Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lições Bíblicas Discipulando QUAL O SEGREDO DO INCRÍVEL ÊXITO DOS HERÓIS DA FÉ? Qual o segredo da vida de homens como João Bunyan, Martinho Lutero, João Wesley, Carlos Spurgeon, entre tantos outros? Depois de lermos cuidadosamente as biografias de alguns dos maiores vultos da Igreja de Cristo, concluímos que nunca se pode atribuir o êxito de qualquer deles unicamente a seus próprios talentos e força de vontade. Certamente um biógrafo que não crê no valor da oração nem conhece o poder do Espirito Santo que opera nos corações, não mencionaria a oração como sendo o verdadeiro mistério da grandeza dos heróis da fé. Muitos crentes ficam satisfeitos por, apenas, escapar da perdição! Eles ignoram "a plenitude da bênção do evangelho de Cristo" (Rm 15.29). A vida em abundância (Jo 10.10) é muito mais do que ser salvo, como se vê ao ler as biografias referidas. Que o exemplo dos Heróis da Fé nos incite a procurar as bênçãos sem medida citadas em Malaquias 3:10! Orlando Boyer CB4D Lições Bíblicas Discipulando ■ BBE0D0BOSEBEBEDEBH Comentarista: Alexandre Claudino Coelho Lição 1 A Bíblia como Regra de Fé e Prática Lição 4 18 Sou Nova Criatura Lição 2 A Beleza do Perdão Lição 5 Vencendo a Tentação Lição 3 Vivendo sem Acusação nem Condenação Lição 6 Uma Vida Cheia do Espírito 28 Vivendo em OraçãoRelacionando-se com a Sociedade Relacionando-se com a Igreja Local Lição 13 Vivendo em Santidade Discípulando @ CB4D EDITORIAL Caro (a) aluno (a), A Paz do Senhor Jesus! A revista Lições Bíblicas Discipulando, neste módulo, apresentará treze lições que aprofundarão seus conhecimentos a respeito da fé cristã, das Escrituras e do Senhor Jesus. Chegou o tempo de viver as verdades bíblicas. Por isso, você aprenderá como os princípios e conceitos bíblicos impactam e transformam sua vida, no dia a dia. Você tem feito uma bela caminhada de aprendizagem e crescimento espiritual através do estudo de cada módulo neste curso de discipulado. E, por isso, você não pode parar. Prossiga em seus estudos semanais, persista na leitura bíblica e na prática da oração e você verá o poder de Deus em sua vida. O estudo da Palavra é o melhor caminho para conhecer a Deus. Mantenha o seu compromisso com este método de cres cimento espiritual e você terá uma vida de fé frutífera no Espírito. Que o Senhor o (a) fortaleça a cada dia. Bons Estudos! CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS Av. Brasil, 34.401 - Bangu Rio de Janeiro - RJ - cep: 21852/002 Tel.: (21) 2406-7373 Presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva Gerente Comercial Cícero da Silva Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Gerente de TI Rodrigo Sobral Fernandes Gerente de Comunicação Leandro Souza da Silva Chefe do Setor de Arte & Design Wagner de Almeida Chefe do Setor de Educação Cristã Marcelo Oliveira de Oliveira Editora Flavianne Vaz Revisora Cristiane Alves Projeto Gráfico Leonardo Engel MEDITAÇÃO “Toda Escritura divinamente inspi rada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça." (2 Tm 3.16) REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA • SEGUNDA - Salmos 119.9 • TERÇA - 1 João 2.4 • QUARTA - Salmos 119.30 • QUINTA - João 17.14 • SEXTA - João 17.17 • SÁBADO - Salmos 119.59 Lição 1 Estudada em / / A Bíblia como Regra de Fé e Prática TEXTO BÍBLICO BASE Salmos 119.1-7; 14-17 1 - Bem-aventurados os que trilham ca minhos retos e andam na lei do SENHOR. 2 - Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos e o buscam de todo o coração. 3 - E não praticam iniquidade, mas andam em seus caminhos. 4 - Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos. 5 - Tomara que os meus caminhos sejam dirigidos de maneira a poder eu observar os teus estatutos. 6 - Então, não ficaria confundido, atentan do eu para todos os teus mandamentos. 7 - Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juízos. 14 - Folgo mais com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas. 15 - Em teus preceitos meditarei e olharei para os teus caminhos. 16 - Alegrar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra. 17 - Faze bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra. Discipulando Aluno | Terceiro Ciclo 3 INTRODUÇÃO Todas as pessoas precisam direcionar suas vidas por algum conjunto de princí pios que lhes sirva de orientação. Esses princípios devem ser exteriorizados de maneira simples e direta, de forma que a sua prática seja algo palpável. Nesta lição, veremos como a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, pode nos ajudar, como cristãos, a pautar nossas existências de acordo com os princípios que o próprio Deus ordenou. 1. A BÍBLIA - UMA PALAVRA DIVINA E ATUAL 1.1.0 que é a Bíblia Sagrada? A Palavra de Deus é a revelação divina ao homem, a fim de que este consiga não apenas saber a vontade de Deus para ele, mas também sobre suas promessas. É a Lei de Deus que nos orienta e ensina a forma adequada para vivermos bem com Ele, com o nosso próximo e conosco mesmos. Lembre-se de que Deus revelou sua vontade de forma escrita para que pudesse ser lida, consul tada, estudada e vivida. A Bíblia nos mostra que apenas Jesus Cristo nos leva a Deus: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6). Isso quer dizer que nenhuma pessoa pode alegar ser um profeta com alguma nova revelação sobre o caminho que nos conduz a Deus. A Bíblia nos mostra que Deus é bom, a ponto de buscar àqueles que, por causa do pecado, se fizeram seus inimigos, mas que por meio de Jesus, podem ser aceitos por Deus: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" (Ef 2.4-6). Isso nos mostra que quan do aceitamos a Jesus, de inimigos de Deus passamos à condição de reconciliados com Ele, convidados para ter uma nova vida em Deus. 1.2. A atualidade da Palavra de Deus. A Bíblia foi escrita por pelo menos 40 autores diferentes, em diferentes épocas, lugares, situações e posições sociais. Samuel era um profeta e juiz; Moisés, um legislador; Daniel, um administrador público: Mateus, um fiscal da Receita; Lucas era um médico; Pedro, um pescador, Com essas diferen ças, poderiamos encontrar diferentes propósitos e mensagens na Bíblia. Mas não é isso que acontece, pois o mesmo Espírito de Deus inspirou cada um desses autores de tal forma que as Escrituras são unânimes em seus assuntos e coerentes em sua mensagem. Em que pese o fato de a Bíblia ter sido escrita há mais de dois mil anos, ela man tém sua atualidade. Ela vai ao encontro do coração humano e lhe conforta, orienta, adverte e conduz em todas as situações. A Palavra de Deus... É a Lei de Deus que nos orienta e ensina a forma adequada para vivermos bem com Ele, com o nosso próximo e conosco. IJr.i ipíjl.wtdo Aluno 1.3- A Bíblia é um livro confiável. Di versas religiões possuem seus próprios livros, mas apenas a Bíblia afirma ser um livro inspirado por Deus: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3,16). Essa decla ração traz uma verdade radical às nossas vidas, a de que todos os outros livros não são inspirados por Deus, ou seja, são frutos da imaginação humana ou maligna. Há muito tempo a Bíblia vem sendo alvo de ataques por parte de pessoas céticas ou estudiosos que tentam aplicar metodologias científicas viciadasà Bíblia, como se esta fosse um livro comum. Paulo fala que “o homem natural não compreen de as coisas do Espirito de Deus, porque lhe parecem loucura: e não pode enten dê-las, porque elas se discernem espiritu- almente” (1 Co 2.14). Por isso, devemos ter bastante cautela quando ouvirmos notícias que tentam esvaziar o testemunho bíblico. Na maioria dos casos, pessoas que dizem que há contradições na Bíblia jamais a leram, nem podem comprovar realmente o que dizem. De nossa parte, devemos estudar a Bíblia com um coração aberto para ouvir Deus falando conosco, e deixar que a Bíblia explique a própria Bíblia. 2. A BÍBLIA ORIENTA NOSSA VIDA ESPIRITUAL 2.1. A Bíblia é nossa bússola. Uma bússola serve para trazer direção a quem a consulta. Por ser um livro inspirado por Deus, a Bíblia pode nos orientar em todos os aspectos de nossa existência. Ela é como um manual de instruções de Deus para o homem. Como foi Deus que inspirou a es crita da Bíblia, Ele garante a sua fidelidade. Abraham Lincoln disse certa vez: “Es tou ultimamente ocupado em ler a Bíblia. Tirai o que puderdes deste livro pelo raciocínio e o resto pela fé, e, vivereis e morrereis um homem melhor". Para que possamos tirar sempre o melhor proveito da Palavra de Deus, é preciso que a leia mos sempre. Um crente não pode deixar de meditar em suas palavras, pois apenas meditando nela diariamente terá mensa gens divinas para sua vida. 2.2. A vida com Deus. Na Bíblia en contramos as respostas necessárias para uma vida plena em comunhão com Deus. Deus é um Deus pessoal, e deseja ter uma comunhão com você e eu. Billy Graham, o evangelista norteamericano, certa vez, comentou: “A Bíblia é confirmada pelo seu poder de transformar vidas". Além disso, a Bíblia tem as soluções para os problemas do homem moderno. Ela fala sobre o uso do dinheiro, sobre a criação de filhos, sobre a vida em comu nidade, trabalho, fé e confiança em Deus. São muitos assuntos que são abordados na Bíblia, e nela encontramos a solução de Deus para cada situação. 