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LESÕES DO JOELHO

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Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 13: LESÕES DO JOELHO 
1
1. Lesão do ligamento cruzado anterior 
 Perna fixa ao solo + valgo + ré do fêmur 
 Entorse do joelho associado a estalido 
 Hemartrose 
 Dois e três décadas de vida 
 Predomínio do sexo masculino 
 70% por trauma esportivo 
 20-40% tem lesão de menisco 
 Mulheres que praticam os mesmos esportes tem 2-4x mais risco de romper o LCA 
 
*O ligamento cruzado anterior (LCA) é uma estrutura fundamental no joelho, visto que este é 
um importante restritor da instabilidade anterior e rotação interna da tíbia. A ruptura desta 
estrutura é a lesão ligamentar mais comum do joelho, quando incluídas somente as roturas 
ligamentares completas. A lesão do LCA acomete principalmente indivíduos jovens e ativos e 
caracteriza-se especialmente pela instabilidade articula. É consenso que o referido ligamento 
não cicatriza adequadamente após a lesão. A reconstrução cirúrgica é hoje o tratamento padrão 
em atletas e aproximadamente 200.000 reconstruções do LCA são realizadas anualmente nos 
Estados Unidos com custos diretos estimados em três bilhões de dólares. Nos últimos anos, 
diversos ensaios clínicos randomizados e revisões sistemáticas foram realizadas visando 
aprimorar o tratamento e a reabilitação desta lesão. No entanto, ainda não existe na literatura 
um consenso sobre o assunto. 
**A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das lesões ligamentares do joelho mais 
comuns, daí a reconstrução do LCA ser uma das cirurgias mais frequentemente realizadas. Não 
é de estranhar, portanto, que existam mais de 2000 estudos publicados acerca deste ligamento, 
sendo este o ligamento mais estudado do corpo humano. Na Alemanha surgem cerca de 
30/100000 rupturas do LCA na população geral e cerca de 70/100000 em desportistas. Nos EUA 
anualmente ocorrem cerca de 200000 lesões do LCA e são realizadas aproximadamente 100000 
cirurgias de reconstrução deste mesmo ligamento. Estes dados enfatizam a elevada frequência 
deste tipo de lesões e a importância da necessidade de um tratamento adequado. A lesão do 
LCA ocorre quando o ligamento é forçado além da sua aptidão elástica, podendo ocorrer uma 
ruptura parcial ou total. As lesões ligamentares podem classificar-se em grau I, II e III. Na lesão 
de grau I existe uma lesão ligamentar ligeira, um estiramento, mantendo-se a estabilidade da 
articulação. Na lesão de grau II ocorre já uma ruptura parcial das fibras do ligamento, originando 
um ligamento frouxo. Por último, as lesões de grau III caracterizam-se por uma ruptura total do 
ligamento, causando assim instabilidade articular.10 Apesar da evolução natural da lesão do 
LCA ainda não estar determinada, acredita-se que a instabilidade anterior progrida para lesões 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 13: LESÕES DO JOELHO 
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degenerativas meniscais e comprometa o desempenho dos indivíduos durante a atividade física. 
A lesão do LCA pode ocorrer por traumatismo direto ou indirecto, ocorrendo habitualmente 
perante uma mudança súbita de direção, paragem repentina, queda incorreta de um salto ou 
então por contacto direto. Estas lesões ocorrem maioritariamente por trauma indireto e podem 
ocorrer através de vários mecanismos: rotação externa, abdução e forças anteriores aplicadas 
na tíbia, rotação interna do fémur sobre a tíbia e hiperextensão do joelho. O mecanismo de lesão 
por trauma direto ocorre habitualmente num traumatismo em que o fémur é puxado 
posteriormente quando o joelho se encontra a 90 graus de flexão e a tíbia está fixa. Por sua vez, 
a lesão por trauma indireto acontece perante paragem brusca e saltos sem qualquer contato 
físico, provocando lesões isoladas do LCA seguidas de hemartrose. A hiperflexão forçada do 
joelho, flexão forçada, extensão completa do joelho e hiperextensão forçada do joelho são os 
mecanismos mais comuns nas lesões isoladas do LCA. 
 Diagnóstico 
❖ Edema + hemartrose 
❖ Sinal da gaveta anterior → Quadril a 45º; joelho fletido a 90º; parte 
anterior da tíbia é tracionada anteriormente 
❖ RNM → Confirmação diagnóstica e lesões associadas 
➢ 70-100% de precisão para ruptura do LCA 
➢ Lesão aguda → Menisco lateral 
➢ Lesão crônica → Menisco medial; pode até levar a uma artrose 
pela instabilidade 
➢ 21-31% de fx osteocondral 
 Tratamento 
❖ Conservador 
➢ Instabilidade não justifica cirurgia 
