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Resumo Economia Internacional

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RESUMOS DE ECONOMIA INTERNACIONAL
Cap. 1 – Introdução
O que é economia internacional?
Áreas de estudo: ganhos de comércio, padrão do comércio, protecionismo, balanço de pagamentos, determinação da taxa de câmbio, coordenação das políticas econômicas internacionais e mercado internacional de capitais.
Ganhos do comércio: quando os países vendem bens e serviços uns aos outros, essa troca quase sempre acarreta benefício mutuo. É equivocado pensar que o comércio será prejudicial, se houver grandes disparidades entre os países envolvidos em termos de produtividade ou salários. Na verdade, dois países podem comercializar p/ beneficio mutuo mesmo quando um deles é mais eficiente do que o outro na produção e quando os produtores no país menos eficiente só podem competir pagando salários menores (Modelo Ricardiano – Cap. 3). E também que o comércio proporciona benefícios ao permitir que os países exportem bens cuja produção faça uso intenso de recursos localmente abundantes e importem bens cuja produção faça uso de recursos localmente escasso. Embora nações geralmente ganhem c/ comércio internacional, alguns grupos dentro delas podem sair prejudicados. Em outras palavras, pode exercer efeitos negativos na distribuição de renda (trabalhadores x proprietários de capital).
Capítulo 3 – Produtividade do trabalho e vantagem comparativa: modelo ricardiano
O custo de oportunidade das rosas em termos de computadores é o número de computadores que poderiam ser fabricados com os recursos utilizados para produzir um dado numero de rosas.
A diferença entre os custos de oportunidades dos bens é que permite um rearranjo mutuamente benéfico da produção mundial. Como cada país se “especializará” no que lhe tiver mais vantagem comparativa*, o mundo como um todo estará produzindo mais logo é possível, em princípio, elevar o padrão de vida de cada indivíduo.
*Um país possui vantagem comparativa na produção de um bem se o custo de oportunidade da produção desse bem em relação aos demais é mais baixo nesse país do que em outros.
O comércio entre 2 países pode se beneficiar se cada um exportar os bens que possui uma vantagem comparativa.
No entanto, no mundo real não existe uma autoridade central decidindo qual país deveria produzir determinado bem. O mercado, através da oferta e demanda é quem ditam as regras.
O enfoque (deste capítulo), em que o comércio internacional se deve somente a diferenças internacionais na produtividade do trabalho, é conhecido com modelo ricardiano. 
Como toda economia possui limites cada país tem sua fronteira de possibilidades de produção que nos mostra a quantidade do bem1 (por exemplo) que poderá ser produzida dado que já estamos produzindo certa quantidade do bem2. Ela ilustra as diferentes combinações de bens que a economia pode produzir.
Quando há apenas um fator de produção a fronteira de possibilidades de produção será uma linha reta. Neste caso o custo de oportunidade de produzir o bem1 em termos do bem2 é constante.
O custo de oportunidade é igual ao valor absoluto da declividade da fronteira de possibilidades de produção de uma economia.
Para determinarmos o quanto de cada bem que será produzido pela economia precisamos conhecer os preços relativos dos bens, isto é, o preço de um bem em relação ao outro.
A economia vai se especializar no bem no qual o seu preço relativo exceder seu custo de oportunidade. 
Caso: P1/P2 > aL1/aL2, o país se especializará no bem1. 
Caso: P1/P2 < aL1/aL2, o país se especializará no bem2. 
Somente quando P1/P2 = aL1/aL2 o país produzirá os 2 bens.
Visto que o custo de oportunidade é igual à razão entre as necessidades unitárias de trabalho p/ um bem e outro, na ausência de comércio internacional os preços relativos serão iguais às suas necessidades unitárias de trabalho relativas.
No caso de 2 economias, Local e Estrangeira* supondo que: aL1/aL2< aL1*/aL2* ou, de modo equivalente: aL1/ aL1*< aL2 /aL2* podemos dizer que a produtividade relativa do bem1 do Local é maior que a do bem2.
Quando um país pode produzir uma unidade de um bem com menos trabalho que outro país, podemos dizer que o primeiro país tem uma vantagem absoluta na produção desse bem.
Uma forma útil de acompanhar 2 mercados de uma só vez é enfocar não apenas nas quantidades do bem1 ou do bem2 ofertadas e demandadas, mas também a oferta e a demanda relativas, isto é, a quantidade do bem1 ofertado ou demandado dividido pela quantidade do bem2 ofertado ou demandado. Por exemplo, se bem1= queijo e bem2 = vinho a oferta e demanda relativas, neste caso, seria o número de quilos de queijo ofertado ou demandado dividido pelo número de litros de vinho ofertado ou demandado.
Para haver um equilíbrio geral mundial a oferta e a demanda relativa sejam iguais. Graficamente falando seria no ponto de encontro da curva OR com a DR (a declividade negativa da DR reflete os efeitos de substituição: conforme o preço relativo do queijo aumenta, os consumidores tendem a comprar menos queijo e mais vinho, logo a DR relativa de queijo cai).
