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CEL0066-WL-O-LC-00-03-InformaLista14 - Educação Ambiental

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InformaLista
O Informativo da lista “Educação Ambiental”
No. 14 – 09 de julho de 2001
Alguns textos apresentados na Lista de Discussão do Projeto Apoema - Educação Ambiental (Antigo Projeto Vida –
Educação Ambiental)
Os textos não passaram por revisão ortográfica, portanto, podem haver erros.
O que é Educação Ambiental?
Tanto o ensino formal quanto o não-formal são indispensáveis para se estabelecer a consciência ambiental e se modificar a 
atitude das pessoas frente aos novos padrões de desenvolvimento.
A Educação Ambiental deve ter caráter interdisciplinar e como objetivo principal preparar o Ser Humano para viver em 
harmonia com o seu meio ambiente. Para tanto, deve ser entendida como "um processo no curso do qual o indivíduo 
consegue assimilar os conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e comportamentos que 
lhe permitem compreender e julgar as relações de interdependência estabelecidas entre a sociedade, com seu modo de 
produção, sua ideologia e sua estrutura de poder dominante, e seu meio biofísico, assim como para atuar em conseqüência 
da análise efetuada" (Pedro Cañal, José E. Garcia e Rafael Porlán).
Mas como desenvolver esse trabalho dentro do ensino formal e não formal? Para Jaume Sureda e Antoni J. Colom deve 
ocorrer "conjunção e coordenação de três fases ou etapas: educação sobre o meio (em referência explícita aos conteúdos), 
educação através do meio (incidência metodológica e mediadora) e educação em prol do meio (mensagem axiológica e 
teleológica)".
Quais seriam portanto os objetivos da Educação Ambiental?
Cobrar consciência. Conseguir que os indivíduos e os grupos constituídos adquiram uma consciência do meio ambiente 
global e dos problemas a ele relacionados, e mostrar-se sensíveis com respeito a ele.
O saber. Procurar que os indivíduos e grupos constituídos adquiram uma compreensão essencial do meio ambiente global e 
dos problemas que a ele se refiram, assim como do lugar e papel que desempenha a responsabilidade crítica que o homem 
deve ter.
O comportamento. Fazer com que os indivíduos e os grupos constituídos adquiram o sentido dos valores sociais, um 
sentido profundo de interesse para o meio ambiente e a vontade claramente sentida de contribuir com seus atos a sua 
proteção e a seu melhoramento.
A competência. Fazer com que os indivíduos e os grupos constituídos adquiram a destreza necessária para a solução dos 
problemas do meio ambiente.
A capacidade de avaliação. Facilitar para que os indivíduos e os grupos constituídos consigam avaliar as medidas e os 
programas de formação relativos ao meio ambiente, em função de fatores de ordem ecológica, política, econômica, social, 
estética e educativa.
A participação. Conseguir que os indivíduos e os grupos constituídos se dêem conta de sua responsabilidade e da 
necessidade de atuar sem demora em matéria de meio ambiente, requerendo a tomada de decisões para resolver os 
problemas colocados."
http://sites.uol.com.br/sallesm/Oqeedamb/ea.htm
Página 1 de 38InformaLista
17/03/2013http://www.apoema.com.br/InformaLista14.htm
Campus Universitário de Sinop
EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO.
Propomo-nos refletir neste artigo sobre a necessidade de um programa educativo para o trânsito. Devemos 
compreender em primeiro lugar que ao falarmos em trânsito nos referimos a uma questão básica, que é a defesa da 
vida, do outro e a própria, em um espaço público. Esta relação envolve necessariamente questões éticas, ou seja, 
como percebemos e quais os valores que atribuímos à vida.
A primeira afirmação importante na nossa proposição é o fundamento de todo o resto: a vida. Todos nós sabemos 
que para existirmos há a necessidade de estarmos vivos. Esta é uma condição primeira. Estão certos os que dizem, 
para morrer basta estar vivo. Criamos com esta afirmação uma contraposição ao sentido essencial da existência, e 
podemos nos perguntar, por que criamos situações de morte? A morte nos abala e nos choca. A vida porém é 
reconfortante. Nesse sentido podemos refletir sobre os momentos trágicos que nos assustam e que estão 
registrados nas absurdas estatísticas de mortes que ocorrem no trânsito.
É evidente que as razões registradas como causas da morte são diversas. No entanto queremos aqui não priorizar 
as causas, mas refletir sobre a necessidade de um programa educativo. Afirmamos acima, que o trânsito ocorre em 
um espaço público, na rua e na estrada, portanto deve ser tratado como uma questão pública. Nesse sentido 
constitui uma responsabilidade dos órgãos e das instituições públicas, apesar de não se limitar à elas. Acreditamos 
que a sociedade civil tem responsabilidades reivindicatórias e propositivas frente as questões que a afligem.
Podemos indicar que iniciativas de campanhas temporárias, como a que ocorreu em Sinop durante a "Semana do 
Trânsito", são iniciativas válidas, porém é necessário avaliar que iniciativas desta natureza são resultantes de uma 
sociedade que não possui preocupações e programas contínuas voltados à educação no trânsito. Fora anunciado 
que durante este período os acidentes diminuíram. Vamos aceitar esta ilustração sem maiores questionamentos, 
para visualizar que o fator do chamamento para uma situação determinada tem logo uma correspondência na 
consciência da coletividade.
É fácil imaginar tal situação. Todo motorista que sair e tiver a sensação de ultrapassar limites, perceberá logo que 
ele, através do ato de dirigir em alta velocidade, não representa a sua auto-valorização, mas que ele não passa de 
um "burro", e sua atitude será coletivamente reprovada. Ora se uma semana dá resultados, podemos facilmente 
imaginar como um processo educativo que comece na idade escolar, com maior intensidade, na vida de todo(a) 
cidadão(ã), modifique a postura do indivíduo frente ao coletivo.
Queremos aqui defender a seguinte hipótese: a educação para o trânsito aplicado na escola a partir das primeiras 
sérias iniciais, dará para todos uma consciência do que é de fato um automóvel privado circulando numa vida 
pública onde está em jogo a vida. Cria-se assim uma concepção de respeitabilidade do espaço público. Toda 
educação para o trânsito deve estar acompanhada de uma reflexão ética onde se associa o respeito que se deve ter 
em relação ao outro. A rua é um espaço público e por isso não é permitido nela se fazer o que se quer, porém nela 
se pode fazer aquilo que o consenso julgar viável, no entanto, somente poderá ser viável e permitido todo ato que 
não agredir a integridade física e moral do outro.
Porém aqui vai uma ressalva. Ao pensarmos implantar educação para o trânsito nas escolas não estamos nos 
referindo na criação de mais uma disciplina. Sugerimos que as leis e os conceitos básicos que envolvem a questão 
do trânsito sejam incorporados nas disciplinas já existentes. Porém, para que isto funcione, não bastam atitudes 
voluntariosas e iniciativas isoladas de professores, mas é necessário um programa que envolve a preparação de 
textos didáticos, paradidáticos, a criação de ambiências, além de constantes cursos de instrução dos professores. 
Estas condições poderão dar eficácia a um programa educativo. Desta forma, o professor de português, por 
exemplo, ao ensinar a estrutura e as funções da linguagem, poderá, em vez da adotar um texto aleatório, trabalhar a 
disciplina com um texto e o contexto que reflitam a necessidade e a problemática do seu meio, podendo ser uma 
das temáticas, a violência no trânsito.
Esta todavia é uma proposta que se estende a longo prazo. Precisamos de uma atitude mais imediata para os 
motoristas que hoje rodam nas cidades e nas auto-estradas. Para esta situação acreditamos que campanhas 
contínuas em rádio e televisão, da instalação de placas educativas, além das placas coercitivas do trânsito, possam 
influenciar na criação de uma consciência coletiva do significado do espaço público e da vida que está em jogo 
quando alguém infringir as leis, não respeitar e não tiver uma atitude ética perante a vida, isto é, uma posturade 
valorização da vida e da alteridade.
LAUDEMIR LUIZ ZART
Professor da Unemat - Sinop
Ms. em Sociologia Política - UFSC
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E-mail: zart@unemat-net.br
http://www.unemat-net.br/artigos/transito.html
COMO ENTENDER E VIVER O MEIO AMBIENTE?
Prof. Dr. Sirio Lopez Velasco
(Mestrado em Educação Ambiental - FURG)
E-mail: decsirio@super.furg.br
Gostaria de abordar brevemente os seguintes tópicos:
1. A definição de Meio Ambiente e de educação ambiental,
2. A abordagem sistêmica das questões sócio-ambientais e sua relação com a " hipótese Gaia",
3. A aplicação da abordagem sistêmica a um caso da realidade riograndina: o das dunas do Cassino,
4. A concepção sustentável da satisfação das necessidades humanas
1.
O meio ambiente pode ser definido como o conjunto dos processos bióticos (quer dizer, vivos) e abióticos (quer dizer não-
vivos) na esfera terrestre ou no universo por inteiro. Mas é importante se salientar que o conjunto de tais processos não 
pode ser desvinculado, em especial no que diz respeito ao espaço da Terra, da existência e da ação dos seres humanos, na 
medida em que elas fazem parte e interferem no conjunto dos processos bióticos e abióticos do planeta. Devemos com 
efeito notar, não somente que a espécie humana é mais uma espécie fazendo parte do conjunto das espécies vivas da 
Terra ( apesar das características especiais que nos diferenciam continuamos sendo biológicamente mamíferos, com 
necessidades e sistemas de alimentação, respiração, reprodução que nos assemelham aos demais mamíferos), mas 
também que pela nossa ação, multiplicada pelo poder da tecnologia, muitos entes vivos e não vivos tem tido e tem 
diariamente a sua existência modificada e às vezes até ameaçada. A Declaração Final da Conferência Mundial sobre a 
Ciência reunida pela Nações Unidas em julho de 1999 na Hungria, depois de salientar os benefícios trazidos pelo trabalho 
científico-tecnológico, por exemplo nas áreas da saúde, permitindo uma elevação considerável da média da expectativa de 
vida no planeta (embora hoje na África essa expectativa está caindo dos atuais 59 anos para tão somente 45 !, em 
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decorrência da fome, da AIDS e das guerras) frisou, porém, que tal emprendimento também "contribuiu para a degradação 
do meio ambiente" e o aumento das "diferenças sociais e a exclusão" (ver o Preámbulo).