3. A BÍBLIA ORIENTA A NOS SA VIDA EM SOCIEDADE 3.1. A vida com a família. Um dos maiores presentes que Deus deu à hu manidade é a família. Dentro do projeto de Deus, quando uma criança vem ao mundo, deve ser recebida por sua família para ser protegida, amada, ensinada, para honrar seus pais e dar continuidade à sua descendência. Dentro do Projeto de Deus, o homem foi criado para ter uma esposa, e a esposa para ter um marido, para que sejam fiéis um ao outro e para que possam dar bons exemplos aos filhos. Dentro do projeto de Deus, os filhos devem honrar seus pais e apoiá-los na velhice ou quando estiverem doentes, Dentro do projeto de Deus, irmãos devem aprender a se respeitar de forma que aprendam a ser adultos responsáveis e de boa convivência na sociedade. E den Terceiro Ciclo 5 tro do projeto de Deus, a família deve ser o primeiro ambiente no qual as pessoas, já na infância, aprendem sobre Deus, para poder servi-lo e amá-lo. Esses são os planos de Deus para as famílias, e a Bíblia nos mostra cada um deles de forma especial, como um padrão para nossa existência. 3.2. A vida no trabalho. Diferente do senso comum, a Bíblia nunca considerou o trabalho como uma maldição de Deus. Antes de pecar, o homem já trabalhava no jardim do Éden: “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). Claro que por causa do pecado, o trabalho se tornou mais difícil, mas o plano de Deus não foi afetado por isso, pois o Altíssimo valoriza o trabalho. Há diversos textos na Bíblia que condenam a atitude de preguiça ou de abandono do trabalho para viver uma vida à custa de outras pessoas. No primeiro século da Era Cristã, a igreja em Tessalônica passou por uma situação inusitada. Nessa igreja, as pessoas aguar davam a volta de Jesus em pouco tempo, e alguns crentes daquela igreja decidiram que deveríam deixar seus trabalhos e empregos para esperar a volta de Jesus. Naturalmente, essas pessoas passaram a depender da ajuda de outras pessoas da igreja, o que deixou o apóstolo Paulo preocupado. Ele mesmo esperava a volta de Jesus, mas não parou de trabalhar para depender da ajuda de outras pessoas. Ele fabricava tendas para se manter, e como a Bíblia diz, Paulo chegou a receber ajuda fi nanceira de igrejas, mas isso não era a regra. Por isso, ele escreveu aos tessalonicenses que quem não trabalhasse também não deveria comer (2 Ts 3,10). Essa ordem do apóstolo pode parecer radical, mas reflete o plano divino de que o homem e a mulher, sejam pessoas produtivas, que valorizem o trabalho e não sejam preguiçosos. 3.3. A vida com o próximo. O homem é um ser gregário, que precisa conviver com outras pessoas. Mas nem sempre essa convivência significa compreensão mútua entre as pessoas. Deus, por sua Palavra, nos ensina a forma como devemos intera gir com outras pessoas. Não podemos ser arrogantes, iracundos, orgulhosos, menti rosos, ladrões, cobiçosos, caluniadores e perseguidores. Há casos em que um relacionamento mais próximo com uma pessoa não crente pode interferir em nossa comunhão com Deus. Paulo aborda esse assunto em 2 Coríntios 6.14, quando disse: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis: porque que sociedade tem ajustiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” Paulo ensina que um relacio namento com uma pessoa não cristã pode comprometer o nosso relacionamento com Deus, e por isso tais relacionamentos devem ser evitados. É claro que isso não abrange as relações em que nos é neces sário conviver com pessoas não crentes: “Já por carta vos tenho escrito que não vos associeis com os que se prostituem; isso não quer dizer absolutamente com os de vassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais” (1 Co 5.9-11). CONCLUSÃO A Palavra de Deus traz-nos todos os elementos necessários a que orientemos nossas vidas de acordo com a vontade de Deus. Ela é a nossa bússola, orientando- -nos no caminho do Céu. Ela nos dirige de tal forma que por meio dela podemos ter o equilíbrio necessário em nossa forma de viver. 6 Discipulando Aluno APROFUNDANDO-SE “Orando enquanto lê a Bíblia. Outra maneira de enriquecer a leitura da Bíblia é orar enquanto a lé. Leonard LeSourd, esposo da falecida Catherine Marshall, descreveu como ela orava enquanto lia, de joelhos, a Bíblia aberta diante de si. ‘Senhor, qual é a tua próxima palavra para Rita?', orava Catherine, preocupada com os problemas de casamento enfrentados pela amiga. Era comum vir à mente um versículo bíblico, enquanto mostrava preocupação pelos outros e ficava ouvindo Deus falando através da Palavra [...]. Antes de começar sua leitura diária da Bíblia, peça a Deus que enquanto você a lé, possa ouvir em seu coração a voz da Palavra mediante seu Santo Espírito. Além de marcar versículos, pode ser que você também quei ra fazer anotações nas margens da Bíblia, à medida que for ouvindo Deus lhe mostrar sua vontade para a vida que você leva" (BLANKEMBAKER, Francês. Quero Entender a Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.15). 3. Por que a Bíblia é como uma bússola? 4. Qual é um dos grandes presentes de Deus à humanidade? 5. O que não podemos ser quando nos relacionamos com pessoas? Você Sabia? VERIFIQUE SEU APRENDIZADO 1. O que é a Bíblia Sagrada? 2. O que significa dizer que a Bíblia é um livro confiável? “O significado da palavra grega bíblia. Originário do grego, o termo bíblia significa ‘livros’ ou coleção de pequenos livros’. Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação do uso desse vocábulo para se referir à Palavra de Deus. No Ocidente, a pa lavra em questão foi introduzida porJerônimo - tradutor da Vulgata - o qual, costumeiramente, chamava o Sagrado Livro de Biblioteca Divina" (LIMA, Elinaldo Renovato; ZIBORDI, Ciro Sanches; GILBERTO, Antonio (et al). Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.20). Terceiro Ciclo 7 Lição 2 Estudada em / / A Beleza do Perdão TEXTO BÍBLICO BASE Mateus 18.23. 24. 26-31 23 - Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos: 24 - E. começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. 26 - Então, aquele servo, prostrando-se. o reverenciava, dizendo: Senhor, sè generoso para comigo, e tudo te pagarei. 27 - Então, o senhor daquele servo, movido de intima compaixão, soltou-o e perdoou- -Ihe a divida. 28 - Saindo, porém, aquele servo, encon trou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros e. lançando mão dele, sufo- cava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. 29 - Então, o seu companheiro, prostran do-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. 30 - Ele, porém, não quis: antes, foi encer- rá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. 31 - Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. MEDITAÇÃO “Mas contigo está o perdão, para que sejas temido." (Sl 130.4) REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA •SEGUNDA-Daniel 9.9 • TERÇA - Atos 2.38 • QUARTA - Marcos 11.25 • QUINTA - Lucas 5 21 • SEXTA - Jeremias 33.7,8 • SÁBADO - Isaías 55.7 8 Discipulando Aluno | Terceiro Ciclo INTRODUÇÃO O perdão é um dos mandamentos mais importantes aos seguidores de nosso Senhor Jesus Cristo. Por meio do perdão, Deus fez com que aqueles que creem em Jesus como seu Salvador se aproximas sem do Todo-Poderoso sem receios, visto que os seus pecados foram apagados. Mas o que é realmente o perdão? Quais são as suas consequências em nossas vidas, tanto em relação a Deus quanto para com as pessoas que nos cercam? É isso que veremos nesta lição. 1-0 QUE É O PERDÃO 1.1. Definindo o termo. A palavra per dão, de acordo com o Dicionário Aurélio, traz a ideia de um ato de generosidade que absolve um culpado de uma pena. Outra definição seria tirar a culpa de uma pessoa que tenha cometido um pecado ou um crime. Ainda, podemos apontar o perdão como um procedimento da mente ou do espírito que tem por objetivo extinguir um ressentimento para com outra pessoa ou consigo mesmo. 1.2.0 perdão traz a reconciliação com Deus. Para que entendamos o efeito do perdão em nossas vidas, devemos voltar ao que a Bíblia fala sobre nós. Éramos considerados filhos da desobediência, mortos em ofensas e pecados, filhos da ira (Ef 2.1-3). Nosso estado diante de Deus era deplorável, mas Ele nos concedeu misericordiosamente o perdão de nossos pecados. O apóstolo Paulo registra o nosso estado com essas palavras: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Ef 2.4.5). Esse versículo mostra que fomos reconciliados com Deus porque fomos perdoados pela misericór dia divina. Não somos mais inimigos do Para que entendamos o efeito do perdão em nossas vidas, devemos voltar ao que a Bíblia fala sobre nós. Altíssimo, e sim, amigos; convidados dELe para um dia partilharmos os céus na vida eterna. 