Os ganhos de Comércio: a primeira forma de mostrar que a especialização e o comércio são benéficos é considerar o comércio como um método indireto de produção. Ex: o local poderia produzir o bem2 diretamente mais o comércio com o Estrangeiro lhe permite produzir o bem1 (Local tem VC) e depois trocar pelo bem2 (Estrangeiro tem VC) que necessita. Esse método indireto de ‘produzir’ o bem 2 é mais eficiente que a produção direta.
A vantagem comparativa não deve ser confundida com a absoluta; é a vantagem comparativa, e NÃO a absoluta, que determina quem vai e deve produzir um bem.
O salário relativo dos trabalhadores de um país é o montante que recebem por hora, comparado com o montante que os trabalhadores de outro país recebem pelo mesmo período. Esse salário se situa entre as razões das produtividades dos dois países nas duas indústrias. 
Idéias equivocadas sobre vantagem comparativa:
Vantagem comparativa é diferente da absoluta; a comparativa depende da produtividade e do salário relativo. Mesmo sem vantagem absoluta em nada, um país pode ter vantagem relativa e ganhar com o comércio.
Não importa se o custo mais baixo do bem 1 produzido no país A se deve à alta produtividade ou aos salários baixos, o que interessa ao país B é que é mais barato, em termos do seu próprio trabalho, produzir o bem 2 e depois trocá-lo pelo bem 1 em vez de produzir diretamente o bem 1.
Os salários mais baixos de alguns países é as vezes a alternativa menos pior possível. É melhor que trabalhem a salários baixos e comercializem ficando assim numa situação melhor quanto ao seu poder de compra do que não comercializar e ficar com o poder de compra mais baixo ainda. 
A regra para alocar a produção mundial é simples: os bens serão produzidos onde for mais barato produzi-los. Será mais barato produzir o bem i no Local se: waLi< w*a*Li ou rearranjando: a*Li/ aLi > w/w*, analogamente, descobre-se se é mais barato produzir no estrangeiro.
Para determinar os salários relativos em uma economia multibens, é preciso examinar por trás da demanda relativa por bens, a demanda relativa por trabalho resultante. Ela não é uma demanda direta da parte dos consumidores, mas sim uma demanda derivada, que resulta da demanda por bens produzidos com o trabalho de cada país. 
A demanda derivada relativa pelo trabalho do Local, por exemplo, diminuirá quando a razão entre os salários do Local e do Estrangeiro aumentar, isso ocorre por 2 motivos:
 Conforme o trabalho do local se torna mais caro em relação ao do Estrangeiro, os bens produzidos no Local tendem a ficar mais caros também e a demanda por esses bem cai.
À medida que os salários do local aumentam, menos bens são produzidos no Local e mais no Estrangeiro, reduzindo ainda mais a demanda pelo trabalho do Local.
Supondo que o número de homens-horas não varia com o salário, o salário relativo não tem efeito sobre a oferta relativa de trabalho, logo OR (oferta mundial de trabalho do Local em relação à do Estrangeiro) é uma reta vertical.O salário relativo de equilíbrio é determinado pela interseção entre DR (demanda mundial de trabalho do Local em relação à do Estrangeiro) e OR.
É caro transportar bens e serviços e, em alguns casos, o custo de transporte é suficiente para levar os países à auto-suficiência em alguns setores. 
Apesar de poucos economistas acreditarem que o modelo ricardiano seja uma descrição completamente adequada das causas e conseqüências do comércio mundial, suas duas implicações principais – que as diferenças de produtividade desempenham um papel importante no comércio internacional e que as vantagens comparativas em vez das absolutas é que importam – parecem ser corroboradas pelas evidências empíricas.
Embora algumas previsões do modelo ricardiano sejam claramente irrealistas, sua previsão básica – de que os países tenderão a exportar bens em que possuem produtividade relativamente alta – tem sido confirmada por vários estudos. 
Capítulo 4 – Recursos e comércio: o modelo de Hesckscher-Ohlim (H-O)
Uma das principais teorias em economia internacional é a de que o comércio internacional é condicionado, unicamente pelas diferenças entre os recursos dos países - teoria de Heckscher-Ohlin. Modelo mostra que a VC é influenciada pela interação entre os recursos das nações (a abundância relativa dos fatores de produção) e a tecnologia de produção (que influencia a intensidade relativa com que fatores de produção diferentes são utilizados na produção de bens diferentes).	
Se w é o salário por hora de trabalho e r é o custo de um alqueire de terra, a escolha dos insumos vai depender da razão entre os dois preços de fatores, w/r. Note que a definição de intensidade depende da razão entre terra e trabalho usada na produção, e não da razão entre terra (ou trabalho) e produto. Dessa forma um bem não pode ser terra-intensivo e trabalho-intensivo ao mesmo tempo.
A fronteira de possibilidades de produção neste modelo varia se tem ou não o fator de substituição. Sem ele, a FPP é definida por uma linha reta (inclinação = CO do tecido em termos de alimento). Com ele, não mais apresentará um deslocamento angular (continua válido que o CO do tecido em termos do alimento aumenta à medida que a composição de produção da economia se desloca do alimento p/ o tecido).
