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Gripe (Influenza): Vírus, Classificação e Variações

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Rafael Venâncio de Souza 
 
➢ Gripe (Influenza) 
 
1. Introdução 
- o vírus Influenza é um vírus encapsulado, de RNA, o qual é envolvido por uma matriz proteica (capsídeo) 
- além disso, há um envelope externo lipídico por onde se projetam as GLICOPROTEÍNAS DE SUPERFÍCIE: hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA) 
- o vírus apresenta um caráter sazonal – a influenza ocorre durante todo o ano, mas é mais frequente no outono e no inverno, quando as temperaturas 
caem, principalmente no Sul e Sudeste do País 
- pode gerar desde casos brandos até graves 
- a transmissão interpessoal ocorre por tosse, espirro e contato com superfícies 
- o período de incubação da influenza dura de um a quatro dias 
- o período de transmissibilidade em adultos ocorre principalmente 24 horas antes do início dos sintomas e dura até três dias após o final da febre; nas 
crianças pode durar em média dez dias, podendo se prolongar por mais tempo em pacientes imunossuprimidos 
2. Classificação 
- os vírus Influenza pertencem a família Orthomyxoviridae, sendo divididos em três tipos (A, B e C), dependendo das suas diferenças genéticas, antigênicas 
e de matriz proteica 
- os vírus A e B são os principais responsáveis pelas infecções em humanos e infecções pelo vírus C são raras, e, em geral, de leve intensidade 
- os vírus A são classificados em subtipos pela variação antigênica de duas glicoproteínas de superfície, a hemaglutinina (HA) e a neuraminidase (NA) – 
p.ex. influenza A H1N1 ou H3N2 – e os vírus B apresentam os subtipos Victória e Yamagata 
• INFLUENZA PANDÊMICA 
- uma pandemia ocorre quando um vírus influenza que não circulava anteriormente em humanos, e contra o qual a maioria as pessoas não possui 
imunidade, emerge e é transmitido a humanos 
- esses vírus podem emergir, circular e causar grandes epidemias fora da temporada de influenza 
- como a maioria da população não tem imunidade contra esses vírus, a quantidade de pessoas na população que podem se infectar é grande 
- exemplos de influenza pandêmica foi a gripe espanhola (1918) e H1N1 (2009) (atualmente o H1N1 é sazonal) 
 
3. Variação Antigênica 
→ Antigenic Drift (Variações Menores) 
- são mutações pontuais nos segmentos do genoma viral que resultam em mudanças nos aminoácidos que compõem as glicoproteínas de superfície 
- surgem, então, novas variantes virais capazes de escapar da imunidade estimulada por infecção ou vacinação prévias 
- essa variação antigênica é responsável pelo aparecimento de surtos ou epidemias de gripe e ocorre nos tipos de Influenza A e B 
- o antigenic drift é a principal razão pela qual as pessoas podem pegar a gripe mais de uma vez, e também é uma das principais razões pelas quais a 
composição da vacina contra a gripe deve ser revisada e atualizada a cada ano (conforme necessário) para acompanhar a evolução dos vírus da gripe 
→ Antigenic Shift (Variações Maiores) 
- alteração abrupta e de grande importância em somente vírus influenza A, com substituição de grande parte do genoma, resultando em novas proteínas 
HA e NA 
- são menos frequentes que os drift, ocorrendo a cada 10-40 anos 
- a mudança resulta em um novo subtipo de influenza A que pode se associar às pandemias em humanos 
- tal "shift" ocorreu na primavera de 2009, quando um vírus H1N1 com genes de suínos norte-americanos, suínos eurasianos, humanos e aves surgiu para 
infectar pessoas e rapidamente se espalhar, causando uma pandemia; quando a mudança acontece, a maioria das pessoas tem pouca ou nenhuma 
imunidade contra o novo vírus 
Rafael Venâncio de Souza 
 
 
4. Definições de Caso 
 
→ Síndrome Gripal 
- indivíduo que apresente febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes 
sintomas: cefaleia, mialgia ou artralgia, na ausência de outro diagnóstico específico 
- em crianças com menos de 2 anos de idade, considera-se também como caso de síndrome gripal: febre de início súbito (mesmo que referida) e sintomas 
respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), na ausência de outro diagnóstico específico 
→ Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) 
- indivíduo de qualquer idade, com síndrome gripal e que apresente dispneia ou os seguintes sinais de gravidade: ① saturação de SpO2 < 95% em ar 
ambiente ② sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória avaliada de acordo com a idade ③ piora nas condições clínicas 
de doença de base ④ hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente 
- ou, então, pode ser definida como indivíduo de qualquer idade com quadro de Insuficiência Respiratória Aguda, durante período sazonal 
- em crianças, além dos itens anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência 
- o quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais e radiológicas: ① alterações laboratoriais: hemograma (leucocitose, 
leucopenia ou neutrofilia) e bioquímica do sangue (alterações enzimáticas, musculares e hepáticas) ② radiografia de tórax – infiltrado intersticial 
localizado ou difuso ou presença de área de condensação 
5. Manejo Clínico 
 