➢ Não pretende retornar a mesma atividade desportiva 
❖ Cirúrgico 
➢ Preferência para a reconstrução após três semanas da lesão (antes = artrofibrose; antes 
disso tem maior chance de artrofibrose) 
➢ Autoenxerto 
 Tendão patelar → Osso 
 Tendão isquiotibiais → Pata de ganso 
 Tendão quadríceps → Utilizado em revisões 
➢ Aloenxerto 
➢ Materiais sintéticos 
➢ Corrigir desvios de eixo → Genu varo; osteotomias 
➢ Reabilitação de seis a oito meses 
 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 13: LESÕES DO JOELHO 
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2. Menisco 
 Preenchedor da articulação → Evidente incongruência entre o fêmur e tíbia 
 Previnem pinçamento capsular e sinovial durante a flexão e extensão 
 Lubrificação → Ajuda a distribuir o líquido sinovial 
 Importantes no processo de estabilização rotacional 
 Tem a função de absorção de choque do esqueleto axial 
* Os meniscos do joelho apresentam uma função de absorção e distribuição de carga muito 
importante. São estruturas anatômicas expostas aos traumas e ao envelhecimento como todas 
as estruturas que compõem uma articulação. A lesão meniscal pode ocorrer: como parte de um 
trauma rotacional ou por flexão, como evolução do processo degenerativo da articulação ou 
como uma lesão espontânea decorrente da falência estrutural progressiva, sem correlação com 
trauma ou processo degenerativo. Embora com diversas etiologias, a sintomatologia, as 
manifestações clínicas e o tratamento são semelhantes. Quando associada à instabilidade do 
joelho ou à artrose em fase avançada a lesão meniscal é analisada em função da patologia 
maior. 
 Diagnóstico 
❖ Quadro clínico 
➢ Travamento 
➢ Efusão 
➢ Falseio 
➢ Crepitação 
➢ Hemartrose → Lesão na zona vermelha 
➢ Sinal de Smile → Sensibilidade ao longo da linha articular medial ou lateral 
➢ Teste do agachamento → Positivo se houver dor 
❖ Exames de imagem 
➢ Raio X → Excluir outras patologias 
➢ RNM → Sensibilidade de 83% e especificidade de 84% 
 Tratamento 
❖ Não cirúrgico 
➢ Laceração periférica, estável e pequena (5mm) pode ser tratada de forma conservadora 
com resultados satisfatórios 
➢ Imobilização coxo-maleolar por 4-6 semanas com carga parcial e exercícios isométricos 
➢ Após retirada da imobilização → Programa de exercícios de reabilitação 
❖ Cirúrgico 
➢ Sutura meniscal 
➢ Meniscectomia parcial 
3. Condromalácia patelar 
 Degeneração da cartilagem articular da patela 
 Mudança na substância fundamental e nas fibras de colágeno 
 Início nos níveis profundos da cartilagem 
 Camada superficial → Tardiamente 
 Comum em mulheres jovens 
 Existem, basicamente, quatro graus 
 Diagnóstico 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 13: LESÕES DO JOELHO 
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❖ Quadro clínico 
➢ Sensação dolorida ou desconfortável na face anterior 
do joelho 
➢ Sinal do cinema → Dor ao ficar sentado em uma mesma 
posição por muito tempo 
➢ Crepitação e dor mais evidentes ao descer escada 
➢ Comum em mulheres jovens 
❖ RNM → Lesão condral 
 Tratamento 
❖ Conservador 
➢ Analgésicos 
➢ Mudança do gesto desportivo 
➢ Alongamento e fortalecimento muscular → Quadríceps 
➢ Glicosamina/ colágeno → Efeitos 
conflitantes 
➢ Órteses → Nenhuma diferença a longo 
prazo; nunca usar por longos períodos 
(associado a instabilidade patelar) 
❖ Cirúrgico → Fracasso do tratamento não 
cirúrgico prolongado 
➢ Raspagem artroscópica da patela → 
Resultados pobres 
➢ Excisão local do defeito seguido de 
perfuração (microfraturas) → Formação de fibrocartilagem➢ Membranas de colágeno 
➢ Patelectomia 
 
 
Referências bibliográficas 
Aula de Dr. Davi Veiga (24/05/2021) 
Arliani, G. G., Astur, D. D. C., Kanas, M., Kaleka, C. C., & Cohen, M. (2012). Lesão do ligamento 
cruzado anterior: tratamento e reabilitação. Perspectivas e tendências atuais. Revista Brasileira 
de Ortopedia, 47(2), 191-196. 
Pinheiro, A., & Sousa, C. V. (2015). Lesão do ligamento cruzado anterior: apresentação clínica, 
diagnóstico e tratamento. Rev Port Ortop Traum, 23(4), 320-329. 
Júnior, M. A., Penteado, P. C. F., Marchetto, A., Fatarelli, I. F. D. C., Rodrigues, R. L., & Cerqueira, 
P. H. (1999). História das lesões meniscais na reconstrução do ligamento cruzado anterior. Rev. 
bras. ortop, 569-574. 
Machado, F. A., & de Amorin, Á. A. (2005). Condromalácia patelar: aspectos estruturais, 
moleculares, morfológicos e biomecânicos. Revista de Educação Física/Journal of Physical 
Education, 74(1), 29-37.

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