente as leis com EFEITOS PENAIS. 
 
Alternativa “B” ��� Incorreta ��� Trata da abolitio criminis prevista no artigo 
2º, caput, do CP. Sabemos que a abolitio criminis faz cessar a execução da 
pena bem como os efeitos penais da sentença penal condenatória. 
 
Alternativa “C” ��� Incorreta ��� A lei excepcional ou temporária continua a 
reger os fatos ocorridos sob sua vigência, mesmo depois de auto-revogadas 
(artigo 3º, do CP). 
 
Alternativa D ��� Correta ��� De acordo com o artigo 4º, do CP, considera-se 
praticado o crime no momento da conduta (atividade), independentemente 
de quando vem a ocorrer o resultado. 
 
Alternativa E ��� Incorreta ��� Aplica-se a lei penal brasileira, de forma 
incondicionada, quando praticado o fato no exterior em detrimento da VIDA 
ou LIBERDADE do Presidente da República e não do Governador de Estado. 
 
14. (Secretário de Diligências - MPE-RS / 2010) Em tema de 
aplicação da lei penal, é INCORRETO afirmar: 
 
a) Na contagem do prazo pelo Código Penal, não se inclui no seu cômputo, o 
dia do começo, nem se desprezam na pena de multa, as frações de Real. 
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b) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
c) O princípio da legalidade compreende os princípios da reserva legal e da 
anterioridade. 
d) A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica à lei penal mais 
gravosa. 
e) As leis temporárias ou excepcionais são autorrevogáveis e ultrativas. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: A questão exige do candidato o conhecimento dos arts. 10 
e 11, do Código Penal. 
Segundo os citados dispositivos, o dia do começo inclui-se no cômputo do 
prazo penal. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum 
e desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de 
direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
 
15. (TJ-PR / Juiz - TJ-PR / 2010) Dadas as assertivas abaixo, escolha 
a alternativa CORRETA. 
 
I. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, inclusive sobre os afetados por leis temporárias ou 
excepcionais. 
II. Considera-se tempo do crime o momento da ação ou omissão, porém se o 
resultado ocorrer em outro momento, nesta ocasião considerar-se-á o 
mesmo praticado. 
III. A lei posterior que, de qualquer modo, favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, mesmo tendo sido decididos por sentença irrecorrível. 
IV. A lei excepcional ou temporária, depois de decorrido o tempo de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, não mais se 
aplica ao fato praticado durante a sua vigência. 
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a) Apenas a assertiva III está correta. 
b) Apenas as assertivas III e IV estão corretas. 
c) Apenas a assertiva I está correta. 
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
e) N.R.A 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as assertivas: 
 
Assertiva “A” ��� Incorreta ��� Sobre o tema, dispõe o Código Penal da 
seguinte forma: 
 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As leis excepcionais e temporárias são auto-revogáveis, ou seja, não há 
necessidade da edição de outra lei para retirá-las do ordenamento jurídico. É 
suficiente para tal o decurso do prazo ou mesmo o término de determinada 
situação. 
LEIS TEMPORÁRIAS � SÃO AQUELAS QUE TRAZEM EM SEU TEXTO O 
TEMPO DETERMINADO DE SUA VALIDADE. POR EXEMPLO, A LEI 
TERÁ VALIDADE ATÉ 15 DE NOVEMBRO DE 2012 - UM PERÍODO 
CERTO. 
LEIS EXCEPCIONAIS � SÃO AS QUE TÊM SUA EFICÁCIA VINCULADA 
A UM ACONTECIMENTO DO MUNDO FÁTICO, COMO, POR EXEMPLO, 
UMA GUERRA. NELSON HUNGRIA CITA A LEI QUE ORDENAVA QUE, 
EM TEMPO DE GUERRA, TODAS AS PORTAS DEVERIAM SER 
PINTADAS DE PRETO, OU SEJA, A GUERRA É UM PERÍODO 
INDETERMINADO, MAS, DURANTE O SEU TEMPO, CONSTITUÍA CRIME 
DEIXAR DE PINTAR A PORTA. AO TÉRMINO DA GUERRA, A LEI 
PERDERIA EFICÁCIA. 
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Para que sua aplicabilidade seja plena, o legislador percebeu ser necessária a 
manutenção de seus efeitos punitivos após sua vigência aos que afrontaram 
a norma quando vigorava. 
Desta forma, podemos afirmar que as LEIS EXCEPCIONAIS E 
TEMPORÁRIAS POSSUEM ULTRATIVIDADE, pois, conforme exposto, 
aplicam-se sempre ao fato praticado durante sua vigência. O fundamento da 
ultratividade é claro e a explicação está prevista na Exposição de Motivos do 
Código Penal, nos seguintes termos: 
 
“É especialmente decidida a hipótese da lei excepcional ou temporária, 
reconhecendo-se a sua ultra-atividade. Esta ressalva visa impedir que, 
tratando-se de leis previamente limitadas no tempo, possam ser frustradas 
as suas sanções por expedientes astuciosos no sentido do retardamento dos 
processos penais. “ 
 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assertiva “B” ��� Incorreta ��� A teoria aplicada é da atividade, nos termos 
do art. 4º do CP: 
 
INÍCIO DA 
VIGÊNCIA 
ATO 
CONTRÁRIO 
À LEI 
TÉRMINO DAVIGÊNCIA 
LEI TEMPORÁRIA ��� PERÍODO DE VIGÊNCIA DEFINIDO 
LEI EXCEPCIONAL ��� SITUAÇÃO DE ANORMALIDADE 
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Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação 
ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
 
Assertiva “C” ��� Correta ��� Está em conformidade com o parágrafo único 
do art. 2º do Código Penal. 
 