1.3. Crendo no perdão de Deus. Quan do pecamos, naturalmente nossa cons ciência nos acusa dos erros cometidos contra Deus, ou contra algum irmão, ou pessoa próxima da nossa convivência. Para sermos perdoados pelo Pai, é preciso primeiramente confessar o pecado come tido a Deus e, se possível, buscar o perdão da pessoa atingida, e a reconciliação ou a reparação daquilo que foi cometido. Não podemos esquecer de que se pedimos perdão a Deus, Ele nos perdoa, e isso deve ser encarado como uma verdade a ser seguida em nossas vidas (1 Jo 1.8-10). Se pedirmos perdão a Deus, confessando nossos pecados, Ele nos perdoa, mesmo que nossas consciências continuem nos acusando. Nessas horas, devemos dar valor à verdade da Palavra de Deus, que é imutável e suficiente para nos trazer a paz de que precisamos para continuar servindo e adorando a Deus. Se fomos perdoados por Deus, ninguém pode nos acusar, nem mesmo nossa consciência. Terceiro Ciclo 9 2. DEUS NOS PERDOOU, EMBORA PECADORES 2.1. Deus tem prazer em perdoar. Deus é um Deus que abomina o pecado, mas tem o desejo de receber o pecador arre pendido e lhe conceder o perdão. Se te mos um coração quebrantado diante dEle, somos por Ele recebidos amorosamente: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (SL 51.17), Diferente disso, Deus rejeita os soberbos, conforme diz o apóstolo Pedro: “[...] e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (1 Pe 5.5b). O Altíssimo não nega o seu perdão a um coração arrependido, mas a um coração soberbo que peca obstina damente e não confessa nem reconhece a sua necessidade de se reconciliar com Deus, não é perdoado. 2.2. Devemos confessar nossos pe cados ao Senhor. Uma das mais difíceis atitudes do ser humano é a confissão de alguma falha, erro ou pecado. Entretanto, a Palavra de Deus nos recomenda a que estejamos prontos para confessar nossas falhas ao Senhor. O apóstolo João nos diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). A palavra confessar no texto do apóstolo, na língua em que foi escrito o Novo Testa mento. o grego, é homologeô, de onde vem a palavra em português homologar, que traz a ideia de confirmar, de dizer a mesma coisa. Na prática, quanto confessamos nossos pecados, estamos concordando com Deus que pecamos e que precisamos do seu perdão. Lembre-se de que é necessário nos distanciarmos de tudo o que nos conduz ao pecado. Não podemos apenas nos arrepender do que fizemos e confessar nossos pecados. É preciso que larguemos o que nos afasta de Deus: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia" (Pv 28.13). 2.3. Como a confissão nos ajuda? Para que respondamos a essa pergunta, vale a pena examinar 2 Samuel 12.13: “Então, dis se Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR tres passou o teu pecado; não morrerás”. Este texto foi escrito logo depois que Davi co meteu um adultério e um assassinato, e foi confrontado por Deus por intermédio do profeta Natã. O Senhor usou o profeta para falar a Davi a gravidade de suas decisões, e o rei se arrependeu de seu pecado e foi perdoado por Deus. A confissão prepara o nosso caminho para o perdão de Deus. E lembre-se de que o perdão sempre é maior do que a condenação. A confissão também nos ajuda a ter a comunhão uns com os outros, inclusive no que tange à cura do corpo, como descreve Tiago 5.16: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que Deus é um Deus que abomina o pecado, mas tem o desejo de receber o pecador arrependido e lhe conceder o perdão. 10 Discipulando Aluno sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos". Essa passagem nos mostra que, na Igreja Primitiva, havia a recomendação de confissão de pecados uns aos outros, seguida imediatamente de oração. Observe que não era para que os pecados confessados fossem divulgados na congregação, o que demanda do con fessor um alto grau de maturidade para não ficar expondo a pessoa que confessa uma falta, pois todos somos sujeitos às mesmas situações. Depois da confissão e da oração, vinha a cura divina, prova velmente para sanar alguma doença re lacionada ou não a um pecado cometido. 3. DEVEMOS PERDOAR AOS OUTROS NA MESMA MEDIDA 3.1. Exercendoo perdão aos nossos ofensores. Quando se fala de perdão, devemos levar em consideração dois fatores: o primeiro, que podemos ser perdoados por Deus; o segundo, que precisamos aprender a perdoar aqueles que nos ofendem. Ser perdoado por Deus é muito bom, mas não podemos esque cer de que temos o dever de perdoar aqueles que nos causaram o mal. Jesus, certa vez, disse: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14,15). Deus nos perdoou quando aceitamos a Jesus como nosso Salvador e Senhor, e este foi um perdão incondicional. Fomos feitos novas criaturas por Deus, com uma nova identidade, uma nova oportunidade de ter um relacionamento correto com o Pai. Mas devemos nos lembrar de que não saímos deste mundo corrupto, e que te mos de Lidar com pessoas que podem nos magoar e ofender com atitudes e palavras. É justamente nesse ponto que devemos exercer o perdão para com essas pessoas. 3.2. O perdão nos faz parecer com Deus. Certo escritor disse que o momen to em que nós mais nos parecemos com Deus é justamente o momento em que perdoamos aqueles que nos ofenderam. O perdão de Deus custou a vida de seu único Filho, e esse alto preço valeu a nossa salvação. Ainda que você tenha dificul dade de perdoar alguma pessoa, peça ajuda ao Espírito Santo para essa tarefa. Lembre-se de que Deus perdoou você, e que Ele pode ajudá-lo a cumprir tão nobre mandamento. E o Altíssimojamais nos dará uma ordem que Ele mesmo já não tenha feito. O perdão divino pode fluir por você até as pessoas que o ofenderam, de for ma que você não carregue mais um fardo difícil de suportar. 3.3. Nós somos a medida do perdão. Jesus, orando ao Pai a conhecida oração denominada “Pai Nosso”, deixou claro a necessidade de que, por meio do perdão, temos de ser benignos para com os que nos ofendem: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). Nessa oração, o Mestre ensinou que nós somos a medida do perdão que temos de dar aos outros. Deus nos perdoou, fazendo-nos uma referência clara de que o mesmo perdão que primeiramente recebemos, devemos exercer para com os outros. Eu e você fomos alvo do perdão de Deus, e isso nos torna uma referência do que Deus pode fazer aos outros. E como Deus “doou" a sua graça para conosco, perdoando nossos pecados, devemos igualmente doar o perdão àqueles que nos causaram feridas. Assim fazendo, ali viaremos de nós mesmos a carga pesada e venenosa, que é a mágoa, o ressentimento contra quem nos ofendeu. CONCLUSÃO Deus nos ordena a exercitar o perdão da mesma forma que Ele o faz para conos- Terceiro Ciclo 11 co. Essa é uma obrigatoriedade a todos os que creem em Jesus, que devem ter no Senhor o exemplo de generosidade para o exercício do perdão. Lembremo-nos de que primeiro somos alcançados pelo per dão de Deus, e depois somos convidados a perdoar os outros que nos ofenderam. APROFUNDANDO-SE Os resultados do perdão “Deus perdoa, existe uma transfor mação imediata e completa no relacio namento. Em vez de hostilidade, há amor e aceitação. Em vez de inimizade, Deus está sempre trabalhando, ‘reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação' (2 Co 5.19)... Quando Deus nos perdoa e nos purifica de nosso peca do, Ele também o esquece: ‘Porque serei misericordioso para com suas iniquidades e de seus pecados e de suas prevarica ções não me lembrarei mais’ (Hb 8.12. Veja também Sl 103.12: Is 38.12)... 0 resultado do perdão é que Deus retira as acusações contra nós. Ele não nos imporá juizo por causa de nossos pecados. Jesus disse à mulher flagrada em adultério: ‘nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais' (Jo 8.11: veja também Rm 8.1)" (Billy Graham Responde. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.258-59). 2. O perdão traz o que para o relaciona mento entre o homem e Deus? 3. O que Deus espera que façamos com nossos ofensores? 4. Como a confissão nos ajuda a receber o perdão de Deus? 5. Como Deus “doou” a sua graça para conosco? Você Sabia? VERIFIQUE SEU APRENDIZADO 1. Como podemos definir a palavra “per dão"? Nos dias de Jesus, alguns rabinos ensinavam que um homem poderia perdoar uma ofensa de uma mesma pessoa três vezes. Outros rabinos, menos rigorosos, estendiam essa quantidade para quatro oportu nidades. Jesus ordenou aos seus discípulos que perdoassem "setenta vezes sete”, uma forma simbólica que indica que devemos ter um co ração compassivo para com nossos ofensores no trato do perdão. 12 Disciptilando Aluno Lição 3 Estudada em / /____ Vivendo sem Acusação nem Condenação MEDITAÇÃO “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica." (Rm 8.33) REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA •SEGUNDA-João 5.24 • TERÇA - Romanos 5.20,21 • QUARTA - Romanos 6.4-11 • QUINTA - Gálatas 2.16 • SEXTA - 1 Pedro 3.12 • SÁBADO - Efésios 2.8-10 TEXTO BÍBLICO BASE Romanos 5.8,9; 8.1-4 Romanos 5 8 - Mas Deus prova o seu amor para conos co em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 9 - Logo, muito mais agora, sendo justifi cados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Romanos 8 1 - Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espirito. 2 - Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. 