Todos sabemos que a chamada "revolução verde" dos anos 70, se permitiu que grandes empresarios e multinacionais 
agrícolas enriquecessem, acabou não melhorando a distribuição do alimento no mundo, arruinou milhões de pequenos 
camponeses que foram empurrados pelo éxodo até as periferias miseráveis de grandes cidades, desmatou imensas áreas 
de florestas antes usadas cuidadosamente por populações tradicionais, e envenenou literalmente o solo e as águas por 
causa dos efeitos das massiças doses de agrotóxicos utilizadas sempre em quantidade crescente desde então. A propósito 
de alimentos, vale lembrar que o Dr. Rogério Parentoni, professor de Ecologia do Departamento de Biologia Geral da 
Universidade Federal de Minas Gerais, afirmou recentemente, contrapondo-se à suposta diminuição da fome no mundo pelo 
aumento de produção agrícola que os transgênicos poderiam acarretar, que tal afirmação só engana os incautos pois no 
planeta já se produz hoje 3 kg de alimentos por pessoa por dia, não havendo pois falta de comida e sim péssima distribuição 
da existente (in Muniz, p. 41).
Em decorrência da situação e ação particular da espécie humana no conjunto dos processos planetários vivos e não vivos, 
a Lei Federal No 9.795, de 27 de abril de 1999, que " institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras 
providências" é bastante feliz quando estipula, no seu Capítulo 1, Art. 5º, primeiro parágrafo, que deve-se promover " uma 
compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, 
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos". Tal enfoque é muito útil para, por exemplo, 
se resolver se no caso "Bahamas" houve ou não "dano ambiental"; com efeito, uma visão restita e restrictiva de "meio 
ambiente" levaria a pensar que se em decorrência do despejo da mistura ácida do "Bahamas" no canal do porto de Rio 
Grande não foi constatada nem uma mortalidade marcante de plantas e animais nem o aumento significativo da presença 
de metais pesados no fundo do estuário ( que são causantes de envenenamentos nos seres vivos), então poder-se-ia 
concluir que não teria havido "dano ambiental"; já, se o entendimento do meio ambiente for abrangente, como o pede a Lei 
supracitada, então, à vista dos enormes prejuízos causados na vida (quer dizer na cultura) de milhares de famílias 
dependentes da pesca nesse mesmo estuário ao longo de vários meses, embora os ciclos de vegetais, animais e metais 
pesados não se tenham visto muito alterados por causa do incidente, houve sim importante e grave dano ambiental (que 
deve ser reparado pelos responsáveis do incidente).
Ainda refletindo sobre o pano de fundo deste caso, a referida lei é muito instrutiva quando pede que os assuntos de 
relevância sócio-ambiental sejam discutidos e resolvidos com ativa participação de todos os interessados numa tarefa 
incessante de educação ambiental que a todos nos compromete. [ No caso do "Bahamas", e em outros semelhantes que 
esperamos não venham a ocorrer (embora a fita "Escândalo no Mar - Navios da vergonha", editada pela Marinha do Brasil 
em 1994 a partir de reportagem da BBC de Londres, nos levem a temer pelo pior), essa postura participativa significa a 
incorporação efetiva dos pescadores artesanais e demais grupos dependentes da atividade destes nas decisões relativas às 
soluções de curto e longo prazos idealizadas para o incidente).
Diz a lei no seu Art. 1º : "Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade".
No seu Art. 5º, dentre os objetivos fundamentais da educação ambiental, destaca a lei, no inciso IV, "o incentivo à 
participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se 
a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania".
E o Art. 3º dispõe: "Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:
I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a 
dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na 
conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que 
desenvolvem;
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ambiental 
integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e 
práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação;
V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos 
trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do 
processo produtivo no meio ambiente;
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VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidadesque propiciem a 
atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais".
Ora, a efetivação dessa tarefa que a todos nos incumbe, passa pela correta compreensão de que no meio ambiente " tudo 
está ligado a tudo"; tal é o princípio básico do enfoque sistêmico ao qual me referirei brevemente no que segue.
2.
"Sistema" vem do grego ( sys-tema ) e significa " conjunto de elementos interligados".
"Ecossistema" significa " uma comunidade de organismos e suas interações ambientais físicas como uma unidade 
ecológica", sendo que a ecologia (do grego oikos, casa/lar, e logos, razão) foi caracterizada em 1866 pelo biólogo alemão 
Ernst Haeckel como " a ciência das relações entre o organismo e o mundo externo circunvizinho" (in Capra 1996, p. 43, 
citando, respectivamente Maren-Grisebach e Lincoln ).
Falando-se em OVNIS (objetos voadores não identificados) e em possíveis civilizações extra-terrestres é comum se dizer 
que a humanidade está preocupada em saber se estamos sós no Universo; ora a pergunta já contém um equívoco, porque 
estamos acompanhados e sempre o estivemos por inúmeros seres vivos e processos não-vivos; mais ainda, dependemos 
de muitos deles para sobreviver e sem eles simplesmente desapareceriamos da face da Terra. Um exemplo entre muitos: 
sem o oxigênio produzido pela fotossíntese realizada por microscópicas algas que habitam os mares e pelo conjunto dos 
vegetais que povoam a terra, simplesmente morreriamos de asfixia; dai que lutar contra a poluição dos mares, o 
desmatamento, o envenenamento químico do ar, do solo e das águas, ou a desertificação, que poderiam significar, uma 
ameaça para, respectivamente, a vida daquelas algas e vegetais, seja cuidar da nossa própria respiração, ou seja da nossa 
sobrevivência. (Não está demais lembrar que agora mesmo e muito perto daqui, em São Paulo, o ar é irrespirável durante 
muitos dias do ano e causador de graves doenças respiratórias, e a água acaba de ser oficialmente racionada, afetando 
seriamente a vida de três milhões de pessoas).
Esta "teia da vida" foi magníficamente descrita por um chefe índio do século passado quando em carta enviada ao 
Presidente dos EEUU dizia: "...ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que 
acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos... a Terra 
não pertence ao homem; o homem pertence à Terra... todas as coisas estão ligdas como o sangue que une uma família. Há 
uma ligação em tudo"; e depois de advertir aos brancos que se contaminassem suas camas alguma noite seriam sufocados 
pelos seus dejetos o velho índio dizia: " Cada pedaço de terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um 
pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na 
memória e experiência do meu povo...Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede". ( "A carta do Che Indígena Seattle", 
1854, in Dias, 1993, p. 375-377).
Na moderna ciência ocidental a visão sistêmica tomou força a partir dos anos 60 com a Teoria Geral dos Sistemas proposta 
por Ludwig von Bertalanffy; ela enfatiza que "tudo está unido a tudo" e que cada organismo não é um sistema estático 
fechado ao mundo exterior mas sim um processo de intercâmbio com o meio circunvizinho, ou seja, " um sistema aberto 
num estado quase estacionário...onde materiais ingressam continuamente vindos do meio ambiente exterior e neste são 
deixados materiais provenientes do organismo" ( Bertalanffy, 1968).
Na mesma época começou a ampla divulgação da chamada "hipótese Gaia", elaborada pelo britânico James Lovelock 
segundo a qual o nosso planeta poderia ser todo ele considerado como um grande ser vivo. Diz ele: " Em escala local a 
adaptação é o meio pelo qual os organismos podem chegar a um acordo com meios ambientes desfavoráveis, mas em uma 
escala planetária, a união entre a vida e seu meio ambiente é tão estreita que a noção de 'adaptação' é inadequada. A 
evolução das rochas e do ar e a evolução da biota [ quer dizer, do conjunto dos seres vivos] não podem ser separadas" ; e 
baseado em fatos como a produção da atmosfera terrestre com a sua atual composição de gases pela ação de vegetais e 
bactérias, composição que por sua vez é de fundamental importância para a regulagem da temperatura da terra e do ciclo 
da água que uma e outra vez evapora-se para tornar a cair nela, e, em relação de retroalimentação, para a respiração dos 
seres vivos, Lovelock sintetiza assim a idéia de "Gaia": " Em algum estágio primitivo na história da Terra, antes que a vida 
existisse, a Terra sólida, a atmosfera e os oceanos ainda se desenvolviam somente pelas leis da Física e da Química. A 
Terra estava galopando ladeira abaixo, para o estado de estabilidade sem vida de um planeta quase em equilíbrio. [Mas] em 
algum período especial desse estágio, as células vivas recém-formadas cresceram até que sua presença afetasse o meio 
ambiente terrestre no sentido de deter o mergulho de cabeça para baixo em direção ao equilíbrio. Naquele instante os seres 
vivos, as rochas, o ar e os oceanos se fundiram para formar a nova entidade, Gaia"( Lovelock 1998, in Nicholson & Rosen, 
1998, p. 89 e 95)
3.