Art. 2º [...] 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
Assertiva “D” ��� Incorreta ��� Contraria o art. 3º do Código Penal: 
 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência. 
 
16. (Auditor Fiscal / 2010) Camargo, terrorista, tenta explodir 
agência do Banco do Brasil, na França. Considerando o princípio da 
extraterritorialidade incondicionada, previsto no Código Penal 
brasileiro, é correto afirmar que: 
 
a) Camargo só pode ser processado criminalmente na França. 
b) O Estado brasileiro não tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil. 
c) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na França, não poderá 
ser preso no Brasil. 
d) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na França. 
e) Mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no 
Brasil. 
 
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GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento do art. 7º no tocante a 
extraterritorialidade. 
 
Observe que o art. 7º, I, “b”, atribui a aplicabilidade da lei brasileira aos 
crimes contra o patrimônio de sociedade de economia mista instituída pelo 
poder público. 
Assim, no caso em tela, mesmo Camargo tendo sido julgado na França, 
poderá ser julgado no Brasil. 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro 
I - os crimes: 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público; 
 
17. (PGFN / 2007) À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos 
princípios da anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e 
ultratividade da lei penal, julgue as afirmações abaixo relativas ao 
fato de Mévio ter sido processado pelo delito de adultério em 
dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de março de 
2005, aboliu o crime de adultério: 
 
I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, 
permanecerá sujeito à pena prevista na sentença condenatória. 
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses. 
III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, 
poderá ocorrer a extinção de punibilidade desde que a mesma seja 
provocada pelo réu. 
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IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis. 
 
A) Todas estão corretas. 
B) Somente I está incorreta. 
C) I e IV estão corretas. 
D) I e III estão corretas. 
E) II e IV estão corretas. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as assertivas: 
 
Item I ��� Incorreto ��� O fato de Mévio já ter sido condenado não importa 
no caso em tela, pois, segundo o art. 2º do CP, a retroação atinge os efeitos 
penais da sentença condenatória. 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior 
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a 
execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
 
Item II ��� Correto ��� Conforme estudamos exaustivamente, em alguns 
casos há possibilidade da retroação. 
 
Item III ��� Incorreto ��� Não há qualquer obrigatoriedade de provocação 
por parte do réu. Os efeitos de uma lei mais benéfica atingem 
AUTOMATICAMENTE os que por ela forem abrangidos. 
 
Item IV ��� Correto ��� O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei 
nova trata como lícito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, 
quando a lei nova descriminaliza fato que era considerado infração penal. 
 
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18. (TCM - RJ / 2008) A organização não-governamental holandesa 
Expanding minds, dirigida pelo psicólogo holandês Johan Cruiff, 
possui um barco de bandeira holandesa que navega ao redor do 
mundo recebendo pessoas que desejam consumir substâncias 
entorpecentes que alteram a percepção da realidade. O prefeito de 
um município decide embarcar para fazer uso recreativo da 
substância Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. 
Na ocasião em que ele fez uso dessa substância, o barco estava em 
alto-mar, além do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro 
país. Sabendo que a lei brasileira pune criminalmente o consumo de 
substância entorpecente e que a maconha é considerada pela 
legislação brasileira uma substância entorpecente, ao passo que a 
Holanda admite esse consumo para fins recreativos, assinale a 
alternativa correta a respeito do crime praticado pelo prefeito. 
 
A) nenhum crime 
B) crime de consumo de substância entorpecente 
C) crime de responsabilidade 
D) improbidade administrativa 
E) crime contra a fé pública 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: A regra, segundo o Código Penal, é a aplicação do 
princípio da territorialidade. 
Logo, no caso apresentado, se o navio, com bandeira holandesa, está em 
alto mar, além do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro país, não 
há que se falar em aplicabilidade da Lei Penal Brasileira. 
 
19. (Analista - MPE-SP / 2010) Considere que um indivíduo, de 
nacionalidade chilena, em território argentino, contamine a água 
potável que será utilizada para distribuição no Brasil e Paraguai. 
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Considere, ainda, que neste último país, em razão da contaminação, 
ocorre a morte de um cidadão paraguaio, sendo que no Brasil é 
vitimado, apenas, um equatoriano. 
De acordo com a regra do art. 6.º, do nosso Código Penal ("lugar do 
crime"), considera-se o crime praticado 
 
a) na Argentina, apenas. 
b) no Brasil e no Paraguai, apenas. 
c) no Chile e na Argentina, apenas. 
d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas. 
e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: O crime é considerado praticado no lugar em que ocorreu a 
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado. Daí extrai-se a teoria da ubiquidade. 
Dado isso, notamos na questão que o crime (contaminação da água) foi 
praticado na Argentina e o resultado (morte de quem tomou a água 
contaminada) ocorreu no Brasil e noParaguai. 
 
20. (Investigador Policial - PC-RJ / 2007) É compatível com o Estado 
de direito e o princípio da legalidade: 
 
(A) proibir incriminações vagas e indeterminadas. 
(B) proibir edição de normas penais em branco. 
(C) criar crimes e penas com base nos costumes. 
(D) fazer retroagir a lei penal para agravar as penas de crimes hediondos. 
(E) criar crimes, fundamentar ou agravar penas através da aplicação de 
analogia. 
 