3 - Porquanto, o que era impossível à lei. visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em seme lhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, 4 - para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espirito. Discipulando Aluno | Terceiro Ciclo 13 INTRODUÇÃO Uma das coisas que a salvação em Cristo propicia ao pecador arrependido é o perdão de todos os pecados — isso já vimos na aula passada. Mas, efetivamente, quais são as consequências do perdão em nossa vida espiritual? E, a partir do perdão, quais são as minhas obrigações para com Deus e o próximo? Após receber o perdão dos nossos pecados, precisamos aprender a viver uma existência livre do senso de acusação e condenação. É isso que vere mos nesta aula. 1. ALIVIANDO O JUGO DA CULPA 1,1. Definindo a culpa. A culpa é um sentimento que nos acomete quando pe camos e praticamos algo que a sociedade entende ser errado, ou ofendemos as pes soas que nos cercam com palavras ou atos. Quando fazemos algo bom, louvável e admirável, temos o sentimento de alegria, de realização, de aceitação. Mas quando fazemos alguma coisa que prejudica ou tras pessoas, ou quando pecamos, nos vem um sentimento que faz com que nos sintamos responsáveis pelo que foi feito. E esse sentimento não é de alegria, nem nos motiva a ficar alegres e felizes. Esse é o sentimento de culpa, que nos acusa pelo que fizemos. Naturalmente, uma acusação é muito diferente de um elogio. Se neste, temos nossa vida engrandecida, naquele ficamos envergonhados. Ter a sensação de culpa é sem dúvida muito ruim, mas não ser perdoado é bem pior. 1.2.0 que o sentimento de culpa pode fazer conosco. O sentimento de culpa pode nos atingir quando fazemos algo que é reprovável, ou pecaminoso, ou mesmo quando deixamos de fazer o que sabía mos ser o certo. Muitas pessoas, quando acometidas por esse sentimento, tomam uma firme atitude de não mais fazer o que as deixou naquele estado. Outras pessoas justificam o que fizeram, buscando para si argumentos de defesa. Outras pessoas sentem-se tão culpadas que são consu midas por esse sentimento, fechando-se para o mundo, para outras pessoas e até para Deus. Há pessoas que, envolvidas em sentimentos de culpa, decidem acabar com suas próprias vidas, esquecendo que em Deus há esperança e perdão. 1.3. A atuação do Inimigo de nossasalmas. O inimigo de nossas almas, Satanás, também sabe que podemos sofrer com o sentimento de culpa. Como se não bastas se a nossa consciência nos acusando, ele também nos acusa, e leva suas acusações diante de Deus: “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salva ção, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo: porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual dian te do nosso Deus os acusava de dia e de noite" (Ap 12.10). Além de ele nos incentivar ao pecado, depois que pecamos, ele nos Após receber o perdão dos nossos pecados, precisamos aprender a viver livre do senso de acusação e condenação. 14 Discipulando Aluno acusa diante do Senhor. Mas mesmo nesse caso, podemos contar com o perdão de Deus, que é maior do que as acusações do Diabo. Este pode detestar pessoas arrependidas, mas não pode impedir que Deus nos perdoe se sinceramente nos ar rependermos e buscarmos a Deus: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.1,2). Portanto, ainda que tenhamos um Inimigo que nos acuse diariamente, temos em Jesus o nosso advogado, que intercede por nós diante de Deus. E de vemos confiar plenamente de que Jesus pode nos perdoar os pecados e restaurar a nossa comunhão com Deus. 2. UMA VIDA SEM CONDENAÇÃO 2.1. De que tipo de condenação a Bíblia trata. A Bíblia descreve que Deus primeiramente disse a Adão que não o desobedecesse, e Adão fez o que Deus disse que não deveria ser feito. Por causa de seu pecado, Adão não apenas ficou sujeito à morte física, mas também à morte espiritual, ou seja, uma eternida de afastado da presença de Deus, sem salvação. Essa foi a condenação aplicada ao pecado de Adão, e como o pecado dele foi transmitido a nós, também fomos alcançados por essa mesma condenação. Paulo explica isso quando escreve aos Romanos: “Porque, como, pela desobe diência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos” (Rm 5.19). Quando pecamos, caímos na mesma condenação em que Adão foi penalizado. É uma condenação que decreta nosso afastamento de Deus, uma vida cheia de pecados e um destino eterno miserável. 2.2.0 que Deus fez por nós. Em Jesus, seu Filho, Deus perdoou os nossos pe cados, nos trouxe a paz e nos aproximou dEle: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, 0 qual de ambos os povos fez um" (Ef 2.13,14a). Paulo escreveu aos cren tes de Éfeso informando-os de que apesar de antes eles estarem afastados de Deus, por terem aceitado o sacrifício de Jesus, eles agora estavam perto do Altíssimo. Mas, para que pudéssemos gozar dessa proximidade com Deus, foi necessário que fôssemos perdoados por Ele, feitos novas criaturas, com uma nova chance de viver uma vida plena com Deus. 2.3. Devemos andar segundo a lei do Espírito. Paulo escreveu aos Romanos: "Porque os que são segundo a carne in clinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espirito, para as coisas do Espírito” (Rm 8,5), Isso significa que as pessoas que não têm a Jesus como seu Salvador e não se deixam ser trabalhadas pelo Espírito Santo colherão um sentimen to de culpa constante por não fazerem o que Deus ordena, pois são inclinadas para as coisas carnais, para a prática do pecado. Já os que são segundo o Espirito e andam de acordo com o Espírito de Deus, fazen do aquilo que é certo aos olhos de Deus, mesmo que pequem, sabem que podem contar com o perdão divino por meio da confissão de pecados. Por isso, o apóstolo dos gentios escreveu aos Colossenses o motivo pelo qual não andamos mais pela Lei da carne: “E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz” (Cl 2.13.14). Terceiro Ciclo 15 3. UMA VIDA SEM ACUSAÇÃO 3.1. Acusação de nossos pecados. Quando cometemos um erro, ou crime, surge uma acusação contra nós. Diante dos homens, é possível que um inocente seja acusado de um crime que não tenha cometido, mas nenhuma pessoa pode, diante de Deus, ser acusada de um pecado que realmente não tenha cometido, pois Ele é o Justo Juiz, e não apenas sabe de todas as coisas, como também sabe o pro pósito de cada coração. O salmista disse sobre o fato de que Deus sabe sempre o que fazemos: “Diante de ti puseste as nossas iniquidades; os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto” (Sl 90.8). Deus sabe de tudo o que fazemos, e mesmo aquilo que imaginamos não ser pecado, Ele julga da mesma forma. 3.2. Acusação de nossa consciência. Todos os seres humanos possuem um juiz interior, que os acusa de atos praticados contra Deus e contra o próximo. Esse juiz é a nossa consciência. Billy Graham, famoso evangelista norte-americano, disse que “os sentimentos de culpa surgem quando a nossa consciência nos diz que violamos os padrões de Deus, quando pensamos, de modo equivocado, ter feito isso ou quando simplesmente deixamos de satisfazer as nossas próprias expectativas ou padrões que outras pessoas definem para nós". A nossa consciência pode nos julgar pelas decisões corretas que tomamos ou pelas decisões erradas. Uma decisão errada, com certeza, anula a certa, e por isso precisamos refletir bem antes de tomarmos decisões que venham nos afastar de Deus ou nos trazer sentimentos de culpa. Como já foi dito, devemos nos lembrar de que temos em Jesus o nosso defensor, aquEle que intercede por nós diante de Deus quando nos arrependemos genuinamente e aban donamos aquilo que nos induz ao pecado ou à prática pecaminosa. Não adianta che garmos ao trono da graça sem um coração arrependido e desejoso do perdão divino se ainda mantemos vínculos com aquilo que Deus condena. 3.3. Acusação diante dos homens. Há pessoas que, antes de conhecerem a Je sus como Salvador, praticaram coisas que ultrapassaram os limites do aceitável na esfera social. É evidente que tais atos são fruto do pecado, e há atos que as conse quências transcendem o momento em que foram praticados, trazendo sequelas para a sociedade. Deus perdoa tais atos? Sim, se houver um coração verdadeiramente arrependido e desejoso do perdão. Entre tanto, é possível que tais pessoas sejam alcançadas pelas consequências de suas atitudes e tenham de pagar socialmente pelo que fizeram. Mesmo nesses casos, o perdão de Deus não é revogado, apesar da condenação dos homens. É possível que muitas pessoas, com base no senso comum dejustiça, nunca se esqueçam de pecados ou crimes praticados por essas pessoas. CONCLUSÃO Viver sem acusação nem condenação é viver baseado nas promessas de Deus em relação ao perdão de nossos pecados. É a certeza de que o Senhor é maior do que a nossa consciência. Isso não é um precedente para que venhamos a ter uma vida desregrada e que desagrade a Deus, mas, sim, ter uma vida como um exemplo de misericórdia e bondade divinas. Lembremo-nos de que o perdão de Deus é maior do que a condenação que nos foi dada pelo pecado e suas práticas. 0 perdão sempre vem depois de um reco nhecimento do pecado cometido e de um pedido de reconciliação, tanto com Deus quanto com pessoas que ofendemos. É possível também que os homens não per doem determinados atos cometidos, mas Deus é poderoso para nos perdoar, e é esse o perdão que faz diferença em nossas vidas. Ele é que vai nos garantir a vida eterna. 