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À luz desta visão sistêmica é bom que pensemos num caso que nos toca de perto: o das dunas do Cassino. É bom saber 
que a praia que conhecemos é o resultado de milhares de anos de evolução combinada de vida do oceano, dos continentes, 
dos rios das bacias hidrográficas da região, dos ventos e da ação de formas de vida microscópicas e macroscópicas, 
vegetais e animais que ali agem, vivendo e re-criando o ambiente. E que toda essa milenar história foi, está e poderá ser 
afetada, para bem ou para mal, pela ação de nós, seres humanos.
A formação da paisagem de dunas da região da praia do Cassino insere-se dentro de um vasto cordão de dunas que 
originam-se na costa catarinense, estendendo-se até o Uruguai.
As correntes marítimas litorâneas transportam grandes quantidades de areia; parte dessa areia é depositada na praia pelas 
marés altas. A areia acumulada é transportada pelos ventos dominantes para as áreas mais elevadas da praia. A vegetação 
nativa desempenha então um importante papel na formação e fixação das dunas. São plantas adaptadas às condições 
ambientais extremas pautadas pelo grau de salinidade, atrito dos grãos e movimentação da areia. A medida que a 
vegetação pioneira cresce, as dunas ganham volume e altura. Com o passar do tempo, outras plantas colonizam o local 
mantendo o equilíbrio ecológico e a estabilidade do cordão de dunas litorâneas, as quais se dividem por um lado em 
embrionárias (menos de 1 m) próximas ao mar, seguindo-se de uma faixa de dunas primárias e secundárias com elevações 
maiores (ao redor de 10 m), e todo esse sistema é fixado por uma vegetação específica caracterizada pela presença 
predominante de gramíneas.
A questão da fixação das dunas, que a princípio parece ocasionar transtornos aos veranistas que querem chegar até a praia 
com seus veículos, tem suas razões de ser. Além de sua beleza paisagística as dunas apresentam uma diversidade 
biológica ímpar; ali vive uma rica variedade de vegetais (como a margarida-das-dunas e a capotiragua), e animais que 
incluem mamíferos (como o tuco-tuco e o zorrilho), aves (como o maçarico de colar e a coruja-buraqueira), anfíbios, répteis, 
crustáceos, e insetos.
Mas as dunas também desempenham importantes funções dentro dos mecanismos regulatórios ambientais que beneficiam 
os seres humanos que habitam o local de forma permanente ou temporária, funcionando como barreira física natural para 
barrar a areia transportada pelo vento (que sem a presença das dunas invadiria ruas e construções) e impedir a invasão do 
mar sobre o balneário quando ocorrem as "ressacas" (com a conseqüente salinização do lençol freático e das fossassépticas, interrompendo nelas os processos de decomposição natural dos poluentes orgânicos executados por diversos 
tipos de bactérias).
Uma séria ameaça à sobrevivência das dunas, da vida que elas abrigam e das funções que elas desempenham para 
benefício dos humanos, reside nas construções irregulares, a extração ilegal de areia, o depósito irregular de lixo, a 
pastagem do gado sobre a vegetação pioneira, assim como no transito de veículos motorizados que ali praticam 
questionável "esporte", o que reduz a cobertura vegetal, diminui a biodiversidade e desestabiliza as dunas, resultando em 
progressiva erosão e transporte massivo da areia pelo vento.
Cabe a nós vencermos essa ameaça com os instrumentos pertinentes, dentre os quais destacam-se o Plano Diretor 
municipal de Desenvolvimento Integrado que, em consonância com a legislação federal, declara as dunas como área de 
preservação permanente, e a lei municipal em vigor Nº 5261/98 que define parâmetros claros para fazer com que possamos 
desfrutar das dunas sem destruí-las, ao tempo que mantém abertos para os carros diversos acessos à praia.
É bom que se saliente que o sistema das dunas, como qualquer outro sistema não pode ser fracionado-interrompido à 
vontade sem que alterações significativas nele ocorram. É sabido que as áreas de floresta não podem ser atravessadas por 
vias de comunicação ou interrompidas por construções e lavouras em número indefinido pois isto acarreta a extinção de 
espécies e, a longo prazo, ameaça a própria sobrevivência da floresta. Da mesma forma é plausível pensar que a 
interrupção sucessiva e em trechos curtos do cordão de dunas venha a colocar em sério risco as espécies que ali moram e, 
a médio e longo prazo, a própria existência do cordão e das funcções benéficas que ele desempenha para nós, humanos.
4.
Esta observação nos leva a concluir de que cuidando das dunas também cuidamos de nós.
Integrando as questões atinentes à economia e à qualidade de vida das pessoas quero finalizar propondo a seguinte tese: 
precisamos construir uma economia ecológica que satisfaça as necessidades de uma vida boa para os seres humanos sem 
comprometer de forma irreversível e com perda de diversidade os ciclos bióticos e abióticos do planeta. A essa ordem sócio-
ambiental solidária e sustentável dei (Lopez Velasco 2000) o nome de "ecomunitarismo" (que para minha satisfação tem 
sido retomado por um projeto inovador que realiza importante trabalho sócio-ambiental atualmente na cidade de Pelotas). 
Nela os seres humanos satisfazem solidariamente às necessidades de realização individual de cada um sem degradar o 
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restante da natureza e adotando na economia o princípio das "Três R" que orienta a reduzir, reutilizar e reciclar os recursos 
e resíduos, sendo que os primeiros deverão ser, ao máximo possível, renováveis.
No caso das dunas do Cassino esta visão permite perceber que além das funções ambientais e de repercussão social por 
elas desempenhadas, a sua existência é atrativo turístico a ser preservado; de tal maneira que também neste caso 
economia, ecologia e melhoria da vida das pessoas não só podem, mas devem caminhar juntas. O ecoturismo, 
implementado com a devida assessoria científica, a participação comunitária e das organizações ambientalistas e o controle 
dos órgãos públicos, parece ser para o Cassino e Rio Grande uma proposta económico-ecológica que permite e realiza 
essa convergência.
BIBLIOGRAFIA
Bertalanffy, Ludwig von . Teoria Geral dos Sistemas, Vozes, Petrópolis, 1977; ed. orig. 1968.
Capra, Frtjof. A téia da vida, Cultrix, S. Paulo, 1996.
Conferência Mundial sobre a Ciência, Hungria, julho 1999, in http://Sciencenet.com.br
Dias, Genebaldo F. Educação Ambiental: princípios e práticas, Gaia, S. Paulo, 1993.
Lei Federal No 9.795, de 27 de abril de 1999.
Lei Municipal (Rio Grande) Nº 5261 de 18 de setembro de 1998.
Lopez Velasco, Sirio. Ética de la Liberación - Vol. III Política socioambiental ecomunitarista , EDGRAF,
Rio Grande, 2000.
Lovelock, James. O que é Gaia?, in Shirley Nicholson & B. Rosen, "A vida oculta de Gaia", Gaia, S. paulo, 1998, p. 73 - 95).
Muniz, Marise, "Transgênicos : um tiro no escuro", in Ciência Hoje, Nº 160, maio 2000, p. 40 - 42.
--------------------
Endereço do autor:
FURG (DECC)
Campus Carreiros
96500-900 Rio Grande (RS)
Brasil
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: SOMENTE A PAIXÃO LEVARÁ À PRESERVAÇÃO
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Angélica Gois Morales (Aluna do Mestrado em Educação Ambiental)
E-mail: angelbio@zipmail.com.br
Resumo: A Educação Ambiental preocupada em estabelecer uma nova aliança entre a humanidade e a natureza, busca 
resgatar e preservar a dignidade humana assim como seus valores. Portanto, a Educação Ambiental como uma ciência 
integradora , conscientizadora e além de tudo educativa, tende a aliar-se a todo tipo de sensibilização. E quando a atenção 
volta aos animais, os insetos, por exemplo, que são animais invertebrados, passam desapercebidos por todos nós, sendo 
vistos, apenas como causadores de doenças e sem nenhuma utilidade. Tento enfatizar neste artigo, a importância dos 
insetos assim como a contribuição das trilhas em áreas naturais direcionados à sensibilização, resultando na curiosidade, 
compreensão, estímulo, paixão, e por fim, na preservação.
Palavras – chaves: Educação Ambiental, insetos, atitudes, sensibilização, paixão , preservação e trilhas .
À medida que o século se aproxima do fim, as preocupações com o meio ambiente adquirem suprema importância e a 
humanidade se vê diante da necessidade de mudanças radicais para garantir a sobrevivência digna das futuras gerações.
Para podermos ser otimistas em relação ao nosso futuro comum, precisamos ajudar a modificar as relações entre a 
sociedade e a natureza em função de uma ética estendida para incluir o meio ambiente. Com isso se poderá transformar o 
atual sistema produtivo e consumista em outro melhor, no qual predomine uma sociedade baseada na solidariedade, 
reciclagem, afetividade e cooperação, visando à justa distribuição de recursos entre todos (Sorrentino et. al. 1995).
A Educação Ambiental surge com a preocupação de estabelecer uma "nova aliança" entre a humanidade e a natureza, que 
não seja sinônimo de autodestruição (Reigota, 1994), caracterizando-se por incorporar as dimensões socioeconômicas, 
política, cultural, ecológica e da ética, não podendo se basear em pautas rígidas e de aplicação universal, devendo 
considerar as condições de cada país, região e comunidade, sob uma perspectiva histórica ( Dias, 1998).
Por esta razão, a importância da Educação Ambiental tem sido muito reforçada. Muitos esforços têm sido feitos para 
divulgar conceitos ligados ao ambiente, principalmente aqueles ligados à sua importância para o bem estar do homem e a 
necessidade de sua preservação (Gayford,1994). Também pode ser vista como um novo projeto pedagógico que quer 
construir uma grande mudança de valores e de posturas educativas; tendo como um dos maiores desafios, aliar-se a 
educação dos afetos (sensibilização), que forma pessoas conscientes e sensíveis, a uma educação para a cidadania, que 
forma sujeitos atentos aos problemas socioambientais e capazes de participar nas decisões da sociedade.