GABARITO: A 
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COMENTÁRIOS: Todos os delitos devem ser definidos em lei. Assim, com 
base no princípio da legalidade, devem ser proibidas as incriminações vagas 
e indeterminadas. 
Observação: Normas penais em branco são aquelas em que há uma 
necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito 
da aplicação de seu preceito primário. 
 
21. (MPU / 2007) Luiz foi condenado à pena de 1 (um) ano de 
reclusão em outro país por crime cometido no Brasil. Após ter 
cumprido integralmente a pena, retornou ao território nacional e foi 
preso para cumprir pena de 2 (dois) anos de reclusão que lhe fora 
imposta, pelo mesmo fato, pela Justiça Criminal brasileira. Nesse 
caso, a pena cumprida no estrangeiro: 
 
A) será somada à pena imposta no Brasil e o resultado dividido por dois, 
apurando-se o saldo a cumprir. 
B) não será descontada da pena imposta no Brasil, por se tratarem de 
condenações impostas em diferentes países. 
C) será considerada atenuante da pena imposta no Brasil, podendo o 
sentenciado cumpri-la em regime menos rigoroso. 
D) será descontada da pena imposta no Brasil e responderá o sentenciado 
pelo saldo a cumprir. 
E) isentará o autor do delito de cumprir qualquer pena no Brasil, por já tê-la 
cumprido no estrangeiro. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Segundo o art. 8º, do Código Penal, a pena cumprida no 
estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
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Como na questão as penas aplicadas são idênticas (RECLUSÃO = 
RECLUSÃO), o tempo já cumprido deverá ser descontado do período ainda a 
cumprir e, portanto, a alternativa correta é a “D”. 
 
 
 
 
22. (MPE-SE / 2009) Adotada a teoria finalista da ação, 
 
A) o dolo e a culpa integram a culpabilidade. 
B) a culpa integra a tipicidade e o dolo a culpabilidade. 
C) o dolo integra a punibilidade e a culpa a culpabilidade. 
D) a culpa e o dolo integram a tipicidade. 
E) o dolo integra a tipicidade e a culpa a culpabilidade. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Para o entendimento desta questão, antes de tratarmos 
especificamente da teoria finalista da ação, cabe um breve comentário sobre 
o conceito de fato típico. 
Fato típico é o comportamento humano (positivo ou negativo) que se 
enquadra perfeitamente nos elementos descritos na norma penal. Sendo 
assim, fato ATÍPICO nada mais é do que aquele que NÃO se enquadra em 
nenhum dispositivo da lei penal. 
Para exemplificar: Mévio, pai de Tícia (22 anos), mantém relações sexuais 
com a filha, que consente que tal ato aconteça. Neste caso, há crime? A 
resposta é negativa. A conduta pode até ser considerada imoral, mas, por 
haver consentimento de ambas as partes, não há o enquadramento em 
nenhuma norma penal, o fato é ATÍPICO. 
 
O fato típico é composto dos seguintes elementos: 
 
TEORIA DO CRIME 
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1. CONDUTA; 
2. RESULTADO NATURALÍSTICO; 
3. NEXO DE CAUSALIDADE; 
4. TIPICIDADE. 
 
De acordo com a teoria finalista, que foi a adotada pelo nosso Código Penal, 
o crime classifica-se em fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade presuposto 
de aplicação da pena. 
 
 
 
 
 
 
 
Esta teoria tem como idéia inicial a concepção do homem como ser livre e 
responsável pelos seus atos. Para ela, conduta é o comportamento humano 
voltado a um fim. Logo, há que ser analisada a FINALIDADE do agente em 
sua conduta. 
Para a teoria finalista, será típico o fato praticado pelo agente se este atuou 
com dolo ou culpa na sua conduta. Se ausente tais elementos, teremos a 
atipicidade. 
Diante do exposto, podemos afirmar que está correta a alternativa “D”, pois 
segundo a teoria finalista, o dolo e a culpa integram a tipicidade, uma vez 
que estão presentes no elemento CONDUTA. 
 
23. (Procurador - TCE-SP / 2011) Para a doutrina finalista, o dolo 
integra a 
 
a) culpabilidade. 
SSIISSTTEEMMAA FFIINNAALLIISSTTAA 
PRESSUPOSTO 
DE APLICAÇÃO 
DA PENA 
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b) tipicidade. 
c) ilicitude. 
d) antijuridicidade. 
e) punibilidade. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Segundo a teoria finalista da ação, dolo e culpa compõe a 
conduta e, assim, relacionam-se com a tipicidade. 
 
24. (TJ – PA / 2009) Para a configuração do crime culposo, além da 
tipicidade, torna-se necessária a prática de conduta com: 
 
A) observância do dever de cuidado e vontade consciente. 
B) inobservância do dever de cuidado que causa um resultado cujo risco foi 
assumido pelo agente. 
C) observância do dever de cuidado que causa um resultado desejado, mas 
previsível. 
D) inobservância do dever de cuidado que causa um resultado desejado, mas 
previsível. 
E) inobservância do dever de cuidado que causa um resultado não desejado 
e imprevisível. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: O crime culposo possui os seguintes elementos: 
1. Conduta voluntária � Prática voluntária de uma conduta perigosa. 
2. Inobservância do dever de cuidado que causa um resultado não 
desejado � Falta de atenção emanada de imprudência, imperícia ou 
negligência. 
3. Resultado naturalístico involuntário � Todo crime culposo é material, 
ou seja, dependente do resultado. 
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4. Nexo Causal � O crime culposo é dependente de um resultado 
naturalístico associado à conduta. 
5. Tipicidade � Previsão legal de punição pelo ato culposo. 
6. Previsibilidade objetiva � Possibilidade de uma pessoa comum, com 
inteligência mediana, prever o resultado. 
7. Imprevisibilidade do agente � O agente não prevê o resultado embora 
objetivamente previsível, ou seja, não percebe o que normalmente 
seria perceptível ao “homem médio”. 
 