O custo da produção de um bem depende dos preços de fatores: se a renda da terra for mais alta, permanecendo tudo o mais constante, o preço de qualquer bem cuja produção envolva o insumo terra também será mais alto. 
A importância do preço de um fator para o custo de produzir um bem depende da quantidade desse fator utilizada na produção desse bem.
Nesse modelo mudanças nos preços relativos têm forte impacto sobre a distribuição de renda. Uma mudança no preço dos bens não altera apenas a distribuição de renda; na verdade, a mudança sempre altera a distribuição a tal ponto que os proprietários de um fator de produção apresentam ganhos enquanto os proprietários do outro saem perdendo. 
O efeito viesado do aumento nos recursos sobre as possibilidades de produção é a chave para compreender como as diferenças em recursos fazem surgir o comércio internacional, pois em geral, uma economia tenderá a ser relativamente eficaz na produção de bens que sejam intensivos nos fatores do quais o país é relativamente bem dotado.
Em geral, uma economia tenderá a ser relativamente eficaz na produção de bens que sejam intensivos nos fatores dos quais o país é relativamente bem dotado.
Se o Local tem uma razão trabalho-terra (L/S) mais alta que a do Estrangeiro (L*/S*), ele é trabalho-abundante e o Estrangeiro é terra-abundante .
Por exemplo, os EUA têm 80 milhões de trabalhadores e 200 milhões de alqueires( razão trabalho-terra de 1 para 2,5) e a Grã-Bretanha tem 20 milhões de trabalhadores e também de alqueires(razão trabalho-terra de 1 para 1). Neste caso a Grã-Bretanha é considerada trabalho-abundante, mesmo tendo menos trabalho-total que os EUA. Note que a abundância é definida em termos de uma razão(termos relativos) e não em quantidades absoluta, comparando-se a razão entre trabalho e terra nos 2 países, de forma que nenhum país é abundante em tudo.
No país Local um aumento do preço relativo de tecidos leva a um aumento na produção de tecidos e a um declínio do consumo relativo. Logo o Local passa a exportar mais tecidos e importar mais alimentos. Inversamente, o declínio do preço relativo do tecido no Estrangeiro leva-o a se tornar um importador de tecidos e um exportador de alimentos.
Podemos dizer então que os países tendem a exportar bens cujas produção é intensiva em fatores dos quais são dotados abundantemente.
O comércio leva à convergência de preços. Mudanças nos preços relativos têm fortes efeitos sobre a remuneração relativa do trabalho e da terra.
O comércio internacional tem um forte impacto sobre a distribuição de renda. Os proprietários dos fatores abundantes de um país obtêm ganhos de comércio enquanto que os proprietários dos fatores escassos deste país saem perdendo.
Quando Local e Estrangeiro fazem comércio, os preços relativos dos bens convergem. Essa convergência, por sua vez, leva à convergência dos preços relativos de terra e trabalho. Dessa maneira, delineia-se claramente uma tendência à equalização dos preços de fatores. No modelo, essa tendência ocorrem em qualquer situação, ou seja, o comércio internacional lava à completa equalização dos preços de fatores.
Só temos um grande problema: no mundo real os preços dos fatores não são equalizados (ex: na Alemanha, um trabalhador bem qualificado ganha, em média, mais que um trabalhador americano bem qualificado).
Três hipóteses cruciais para previsão da equalização de preços dos fatores são, com certeza, falsas:
Ambos os países produzem ambos os bens;
As tecnologias são as mesmas em ambos os países;
O comércio realmente equaliza os preços de bens nos dois países.
O paradoxo de Leontief é a única evidência empírica de peso contra a teoria das
proporções de fatores: EUA sempre estiveram no topo da lista dos países classificados pelas razões capital-intensivo. Esperaríamos, então, que os EUA, fossem um exportador de bens capital-intensivos e importador de bens trabalho-intensivos. Porém, Leontief, descobriu que a relação é contraria. Possível explicação: EUA tem vantagens na produção de bens ou produtos novos fabricados c/ tecnologia inovadoras. Talvez, estes sejam menos capital-intensivos do que aqueles cuja tecnologia tenha tido tempo p/ amadurecer e se tornar apropriada às técnicas de produção em massa.
	Embora o modelo H-O tenha sido menos bem-sucedido para explicar os padrões exatos do comércio internacional do que se poderia esperar, ele permanece vital para a compreensão dos efeitos do comércio, especialmente seus efeitos sobre a distribuição de renda. 
Capítulo 6 – Economias de escala, concorrência imperfeita e comérdio internacional
	Economias de escala podem levar ao comércio mutuamente benéfico. Cada país se especializa em produzir uma gama restrita de produtos, o que lhe possibilita produzir esses bens mais eficientemente do que se tentasse produzir tudo por si mesmo; essas economias especializadas fazem, então, comércio entre si p/ que se possa consumir a gama completa de bens.
	Existem dois tipos de economias de escala, economias de escala externas que ocorrem quando o custo por unidade depende do tamanho do setor, mas não necessariamente do tamanho de uma empresa qualquer e as economias de escala internas que ocorrem quando o custo por unidade depende do tamanho de uma empresa individual, mas não necessariamente do tamanho do setor.