Vários estudos feitos, recentemente, têm mostrado como o destino de muitos animais depende de sentimentos subjetivos 
das pessoas em relação a uma espécie particular. Além disso, os animais estão envolvidos em numerosas funções 
simbólicas fundamentais nos seres humanos. No entanto, a relação do homem com os animais tem sido pouco estudada, 
principalmente no que se refere aos invertebrados.
Na Educação Ambiental , quando a atenção volta para os animais, os vertebrados são o foco principal, pois sua extinção é 
mais fácil de observação. Os invertebrados constituem a grande maioria dos animais,sendo os insetos, o maior grupo. Nas 
campanhas de preservação ambiental, os invertebrados ( exemplo: insetos ) têm sido pouco citados, e a visão geral dos 
leigos é de que não possuem utilidade, por isso não precisam ser preservados. As pessoas só conhecem esses animais por 
causarem doenças e problemas ao homem (Morales,1997).
Os insetos são as criaturas mais bem adaptadas do reino animal e vivem na terra, no ar e nas águas. Encontram-se insetos 
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desde os desertos mais áridos, passando por zonas de florestas, até montanhas nevadas e lagos gelados. Seu tamanho 
pequeno significa que podem viver em locais pouco amplos e que precisam de pouco alimento. São animais invertebrados, 
isto é, não apresentam coluna vertebral, e pertencem ao grupo dos artrópodes, tendo um exoesqueleto como proteção.
O corpo de um inseto se encontra subdividido em três partes: cabeça, tórax e abdome, e se diferenciam de outros 
artrópodes por possuírem 3 pares de pernas. A maioria apresenta dois pares de asas (com exceção da mosca, que 
apresenta 1 par de asa), o que permite escapar do perigo e procurar alimentos em amplas áreas.
A aranha já não é um inseto, pois possui quatro pares de pernas e apresenta cabeça e tórax fundidos em uma única 
estrutura. O macaco é um mamífero e não um inseto , pois possui coluna vertebral, como as aves, répteis e anfíbios; e não 
possui seis pernas e seu corpo também não se divide em segmentos.
Os primeiros a voar foram os insetos, que escapavam dos predadores e podiam procurar alimento em novas áreas. Com o 
tempo, as asas se tornaram importantes para atrair um companheiro - pelo colorido, pela produção de odores e pelos sons 
produzidos. Antes do vôo os insetos necessitam "esquentar os motores", por isso, os besouros, como exemplo, abrem e 
fecham as asas várias vezes, esquentando os músculos para voar.
Quanto aos olhos dos insetos, não se sabe ao certo qual a imagem que vêem. Vários insetos captam odores particulares à 
longa distância, outros detectam vibrações ou percebem sons inescutáveis para o ser humano.
Em se tratando da alimentação, os insetos ancestrais tinham três pares de peças bucais. Nos atuais, o primeiro par ainda 
existe. O segundo par, que são as maxilas, é menor e modificado para empurrar a comida para boca ; e o terceiro par, 
fundiu-se e formou o lábio.
O besouro por exemplo se alimenta de qualquer planta ou animal, vivo ou morto, e serve de comida para aves, lagartos, e 
pequenos mamíferos. Constitui uma praga para colheita, mas representa um papel importante na natureza, consumindo 
plantas e animais mortos e os devolvendo como nutrientes para o solo.
Outro exemplo de que todos insetos são importantes são as moscas, que vivem em todos os lugares, sendo 
úteis exercendo grande importância na polinização de plantas, sendo que, há também aquelas que 
transportam germes e podem provocar doenças.
Os insetos são essenciais ao equilíbrio da natureza. Abelhas, moscas e borboletas polinizam flores. Vespas e 
joaninhas destroem lagartas e pulgões das plantas. Vários animais alimentam-se de insetos. A abelha produz 
o mel e a cera; lagartas de mariposa fabricam seda... Mas, em geral, as pessoas só se dão conta dos insetos quando eles 
representam uma ameaça ou dano , como há alguns que podem transmitir doenças ao ser humano, aos animais e plantas. 
E algo que deve se ressaltar é a ocupação desordenada de terras, reduzindo as áreas naturais do mundo, tendo como 
consequência deste desequilíbrio o desaparecimento de várias espécies de insetos.
Portanto, mais uma vez, enfatizo que a Educação Ambiental é de extrema importância, pois os jovens formam seus pontos 
de vista acerca do mundo em geral, através da natureza, de sua educação, concepções religiosas, notícias veiculadas pela 
revista, televisão e jornais. Tudo isso é influenciado pelo meio familiar onde vivem, e pelo seu "meio interno" por onde o 
medo, a frustração e afeto podem se expressar.
As atitudes das pessoas podem ser influenciadas por muitos fatores como: 1) a abundância do animal, 2) sensação tátil, 3) 
sensação visual, 4) crença na espiritualidade, 5) idéia de sujeira ou limpeza, 6)crença na fragilidade ou resistência do 
animal, 7) benefícios ou prejuízos que o animal possa trazer, 8) associação do animal a doenças, 9) desconforto que o 
animal possa gerar, 10) aparência e 11) conhecimento ou desconhecimento sobre o animal (Morales, 1997).
Há de se trabalhar com a sensibilização do jovem ou criança, partindo da curiosidade, que é o ponto de partida para 
aprendizagem, que segue com a exploração , que é uma viagem que pode ter várias direções, pois explorar é investigar 
algo; levando a uma descoberta que é um momento de percepção, e logo em seguida partilhando que é a reflexão e análise 
sob vários pontos de vista, e conseqüentemente, a paixão que leva à preservação.
Para este tipo de trabalho de sensibilização e interpretação do ciclo da vida, sugiro as trilhas, como meio de interpretação 
ambiental, sendo uma atividade que aspira relevar os significados e relações pelo uso de objetos originais, através de 
experiências diretas e por meio ilustrativo, no lugar de simplesmente comunicar informação literalmente (Padua,1997). E 
para uma maior contribuição ao conhecimento e interpretação do sentido da vida, enfoco o trabalho em áreas naturais 
durante as quatro estações do ano, em que se pode notar as diferenças dos ciclos , proporcionando contato direto e 
direcionando à sensibilização, que resulta na curiosidade, compreensão, estímulo, apreciação e por fim, na aprendizagem e 
preservação.
Como reforça Kellert (1983), a Educação Ambiental necessita mover-se de simplesmente enfatizar a afeição pelos animais 
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por um entendimento ecológico mais amplo das espécies em relação ao seu ambiente natural; e como isso está, em última 
análise, relacionado a uma sobrevivência mais longa do homem.
A percepção ecológica profunda, como cita Capra (1997), reconhece a interdependência fundamental de todos os 
fenômenos e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da 
natureza.
Assim, frente a toda problemática ambiental, todo ser humano está sendo chamado a ser um guardião do planeta Terra, 
cuidando de toda casa, que é a sua própria e conseqüentemente de seus filhos, netos... Portanto, trata-se de uma 
convocação , e a natureza merece atenção, pois sua beleza é única e uma vez perdida não há volta. Cuide do seu planeta!! 
E porque não, começando pelos insetos...
Referências Bibliográficas:
CAPRA, F. A teia da vida. São Paulo: Cultrix,1997.
DIAS, G.F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo:Global, 1998.
GAYFORD, C. Environmental education 5-16: in service training (INSET) for teachers. Journal of Biological Education, 28
(4): 284-290, 1994.
HERMAN, M.H.; PASSINEAU, J.F.; SCHIMPF, A.l.; TREUER, P. Orientando a Criança para Amar a Terra. São Paulo: 
Augustus, 1997.
KELLERT, S. R. Affective, cognitive, and evaluative perceptions of animals. Human Behavior and Environment Advances in 
Theory and Research, 6: 241-267, 1983.
MORALES, A . G. ; SILVA, V. C. ; SILVA, Fº N. Estudo Comparativo das atitudes de estudantes de Assis, SP, frente aos 
animais invertebrados. Resumo da IV Jornada de Educação: página 2, 1997.
PADUA, S. M. & TABANEZ, M. F. (orgs). Educação Ambiental: Caminhos trilhados no Brasil. Brasília: IPE, 1997.
REIGOTA, M. O que é Educação Ambiental? São Paulo: Ed. Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 1994.
SORRENTINO, M. ; TRAJBER, R.; BRAGA, T. Cadernos do III Fórum de Educação Ambiental. São Paulo: Gaia, 1995.
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43 maneiras de ser ecologicamente correto
Este é um espaço onde aprende-se pequenos toques, que ajudam muitoa nosso planeta. Não 
esqueça, Faça sua parte !!!
1-Jamais jogue lixo no chão.
2-Somente jogue no lixo aquilo que nao pode se reutilizado ou reciclado.
3-Prefira embalagens retornáveis.
4-Ao redigir use papel dos dois lados.
5-Edite texto na tela do computador e evite impressões desnecessárias.
6-Não piche monumentos e paredes.
7-Embrulhe materiais cortantes antes de colocá-los no lixo para evitar acidentes com os garis.
8-Não queime o lixo.
9-Matenha limpos os parques e praças da cidade.
10-Nao jogue lixo em lotes vagos, encostas, bueiros, canaletas e córregos.
11-Ao construir ou reformar, leve o entulho aos locais apropriados.
12-Nao deixe material de construçao e entulhos espalhados no passeio.
13-Respeite os dias e horários de coleta de lixo.
14-Nao jogue lixo pelas janelas dos veículos.
15-Acondicione corretamente o seu lixo.
16-Plante uma árvore.
17-Cuide das áreas verdes de seu bairro.