A alternativa “E” é a única que apresenta dois dos sete elementos acima 
apresentados e, portanto é a resposta da questão. 
 
25. (Procurador - TCE-SP / 2011) No tocante ao crime culposo, é 
possível assegurar que 
 
a) a inobservância de disposição regulamentar não faz presumir a culpa. 
b) a culpa concorrente da vítima exclui a do acusado. 
c) é desnecessária previsão de puniçãoa título de culpa na respectiva figura 
penal. 
d) é admissível a tentativa. 
e) é dispensável a previsibilidade do resultado. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Analisando: 
 
Alternativa "A": Não existe culpa presumida, visto que a culpa há de ser 
demonstrada e provada pela acusação. Falava-se, no passado, na presunção 
de culpa, quando o agente descumpria norma regulamentar e dava margem 
à ocorrência de um resultado danoso. 
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Exemplo: aquele que dirigia sem habilitação, envolvendo-se num acidente, 
seria o culpado, pois estaria infringindo norma regulamentar não 
autorizadora da direção sem autorização legal. 
Alternativa "B": A culpa concorrente não exclui a culpa do acusado, mas 
pode atenuá-la. Nucci utiliza como exemplo um acidente de veículos, onde 
vários condutores deram causa a ele. "Todos podem responder igualmente 
pelo evento, já que todos, embora sem vinculação psicológica entre si, 
atuaram com imprudência. 
Alternativa "C": Contraria o art. 18, do CP, segundo o qual salvo os casos 
expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, 
senão quando o pratica dolosamente. 
Alternativa "D": No tipo culposo, não há resultado desejado - torna-se 
incompatível a figura da tentativa, devendo haver punição apenas pelo 
resultado efetivamente atingido. 
Alternativa "E": É indispensável a previsibilidade do resultado. Na culpa 
inconsciente, o agente tem previsibilidade do resultado. Já na culpa 
consciente, o agente tem a previsão do resultado. Em ambas as 
modalidades, o agente não assume o risco, o que ocorre no dolo eventual. 
 
26. (TJ-PA / 2009) O artigo 18, I, do Código Penal Brasileiro indica 
duas espécies de dolo, ou seja, dolo: 
 
A) direto e indireto. 
B) de dano e de perigo. 
C) determinado e genérico. 
D) genérico e específico. 
E) normativo e indeterminado. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: É comum em provas da ESAF questões que remetem o 
candidato a um determinado artigo do Código Penal. É claro que não há 
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necessidade de “decorar” o que diz cada artigo, pois as questões podem ser 
resolvidas sem este conhecimento, bastando saber os aspectos doutrinários 
do tema. O art. 18, I, dispõe: 
 
Art. 18 - Diz-se o crime: 
 I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o 
risco de produzi-lo; 
 
O início do supracitado inciso define o dolo direto: “O agente quis o 
resultado...” 
Já o término do texto legal trata do dolo indireto: “Assumiu o risco de 
produzí-lo.” 
Assim, como o art. 18, I, trata do dolo direto e indireto, está correta a 
alternativa “A”. 
O dolo direto ocorre quando o agente quer atingir um resultado específico 
com a conduta. É o caso, por exemplo, do matador profissional que, após 
receber uma determinada quantia em dinheiro, mata a vítima com um tiro 
certeiro. 
Diferentemente, o dolo indireto ou indeterminado é aquele que não se dirige 
a um resultado certo. Subdivide-se em DOLO ALTERNATIVO E DOLO 
EVENTUAL. 
 
DOLO ALTERNATIVO � Verifica-se quando o agente não possui previsão 
de um resultado específico, satisfazendo-se com um ou outro, 
indistintamente. 
Dá-se o dolo alternativo, por exemplo, quando a namorada ciumenta 
surpreende seu amado conversando com outra e, revoltada, joga uma 
granada no casal, querendo matá-los ou feri-los. 
Percebe-se que ela quer produzir um resultado e não “o” resultado. 
 
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DOLO EVENTUAL � No dolo eventual, o sujeito prevê o resultado e, 
embora não o queira propriamente atingir, pouco se importa com a sua 
ocorrência. O agente tem consciência do risco e, apesar disso, prossegue na 
ação. 
 