→ Síndrome Gripal em Pacientes com Condições e Fatores de Risco para Complicações 
- além dos medicamentos sintomáticos e da hidratação, está indicado o uso de fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) para todos os casos de síndrome gripal 
que tenham condições e fatores de risco para complicações, independentemente da situação vacinal, mesmo em atendimento ambulatorial 
- esta indicação fundamenta-se no benefício que a terapêutica precoce proporciona, tanto na redução da duração dos sintomas quanto na ocorrência 
de complicações da infecção pelos vírus da influenza, em pacientes com condições e fatores de risco para complicações 
- em pacientes com condições e fatores de risco para complicações e com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o antiviral ainda apresenta 
beneficios, mesmo se iniciado após 48 horas do início dos sintomas 
Rafael Venâncio de Souza 
 
 
→ Síndrome Gripal em Pacientes sem Condições e Fatores de Risco para Complicações 
- a prescrição do fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) deve ser considerada baseada em JULGAMENTO CLÍNICO, preferencialmente nas primeiras 48 horas 
após o início da doença, além dos medicamentos sintomáticos e da hidratação 
- todos os pacientes com síndrome gripal devem ser orientados para retornar ao serviço de saúde em caso de piora do quadro clínico, quando deverão ser 
reavaliados quanto aos critérios de SRAG ou outros sinais de agravamento 
- todos os pacientes que apresentarem sinais de agravamento devem também receber de imediato o tratamento com o fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) 
→ Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) 
- realizar avaliação clínica minuciosa e, de acordo com a indicação, iniciar terapêutica imediata de suporte, incluindo hidratação venosa e oxigenoterapia, e 
manter monitoramento clínico 
- indicar internação hospitalar 
- iniciar imediatamente o tratamento com o fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) após a suspeita clínica, independentemente da coleta de material para 
exame laboratorial 
- coletar amostras de secreções respiratórias para exame laboratorial, preferencialmente antes do início do tratamento 
→ Indicações para Internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 
 
- instabilidade hemodinâmica persistente após reposição volêmica 
- sinais e sintomas de insuficiência respiratória, incluindo hipoxemia com necessidade de suplementação de oxigênio para manter saturação arterial 
de oxigênio acima de 90% 
- evolução para outras disfunções orgânicas, como insuficiência renal aguda, insuficiência hepática e disfunção neurológica 
 
 
 
Rafael Venâncio de Souza 
 
6. Uso de Antivirais na Infecção por Influenza 
- os antivirais fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) e zanamivir (Relenza®) são medicamentos inibidores de neuraminidase, classe de drogas planejadas contra 
o vírus influenza 
- o tratamento com o antiviral, de maneiraprecoce, pode reduzir a duração dos sintomas e, principalmente, a redução da ocorrência de 
complicações da infecção pelo vírus influenza 
- há um maior benefício clínico quando o fosfato de oseltamivir é iniciado até 48 horas do início dos sintomas, porém alguns estudos sugerem que o 
fosfato de oseltamivir pode ainda ser benéfico para pacientes hospitalizados se iniciado de quatro a cinco dias após o início do quadro clínico 
 
 
 
 
 
 
Rafael Venâncio de Souza 
 
7. Controle da Infecção 
 
→ Precaução Padrão 
- é principal medida de prevenção da transmissão entre pacientes e profissionais de saúde e deve ser adotada no cuidado de todos os pacientes, 
independentemente dos fatores de risco ou doença de base 
 
 
→ Precaução para Gotículas 
 
→ Precaução para Aerossóis 
- no caso de procedimentos que gerem aerossóis – partículas < 5 μm, que podem ficar suspensas no ar por longos períodos (exemplo: intubação, sucção, 
nebulização), recomenda-se: 
 
8. Vacinas 
- a vacinação anual contra influenza é a principal medida utilizada para se prevenir a doença, porque pode ser administrada antes da exposição ao vírus e é 
capaz de promover imunidade durante o período de circulação sazonal do vírus influenza, reduzindo o agravamento da doença 
- a vacina disponibilizada na campanha do Ministério da Saúde é produzida pelo Instituto Butantan e Instituto Butantan/Sanofi Pasteur-França e será 
composta de três cepas: • A/California/7/2009 (H1N1) pdm09 • A/Hong Kong/4891/2014 (H3N2) • B/Brisbane/60/2008 (linhagem Victoria) 
- as clínicas privadas contarão com as vacinas trivalente (já disponíveis em algumas clínicas) e quadrivalente, que neste ano também apresenta mudanças: 
• A/California/7/2009 (H1N1) pdm09 • A/Hong Kong/4891/2014 (H3N2) • B/Brisbane/60/2008 (linhagem Victoria) • B/Phuket/3073/2013 (Yamagata)

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