16 Discipulando Aluno APROFUNDANDO-SE “'E nisto conhecemos que somos da verdade e diante dele asseguraremos nosso coração: sabendo que, se o nosso coração nos condena,maior é Deus do que o nosso coração e conhece todas as coisas' (1 Jo 3.19.20). Cristo pode aliviar a nossa consciência culpada. Muitos re ceiam não amar os outros como deveríam. Eles se sentem culpados porque não estão fazendo o suficiente para mostrar o amor apropriado a Cristo. Suas consciências os incomodam. Nesta carta. João tem essas pessoas em mente. Como poderemos escapar às dolorosas acusações de nossa consciência? Não é ignorando-as nem justificando nosso comportamento, mas fixando o nosso coração no amor de Deus. Quando nos sentimos culpados devemos nos lembrar de que Deus conhece os nos sos motivos, bem como as nossas ações. A sua voz de promessa é mais forte do que a acusadora de nossa consciência. Se estamos em Cristo, Ele não nos condenará (Rm 8.1: Hb 9.14,15)" (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.197). VERIFIQUE SEU APRENDIZADO 1.0 que o sentimento de culpa pode fazer conosco? 2. De que tipo de condenação a Bíblia fala? 3. De que forma nossa consciência pode nos acusar? 4. Segundo a lição, os seres humanos pos suem um juiz interior. Quem é esse “juiz"? 5. Deus perdoa atos considerados inacei táveis na esfera social? Explique. Você Sabia? Que nós nos sentimos condenados porque Satanás usa as culpas do passado e os erros do presente para nos levar a questionar o que Cristo fez por nós? Nossa segurança deve estar centrada em Cristo, e não em nosso desempenho. Não importam nossos sentimentos, pois nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Pelo fato de termos sido resgatados por Cristo (Rm 7.24.25), não estamos condenados: “Na ver dade. na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (Jo 5.24). Terceiro Ciclo 17 Lição 4 Estudada em / / Sou Nova Criatura TEXTO BÍBLICO BASE João 3.1-8 1 - E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dosjudeus. 2 - Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. 3 - Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nas cer de novo não pode ver o Reino de Deus. 4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5 - Jesus respondeu: Na verdade, na ver dade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. 6-0 que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 - Não te maravilhes de te ter dito: Neces sário vos é nascer de novo. 8-0 vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. MEDITAÇÃO “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus." (Jo 3.5) REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA • SEGUNDA - Marcos 1.15 • TERÇA - Marcos 9.47 • QUARTA - Lucas 9.62 • QUINTA - Lucas 12.31 • SEXTA - Lucas 10.9 • SÁBADO - Marcos 10.23 18 Discipulando Aluno | Terceiro Ciclo INTRODUÇÃO Quando recebemos a Jesus como nos so Salvador e Senhor, somos feitos novas criaturas, pessoas novas, com uma vida e uma nova existência. Essa iniciativa divina na esfera espiritual possui implicações na esfera fisica. Nesta lição, trataremos sobre o que é ser uma nova criatura e de que forma devemos compreender essa nova existência dada por Deus, entendendo que não podemos ser mais as mesmas pessoas desde que conhecemos ao Senhor Jesus Cristo. 1. PORQUE NASCER DE NOVO 1.1. A velha criatura. Não se pode falar em uma nova existência sem que vejamos como era o antigo estado do homem. Antes que uma pessoa aceite a Jesus, ela anda em trevas, de acordo com as regras deste mundo, “em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobedi ência; entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef 2.2,3). O homem sem Deus não pode ter uma vida que esteja em consonância com os padrões divinos, e não consegue agradar a Deus com suas próprias obras ou tentativas de praticar a justiça, pois suas obras são más e sua justiça, falha: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; e todos nós caí mos como a folha, e as nossas culpas, como um vento, nos arrebatam" (Is 64.6). Para que o homem possa ter um rela cionamento correto com Deus, ele precisa nascer novamente, ser uma nova criatura, começar uma vida livre, mesmo que ainda sofra com a influência da natureza pecami nosa recebida de Adão. Dentro do homem O homem [...] não consegue agradar a Deus com suas próprias obras ou tentativas de praticar a justiça, pois suas obras são más e sua justiça, falha [-] sem Deus, há um elemento que a Bíblia chama de “carne”, não um elemento físico, mas um elemento associado à vontade do indivíduo, uma propensão à prática de atos que desagradam a Deus. Para que o homem ande como Deus deseja, ele preci sa da ajuda do Espírito Santo, que vai lutar contra essa vontade de fazer coisas que Deus reprova. Paulo nos estimula: “Andai em Espírito e não cumprireis a concupis- cência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espirito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis" (Gl 5.16,17). 1.2. Uma natureza que não se sujeita a Deus. A velha natureza não tem o desejo de se sujeitar a Deus e aos seus manda mentos. Ela deseja fazer o que lhe agrada, sem prestar contas de seus atos ao Criador. Dentre as práticas dessa velha natureza, Paulo destaca: “prostituição, impureza, Terceiro Ciclo 19 lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, por- fias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus" (Gl 5.19-21). Imagine uma pessoa embriagada tentando ser fiel a Deus, um assassino ofer tando no santuário ou um brigão tentado orar ao Senhor. Tais pessoas não podem realmente fazer com que Deus fique con tente com elas e suas atitudes. Apenas se elas se tornarem novas criaturas poderão agradar a Deus. 1.3. O Novo Nascimento. O Novo Nas cimento ocorre quando uma pessoa aceita a Jesus como o seu Salvador. Mediante um ato da graça divina (Ef 2.8), ela recebe uma nova natureza, uma nova forma de viver, desta vez, que agrada realmente a Deus, e passa a ser sujeita à influência do Espirito Santo. Essa pessoa passa a ter uma nova forma de pensar, de agir, voltada agora para a sua nova vida; a vida pretendida por Deus aos seus filhos, em comunhão com Ele. Nascer de novo não é entrar em um ventre materno e recomeçar a mesma vida, mas, sim, morrer para o mundo e nascer para uma nova vida com Deus (Rm 6.6). 2. ANDANDO EM NOVIDADE DEVIDA 2.1. Aprendendo com a perspectiva divina. O que acontece quando aceitamos a Jesus? Somos feitos novas criaturas. E de onde vem essa ideia de novo nascimento? De um diálogo entre Jesus e um líder judai co chamado Nicodemos. A Bíblia diz que esse Líder foi procurar Jesus numa noite, para conversar com Ele. Nicodemos tinha ouvido falar de Jesus e se surpreendeu quando o Mestre disse que ele tinha de nascer de novo. No inicio da conversa, Nicodemos reconheceu que Jesus era enviado por Deus e o chamou de mestre e, de imediato, Jesus disse como Nicodemos poderia se aproximar de Deus pelo novo nascimento: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo3.3). Nicodemos se deparou com uma ver dade crucial, dita por Jesus: uma pessoa não pode entrar no Reino de Deus se não nascer de novo, se não for salva por Cristo. Nicodemos ficou preocupado com aquela declaração e perguntou ao Senhor se um homem, sendo já de uma idade avançada, poderia entrar no ventre de sua mãe e nascer mais uma vez. Para Jesus isso estava fora de questão. Não podemos retroagir nossas vidas a um passado que não nos aproxima de Deus. Como já foi dito, voltar ao ventre da mãe não propicia um nascimento livre de uma natureza pecami nosa. Definitivamente, não era essa a ideia de Jesus. Ele queria mostrar a Nicodemos que Deus poderia fazer dele uma nova pessoa, apta, desta vez, para realmente pertencer ao Reino de Deus. Para que o homem ande como Deus deseja, ele precisa da ajuda do Espírito Santo, que vai lutar contra essa vontade de fazer coisas que Deus reprova. 20 Di-jcipulando Aluno 2.2. Nova vida, novos hábitos. O após tolo Paulo comenta que somos novas criaturas e, que por isso, elevemos ter uma nova forma de pensar e novos hábitos. Escrevendo aos Efésios, o apóstolo disse "que, quanto ao trato passado, vos des pojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.22-24). Qual é a ideia do apóstolo Paulo com essas palavras? Ele deseja que sejamos pessoas com hábitos novos, pois fomos feitas novas criaturas. Pense em uma pessoa que passa o dia trabalhando com uma roupa, e ao chegar em casa, no fim do dia, tanto a pessoa quanto a roupa que está usando estão sujas. A pessoa vai tomar um banho para se limpar; uma vez limpa, espera-se que ela use roupas limpas, adequadas ao seu novo estado. Mas o que podemos esperar de uma pessoa que ao sair do banho, usa a mesma roupa suja que esteve usando ao longo do dia? Uma pessoa assim seria tida por louca, pois está se vestindo com uma roupa inadequada à sua nova situação. 3. A VERDADEIRA VIDA 3.1.0 que é a verdadeira vida. A verda deira vida está pautada naquilo que Deus estipulou para nós. É uma nova existência, livre dos males do pecado, da mentira, de falsas palavras e tudo o que acompanha a vida que desagrada a Deus. A vida com Cristo nos prepara para a vida eterna. Por isso, precisamos aprender a nos desvencilhar das coisas que nos prendem a essa existência terrena com as suas práticas que desagradam a Deus, para vivermos uma nova vida sob a perspectiva divina. 