27. (Procurador - TCE-RO / 2010) No dolo eventual, 
 
a) o agente, conscientemente, admite e aceita o risco de produzir o 
resultado. 
b) a vontade do agente visa a um ou outro resultado. 
c) o sujeito prevê o resultado, mas espera que este não aconteça. 
d) o sujeito não prevê o resultado, embora este seja previsível. 
e) o agente quer determinado resultado. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar, de forma objetiva, as alternativas: 
Alternativa “A” ��� O agente, conscientemente, admite e aceita o risco de 
produzir o resultado � DOLO EVENTUAL 
Alternativa “B” ��� A vontade do agente visa a um ou outro resultado � 
DOLO ALTERNATIVO 
Alternativa “C” ��� O sujeito prevê o resultado, mas espera que este não 
aconteça � CULPA CONSCIENTE 
Alternativa “D” ��� O sujeito não prevê o resultado, embora este seja 
previsível � CULPA SIMPLES 
Alternativa “E” ��� O agente quer determinado resultado � DOLO DIRETO 
 
28. (Juiz - TJ-PE / 2011) Nos chamados crimes de mão própria, é 
 
a) incabível o concurso de pessoas. 
b) admissível apenas a participação. 
c) admissível a coautoria e a participação material. 
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d) incabível a participação. 
e) admissível apenas a coautoria. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Nos crimes de mão própria é admissível a participação, 
mas não a co-autoria. 
São delitos passíveis de serem cometidos por qualquer pessoa, mas não 
podem ser praticados por intermédio de outrem, ou seja, tais crimes não 
admitem co-autoria, mas apenas a participação. 
Exemplo: Falso testemunho. 
Para ficar ainda mais claro: Um advogado pode induzir ou instigar uma 
testemunha a faltar com a verdade, mas jamais poderá, em juízo, mentir em 
seu lugar ou juntamente com ela. Sendo assim, quem pode cometer o delito 
de falso testemunho? Qualquer pessoa QUANDO for testemunha. 
 
29. (TRE-AM / 2010) Quando o agente não quer diretamente a 
realização do tipo, mas a aceita como possível, ou até provável, 
assumindo o risco da produção do resultado, há: 
 
A) preterdolo. 
B) dolo direto de segundo grau. 
C) dolo imediato. 
D) dolo mediato. 
E) dolo eventual. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: A questão enuncia o conceito do dolo eventual. 
 
30. (Procurador Judicial-RE / 2008) Entre crime e contravenção, a 
distinção: 
 
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A) se faz pela ausência de dano na contravenção, elemento presente no 
crime, mesmo que potencial. 
B) se faz pela presença ou não da culpa latu sensu. 
C) se dá porque na contravenção penal, em regra, não basta a 
voluntariedade. 
D) se faz pela intensidade do dolo ou culpa, que é maior no crime. 
E) baseia-se na natureza da sanção aplicável, não existe diferença 
ontológica. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Para encontrar a correta diferenciação entre crime e 
contravenção, dois termos tão utilizados, deve-se recorrer à Lei de 
Introduçãoao Código Penal, que dispõe em seu art. 1º: 
 
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina 
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer 
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; 
contravenção, a infração penal a que a lei comina, 
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou 
ambas. alternativa ou cumulativamente. (grifei) 
 
Logo, do exposto, podemos resumir: 
 
• CRIME ��� PENA DE RECLUSÃO OU DETENÇÃO (isoladamente, 
alternativamente ou cumulativamente com multa) 
• CONTRAVENÇÃO ��� ISOLADAMENTE PRISÃO SIMPLES 
(isoladamente, alternativamente ou cumulativamente com multa). 
 
Desta forma, fica claro que a diferenciação entre estes dois institutos se 
baseia unicamente na natureza da sanção aplicável, o que torna correta a 
alternativa “E”. 
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Para complementar, é importante diferenciar, desde já, a reclusão da 
detenção e da prisão simples. Na prática, não existe hoje diferença essencial 
entre reclusão e detenção. A lei, porém, usa esses termos como índices ou 
critérios para a determinação dos regimes de cumprimento de pena. 
Se a condenação for de reclusão, a pena é cumprida em regime fechado, 
semi-aberto ou aberto. 
Na detenção, cumpre-se em regime semi-aberto ou aberto, salvo a 
hipótese de transferência excepcional para o regime fechado. 
A prisão simples é prevista para as contravenções penais e pode ser 
cumprida nos regimes semi-aberto ou aberto, não sendo cabível o regime 
fechado. 
 
31. (TJ – PA / 2009) O artigo 13, do Código Penal Brasileiro, que 
trata do resultado, ou seja, do efeito material da conduta humana, 
não se aplica aos crimes: 
 
A) habituais, comissivos e de mera conduta. 
B) permanentes, formais e comissivos. 
C) formais, omissivos próprios e de mera conduta. 
D) comissivos, culposos e formais. 
E) omissivos próprios, habituais e culposos. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: A alternativa “C” está correta, pois os crimes formais, de 
mera conduta e omissivos próprios independem de resultado. 
O crime formal é aquele em que não há necessidade de realização daquilo 
que é pretendido pelo agente e o resultado jurídico previsto no tipo ocorre 
em concomitância com o desenrolar da conduta. 
Exemplos: No delito de ameaça, a consumação dá-se com a prática do fato, 
não se exigindo que a vítima realmente fique intimidada. No de injúria, é 
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suficiente que ela exista, independentemente da reação psicológica do 
indivíduo. 
No crime de mera conduta, a lei não exige qualquer resultado 
naturalístico, contentando-se com a ação ou omissão do agente. Em outras 
palavras, o tipo não descreve o resultado, consumando-se a infração com a 
simples conduta. 
Exemplos: Violação de domicílio, ato obsceno, omissão de notificação de 
doença e a maioria das contravenções. 
Por fim, os delitos omissivos próprios são os que objetivamente são 
descritos com uma conduta negativa, ou seja, de não fazer o que a lei 
determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica. É a 
omissão do autor quando deve agir. Neste tipo de delito, a simples omissão 
já consuma o crime, independentemente de um resultado. 
Exemplo: Omissão de socorro. 
 