	Ambas economias de escala tem implicações diferentes sobre a estrutura dos setores. Aquele em que elas são puramente externas (isto é, em que não há vantagens p/ as empresas grandes) ser;a composto de muitas empresas pequenas e terá concorrência perfeita. Já as internas, por sua vez, dão às empresas grandes uma vantagem de custos sobre as pequenas e levam a uma estrutura de mercado de concorrência imperfeita.
	Concorrência perfeita:firmas são tomadoras de preços, concorrência imperfeita: firmas são formadoras de preço.
	O custo fixo em uma função de custo linear faz surgir economias de escala, pois, quanto maior a produção da empresa, menor o custo fixo por unidade.
	Em mercados maiores, em geral, haverá tanto mais empresas como mais vendas por empresa;aos consumidores, serão oferecidos tanto preços mais baixos como uma variedade maior de produtos (Cme = F/Q + c = n x F/V + c; Q = 1/n*V)
	Em um modelo de concorrência monopolística, podemos pensar no comércio mundial como composto de duas partes. Haverá comércio nos dois sentidos dentro do setor manufatureiro. Essa troca de tecidos por tecidos é chamada comércio intraindústria. O restante do comércio é uma troca de tecidos por alimentos, chamada comércio interindústria.
	Note quatro pontos sobre o padrão do comércio:
O comércio interindústria (tecidos por alimentos) reflete a VC – país capital abundante, exporta bem capital-intensivo.
O comércio intraindústria (tecidos por tecidos) não reflete a VC – são as economias de escala que evitam que cada país produza a gama total de produtos por si próprio, estimulando o comércio internacional.
O padrão do comércio intraindústria é imprevisível.
A importância relativa do comércio intraindústria e do comércio interindústria depende do grau de semelhança entre países – se países forem semelhantes nas razões capital-trabalho, haverá pouco comércio interindústria e o comércio intraindústria, baseado fundamentalmente nas economias de escala, será dominante.
	Significado do comércio intraindústria: cerca de um quarto do comércio mundial consiste no modelo intraindústria – troca de bens nos dois sentidos dentro de classificações setoriais padronizadas. Ele desempenha um papel particularmente importante no comércio de bens manufaturados entre nações avançadas.
	Porque o comércio intraindústria é importante? Ele geram ganhos adicionais do comércio internacional, ale daqueles propiciados pela vantagem comparativa, pois permite que os países sejam beneficiados por mercados maiores.
	Se o comércio intraindústria for a origem dominante dos ganhos do comércio (ocorre quando os países forem semelhantes em termos de oferta relativa de fatores, de modo que não haja muito comércio interindústria e de modo que os ganhos de escala e as possibilidade de escolha mais amplas sejam grandes), os efeitos do comércio sobre a distribuição de renda serão pequenos e o comércio intraindústria gerará ganhos adicionais significativos. Como resultado, pode ser que, apesar dos efeitos do comércio sobre a distribuição de renda, todos apresentem ganhos de comércio.
	Os ganhos de comércio serão grandes quando as economias de escala forem fortes e os produtos altamente diferenciados. Isso é mais característico dos bens manufaturados sofisticados do que das matérias-primas ou dos setores mais tradicionais (como têxteis ou calçados). Conclusão confirmada pela Europa pós-guerra, particularmente na Europa Ocidental. Em 1957, c/ a criação da Comunidade Econômica Européia, o que se viu foi um rápido crescimento do comércio entre os países, que se deu quase todo pelo comércio intraindústria. Esperava-se que houvessem transtornos consideráveis e problemas políticos. Por exemplo, o que se viu foi em vez de os trabalhadores de maquinário na França serem prejudicados enquanto os da Alemanha ganhavam, os de ambos países saíram ganhando c/ a eficiência crescente do setor integrado em todo o continente. Crescimento então acabou fazendo c/ que a Europa apresentasse muitos menos problemas políticos e sociais do que esperado.
	
Modelo de Defasagem Tecnológica – Posner, 1961
Grande partedo comércio entre os países industrializadso se baseia a introdução de novos produtos e processos. Estes concedem as empresas e nações inovadoreas o monopólio temporário do mercado mundial (patentes, direitos autorais). À medida que os produtores estrangeiros adquirem novas tecnologias consegue conquistar o mercado.
Destaca a defasagem temporal no processo de imitação.
Problemas:
Não explica o tamanho (tempo) a defasagem.
Não exagera as razões pelos quais surge DT e como são eliminados ao longo do tempo.
Modelo do Ciclo do Produto – Vernon, 1966
Generalização e extensão do modelo anterior. Quando um novo bem é introduzido, este geralmente requer m-d-o altamente qualificada na sua produção. À medida que o produto amadurece no mercado e adquire aceitação em massa torna-se padronizado, podendo ser produzida através de técnicas de produção em série, que utiliza m-d-o menos qualificada -> deslocamento das VC das nações mais avançadas p/ as menos avançadas.