18-Mantenha seu lote limpo, murado e com passeio.
19-Apague a luz sempre que sair de um recinto. Evite desperdício de energia elétrica sempre. Se 
possível instale receptor de energia solar em casa.
20-Separe vidro, papel, metal e plástico e leve esse material aos locais de entrega voluntária de coleta 
seletiva, caso exista usina de reciclagem.
21-Evite excesso de embalagens, principalmente as de plástico.
22-Adiquira produtos reciclados, recicláveis, reutilizáveis e que possam ser consertados.
23-Evite os descartáveis.
24-Na hora da comprar pense sempre no supérfluo, no desperdício e no tamanho que o seu lixo vai 
ficar.
25-Restos de comida,cascas de frutas e legumes e folhas de podas podem virar adubo para suas 
plantas.
26-Mantenha limpa as calçadas em frente à sua casa ou estabelecimento comercia.l
27-Cuide para que as bocas de lobo não fiquem entupidas com lixo.
28-Não demore no banho, não durma com a televisão ligada. Economize energia
29-Evite lavar constantemente o carro.
30-Evite comprar móveis de madeira, mas caso nao resista, tenha somente móveis de madeiras 
reflorestadas ou com o selo de garantia de extração legalizada.
31-Separe as pilhas recarregáveis ou nao, além das baterias, principalmente as de celulares e coloque 
em recipientes metálicos devolvendo quando possível as distribuidoras de sua cidade.
32-Quando for construir evite gastar o mínimo de cimento, aproveitando áreas com terra para plantar.
33-Evite fumar, principalmente em locais fechados.
34-Quando sair à noite, evite lugares muito iluminados. Nao se esqueca que existe tambem a poluiçao 
luminosa.
35-Recuse aerosóis ou qualquer produto que contenha CFC. Esse gás destrói a camada de ozônio 
que protege a terra dos raios ultra violetas, radiações responsáveis pelo câncer de pele.
36-Opte por remédios caseiros.
37-Denuncie aos orgãos competentes que existem em sua cidade, empresas ou pessoas que estejam 
emitindo poluição, seja ela sólida, líquida, gasosa, visual ou sonora, sem o mínimo controle.
38-Prefira alimentos cultivados sem agrotóxicos: Mais saudáveis, não poluem o solo e a água.
39-Se for necessário utilizar algum tipo de agrotóxico em sua propriedade, opte pelos agrotóxicos 
naturais, como o fumo. Caso não seja possível, procure se proteger da forma indicada.
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Tese de historiador demonstra que destruição ambiental
atiçava reflexões de intelectuais desde o período colonial.
É bem conhecida a importância da natureza e da territorialidade, tanto em termos objetivos quanto subjetivos, no processo 
de construção do fenômeno histórico-cultural que chamamos de "Brasil". Também sabemos do caráter ambientalmente 
destrutivo dos modelos de produção aqui implantados desde o início da colonização européia. Nos diferentes setores da 
economia, tais como na agricultura, na pecuária, na mineração e na caça, a dominância das práticas predatórias foi 
absoluta. Durante mais de quatro séculos a lavoura brasileira fundou-se praticamente em um único método: a queima da 
floresta tropical. As cinzas desta rica biomassa garantiam uma certa fertilidade durante dois ou três anos, após o que 
restava apenas um solo exaurido e degradado. Os senhores da terra reivindicavam então a posse de mais sesmarias, 
alegando que os solos estavam "cansados", e repetiam adiante o mesmo circulo vicioso de novas queimadas e novas 
requisições. As raízes da concentração fundiária no Brasil, como se vê, tem muito mais a ver com a problemática ecológica 
do que normalmente se supõe.
A julgar pela literatura internacional sobre a história do pensamento ecológico, no entanto, parece que os brasileiros não 
foram capazes de perceber as conseqüências do que estava ocorrendo. Nestes livros não encontramos qualquer menção à 
existência de pensadores brasileiros preocupados com a destruição ambiental ao longo destes séculos. Também na 
memória cultural do país, pelo menos nas últimas décadas, a existência de pensadores deste tipo é praticamente ignorada. 
A visão convencional toma a discussão ecológica como um fenômeno recente no cenário nacional, originando-se 
basicamente da importação de idéias e preocupações elaboradas nos países industriais avançados. Com base neste tipo de 
imagem, até hoje há quem defenda a tese de que a discussão ecológica é artificial e "fora do lugar" na realidade brasileira.
Nos últimos anos venho realizando um esforço de arqueologia intelectual que subverte completamente o quadro que 
acabou de ser descrito. A parte inicial desta pesquisa foi defendida como tese de doutorado no final do ano passado, sob o 
título de "A Degradação do Berço Esplêndido : Um Estudo sobre a Tradição Original da Ecologia Política Brasileira –
1786/1888". Neste trabalho, de forma bastante exaustiva, procurei demonstrar a antigüidade do debate ecológico no Brasil. 
Levantei cerca de 150 textos de época, produzidos por quase quarenta autores, onde se discute com consistência vários 
dos temas que ainda hoje nos ocupam, tais como a destruição das florestas, a erosão dos solos, o desequilíbrio climático, o 
secamento de rios e fontes e a extinção de espécies animais e vegetais. A discussão mais sistemática sobre estes 
problemas, até onde eu consegui investigar, começou nas últimas décadas do século XVIII. Naquela época, no contexto da 
Universidade de Coimbra e da Academia das Ciências de Lisboa, um pequeno grupo de intelectuais brasileiros e 
portugueses começou a refletir seriamente sobre a questão da insustentabilidade ecológica, como hoje diríamos, da 
economia implantada no Brasil. O principal mentor deste grupo foi o naturalista italo-português Domingos Vandelli, que já 
em 1789 afirmava que a agricultura praticada no país seria com o tempo "muito prejudicial", já que a fertilidade produzida 
pela queima dos "antiquíssimos bosques" não era permanente. Seu aluno José Moraes Navarro, escrevendo em Paracatu 
(MG) no ano de 1799, chegou a observar que muitas vilas e fazendas coloniais estavam sendo abandonadas, porque os 
agricultores "depois de reduzirem a cinza todas as árvores, depois de privarem a terra da sua mais vigorosa substância" não 
40-Vote em candidatos sérios que tenham um plano de governo direcionado para o meio ambiente.
41-Exija do prefeito a instalação de uma usina de reciclagem em sua cidade. A usina, além de 
contribuir para o meio ambiente, emprega pessoas, educa a população e consegue lucros com a 
venda dos plásticos, dos papéis, das latas, dos humus proveniente da compostagem do lixo orgânico, 
etc.
42-Abrace uma árvore, ande descalço, sinta a força da terrra!!!
43-Olhe, admire e respeite a mãe natureza.
Pensamento Ecológico
apresenta:
José Augusto Pádua
em
As Origens Esquecidas do
Pensamento Ecológico Brasileiro
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conseguiam mais produzir em um solo degradado e ocupado por ervas daninhas. Outro membro do grupo, José Vieira 
Couto, acusava os lavradores brasileiros, na mesma Minas Gerais de 1799, de praticarem uma " agricultura bárbara" , que"com o machado em uma mão e o tição em outra" espalhava pela terra "incêndio e desolação".
Analises deste tipo começaram a ser produzidas em diferentes regiões do país, promovidas por pensadores que chocavam-
se com a realidade do Brasil após voltar de seus estudos superiores em Portugal. Entre eles é possível mencionar, além dos 
já citados, Manoel Arruda da Câmara, Manoel Ferreira da Câmara, Baltazar da Silva Lisboa, Antônio Veloso de Oliveira e 
João Maciel da Costa. O nome mais conhecido deste grupo inicial, sem dúvida alguma, foi o de José Bonifácio de Andrada 
e Silva, apesar de poucos conhecerem hoje em dia os seus escritos ecológico-políticos. A crítica ambiental destes autores 
caracterizava-se por ser essencialmente política. O problema central estava nas ameaças que a degradação do território 
colocava para a sobrevivência e o desenvolvimento do Brasil. Mesmo antes da idéia da independência impor-se de forma 
explícita, vários intelectuais e políticos começaram a defender a necessidade de um real desenvolvimento para esta região, 
que não poderia ocorrer enquanto ela estivesse dominadas por relações de produção e tecnologias atrasadas e 
rudimentares. Este domínio destruía o principal trunfo com que o país poderia contar para o seu futuro : a enorme riqueza 
natural do território.
Com base nesta premissa, os autores mencionados começaram a criticar duramente a queima das florestas, o desperdício 
das lenhas, o desnudamento das encostas, a ausência de técnicas de adubação e proteção do solo, a intervenção 
desastrada sobre os cursos d’água, o desconhecimento e desinteresse pela biodiversidade local, a concentração e 
improdutividade da terra, a dizimação dos índios (e de seus conhecimentos sobre o meio natural) e assim por diante. Os 
mais lúcidos chegaram a colocar o dedo na ferida principal, afirmando que o cuidado ambiental e o progresso sócio-
econômico seriam impossíveis enquanto vigorasse o trabalho escravo. Tratava-se, portanto, de uma ecologia progressista e 
modernizadora, que entendia a destruição ambiental como resultado do arcaísmo colonial, defendendo o desenvolvimento 
social e tecnológico como o caminho para a sustentabilidade. Era, além disso, uma reflexão ecológica fundada no ideal 
iluminista do progresso e da razão, passando quase sempre ao largo das visões românticas da natureza.