32. (TJ – PA / 2009) Se diante de um determinado fato delitivo, 
verificar-se que há dolo na conduta inicial e culpa no resultado final, 
pode-se dizer que se configurou crime: 
 
A) doloso puro. 
B) preterdoloso. 
C) doloso misto. 
D) culposo misto. 
E) doloso alternativo. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: O crime preterdoloso, também chamado de 
preterintencional, é aquele que ocorre quando a conduta dolosa gera a 
produção de um resultado mais grave do que o efetivamente desejado pelo 
agente. 
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O crime preterdoloso é um crime misto, em que há uma conduta que é 
dolosa, por dirigir-se a um fim típico, e que é culposa pela geração de outro 
resultado, ocorrido pela inobservância do cuidado objetivo, que não era 
objeto do crime fundamental. 
Não há aqui um terceiro elemento subjetivo ou forma nova de dolo ou 
mesmo de culpa. É somente a combinação de dois elementos - dolo e culpa - 
que se apresentam sucessivamente no decurso do fato delituoso: A conduta 
inicial é dolosa, enquanto o resultado final dela advindo é culposo. Há, 
portanto, dolo no antecedente e culpa no consequente. Correta, assim, 
a alternativa “B”. 
 
33. (TCE – MG / 2005) A coação física irresistível exclui a: 
 
A) conduta. 
B) culpabilidade. 
C) tipicidade. 
D) ilicitude. 
E) antijuridicidade. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: A alternativa correta é a “A”, pois na coação física 
irresistível, como o indivíduo nada pode fazer, opera-se a exclusão da 
conduta por ausência de vontade. 
Para exemplificar, imagine que Tício é amarrado enquanto vê Mévio sofrer 
lesões corporais graves. Neste caso, não poderá ele ser enquadrado na 
hipótese de omissão de socorro prevista no art. 135, do Código Penal, pois 
está sob coação física irresistível. 
 
34. (TJ-PI 2009) Quanto ao elemento moral, os crimes podem ser: 
 
A) comissivos, omissivos e comissivos por omissão. 
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B) dolosos, culposos e qualificados pelo resultado. 
C) individuais, coletivos, gerais e especiais. 
D) comuns, políticos e mistos. 
E) simples, complexos, formais e materiais. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Diante de uma ação criminosa, deve-se considerar dois 
elementos que a integram: O elemento moral e o elemento material. 
O elemento moral se refere à pessoa do agente, à sua intenção, ao seu 
estado de espírito. Trata-se da classificação do delito como doloso, culposo 
ou preterdoloso (qualificado pelo resultado). Correta, portanto, a alternativa 
“B”. 
O elemento material prende-se ao crime propriamente dito, isto é, às 
circunstancias de como ele foi revestido, como ele foi praticado, dessa ou 
daquela maneira. 
 
35. (Defensoria Pública – SP / 2007) Considere as afirmações: 
 
I. No Estado democrático de direito é dada especial relevância à noção de 
que o direito penal tem como missão a proteção de bens jurídicos e se 
considera que o conceito de bem jurídico tem por função legitimar e delimitar 
o poder punitivo estatal. 
II. O poder legiferante penal independe dos bens jurídicos postos na 
Constituição Federal para determinar quais serão os bens tutelados. 
III. Só se legitima a intervenção penal nos casos em que a conduta possa 
colocar em grave risco ou lesionar bem jurídico relevante. 
 
SOMENTE está correto o que se afirma em: 
 
A) I. 
B) II. 
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C) III. 
D) I eIII. 
E) II e III. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Analisando as assertivas: 
 
Assertiva I ��� No Estado democrático de direito, as atuações estatais 
devem estar pautadas na lei. Deste modo, para que o Estado possa punir 
alguém, deve, necessariamente, haver norma que defina a possibilidade de 
atuação neste sentido. 
Diante do exposto, constata-se que a assertiva está correta, pois o direito 
penal, além de proteger bens jurídicos relevantes, como a vida, por exemplo, 
também impede que o Estado, em sua supremacia, atue com arbitrariedade, 
pois limita a atuação deste. 
Assertiva II � O poder legiferante penal ou, de forma mais clara, o 
legislador penal, é dependente das normas presentes na Constituição Federal 
e, portanto, a alternativa está incorreta. Compreendendo: 
A Constituição Federal, além de impor limites ao legislador ordinário na 
escolha dos bens jurídicos penais, impõe ao legislador penal a obrigação de 
incriminar a ofensa de determinados bens jurídicos ou determina a exclusão 
de benefícios, ou até mesmo a espécie de pena, a ser aplicada em certos 
crimes. 
O art. 5.º, da Magna Carta, traz diversas obrigações de incriminar ao 
legislador ordinário nos seguintes termos: 
 
Art. 5.º (...) 
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória aos 
direitos e liberdades fundamentais; 
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
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XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de 
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; 
 
As normas supra-referidas significam que a Constituição Federal antecipou-
se ao legislador ordinário na valoração político-criminal de certos bens 
jurídicos que normalmente seria tarefa deixada à legislação 
infraconstitucional. 
 
Assertiva III � A norma penal, conforme disposto na assertiva, tem 
caráter subsidiário e só deve ser aplicada para bens jurídicos efetivamente 
relevantes. 
 