Cinco fases dentro do ciclo: (1) o novo produto é produzido e consumido apenas no país inovador; (2) fase de crescimento do produto onde ele é aperfeiçoado no país inovador e começa a ser exportado; (3) fase de maturidade do produto – produto se torna padronizado e país inovador começa a produzir p/ o mercado interno; (4) país inovador começa a vender mais barato que o país inovador -> expansão p/ 3o’s mercados; (5) país inovador passa a importar produto do país imitador.
Difusão tecnológica, a padronização e os baixos custos de produção no país imitador levam ao fim do ciclo de vida do produto no país inovador.
Obs.: cada vez mais o tempo é reduzido entre as fases 1 e 4.
Resumo dos modelos de defasagem tecnológica:
Nos dois, as economias mais industrializada exportam bens não padronizados, que incorporam tecnologia nova e mais avançada, e importam produtos c/ tecnologia antiga e menos avançada.
Em ambos, o comércio se baseia, originalmente, em tecnologia nova desenvolvida pelos fatores relativamente abundantes nas nações industrializadas (m-d-o altamente qualificada e gastos em P&D). Através da imitação e padronização, demais nações adquirem VC (c/ m-d-o menos qualificada).
Dumping
	Com mercados de concorrência imperfeita, as empresas às vezes cobram um determinado preço quando exportam um bem e outro diferente quando o vendem no mercado interno. Em geral, a prática de cobrar preços diferentes é chamada de discriminação de preços. A mais famosa forma disso ocorrer é a discriminação internacional de preços (dumping).
	O dumping só ocorre se duas condições forem satisfeitas: o setor deve contar c/ concorrência imperfeita (empresas formam preços) e os mercados devem ser segmentados de modo que consumidores internos não comprem facilmente bens que se pretende exportar.
Defesa Comercial
	Processo de acompanhamento e interferência no volume de bens e serviços importados, com o fim de se garantir a concessão das relações de comércio exterior, sem que haja dano ou prejuízo p/ a produção e a indústria domestica.
3 Instrumentos:
Medidas antidumping (AD);
Medidas compensatórias;
Salvaguardas;
As duas primeiras tem como objetivo evitar danos ou recompor o equilíbrio financeiro no mercado interno devido à práticas desleais. A terceira, em garantir proteção temporários p/ setores específicos desestruturados pela competição c/ importados.
Teoria do IED 
Motivos pelo IED: vantagens (poder de mercado, tecnologias e vantagens organizacionais), “investimento defensivo”, diversificação de mercados.
Vantagens da internalização p/ Krugman e Obstfeld: transferência de tecnologia (contornaria problemas de licenciamento de tecnologia) e integração vertical (evitaria problemas entre empresas monopolistas).
Vantagens específicas de propriedade de uma firma: patentes, marcas, monopólio comercial e habilidades técnicas ou gerenciais.
Vantagens de localização: recursos naturais e m-d-o, além de estruturas de mercados e políticas governamentais.
4 tipos (Dunning): resource based, market based, efficiency based e trade & distribution.
MTN detêm o controle dos mercados consumidores dos países desenvolvidos, e alem disso, podem evitar as tarifas domesticas por meio da manipulação dos preços de transferência (subfaturamento das exportações e um superfaturamento das importações).
Efeitos gerados pelo IED:
Positivos:Promoção de recursos e capacidades adicionais de tecnologia, organização e acesso a mercados;
Injeção de práticas competitivas mais dinâmicas;
Aumento de eficiência na alocação de recursos;
Incremento na balança de pagamentos através da substituição de importações por exportações já que ETN são lideres em inovação tem acessos a mercados mundiais e possuem recursos financeiros e gerenciais p/ exploração comercial.
Negativos:
Limitação do ‘upgrading’ dos recursos endógenos e capacidades;
Deterioração na BP devido a importação em maior proporção de produtos de alto valor agregado enquanto exporta produtos de baixo.
Restrição ao crescimento do PIB através do mecanismo de transferência de preços e outros que reduzem impostos pagos ao governo.
Redução da concorrência e aumento da concentração de mercado.
Maior desigualdade de desenvolvimento entre países.
 
Capítulo 8 – Argumentos a Favor e Contra o Livre Comércio
A favor:
Livre Comércio evita perda de eficiência associados a proteção (b+d);
P/ países pequenos e em desenvolvimento existem ganhos adicionais envolvendo economias de escala; 
Concorrer c/ importações leva a aprendizagem e inovação (Collor 1991).
Políticas comerciais influenciadas p/ interesses particulares, leia-se políticos;
Contra:
P/ um país grande, os benefícios auferidos via termos de troca podem superar as distorções (e>b+d);
Conceitos de EC e EP não quantificam c/ precisão os custos e benefícios das políticas comerciais, pois existem falhas de mercado (argumento de 2nd Best);
Problema c/ argumentos de falhas de mercado: (i) falhas podem ser corrigidas c/ políticas domesticas aplicadas diretamente sobre as fontes do problema; (ii) falhas não podem ser diagnosticadas bem o suficiente p/ prescrever a política econômica.
Políticas governamentais refletem objetivos alem de medidas simples de custo e benefícios (análise de EC e EP).