Este progressismo tecnológico pode soar ingênuo aos olhos atuais. Alguns autores chegavam a defender a tese, por 
exemplo, de que a industrialização reduziria os problemas ambientais. É importante ressaltar, porém, que o enfoque 
essencial por eles adotado permanece extremamente valido. Trata-se de tomar as questões ambientais no contexto mais 
amplo do modelo de sociedade, pensando a mudança na relação com a terra como um componente básico da reconstrução 
nacional, da busca positiva por um outro tipo de país. Através da obra destes autores, e de muitos outros que deram 
continuidade ao debate ecológico-político brasileiro até o final do século XIX - como Francisco Freire Alemão, Guilherme 
Capanema, Emílio da Silva Maia, Tomás Pompeu Brasil, Nicolau Moreira, Joaquim Nabuco e André Rebouças - é possível 
reconstituir a origem de muitos dos problemas ambientais com os quais hoje nos defrontamos. Recuperando esta tradição 
intelectual, por outro lado, é possível perceber que a discussão ecológica possui uma identidade profunda na cultura e na 
política do Brasil. Não é recente a crítica do modelo predatório e iníquo que dominou, e ainda domina, a ocupação social do 
nosso território. Também não é recente a busca por alternativas que sejam ecologicamente sustentáveis e socialmente 
benéficas. Esta busca ainda hoje constitui um grande desafio para a cidadania brasileira.
José Augusto Pádua é coordenador do projeto " Brasil Sustentável e Democrático", sediado na FASE. e-mail: 
padua@ax.apc.org
http://www.infolink.com.br/~peco/padu05.htm
O PENSAMENTO ECOLÓGICO:
DA ECOLOGIA NATURAL AO ECOLOGISMO
 Para entender o desenvolvimento do pensamento ecológico e a maneira como ele chegou ao seu atual nível de 
abrangência, é necessário partir da constatação de que o campo da ecologia não é um bloco homogêneo e compacto 
do pensamento. Não é homogêneo porque nele vamos encontrar os mais variados pontos de vista e posições políticas, 
e não é compacto porque em seu interior existem diferentes áreas do pensamento, dotadas de certa autonomia e 
voltadas para objetos e preocupações específicos. Podemos dizer que, grosso modo, existem no quadro do atual 
pensamento ecológico pelo menos quatro grandes áreas, que poderíamos denominar Ecologia Natural, Ecologia Social, 
Conservacionismo e Ecologismo. As duas primeiras de caráter mais teórico-científico e as duas últimas voltadas para 
objetivos mais práticos de atuação social. Essas áreas, cuja existência distinta nem sempre é percebida com suficiente 
clareza, foram surgindo de maneira informal à medida que a reflexão ecológica se desenvolvia historicamente, 
expandindo seu campo de alcance.
 A Ecologia Natural, que foi a primeira a surgir, é a área do pensamento ecológico que se dedica a estudar o 
funcionamento dos sistemas naturais (florestas, oceanos etc.), procurando entender as leis que regem a dinâmica de 
vida da natureza. Para estudar essa dinâmica, a Ecologia Natural, apesar de estar ligada principalmente ao campo da 
biologia, se vale de elementos de várias outras ciências como a Química, a Física, a Geologia etc. A Ecologia Social, 
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AS ÁRVORES SIMBOLIZAM A PRIMAVERA.
ESPETÁCULO DE LUZ, CORES E MUITA BELEZA.
por outro lado, nasceu a partir do momento em que a reflexão ecológica deixou os múltiplos aspectos da relação entre 
os homens e o meio ambiente, especialmente a forma pela qual a ação humana costuma incidir destrutivamente sobre a 
natureza. Essa área do pensamento ecológico, portanto, se aproxima mais intimamente do campo das ciências sociais e 
humanas. A terceira grande área do pensamento ecológico – o Conservacionismo – nasceu justamente da percepção 
da destrutividade ambiental da ação humana. Ela é de natureza mais prática e engloba o conjunto das idéias e 
estratégias de ação voltadas para a luta em favor da conservação da natureza e da preservação dos recursos naturais. 
Esse tipo de preocupação deu origem aos inúmeros grupos e entidades que formam o amplo movimento existente hoje 
em dia em defesa do ambiente natural. Por fim, temos o fenômeno ainda recente, mas cada vez mais importante, do 
surgimento de uma nova área do pensamento ecológico, denominado Ecologismo, que vem se constituindo como um 
projeto político de transformação social, calcado em princípios ecológicos e no ideal de uma sociedade não opressiva e 
comunitária. A idéia central do Ecologismo é de que a resolução da atual crise ecológica não poderá ser concretizada 
apenas com medidas parciais de conservação ambiental, mas sim através de uma ampla mudança na economia, na 
cultura e na própria maneira de os homens se relacionarem entre si e com a natureza. Essas idéias têm sido defendidas 
em alguns países pelos chamados "Partidos Verdes", cujo crescimento eleitoral, especialmente na Alemanha e França, 
tem sido notável.
 Pelo que foi dito acima podemos perceber que dificilmente uma outra palavra terá tido expansão tão grande no seu 
uso social quanto a palavra Ecologia. Em pouco mais de um século ela saiu do campo restrito da Biologia, penetrou no 
espaço das ciências sociais, passou a denominar um amplo movimento social organizado em torno da questão da 
proteção ambiental e chegou, por fim, a ser usada para designar toda uma nova corrente política. A rapidez dessa 
evolução gerou uma razoável confusão aos olhos do grande público, que vê discursos de natureza bastante diversa 
serem formulados em nome da mesma palavra Ecologia. Que relação pode haver, por exemplo, entre um deputado 
"verde" na Alemanha, propondo coisas como a liberação sexual e a democratizaçãodos meios de comunicação, e um 
conservador biólogo americano que se dedica a escrever um trabalho sobre o papel das bactérias na fixação do 
nitrogênio? Tanto um como o outro, entretanto, se dizem inseridos no campo da Ecologia. A chave para não nos 
confundirmos diante desse fato está justamente na percepção do amplo universo em que se movimenta o uso da 
palavra Ecologia.
LAGO, Antônio & PÁDUA, José Augusto. O que é Ecologia. 8. Ed. São Paulo, Brasiliense. P.13-6
PERGUNTAS:
1) Divida o texto em introdução, desenvolvimento e conclusão. Justifique sua divisão.
2) Como se relacionam a introdução e o desenvolvimento? O que há de semelhante e de diferente entre esses dois 
momentos do texto?
3) Como se relaciona a conclusão com as outras duas partes do texto? O que ela tem de semelhante e de diferente em 
relação à introdução ao desenvolvimento?
4) Qual a orientação adotada pelos autores para expor as quatro grandes áreas do pensamento ecológico? Em que 
parte do texto essa orientação foi explicitada?
5) Esquematize o texto, respeitando a divisão em parágrafos feita pelos autores.
6) "Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal encerra de modo geral e conciso a 
idéia-núcleo do parágrafo". Indique e comente os tópicos frasais presentes no texto.
7) É possível captar a posição pessoal dos autores diante do que apresentam? Comente.
8) Transcreva cinco expressões que possuam valores argumentativos e comente cada um deles.
9) Você julga o texto que acaba de ler bem-sucedido? Por quê?
http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/portugues/generos_textuais/dissertacao/ecologia1.htm
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MAS E A “ECO-INCONSCIÊNCIA”?! 
Edgard Rocha Filho
SETEMBRO é o mês em que se comemora a chegada da PRIMAVERA. E é o mês das ÁRVORES, sendo o seu dia o 
22 de setembro. A ÁRVORE merece festa, apoio, carinho, tratamento como se dá a uma mãe. Pelos filhos bem-
aventurados, é claro...
Porque nem todos podem ser considerados assim. Existe o que denominamos de uma “inconsciência ecológica”
em muitas pessoas. O que muita gente faz é comportamento de ser não pensante, de inconsciência no pior 
sentido... Aquela eco/alienação maldosa, cruel, de querer destruir tudo o que está à sua volta, de deixar apenas a 
areia, o cimento, o concreto. E pior é que isso não acontece com os incultos, com os sem diploma, com os sem 
instrução. Nada disso. Acontece também com os letrados, com os doutores, com os donos do poder econômico. 
Diríamos que essa inconsciência é bem rasteira, do tipo que derruba árvores porque as folhas podem sujar a 
piscina, quando no verão... Ou porque as árvores derrubam folhas muito pequenininhas, “difíceis de limpar”... Ou 
porque atrapalham a entrada do carro na garagem... Argumentos que as secretarias estaduais e municipais, órgãos 
ambientais, enfim, estão acostumados a ouvir, no quotidiano de todos os dias. Mas há aqueles que as defendem, 
que brigam se houver maus tratos!... Que fique testemunhada a revolta da população com os serviços prestados 
pelas concessionárias de energia elétrica, que a pretexto de “liberação da fiação”, acabam destruindo o pouco que 
resta da arborização urbana nas cidades. 
E não adianta argumentos técnico-científicos, no sentido de esclarecer que a árvore é absolutamente indispensável 
ao equilíbrio da vida natural do planeta, dos ecossistemas, enfim imprescindível para a nossa sobrevivência. É 
incrível como esses argumentos entram nos ouvidos de muitos como se fosse sermão de padre ou de pastor, 
conselho de pais, entra por um ouvido sai por outro, não penetra no raciocínio, na reflexão, na maturidade dessas 
pessoas, não as acordam para a necessidade de preservação... 
Mas vamos sempre repetir, sempre falar, sempre gritar... É preciso que assim seja ou não teremos resultados com a 
urgência que o mundo necessita. Vamos lembrar, caros leitores e aprender sempre e reaprendendo quantas vezes 
necessário for: o homem, como as plantas e os animais, é um ser vivo e a vida tem sua base em determinada 
reação química - a fotossíntese - somente processada em organismos vegetais. Assim, toda a energia que anima o 
vôo das aves, o nadar dos peixes, a veloz corrida dos herbívoros, o salto mortífero dos carnívoros, as contrações 
da mão humana e as pulsações do cérebro, repousam na energia solar, captada pelas plantas verdes, seja nas 
atuais, seja no acervo do passado conservado sob a forma de energia fóssil do carvão e do petróleo. 