3.2. Uma vida não pautada nos pa drões do mundo. Um dos maiores desa fios a uma pessoa que aceitou a Jesus é A vida com Cristo nos prepara para a vida eterna. justamente como viver uma existência pautada, não nos padrões do mundo, mas nos padrões da Palavra de Deus. Mas é justamente para isso que fomos nascidos de novo, ou seja, para aprender a viver com novos hábitos e atitudes. Paulo disse aos crentes da cidade de Colossos: “Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (Cl 3.8-10). Uma pessoa que tem a verdadeira vida em Cristo, criada por Deus, não se deixa mais dominar pelas coisas do mundo, mas as subjuga e vence por amor a Deus. CONCLUSÃO Para agradarmos a Deus é preciso nascer de novo. Sejamos pessoas que vivem uma nova vida, que aprendamos a nos sujeitar ao poder do Espírito Santo. Por meio dEle. temos a chance de vivermos a vida pautada nos parâmetros divinos e preparar-nos para a vida eterna. Apenas pessoas que nasceram de novo poderão ser recebidas no Reino de Deus, pois são feitas cidadãs desse Reino de justiça eterno, e que está preparado aos que aguardam a vinda de Jesus Cristo. Terceiro Ciclo 21 APROFUNDANDO-SE "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus, O fato de uma pessoa precisar nascer novamente se referia a um nascimento espiritual, mas Nicode- mos entendeu que Jesus se referia a um renascimento físico. Mas o que Jesus po deria esperar que Nicodemos soubesse sobre o Reino? A partir das Escrituras ele poderia saber que o Reino seria gover nado por Deus, seria finalmente restau rado na terra e iria incorporar o Reino de Deus. Jesus revelou a esse piedoso fariseu que o Reino seria disponibilizado a todo o mundo (3.16), não apenas aos judeus, e que Nicodemos não faria parte dele a não ser que nascesse novamente (3.5)" (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal, Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.500). 4. Qual é a ideia do apóstolo Paulo ao es crever Efésios 4.22-24? 5. Como foi a sua experiência do Novo Nascimento? VERIFIQUE SEU APRENDIZADO 1. Como são as pessoas antes de conhe cerem Jesus? Você Sabia? 2. Quais são as práticas da velha natureza destacadas por Paulo? 3. O que acontece quando aceitamos a Jesus? Que João 3.16 é considerado o ver sículo da Bíblia que define de forma resumida toda a mensagem da Pala vra de Deus?: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". O curioso é que esse versículo não foi falado a multidões, ou a um grande grupo de pessoas que se reunia constantemente para ouvir Jesus. Ele foi falado a Nico demos, um fariseu que foi procurar Jesus em um encontro pessoal. Isso nos mostra que Deus dá muita im portância ao evangelismo pessoal, da mesma forma que dá importância ao Evangelho pregado a grandes audiências de pessoas. 22 PíMiipulando Aluno Vencendo a Tentaçao MEDITAÇÃO “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra." (Ap 310) REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA • SEGUNDA - Mateus 26.41 • TERÇA - Salmos 95.8,9 • QUARTA - Lucas 8.13 • QUINTA - Lucas 11.4 • SEXTA - 1 Coríntios 10.13 • SÁBADO - Tiago 1.12 TEXTO BÍBLICO BASE Lucas 4.1-8,12,13 1 - E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. 2 - E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome. 3 - E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. 4 - E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus. 5 - E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. 6 - E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. 7 - Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. 8 - E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás. 12 - E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor, teu Deus. 13 - E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo. Discipulando Aluno | Terceiro Ciclo 23 INTRODUÇÃO Em todo o mundo, as pessoas são ten tadas de alguma forma. Mesmo aqueles que já aceitaram a Jesus como seu Salva dor e Senhor são tentados, e até o próprio Jesus foi tentado por Satanás. Então, como pode um cristão lidar de forma correta com as tentações? É possível ser tentado e não cair no pecado? Quais são as bases para que consigamos vencer as tentações? Nesta lição, veremos essas respostas, não apenas para compreender a tentação, mas também para que saibamos como nos portar nesses momentos difíceis e agradar a Deus derrotando tanto nossos desejos pessoais quanto a influência de Satanás. 1. O QUE É A TENTAÇÃO 1.1. Definindo o termo. Tentação é descrita pelo Dicionário Michaelis como “impulso íntimo dirigidopara o pecado, originado dos instintos inferiores ou da ma- lignidade do tentador”. Conforme apresen tado, tentação não é o pecado, mas, sim, uma propensão a uma prática que pode ser pecaminosa. Essa propensão pode vir de dentro de nós mesmos, dos nossos desejos, ou pode ser uma propensão origi nada no próprio Diabo, quando nos oferece situações aparentemente desejáveis. No primeiro caso, a tentação é originada em nossos desejos lícitos ou ilícitos. É lícito nos alimentarmos quando temos fome, mas não é certo comer até passar mal ou colocar a saúde em risco comendo além do neces sário. Os desejos ilícitos são aqueles que uma pessoa tem e não os domina, mesmo sabendo que não deve praticá-los ou por que a Bíblia reprova ou porque a sociedade condena, como um furto, ou assassinato, ou enganar uma pessoa. Em ambos os casos, seja um desejo lícito ou ilícito, o que nos afas ta de Deus precisa ser evitado a todo custo. No segundo caso, a natureza da ten tação pode ser satânica. O Diabo, Inimigo de nossas almas, pode nos atrair a praticar atos que desagradam a Deus, como fez com Adão e Eva, e tentou Jesus Cristo a pecar contra o Pai. Adão e Eva cederam à tentação (Gn 3.6,7), mas Jesus não (Mt 4.1-11). 1.2. Tentação não é o pecado. Há pessoas que acreditam que a tentação é o pecado. Na verdade, a tentação não é o pecado, mas sua porta, uma oportunidade para a prática do pecado. Vejamos o que a Bíblia narra sobre o primeiro casal, Adão e Eva, O livro de Gênesis nos fala: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremen te, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (2.16,17). Deus ordenou que o homem não comesse do fruto proibido, mas permitiu- -Ihe se alimentar de qualquer outra árvore frutífera do jardim do Éden. Mas o que aconteceu algum tempo depois? Satanás tentou a mulher e o homem para deso bedecerem a Deus, e eles comeram do fruto proibido. Ele os enganou dizendo que se comessem daquele fruto, eles seriam como Deus, sabedores do bem e do mal (Gn 3.5). O que Satanás não lhes disse era o preço da desobediência, isto é, a morte. Se por um lado essa história nos en sina como o pecado entrou no mundo, também nos adverte que não precisamos cair em pecado. Ou seja, mesmo sendo tentado, não podemos nos deixar levar pelo pecado. Veremos, a seguir, o exemplo da tentação de Jesus. O Filho foi tentado pelo Diabo, mas não pecou contra Deus. 1.3. Pessoas santas também são ten tadas. O fato de termos aceitado a Jesus como nosso Salvador não nos isenta de ser tentados tanto por Satanás quanto por nossas propensões carnais. Na verdade, os homens e as mulheres de Deus descri tos na Bíblia Sagrada passaram por tenta ções, Adão e Eva foram tentados a comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, pecaram e foram expulsos do paraíso (Gn 3.6,7), Sansão foi tentado por Dalila, para que ele revelasse o segredo de sua força descomunal, e perdeu tanto a visão quanto a liberdade (Jz 16.4-21). Sara foi tentada a dar sua serva a Abraão, para que, se nascesse um filho, fosse considerado dele. Esse era um costume daqueles dias. Mas, essa escolha não foi aprovada por Deus e tanto Abraão quanto Sara tiveram de conviver com problemas dentro de casa por conta dessa situação (Gn 16.1-6). Jacó foi tentado a tomar do irmão, Esaú, o direito de ser o filho mais velho e teve de fugir por muitos anos para não ser morto por isso (Gn 27.18-29,41-45). Mesmo Davi, o homem segundo o coração de Deus, pecou contra Deus quando pôs seus olhos em Bate-Seba, cometendo não apenas um adultério, mas encomendando um assassinato (2 Sm 11). Portanto, a tentação está presente nos relatos bíblicos, pois ela acontece com qualquer pessoa, seja serva de Deus ou não. Ainda que sejamos santos, não esta mos imunes à tentação. 2. LIDANDO COM NOSSOS IMPULSOS 2.1. Deus tenta alguma pessoa? Essa pergunta é respondida por Tiago, o irmão do Senhor Jesus: “Ninguém, sendo ten tado, diga: De Deus sou tentado: porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscéncia” (Tg 1.13,14). Deus não é o agente da tentação. O que então originou a tentação? Tiago nos diz que as pessoas são tentadas quando atraídas e ludibriadas pelos seus próprios desejos. Portanto, os nossos desejos, quando não sujeitos ao controle do Espírito Santo, po dem ser a fonte da tentação e suficientes para nos fazer pecar. Como vimos, a ten tação pode vir de nossos desejos ou de Satanás, mas nunca de Deus. 0 Altíssimo não nos induz ao pecado, pois este nos afasta de Deus. Seria um contrassenso atribuir a Deus as tentações com que nos deparamos. Ele nos quer mais perto de si, e não afastados dEle. Lembre-se de Adão e Eva, quando pecaram contra Deus, eles perceberam que estavam nus e tentaram se esconder do Criador. Esse efeito até hoje segue a humanidade: quando peca mos, a nossa primeira tendência é fugir de Deus, Mas o apóstolo João nos exorta: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). 