Indústria Nascente: proteção até que um indústria se torne competitiva;
Política comercial estratégica: proteção aos produtores domésticos de setores intensivos em tecnologia;
Proteção a indústria nacional (neo-schumpterianos): necessária p/ fortalecer/permitir o desenvolvimento de indústrias que contribuem p/ gerar e defender inovações;
Capítulo 9 – Economia Política da Política Comercial
Argumentos a favor do livre comércio:
Livre Comércio e Eficiência: Uma tarifa gera uma perda líquida para a economia; ela faz isso ao distorcer os incentivos econômicos tanto de produtores como consumidores. Por outro lado, a abertura ao livre comércio elimina essas distorções e aumenta o bem estar nacional.
Economias de Escala: Os mercados protegidos não apenas fragmentam a produção internacionalmente, mas, reduzindo a concorrência e aumentando os lucros, também levam muitas firmas a entrar na indústria protegida. Com uma proliferação de firmas em mercados domésticos restritos, a escala de proteção de cada uma se torna ineficiente.
Aprendizagem e Inovações: Ao incentivar os empresários a procurar novos caminhos para exportar ou concorrer com importações, ele oferece mais oportunidades para aprendizagem e as inovações do que um sistema de comércio “administrado”, no qual o governo dita, em grande medida, o padrão das importações e exportações.
Argumento Político a favor do livre comércio: O compromisso político com o livre comércio pode ser uma boa idéia na prática, mesmo que em princípio possa haver políticas melhores. Com freqüência os economistas argumentam, que, na prática, as políticas comerciais são mais influenciadas por interesses particulares do que pela consideração dos custos e dos benefícios nacionais. 
Às vezes, os economistas conseguem mostrar que, na teoria, um conjunto específico de tarifas e subsídios à exportação poderia aumentar o bem-estar nacional, mas na realidade qualquer órgão do governo que tentasse se dedicar a um programa sofisticado de intervenção no comércio provavelmente seria tomado por grupos de interesse e convertido em um meio de distribuição de renda a setores politicamente influentes.
Argumentos do bem-estar nacional contra o livre comércio:
Argumento dos termos de troca a favor das tarifas: No caso de um país grande, capaz de afetar os preços dos exportadores estrangeiros, uma tarifa diminui o preço das importações e, dessa forma beneficia os termos de troca. Esse benefício deve ser pesado em relação aos custos da tarifa, que surgem porque ela distorce os incentivos à produção e ao consumo. É possível, porém, que em alguns casos os benefícios dos termos de troca proporcionados pela tarifa superem seus custos, de modo que exista um argumento dos termos de troca a favor de uma tarifa.
	
Com tarifas de alíquota baixa, o bem-estar de um país grande é maior do que com o livre comércio. A alíquota da tarifa que maximizar o bem-estar nacional é a tarifa ótima. A alíquota da tarifa ótima é sempre positiva, mas inferior à alíquota positiva que eliminaria todas as importações.
Argumento da falha do mercado doméstico contra o livre comércio: Ocorre quando algum mercado do país não está desempenhando sua função corretamente. Esse argumento é um caso particular de um conceito mais geral conhecido na economia como teoria do segundo melhor. De acordo com essa teoria, uma política sem interferências é desejável em qualquer mercado somente se todos os outros mercados estiverem funcionando adequadamente. Caso eles não estejam, uma intervenção do governo que pareça distorcer os incentivos em um mercado pode efetivamente aumentar o bem-estar ao compensar as conseqüências das falhas do mercado em outro lugar.
A dificuldade de averiguar qual a política comercial do segundo melhor a ser seguida reforça o argumento político a favor do livre comércio.
Distribuição de renda e Política Comercial
De que maneira as preferências dos indivíduos são somadas a fim de produzir a política comercial que vemos na realidade?
Concorrência Eleitoral:Que políticas econômicas os 2 partidos prometerão seguir? Resposta: Eles tentarão encontrar um meio-termo, especificamente, ambos tenderão a convergir para a alíquota preferida pelo eleitor mediano, que está exatamente na metade da fila. Logo, os 2 partidos acabarão propondo uma tarifa próxima àquela que o eleitor mediano deseja.
Ação Coletiva: O fato de a política ser um bem público significa que as políticas que impõem grandes perdas no total, mas pequenas perdas para cada indivíduo podem não enfrentar uma oposição efetiva. Trata-se de um problema de ação coletiva: embora interesse ao grupo como um todo pressionar por políticas favoráveis, não interessa aos indivíduos fazê-lo
Esse problema pode ser superado quando o grupo é pequeno (de modo que cada indivíduo venha a auferir uma parcela significativa dos benefícios das políticas favoráveis) e / ou bem organizado (de modo que os membros do grupo possam ser mobilizados para agir em seu interesse coletivo). O problema da ação coletiva, então, pode explicar por que políticas, que, além de parecer gerar mais custos do que benefícios, parecem prejudicar muito mais eleitores do que ajudar podem, ainda assim, ser adotadas.