Diante do exposto, como os itens I e III estão corretos, conclui-se que o 
gabarito é a alternativa “D”. 
 
36. (Analista Judiciário – TRE-SP / 2007) Com relação ao sujeito 
ativo e passivo do crime, é correto afirmar que: 
 
A) a pessoa jurídica, como titular de bens jurídicos protegidos pela lei penal, 
pode ser sujeito passivo de determinados crimes. 
B) sujeito ativo do crime é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela 
conduta criminosa. 
C) sujeito passivo do crime é aquele que pratica a conduta típica descrita na 
lei, ou seja, o fato típico. 
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D) o Estado, pessoa jurídica de direito público, não pode ser sujeito passivo 
de crime, sendo apenas o funcionário público diretamente afetado pela 
conduta criminosa. 
E) o homem pode ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo de 
crime, como no caso de autolesão para a prática de fraude contra seguro 
(art. 171, parágrafo 2o, inc. V, CP). 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
Alternativa “A” ��� A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de 
determinados crimes, o que torna a alternativa correta. Um claro exemplo é 
a companhia de seguro como pessoa jurídica no delito previsto no art. 171, § 
2º, V, do Código Penal (fraude para o recebimento de indenização ou valor 
de seguro - Estelionato). 
Alternativa “B” � A alternativa está errada, pois sujeito ativo é quem 
pratica a figura típica descrita na norma penal incriminadora e não o titular 
do bem jurídico lesado. 
Alternativa “C” � A alternativa está incorreta, pois sujeito passivo do 
crime não é aquele que pratica a conduta típica descrita na lei, mas sim o 
titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta criminosa. 
Alternativa “D” ��� Diferentemente do apresentado na alternativa, o Estado 
é o sujeito passivo mediato de TODOS os delitos, pois, por ser o titular do 
mandamento proibitivo não observado pelo sujeito ativo, é sempre lesado 
pela conduta criminosa. 
Alternativa “E” � A alternativa está incorreta, pois não há como praticar 
um crime e ao mesmo tempo ser lesado por ele. É importante ressaltar que a 
“autolesão” não caracteriza crime. 
 
37. (TRE – MS / 2006) Jonas e José celebraram um pacto de morte. 
Jonas ministrou veneno a José e José ministrou veneno a Jonas. José 
veio a falecer, mas Jonas sobreviveu. Nesse caso, Jonas: 
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A) não responderá por nenhum delito, por falta de tipicidade. 
B) responderá por homicídio consumado. 
C) responderá por auxílio a suicídio. 
D) responderá por instigação a suicídio. 
E) responderá por induzimento a suicídio. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: No Direito Penal Brasileiro, não há compensação de culpa e 
nem de dolo. Desta forma, correta está a alternativa “B”, pois responderá 
Jonas por homicídio consumado por ter sido o responsável DIRETO pela 
morte de José. 
 
38. (MPE-SE / 2009) O médico que, numa cirurgia, sem intenção de 
matar, esqueceu uma pinça dentro do abdômen do paciente, 
ocasionando- lhe infecção e a morte, agiu com: 
 
A) culpa, por imperícia. 
B) dolo direto. 
C) culpa, por negligência. 
D) culpa, por imprudência. 
E) dolo eventual. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Essa questão aparentemente é fácil, entretanto, confunde 
muitos candidados por abranger a tênue diferença entre negligência e 
imperícia. Para encontrar a resposta correta, é necessário responder a uma 
simples pergunta: 
É necessário ser médico para saber que não se deve deixar uma pinça dentro 
do abdômem de um indivíduo? 
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A resposta é negativa, logo, o erro não foi derivado de um “saber 
profissional” e sim de um esquecimento, uma falta de cuidado do médico. 
Sendo assim, no caso em tela, o médico agiu com culpa e foi NEGLIGENTE 
em sua atuação, o que faz correta a alternativa “C”. 
 
39. (Auditor - TCE-SP / 2008) A relação de causalidade: 
 
A) não é excluída por concausa superveniente absolutamente independente. 
B) não é normativa, mas fática, nos crimes omissivos impróprios ou 
comissivos por omissão. 
C) é imprescindível nos crimes de mera conduta. 
D) é excluída pela superveniência de causa relativamente independente que, 
por si só, produz o resultado, não se imputando também ao agente os fatos 
anteriores, ainda que típicos. 
E) é regulada, em nosso sistema, pela teoria da conditio sine qua non. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
 
Alternativa“A” � Contraria a característica primordial das causas 
supervenientes absolutamente independentes, ou seja, o fato de estas 
causas romperem o nexo causal. As concausas podem ser esquematizadas 
da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Alternativa “B” � A alternativa está incorreta, pois a relação de 
causalidade nos crimes omissivos impróprios é normativa (prevista em lei) e 
encontra amparo no parágrafo 2º, art. 13, do Código Penal. 
 
Art. 13 
[...] 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente 
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir 
incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o 
resultado; 
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c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência 
do resultado. 
 