2.2. Tentações de diversas formas. Em uma sociedade como a nossa, do minada pelo erotismo precoce, existe a tendência de se imaginar que a tentação tem somente o viés sexual. Entretanto, a tentação não ocorre apenas na esfera sexual. Há pessoas que possuem limita ções no tocante à saúde, e ficam restritas a ingestão de determinados alimentos e são tentadas a comê-los, mesmo que prejudiquem a saúde. Há estudantes que deixam de ser zelosos em seus trabalhos e estudos, e buscam ajuda clandestina para tirar notas boas nas provas, a famosa “cola". Há aqueles que gastam mais do que devem e do que conseguem ganhar com o seu trabalho, ficam endividados e deixam até de honrar ao Senhor com seus recursos financeiros. Há homens e mulheres que, mesmo tendo uma família ou comprometidos pelo casamento, não se sentem satisfeitos e buscam aventuras extraconjugais, colocando suas famílias em risco. A lista não tem fim, pois cada pessoa pode ser tentada de uma forma diferente, mas o princípio é o mesmo: conduzir-nos as práticas que colocarão em risco nossa saúde, nossa vida espiritual e o nosso destino eterno. Terceiro Ciclo 25 A Bíblia diz que o próprio Filho de Deus foi tentado, Mas como Ele tratou com a tentação? E de que forma podemos apren der com Ele para que consigamos vencer as tentações que nos acometem? 3. COMO JESUS LIDOU COM A TENTAÇÃO 3.1. Jesus usou a Palavra de Deus. Lu cas descreveu a tentação do Filho de Deus, deixando claro que Ele usou as Escrituras em cada situação pela qual foi tentado. Quando teve fome (e não é pecado ter fome!), foi tentado a usar o seu poder para transformar pedras em pão. Entretanto, Ele resistiu a tentação citando Deuteronômio 8.3. Havia algum mal em Jesus se alimen tar um pouquinho, levando em conta que Ele estava em Jejum há 40 dias? O que uma pessoa faminta mais deseja, senão alimento, um pouco de comida? Mas usar o poder de Deus em benefício próprio, sob a influência do Diabo, seria não apenas uma tentação, mas um pecado. O nosso Inimigo deseja que usemos o que for necessário para nos sentir satisfeitos, a exemplo de como tentou Jesus a usar o poder de Deus para o seu autobenefício. Quando Jesus também foi tentado para obter o poder temporal desde que se incli nasse a Satanás, Ele citou Deuteronômio 6.13 e 10.20. O que mais o Diabo deseja, senão, a nossa adoração e devoção? Isso faz com que nos afastemos de Deus, dan do mais glória à criatura do que ao Criador (Rm 1.23). Jamais devemos nos esquecer de que tudo o que temos é dádiva de Deus, e nossa adoração nunca poderá ser substituída pela adoração à criatura e ao poder temporal. Semelhantemente, quando incenti vado a colocar sua vida em risco para ver seDeus estava realmente com Ele, Jesus citou Deuteronômio 6.16. É claro que de vemos confiar nas promessas de Deus, pois Ele as cumpre, mas não devemos tentá-lo. O que o Diabo queria era induzir Jesus a pecar, tentando obrigá-lo a fazer um milagre para agradar uma vontade pessoal. Lembremo-nos de que Deus é fiel para conosco, e nossa fidelidade a Ele deve ser sábia. 3.2. Jesus confiou naquilo que Deus disse. Mais do que citar a Palavra de Deus, Jesus demonstrou que, não apenas co nhecia a Palavra de Deus, mas também a praticava. E, após as tentações, Jesus não ficou olhando para as pedras que pode ríam ser transformadas em pães para sa ciar sua fome. Ele não ficou pensando que poderia ter recebido poder temporal para governar os maiores reinos do mundo, nem imaginando como seria se arriscar em uma situação perigosa somente para saber se Deus cumpriría ou não o que está em sua Palavra. Jesus creu na Palavra de Deus e agiu de acordo com a fé. Da mesma forma, não devemos duvidar da Palavra de Deus nem depois ficar imaginando como seria se tivéssemos cedido aos apelos que nos cercam. Quem age crendo no que Deus diz deve ter a atitude de afastar-se não apenas da tentação, como também esquecê-la. 3.3. O que Deus espera que façamos quando tentados? Deus sabe que passa mos por situações em que a tentação é real. Ele sabe que temos um Inimigo que faz de tudo para pecarmos. Ele também sabe que temos impulsos interiores que podem nos induzir à prática do pecado. Entretanto, Deus espera que hajamos de forma a honrar o seu nome mesmo quando somos tentados. Ele espera que obede çamos a sua Palavra e nos afastemos de tudo o que pode nos conduzir ao pecado. Da mesma forma que Jesus optou por responder aos apelos do Diabo com a Pa lavra de Deus, devemos nos guiar por ela. Precisamos também evitar os caminhos que nos levam a tentação. Se ao invés de fugir da tentação, nos aproximarmos dela o suficiente para ser envolvidos, com 26 Discipulando Aluno certeza, cederemos aos seus apelos. Por tanto, além de crer na Palavra de Deus e agir como ela ordena, devemos evitar tudo o que nos atrai para fazer o mal e pecar contra Deus. CONCLUSÃO Nenhum crente está livre de ser ten tado. Cair na tentação é uma escolha da pessoa que está se deparando com algo que lhe chama a atenção e que pode lhe prejudicar espirituale materialmente. Para que possamos estar firmes e não ceder à tentação, devemos observar o exemplo de Jesus, que enfrentou esses momentos ten do a Bíblia como sua base de resposta até para o próprio Inimigo. Nosso Senhor não apenas venceu o pecado, como também derrotou Satanás, nos dando o exemplo de que podemos ser vitoriosos na tentação. 2. Pessoas santas também são tentadas? 3. A tentação é o pecado? 4. O que Jesus usou quando foi tentado? APROFUNDANDO-SE Sobre a tentação de Jesus, Lawrence Richards comenta: “Jesus reage a cada prova apelando às Escrituras. Em cada caso, a citação é de Deuteronômio, que não é tão importante como a maneira como Cristo usa as Escrituras. O que Ele fez, na realidade, foi extrair um prin cípio de cada passagem" (Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD. 2014, p.19). VERIFIQUE SEU APRENDIZADO 1. O que é a tentação? 5. Como podemos evitar a tentação? Você Sabia? Jesus Cristo, no exercício do seu ministério, pregava as Escrituras do Antigo Testamento. Ele citava trechos de Deuteronômio. Salmos etc. No tempo de Jesus não tínhamos ainda os 27 livros do Novo Testamento. Assim, tanto nosso Senhor quanto a Igreja Primitiva observavam o Antigo Testamento como Palavra revelada por Deus. Terceiro Ciclo 27 Lição 6 Estudada em / /____ Uma Vida Cheia do Espírito TEXTO BÍBLICO BASE Efésios 5.15-21 15 - Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios. 16 - Remindo o tempo, porquanto os dias sào maus. 17 - Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. 18 - E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espirito, 19 - Falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração. 20 - Dando sempre graças por tudo a nos so Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 21 - Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. MEDITAÇÃO “Porque o Reino de Deus não é comi da nem bebida, mas justiça, e paz. e alegria no Espirito Santo." (Rm 14.17) REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA • SEGUNDA - Isaías 32.15 • TERÇA - Joel 2.28-32 • QUARTA - Lucas 24.49 • QUINTA - Atos 1.8 • SEXTA - Atos 2.1-13 • SÁBADO - Atos 2.14-21 28 Discipulando Aluno | Terceiro Ciclo INTRODUÇÃO Ter uma vida cheia do Espirito Santo requer de nós atitudes e disciplinas ne cessárias a essa finalidade, Isso não está relacionado aos dons espirituais, e sim a uma constante atitude de dependência da atuação divina. É um desafio aos crentes, mas igualmente importante para a vida cristã, pois ou somos cheios de nós mes mos, ou somos cheios do Espírito. 1. ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO 1.1. “Enchei-vos do Espírito”. O que é ser cheio do Espírito? Antes de avan çarmos com essa pergunta, precisamos entender primeiro quem é o Espírito Santo e qual é a sua missão. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Ele foi enviado por Deus a fim de nos preparar para o grande dia do encontro com Jesus Cristo, por ocasião do arrebatamento da Igreja, como a noiva que foi preparada para encontrar-se com o seu noivo. A missão do Espirito Santo, portanto, é nos santificar, nos fazer caminhar mais perto de Deus e mais distante do mundo. Não estamos com isso dizendo que sua função é nos tirar do mundo, e sim tirar o mundo de dentro de nós. ou seja, preencher o espaço de nossas vidas com a sua presença, de forma que sejamos orientados por Ele e possamos viver de acordo com a vontade de Deus. Então, ser cheio do Espírito é ter a vida conduzida pelo Espírito de Deus. E de que forma podemos manifestar essa submissão ao Espírito Santo? Com algu mas atitudes bem simples. 