As árvores são plantas lenhosas, mais altas que os arbustos, com caules lineares e verticais que se desenvolvem 
para formar troncos, que passam a sustentar galhos e folhas, que formam as copas. Podem viver até centenas de 
anos. Nas florestas, as árvores exercem importante papel. São responsáveis pela sobrevivência de ecossistemas 
complexos, realizam a fotossíntese e transformam o gás carbônico em oxigênio, fatores imprescindíveis à vida. 
E nas cidades, o que fazem as árvores? Elas purificam o ar pela fixação em suas folhas da poeira que a chuva 
conduz para o solo; proporcionam sombra e conforto térmico; reduzem a velocidade do vento; conservam a 
umidade do solo e do ar e influem no balanço hídrico, favorecendo a infiltração da água no solo; amortecem os 
ruídos; abrigam e alimentam a fauna, equilibrando cadeias alimentares e diminuindo pragas; embelezam a 
paisagem. 
Árvores integrantes de culturas e de povos distantes foram incorporadas aos costumes e às paisagens do Brasil. 
Espécies frutíferas e ornamentais de diversas origens encontram-se em pomares, na arborização urbana, nos 
parques e nos jardins, como a mangueira, a jaca, várias figueiras da Índia - entre elas a falsa-seringueira -, o 
flamboyant de Madagascar, e os eucaliptos e pinus cultivados em áreas de reflorestamento homogêneo para fim 
industrial. 
A árvore é um dos mais fortes símbolos das diversas culturas da humanidade, ela representa a vida em constante 
evolução, a ascensão ao Paraíso, a união dos elementos, a ligação entre os três níveis do COSMO (-
subsolo/subterrâneo/inferno-,- solo/superfície/Terra -, - atmosfera/céu/Paraíso) e o eixo do mundo, em torno do qual 
o Universo está organizado. 
Árvore-Mãe
A imagem da Árvore-Mãe, freqüente em inúmeras culturas, tem significado duplo. Em primeiro nível simboliza a 
Mãe Terra, princípio feminino que alimenta a vida; em nível mais profundo, representa a energia vital e invisível que 
repousa no seio da Terra e é fecundada pela energia masculina do vento, da chuva e do Sol. Na pré-história as 
árvores eram adoradas como divindades e algumas vezes consideradas a personificação de poderes naturais 
malignos como os trovões, os raios e as tempestades. 
Se apaziguadas pela adoração, as árvores divinas garantiriam fertilidade aos homens e aos animais, abundância 
nas colheitas, sucesso no comércio e nas guerras. 
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Com o crescimento do Cristianismo, os ritos de adoração diminuíram. As árvores passaram a ser utilizadas como 
um suprimento na alimentação, como combustível, na construção de cidades e de embarcações, na fabricação de 
implementos agrícolas, e matéria-prima para suprir as necessidades diárias. 
A partir do início deste século, algumas espécies de árvores começaram a desaparecer. Apesar da existência de 
leis de proteção ambiental, ainda não foi possível impedir a redução das espécies florestais no mundo inteiro. Hoje 
sabemos o quanto é necessário preservar os ecossistemas naturais e começar a recuperar os já desfeitos. Mas 
ainda não podemos nos alegrar: a luta para manter o equilíbrio ambiental é incessante. 
O que a árvore faz à mãe-natureza, a sua importância no equilíbrio da vida e do planeta ainda não está na 
consciência de todos os cidadãos. Infelizmente. É preciso que essa consciência seja adquirida sem o sacrifício de 
enfrentarmos num futuro próximo a completa desertificação do mundo. Mas é preciso quefaçamos todos os dias 
um pouco. E que fiquemos ao lado dela (a árvore) e lutemos por sua preservação, de todas as formas possíveis. E 
que façamos nascer novas árvores, ajudando-as a crescer. Com isso estamos fazendo um grande auxílio ao 
mundo, a nós mesmos e às futuras gerações. Façamos festas à Primavera e meditemos firmemente que a ÁRVORE 
é essencial à vida e que é dela que os seres que habitam a Terra tiram o alimento, a morada, as substâncias 
químicas, a proteção dos mananciais, a preservação do solo e a sombra. 
Árvore da vida 
Vivia no Jardim do Éden, tinha por seiva o orvalho celeste e simbolizava a harmonia perfeita. Trazia em seus galhos 
doze frutos como representação das recompensas do desenvolvimento espiritual, entre as quais a sabedoria, o 
amor, a verdade e a beleza. Defendidos com cuidado, esses frutos eram as manifestações do Sol e conferiam 
imortalidade àqueles que os consumissem.
Árvore-pai
Potente símbolo da fecundidade, essa árvore representa a energia masculina que impregna e vivifica a Terra, 
submetida ao ciclo eterno da morte e do renascimento. Algumas vezes chamada de Homem-Verde, esta figura é 
relativamente freqüente nas culturas ocidentais, onde assume múltiplas aparências, como Pan, o deus grego. 
Árvore do conhecimento 
No Jardim do Éden a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal era um símbolo da dualidade. Depois de sucumbir 
à tentação de comer o fruto da árvore, Adão e Eva foram rechaçados por Deus e expulsos do Paraíso. A serpente, 
enrolada ao redor do seu tronco, e que representa a Tentação, também é um símbolo muito antigo da energia vital.
(Edgard Rocha Filho é advogado e ambientalista)
http://www.ecolnews.com.br/arvores.htm
Aprendendo com as mãos na massa 
Racionalizar o uso da água e deixar de tratar rios, lagos e represas como latas de lixo, só se aprende por 
experiência prática. 
Campinas - Neste Dia Mundial da Água (22 de março), mais uma vez, a divulgação de estatísticas e números de todos os 
tipos enfatizou o quanto o brasileiro é rico em recursos hídricos e quanto desperdiça esta riqueza. Torneiras abertas, 
vazamentos na rede de distribuição, falta de gestão dos mananciais, assoreamentos de rios e reservatórios, poluição por 
esgotos, pelo excesso de lixo jogado in natura, por resíduos industriais e químicos agrícolas são velhos conhecidos na 
mídia, temas sempre relembrados quando há escassez e fala-se em racionamento.
Conhecer todos estes dados é importante, mas não suficiente para operar as mudanças de comportamento necessárias. 
Para alterar hábitos é preciso mais do que sentir culpa em relação ao bilhão de pessoas, que padece de sede no resto do 
mundo e tem de caminhar pelo menos 3 horas diárias só para buscar água. É preciso sentir sede ou, pelo menos, aprender 
o que significa carregar a água que se usa. E aprender com as mãos na massa, uma chance que a imensa facilidade da 
água encanada tirou do dia a dia da população, transferindo para os bastidores das empresas distribuidoras a consciência 
de quanto custa e quanto trabalho dá levar a água até a torneira.
Um exemplo emblemático é o de uma escola de Atibaia (Centro de Educação Física e Infantil, CEFI), no interior paulista, 
onde a diretora pedagógica, Ivelise Pires de Camargo, propôs a uma classe de 3a série do ensino fundamental a contagem 
de garrafas de água utilizadas na lavagem da quadra da escola. A idéia surgiu de um material de educação ambiental, 
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elaborado pela organização não governamental SuperEco, associada a uma necessidade real da escola.
Com pouco espaço para o recreio, a escola utiliza a quadra para o intervalo das crianças. A quadra costumava ficar suja de 
restos de lanche e lixo e necessitava de duas lavagens por dia, antes da prática de esportes. Depois de encher, carregar e 
contar o grande número de garrafas necessárias para uma lavagem e constatar, com as mãos na massa, o desperdício de 
água, as crianças mudaram seu comportamento e deixaram de jogar lixo no chão.
O cuidado em evitar o desperdício também foi com os alunos para casa: eles aprenderam a ler suas contas de água, 
tornaram-se fiscais dos pais e até desenvolveram um joguinho de computador para ensinar os pais a economizar.
Experiências semelhantes seriam fundamentais para mostrar à população, que vive às margens dos rios, o que significa 
usá-los como latas de lixo, seja para se livrar de uma simples latinha de refrigerante após o consumo ou para despejar 
caminhões de lixo e entulho nas margens ou dentro do rios. As águas dos rios tem o grande defeito de esconder ou levar 
para longe dos olhos o lixo jogado. Dá a impressão que o problema está resolvido, quando, na verdade, é aí que ele 
começa.
O lixo na água não se degrada nem desaparece. Latas, vidros, pneus e entulhos permanecem no fundo, causando 
problemas para a fauna aquática. Plásticos, panos e madeiras amontoam-se na superfície, sujando a paisagem e entupindo 
estações de tratamento. Os restos orgânicos facilitam a proliferação de agentes patogênicos (causadores de doenças). Os 
resíduos químicos - de produtos de limpeza, solventes, tintas, agrotóxicos, inseticidas caseiros, efluentes industriais -
contaminam a água e passam incólumes pelos tratamentos normalmente feitos.
É surpreendente o número de pessoas convivendo com o lixo no rio mais próximo e, muitas vezes, bebendo a água 
contaminada por agentes, sem se dar conta disso. É uma questão de informação, de falta de educação ou de falta de 
opção, costuma-se repetir. Mas também de falta de vínculos com a própria vida e cultura.
Os ianomâmis, um dos povos mais primitivos dentre os indígenas brasileiros, têm regras estritas de utilização dos rios, que 
rezam o aproveitamento das águas limpas para beber, em pontos distantes de onde são jogados os restos. Uma regra 
básica que, no entanto, soa como impossível nas grandes metrópoles "civilizadas".