Alternativa “C” � Se os crimes de mera conduta não possuem resultado, 
não há que se falar em nexo causal. Logo, incorreta a alternativa. 
Alternativa “D” � A alternativa está incorreta, pois nas causas 
supervenientes relativamente independentes que por si sós produzem o 
resultado, rompe-se o nexo causal e imputa-se ao agente os fatos 
anteriormente praticados. 
Alternativa “E” ��� O Código Penal, ao tratar do nexo de causalidade em seu 
art. 13, adotou, predominantemente, a teoria da conditio sine qua non ou, 
como também é chamada, da equivalência dos antecedentes. Portanto, está 
correta a alternativa. 
Segundo esta teoria, quaisquer das condutas que compõem a totalidade dos 
antecedentes é causa do resultado. 
É importante ressaltar que a jurisprudência dominante, ao interpretar a 
teoria da conditio sine qua non, entende que para que um acontecimento 
ingresse na relação de causalidade, não basta a mera dependência física. 
Exige-se ainda a causalidade psíquica, ou seja, reclama-se a presença do 
dolo ou da culpa por parte do agente em relação ao resultado. 
 
40. (TJ – PA / 2009 - Adaptada) Pablo atingiu Luiz com cinco 
disparos de arma de fogo, um na cabeça, dois no tórax e dois nas 
pernas. Luiz foi socorrido e levado ao hospital público mais próximo, 
apurando-se que necessitava de urgente intervenção cirúrgica. No 
entanto, como, minutos antes de sua chegada ao hospital havia 
ocorrido grave acidente envolvendo dois ônibus e as vítimas estavam 
sendo socorridas, não foi possível que os médicos ministrassem a 
Luiz, de forma imediata, o tratamento necessário. Convocou-se, 
então, um médico que estava de folga e que, tendo chegado ao 
hospital 30 minutos após a internação de Luiz, passou a cuidar do 
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paciente. Ainda que Luiz tenha recebido atendimento médico, 
constatou-se que seu estado de saúde já se havia agravado e, 
embora ele tenha sido submetido a cirurgia para retirada dos 
projéteis, não resistiu e veio a falecer. Considerando essa situação 
hipotética, assinale a opção correta. 
 
A) Houve a superveniência de causa absolutamente independente, 
consistente na demora no atendimento médico a Luiz, o que implica que 
Pablo somente responderá pelas lesões corporais causadas. 
B) O resultado morte somente foi produzido em razão da ausência de 
tratamento médico imediato da vítima, havendo uma ruptura do nexo causal. 
C) Ocorreu uma causa superveniente relativamente independente, que 
impede a responsabilização de Pablo pelo resultado morte. 
D) O resultado morte decorreu do desdobramento normal da conduta 
praticada por Pablo, que responderá pelo resultado produzido. 
E) N.R.A 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: O caso apresentado trata de uma CAUSA SUPERVENIENTE 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE QUE NÃO PRODUZ POR SI SÓ O 
RESULTADO. Neste caso, conforme a alternativa “D”, responde o agente pelo 
resultado naturalístico. 
O fato de a vítima ter falecido no hospital em decorrência das lesões sofridas, 
ainda que se alegue eventual omissão no atendimento médico, encontra-se 
inserido no desdobramento físico do ato de atentar contra a vida da vítima, 
não caracterizando constrangimento ilegal a responsabilização criminal por 
homicídio consumado, em respeito à teoria da equivalência dos antecedentes 
causais, adotada no Código Penal, e diante da comprovação do animus 
necandi do agente. 
 
 
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41. (Analista do Ministério Público – Direito / 2009) Considere: 
 
I. O agente fere a vítima, diabética, que, levada ao hospital vem a 
falecer em decorrência de diabete agravada pelo ferimento. 
II. O agente fere a vítima num morro coberto de gelo, a qual, 
impossibilitada de locomover-se pela hemorragia, vem a falecer em 
decorrência de congelamento. 
III. O agente fere a vítima com um disparo de arma de fogo e esta, 
levada ao hospital, vem a falecer em decorrência de veneno que 
havia ingerido antes da lesão. 
IV. O agente fere a vítima com disparo de arma de fogo. A vítima, 
levada ao hospital, vem a falecer em decorrência de incêndio. 
 
Tendo em conta a relação de causalidade física, o agente responderá 
por homicídio consumado na situação indicada SOMENTE em: 
 
A) IV. 
B) I e II. 
C) I e III. 
D) III. 
E) III e IV. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Essa questão é interessante, pois coloca em termos 
práticos o assunto nexo de causalidade. Analisando os itens: 
Item I � Trata de causa relativamente independente preexistente. A causa 
já existe antes da conduta do agente, entretanto, por si só, não produziria o 
resultado. Assim, o agente responderá integralmente pelo resultado 
naturalístico, ou seja, por homicídio consumado. 
Item II � Refere-se à causa superveniente relativamente independente que 
não produz por si só o resultado. A vítima só morre congelada por 
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impossibilidade de locomover-se. Logo, responde o agente por homicídio 
consumado. 
Item III � Trata de causa absolutamente independente preexistente, que é 
aquela que já existia antes da conduta e cujo efeito em nada interfere no 
resultado. Responde o agente pelos atos anteriormente praticados. 
Item IV � Refere-se à causa superveniente relativamente independente 
que produz por si só o resultado. Responde o agente pelos atos 
anteriormente praticados. 
 
Do exposto, percebemos que o agente responderá por homicídio consumado 
somente nas situações indicadas nos itens I e II, o que faz da alternativa “B” 
a resposta da questão. 
 
42. (Defensor público – MA – 2009) No trajeto do transporte de dois 
presos para o foro criminal por agentes penitenciários um deles saca 
de um instrumento perfurante e desfere diversos golpes contra o

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