1.2. Agindo como pessoas sábias. Pau lo, em sua carta aos Efésios, descreveu as características de uma pessoa cheia do Espírito. A primeira delas está relacionada diretamente à forma de vida da pessoa: veja como você anda, não como um tolo, mas como um sábio (Ef 5.15). É possível escolher ser um sábio ou um tolo, e isso se descobre quando uma pessoa aplica ou não 0 conhe- Ser cheio do Espírito é ter a vida conduzida pelo Espírito de Deus. cimento que já possui acerca de Cristo, ou seja, a nossa comunhão com Cristo deve ser manifesta em nossas atitudes. Agir como um sábio é um exercício diário, pois diariamente somos tentados a agir de acordo com a nossa própria vonta de, esquecendo-nos de nossa comunhão com Deus e de nossa posição no Reino dos Céus. Mas não estamos sós nessa caminha da, pois Deus não apenas está conosco, mas também está disposto a dar-nos a sabedoria necessária. Tiago, sobre esse assunto, disse: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada" (Tg 1.5). Veja que grande promessa do Senhor: Se algum de nós não tem sabedoria, pode pedi-la em oração, e Ele a dará de bom grado, liberalmente. Essa promessa é para nós hoje: Deus tem prazer em nos dotar com sabedoria, para que possamos manifestar a sua glória. 1.3. Remindo o tempo. Remir o tempo é administrá-lo de forma sábia em todos os momentos. Como estamos de passagem neste mundo, não podemos utilizar esse presente dado por Deus a todas as pes soas, o tempo, com coisas que não trarão edificação. Isso deve nos deixar alertas em relação à forma como passamos o nosso tempo. É preciso lembrar que somos novas criaturas e, por isso, devemos adquirir novos hábi Terceiro Ciclo 29 tos, como ler a Palavra de Deus todos os dias, passar um tempo em oração, buscar congregar em igrejas que estejam próxi mas de nossascasas ou acessíveis. Se nesta vida temos pouco tempo, porque não podemos aproveitá-lo para fazer o que pode edificar a nossa vida e a de outras pessoas? O tempo é um recur so útil para praticar aquilo que agrada a Deus, e não podemos desperdiçá-lo. Uma das manifestações de uma pessoa cheia do Espírito é a forma como ela usa o seu tempo. Se nós somos cheios do Espírito, não perderemos tempo com coisas que desagradam a Deus, como falar mal da vida alheia, deixar de ler a Palavra de Deus, não partilhar o Evangelho com pessoas do nosso circulo de amizades. Somos desa fiados a usar o nosso tempo sob o foco da perspectiva divina. 1.4. Entendendo a vontade do Senhor. Paulo diz que devemos entender qual é a vontade do Senhor. Mas como entender a vontade de um Deus que não vemos? A resposta a essa pergunta encontra-se na leitura da Palavra de Deus e nos mo mentos de oração que passamos com Ele. Pela leitura da Palavra, vemos a vontade geral de Deus para nós nos diversos textos inspirados por Ele. A Bíblia é riquíssima em orientações para todas as situações pelas quais um ser humano passa, e essas orientações estão disponíveis para leitura, interpretação e aplicação. Na oração, podemos passar momentos mais íntimos com Deus e ouvir sua voz para situações mais específicas. Naturalmente, devemos ter maturidade para entender que Deus não vai falar ao nosso coração nada que contradiga sua Palavra. Um homem casado que tenha um relaciona mento extraconjugal não pode esperar que Deus concorde com seu estilo de vida, pois Deus condena o adultério e ordena a fidelidade dentro do matrimônio. Entender a vontade de Deus não é impossível, mas exige de nós maturidade e discernimento. Nem tudo Deus vai falar em sua Palavra, pois ela não é um livro de curiosidades, mas sua Palavra nos dará os princípios para que tomemos decisões acertadas, e se formos cheios do Espírito, seremos orientados por Ele. 2. BUSCANDO AS COISAS ESPIRITUAIS 2.1. “Não vos embriagueis com o vinho". Paulo comenta que os cristãos não deviam embriagar-se, e havia um bom motivo nisso. As pessoas dadas ao vinho tendem a ser descontroladas. Na Bíblia, temos alguns casos de pessoas que tiveram problemas por causa do vin ho. Noé, após o dilúvio, embriagou-se e teve um sério problema familiar (Gn 9.21); ainda em Gênesis, vemos que quando Deus destruiu Sodoma e Gomorra, as filhas de Ló, com medo de ficarem sem descendentes, embebedaram seu próprio pai e cometeram um incesto com ele (Gn 19.30-38). O sacerdote não poderia beber vinho enquanto estivesse ministrando no Tabernáculo, tendo em vista a santidade de seus atos (Lv 10.9). Essas advertências devem nos levar a pensar seriamente no fato de que não podemos ter uma vida cheia do Espírito tendo, ao mesmo tempo, problemas com bebidas que podem nos tirar da consciência. Deus espera que ten hamos plena coinciência dos nossos atos em todos os momentos, e por isso, não devemos ficar entorpecidos com bebidas alcoólicas. Lembre-se de que os bêbados não herdarão o Reino dos céus (1 Co 6.10). 2.2. “Sujeitai-vos uns aos outros". Esse mandamento bíblico é muito importante. O principio dessa recomendação é o cuidado contra a soberba, a arrogância. Não se pode pensar numa pessoa cheia do Espírito e ao mesmo tempo soberba e cheia de si. Não raro, pessoas arrogantes 30 fazem o possível para realizar obras que as destacarão como o centro de todas as coisas. Seus feitos não buscam refletir a glória de Deus, mas o seu próprio brilho pessoal. Sobre isso, Paulo disse: “Nada façais por contenda ou por vangloria, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3). Estar sujeitos uns aos outros afasta de nós a arrogância e a soberba, e nos mostra que como Jesus demonstrou submissão a Deus e humildade diante dos homens, podemos fazer a mesma coisa. 3. DANDO GRAÇAS EM TUDO 3.1. Gratidão é importante. Uma das características mais importantes de nosso relacionamento com Deus é a gratidão. Temos motivos de sobra para sermos gratos a Deus. Fomos salvos por Cristo e somos herdeiros de Deus para a vida eterna. Podemos adorar a Deus na beleza de sua santidade. Podemos orar a Deus e contar com respostas às nossas orações. E, acima de tudo, temos um Deus bondoso e amoroso como nosso Senhor. Não podemos deixar de demonstrar a nossa gratidão para com Deus. Essa demonstração pode ser manifestada em cânticos, em palavras de gratidão, em nossas orações, em testemunhos para com outras pessoas, e no incentivo a que outras pessoas também sejam gratas a Deus por tudo o que Ele tem feito e ainda irá fazer. Tais manifestações de gratidão precisam alcançar outras pessoas, desta vez, não para que tenham 0 conhecimento do quan to somos gratos a Deus, mas, sim, para que demonstremos na prática a nossa gratidão. 3.2. Gratidão em tudo. A Bíblia nos diz para ser gratos, e ela completa: “em tudo". Seria a intenção de Deus nos mandar ser gratos não apenas nos momentos de alegria, mas de adversidade e oposição também? Sim, Deus espera que tenhamos um coração agradecido. O próprio apóstolo Paulo mostra gratidão para com Deus e com a Igreja em Filipos. Ele estava preso quando recebeu uma ajuda dessa igreja, e respondeu com uma carta que mostra sua gratidão: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância: em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer ne cessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Fp 4.11-13). Paulo sabia ter equilíbrio e um coração agradecido mesmo na adversidade. 3.3. Salmodiando ao Senhor em vosso coração. Salmodiar é literalmente cantar salmos. Os salmos são cânticos feitos nos tempos bíblicos, que demonstravam as emoções do povo ou de uma pessoa es pecífica. Um indivíduo poderia estar muito alegre, então, cantava um salmo. Outra pes soa poderia estar triste e também cantava um salmo. Uma pessoa poderia ainda estar desesperada ou esperançosa, aguardando de Deus uma resposta que não havia chega do, mas ainda assim cantava um salmo. Os salmos são uma expressão verda deira de como nos aproximamos de Deus, independente de nosso estado de espirito. Ele sabe como estamos, e não podemos esconder dEle o nosso verdadeiro estado. Por isso, os cânticos são recomendados não apenas durante o culto, mas também fora dele, ou seja, em nossos lares, no local de trabalho (desde que não incomode as pessoas que estão em torno de nós), e outros locais e períodos em que podemos ter um momento com Deus. Paulo também falou sobre cânticos espirituais e hinos. É possível crer que es ses cânticos espirituais podem se referir a cânticos que o Espírito coloca em nossos corações, ou mesmo cânticos em outras línguas, de acordo com o que o Espírito de Deus venha a conceder individualmente a Terceiro Ciclo 31 cada pessoa (At 2.4). Nem todas as pessoas passam por essa forma de adoração a Deus, mas isso não significa que ela não esteja disponível em nossos dias. CONCLUSÃO Ser cheio do Espírito é um desafio diário para todos nós, mas não é impossível. Se de sejarmos uma vida de plena comunhão com Deus, não podemos permitir que outras coi sas venham ocupar o espaço que é somente do Senhor. Sendo sábios, remindo o tempo, sendo gratos e verdadeiros adoradores, podemos demonstrar o quanto Deus opera em nós por intermédio do seu Espírito Santo. APROFUNDANDO-SE “Como a embriaguez é evidência de excesso de vinho, a adoração cheia do Espí rito deve ser evidenciada pela presença do Espírito Santo. Desta exortação, veio muito do estilo da histórica adoração coletiva cristã que ainda hoje é parte do nosso culto. Os crentes podem se encorajar uns aos outros e louvar a Deus através da música. Paulo mencionou os salmos semelhantes aos do Antigo Testamento, bem como os novos, que
Compartilhar