É evidente que o tipo e, sobretudo, a quantidade de lixo produzido por pequenos grupos de índios nômades nem se 
compara com as montanhas de dejetos jogados nas águas que atravessam uma cidade como São Paulo. Mas é por isso 
mesmo é que as mudanças de hábitos se fazem mais urgentes nas zonas urbanas. O lixo e o desperdício tornam-se 
gigantes incontroláveis quando alimentados pela ignorância. 
Liana John 
http://www.estadao.com.br/ciencia/colunas/ecos/2001/mar/22/136.htm
Recebi o texto abaixo do Prof. José Moya, Coordenador da Federacion de
Organizaciones Y juntas ambientalista da Venezuela e repasso a todas as
listas e redes de que participo. Em nome desta Federação propõe uma
campanha para que não se use o termo "meio ambiente" na América Latina,
segundo eles, um grave erro gramatical e semântico. Creio que um bom
tema para discussão de nossas listas para ver se não ficamos quase só na
informação..
Abaixo do texto segue cópia do e-mail completo, para entender o contexto
da campanha que eles propõem, e para o devido retorno.
Fernando Guerra
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“MEIO Ambiente” não existe. O Ambiente é um TODO e assim deve ser
tratado
Há muito tempo que, na Ibero-América nos impuseram o vocábulo “meio ou
médio ambiente” para traduzir “ENVIRONMENT” para o português e espanhol.
Isto é um contra-senso e grave erro de gramática que encerra uma
incongruência lingüística com deficiência de conteúdo; portanto, seguir
usando tal vocábulo é afiançar este desvio idiomático e aumentar a
confusão generalizada que predomina em toda instância social.
Em português ou espanhol, não se deve dizer nem escrever “meio ambiente”
ou “medio ambiente” porque é uma redundância que media e desvirtua o
conceito AMBIENTE. Isto se comprova ao unirmos tal vocábulo a outras
palavras para fixar definições, dando lugar a frases gramaticalmente
ambíguas e que não definem nada: educação meio ambiental, problema meio
ambiental, impacto...etc, que já não se usam. Por que temos de aplicar
“meio ambiente”, se não é correto? A palavra “MEIO” identifica
SUBSTRATO: solo, água, ar, que bem conjugadas com outras definem
AMBIENTE.
Alguns justificam a vigência deste vocábulo, argumentando que: 1)
organismo das Nações Unidas o adotaram em suas siglas: PNUMA, CNUMAD etc
e afirmam que isto não é fácil de substituir; 2) em inglês, a palavra
“environment” está arraigada; 3) “meio ambiente” define expressamente os
assuntos naturais etc, etc. Estes argumentos são fracos, porque a
denominação ou sigla dos organismo não definem a evolução idiomática e,
ainda que o inglês prevaleça no mundo, não pode ser usado para cunhar
palavras de outros idiomas.
A palavra ENVIRONMENT é mais aplicada, ainda que AMBIENT tem tradução
acertada em espanhol, e por isso deve ser mais usada. É absurdo afirmar
que o AMBIENTE está formado somente por componentes naturais, quando é a
conjugação de elementos biológicos, químicos, físicos e sócio-culturais
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que interatuam sobre cada ser, definindo sua vida; portanto, e com base
nesse conceito atualizado, AMBIENTE é um TODO global e integrado, cujos
elementos se combinam inter-dependentemente, formando uma unidade
indissolúvel.
“Meio ambiente” não existe, ainda quando as ações desenvolvimentistas
tenham afetado quase a metade do planeta. Foi por isso que, desde a
“Cúpula da Terra” (rio 92) iniciamos esta campanha na Ibero-América,
para não usar mais tal vocábulo. Não é tarefa fácil e, portanto, devemos
aprofundar ações contra correntes tradicionais, que afirmam que se trata
de um assunto de SEMANTICA. Sim, mas mais ainda, é um problema de
profundo CONTEUDO. Felizmente, já vários organismos revisaram sua
denominação, outros atualizaram publicações e até se corrigiram leis.
Aqueles que não aceitam este critério, e seguem avalizando tal vício
gramatical, ajudam pouco a conseguir o Desenvolvimento Ambientalmente
Sustentável: CONCEITO simples, preciso e de fácil assimilação que se
explica por si só, porque é um verdadeiro modelo que parte de definições
concretas para propiciar mudanças de atitude e alcançar o nível
requerido de CULTURA, em função de aproveitar responsavelmente espaços e
recursos naturais, com distribuição eqüitativa de seus benefícios e sem
menosprezo à proteção do AMBIENTE, que é a única forma de não colocar em
risco o futuro das novas gerações.
Profesor José Moya: Coordinador de Comunicación y Relaciones
Institucionales
Phone-FAXs: (582)4314437 y 4317005 (E-mail: forja@reacciun.ve).
Favor retransmitir esta folha a escritórios, editoriais, jornalistas e
tradutores.
Tradução: Maria do Carmo Zinato – mariacz@ces.fau.edu
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
CONHEÇA A ÁREA DE LINKS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO ECOLINKS
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http://ecolinks.vila.bol.com.br/eco-educacao.html
ECOLINKS - LINKS ECOLÓGICOS SELECIONADOS
http://ecolinks.vila.bol.com.br/
Jornal Amigos da Natureza
________________________________________*****
Olá,
Acaba de estrear o Jornal Amigos da Natureza o jornal que vai fazer a diferença, com uma linguagem nova, simples e 
rápida, estas são algumas qualidades deste super jornal
*Um Jornal diferente
Talvez quando você lendo algo na Internet, percebe que as palavras não são somente para uma pessoa, mas como se 
estivesse falando para uma multidão
No Jornal Amigos da Natureza, você não sente isso, é muito diferente, como em uma conversa
*Rápido
Talvez seja umas melhores características do Jornal Amigos da Natureza, há qualquer momento tem noticia nova
*Um Jornal que você ajuda a fazer
Isso mesmo, um jornal que quem faz é você, são muitos links em que você pode dar sua opinião
*Pratico
Não precisa ficar procurando banners pela Internet, ou entrando em sites de busca
O Jornal Amigos da Natureza pode ser assesivel de qualquer lugar do mundo pelo endereço
http://www.jornal.amigosdanatureza.com
*E com um Super Caderno
É indiscutivo você falar que nunca viu um tucano ou uma arara, mas agra os Amigos da Natureza traz para você uma super 
produção, são mais de 40 imagens e informações, um verdadeiro livro virtual
Ufá !!!
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Você ganha um super jogo de mesa e a Home Page Amigos da Natureza um livro virtual, Participe !!!
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Até Mais
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Amigos da Natureza.com
E-mail - an@amigosdanatureza.com
Home - http://www.amigosdanatureza.com
WAP - http://sites.uol.com.br/danielpdb
O BICHO
Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
AS CIDADES CONTÍNUAS 1
Ítalo Calvino
 A cidade de Leônia refaz a si própria todos os dias: a população acorda todas as manhãs em lençóis frescos, lava-se 
com sabonetes recém-tirados da embalagem, veste roupões novíssimos, extrai das mais avançadas geladeiras latas ainda 
intactas, escutando as últimas lengalengas do último modelo de rádio.
 Nas calçadas, envoltos em límpidos plásticos, os restos da Leônia de ontem aguardam a carroça do lixeiro. Não só 
tubos retorcidos de pasta de dente, lâmpadas queimadas, jornais, recipientes, materiais de embalagem, mas também 
aquecedores, enciclopédias, pianos, aparelhos de jantar de porcelana: mais do que pelas coisas que todos os dias são 
fabricadas vendidas compradas, a opulência de Leônia se mede pelas coisas que todos os dias são jogadas fora para dar 
lugar às novas. Tanto que se pergunta se a verdadeira paixão de Leônia é de fato, como dizem, o prazer das coisas novas e 
diferentes, e não o ato de expelir, de afastar de si, expurgar uma impureza recorrente. O certo é que os lixeiros são 
acolhidos como anjos e a sua tarefa de remover os restos da existência do dia anterior é circundada de um respeito 
silencioso, como um rito que inspira a devoção, ou talvez apenas porque, uma vez que as coisas são jogadas fora, ninguém 
mais quer pensar nelas.
 Ninguém se pergunta para onde os lixeiros levam os seus carregamentos: para fora da cidade, sem dúvida; mas todos 
os anos a cidade se expande e os depósitos de lixo devem recuar para mais longe; a imponência dos tributos aumenta e os 
impostos elevam-se, estratificam-se, estendem-se por um perímetro mais amplo. Acrescente-se que, quanto mais Leônia se 
supera na arte de fabricar novos materiais, mais substancioso torna-se o lixo, resistindo ao tempo, às intempéries, à 
fermentação e à combustão. É uma fortaleza de rebotalhos indestrutíveis que circunda Leônia, domina-a de todos os lados 
como uma cadeia de montanhas.
 O resultado é o seguinte: quanto mais Leônia expele, mais coisas acumula; as escamas do seu passado se solidificam 
numa couraça impossível de se tirar; renovando-se todos os dias, a cidade conserva-se integralmente em sua única forma 
definitiva: a do lixo de ontem que se junta ao lixo de anteontem e de todos os dias e anos e lustros.
 A imundície de Leônia pouco a pouco invadiria o mundo se o imenso depósito de lixo não fosse comprimido do lado de 
lá de sua cumeeira, por depósitos de lixo de outras cidades que também repelem para longe montanhas de detritos. Talvez 
o mundo inteiro, além dos confins de Leônia, seja recoberto por crateras de imundície, cada uma com uma metrópole no 
centro em interrupta erupção. Os confins entre cidades desconhecidas e inimigas são bastiões infectados em que os detritos 
de uma e de outra escoram-se reciprocamente, superam-se, misturam-se.
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 Quanto mais cresce

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