Vantagens da Negociação
Por pelo menos 2 motivos, é mais fácil diminuir as tarifas como parte de um acordo mútuo do que fazê-lo como política unilateral. Em 1º lugar, um acordo mútuo ajuda a angariar apoio para um comércio mais livre. Em 2º lugar, os acordos negociados sobre o comércio ajudam os governos a não entrar em guerras comerciais destrutivas.
Questão de Teoria dos Jogos – Dilema do Prisioneiro – Livre comércio ou proteção?
Capítulo 10 – A Política Comercial nos países em desenvolvimento
Industrialização pela Substituição de Importações
Da 2ª GM à década de 1970, para acelerar seu crescimento, muitos países em desenvolvimento limitaram as importações de bens manufaturados, com o objetivo de fomentar um setor manufatureiro que atendesse o mercado doméstico. Essa estratégia se tornou popular, por muitos motivos, mas os argumentos da teoria econômica a favor da SI desempenharampapel importante nesse crescimento. Provavelmente, o mais importante desses argumentos era o argumento da indústria nascente.
Argumento da Indústria Nascente: Os países em desenvolvimento têm uma vantagem comparativa potencial na manufatura, mas as novas indústrias manufatureiras desses países não podem, a princípio, concorrer com as sólidas manufaturas dos países desenvolvidos. Para lhes dar o apoio necessário, os governos devem ajudar temporariamente as novas indústrias, até que elas se tornem fortes o suficiente para enfrentar a concorrência internacional. Desse modo, faz sentido utilizar tarifas ou cotas de importação como medidas temporárias para dar início à industrialização.
Problemas com o argumento da indústria nascente:
Em 1º lugar, nem sempre é bom intervir hoje nas indústrias que terão uma vantagem comparativa no futuro. Suponha que um país atualmente trabalho-abundante esteja no processo de acumular capital: quando ele acumular capital suficiente, terá uma vantagem comparativa nas indústrias capital intensivas. Isso não significa que o país deverá desenvolver essas indústrias imediatamente.
Em 2º lugar, a proteção às manufaturas não faz nenhum bem, a não ser que a proteção em si ajude a tornar a indústria competitiva. Alguns economistas têm alertado também sobre o caso da “indústria pseudonascente”: a indústria é protegida inicialmente e depois se torna competitiva por motivos que não têm nada a ver com a proteção. Nesse caso, a proteção da indústria nascente acaba parecendo um sucesso, mas pode na verdade ter sido um custo líquido para a economia.
Geralmente, o fato do desenvolvimento de uma indústria ser custoso e levar tempo não é um argumento a favor da intervenção do governo, a não ser que haja alguma falha no mercado doméstico.
Justificativas da falha de mercado para a proteção da indústria nascente:
Entre os defensores do argumento da indústria nascente, os mais esclarecidos têm identificado 2 falhas de mercado que, por si só, justificariam a proteção da indústria nascente: os mercados imperfeitos de capital e o problema da apropriabilidade.
Justificativa dos mercados imperfeitos de capitais: Se um país em desenvolvimento não tem um conjunto de instituições financeiras que permita que as poupanças de setores tradicionais sejam utilizadas para financiar o investimento em novos setores, então o crescimento de novas indústrias será restrito pela capacidade de as firmas nessas indústrias auferirem lucros no presente.Assim, lucros iniciais baixos serão um obstáculo ao investimento mesmo que os retornos de longo prazo sobre esse investimento sejam elevados.
Argumento da Apropriabilidade: Pode assumir diversas formas, mas todas têm em comum a idéia de que as firmas em uma nova indústria geram benefícios sociais pelos quais não são compensadas. Por exemplo, as firmas que entram primeiro em uma indústria podem ter de incorrer em custos iniciais de adaptação da tecnologia a circunstâncias locais, ou de abertura de novos mercados. Se outras firmas podem seguir as líderes sem incorrer nesses custos iniciais, impede-se que as pioneiras recebam quaisquer retornos desses desembolsos.
Assim, as firmas pioneiras podem, além de obter um produto físico, criar benefícios intangíveis (como conhecimento ou novos mercados) sobre os quais não poderão estabelecer direitos de propriedade. Os benefícios sociais da criação de uma nova indústria excederão os custos, contudo, por causa do problema da apropriabilidade, nenhum empresário estará disposto a entrar nela.
Problemas da Industrialização pela Substituição de Importações
Por que ISI não funcionou da forma esperada? O principal motivo parece ser o seguinte: ao contrário do que muitos pensavam, o argumento da indústria nascente não era tão universalmente válido.
Um período de proteção não criará um setor manufatureiro competitivo se, por determinados motivos fundamentais, o país não tiver uma vantagem comparativa nesse setor. A experiência tem mostrado que os motivos do não-desenvolvimento são, em geral, mais profundos do que a simples falta de experiência nas manufaturas. Os países pobres não têm trabalho qualificado e empreendedores nem competência gerencial; para completar, têm problemas de organização social que tornam difícil manter ofertas confiáveis de tudo, desde peças de reposição até eletricidade.
O argumento da indústria nascente é que, dada a proteção temporária das tarifas ou cotas, as indústrias manufatureiras das nações menos desenvolvidas aprenderão a ser mais eficientes. Na prática, isso nem sempre acontece.
Parte do problema se deve ao fato de muitos países utilizarem métodos excessivamente complexos para promover suas indústrias nascentes. Ou seja, utilizarem cotas de importação complicadas e sobrepostas, controles de câmbio e normas de conteúdo doméstico, em vez de tarifas simples.
Outro custo que tem recebido atenção considerável é a tendência de as restrições às importações promoverem a produção em uma escala ineficientemente pequena. O mercado doméstico total não é grande o suficiente para permitir instalações de produção em uma escala eficiente.
Problemas da economia dual
A divisão de uma única economia em 2 setores que parecem estar em níveis muito diferentes de desenvolvimento é denominado dualismo econômico, e uma economia com essa característica é considerada uma economia dual.
Quando os mercados estão funcionando mal, pode surgir o argumento da falha de mercado a favor de restrições ao livre comércio. A presença do dualismo econômico, com freqüência, é utilizada para justificar as tarifas que protegem o setor manufatureiro, aparentemente mais eficiente.
Um 2º motivo que relaciona o dualismo à política comercial é que a política comercial em si pode ter muito a ver com ele. À medida que a industrialização pela SI entrou na mira de ataque, alguns economistas começaram a argumentar que tais políticas tinham, na verdade, ajudado a criar uma economia dual ou pelo menos agravado alguns de seus sintomas.
Sintomas do dualismo:
O valor do produto por trabalhador é muito maior no setor moderno do que no resto da economia.
Acompanhando o valor elevado do produto por trabalhador está um salário mais alto. Os trabalhadores da indústria podem receber dez vezes o que os trabalhadores rurais recém.
O valor elevado do produto por trabalhador no setor moderno é, pelo menos em parte, devido à maior intensidade de capital na produção.
Muitos países menos desenvolvidos têm um problema de desemprego persistente.
Mercados de trabalho duais e política comercial
Caso exista um diferencial de salários, os mercados alocarão mal o trabalho; as firmas do setor industrial contratarão poucos trabalhadores. Uma política de governo que os induza a contratar mais pode elevar o bem-estar nacional.
De acordo com o modelo de Harris-Todaro, um aumento no número de empregos manufatureiros levaria a um êxodo rural tão grande que o desemprego urbano, na verdade aumentaria. Quando um trabalhador adicional é contratado pelo setor manufatureiro, 2 ou 3 trabalhadores a mais podem deixar a agricultura para inchar os índices de desemprego urbano. Embora o trabalhador sortudo ganhe, seu ganho salarial, será em grande parte compensado pelas perdas salariais dos novos desempregados. O suposto benefício marginal social do emprego manufatureiro adicional fica, portanto, perdido.
Assim como o argumento da indústria nascente, o argumento dos diferenciais de salários a favor da proteção é hoje desaprovado pelos economistas.
Industrialização orientada para exportações: o milagre do Leste Asiático
A partir de meados da década de 1960, tornou-se cada vez mais claro que havia outro caminho possível para a industrialização: eram as exportações de bens manufaturados, principalmente para as nações mais avançadas. Além disso, os países que se desenvolveram dessa maneira, um grupo que o Banco Mundial agora chama de economias asiáticas de alto desempenho (EAADs), atingiram um crescimento econômico espetacular.
Os fatos de crescimento asiático:Na década de 1960, um crescimento econômico rápido começou em 4 economias asiáticas menores, freqüentemente chamadas de “ os 4 tigres”: Hong Kong, Taiwan, Coréia do Sul e Cingapura. Finalmente, no final da década de 1970 e na década de 1980, o rápido crescimento começou na Malásia, Tailândia e Indonésia e, de maneira mais espetacular, na China.
Além das altas taxas de crescimento, as EAADs possuem uma característica distinta: elas são muito abertas ao comércio internacional, e têm se tornado ainda mais ao longo do tempo. Na verdade, as economias asiáticas de crescimento rápido são muito mais orientadas para as exportações que os outros países em desenvolvimento, em particular a América Latina e o sul da Ásia.
Política Comercial nas EAADs
As razões elevadas de exportações e importações m relação ao PIB nas nações asiáticas são conseqüências das políticas comerciais, que, embora pudessem não corresponder exatamente ao livre comércio, deixavam o comércio muito mais livre do que nos países em desenvolvimento que tentaram se desenvolver pela SI.
Infelizmente, a realidade na confirma essa história tanto quanto os seus defensores gostariam. Em primeiro lugar, não está claro em que medida as razões de comércio alta nas EAADs podem realmente ser atribuídas às políticas de livre comércio. Com exceção de Hong Kong, essas economias na verdade não têm experimentado nada muito próximo do livre comércio: todas continuam a manter tarifas razoavelmente substanciais, cotas de importação, subsídios à exportação e outras políticas que administram seu comércio.
As EAADs estão seguindo políticas econômicas mais próximas do livre comércio que os outros países em desenvolvimento? Provavelmente sim, embora a complexidade das políticas comerciais seguidas pelos países em desenvolvimento em geral torne as comparações difíceis.
Política Industrial nas EAADs
Alguns articulistas acreditam que o sucesso das EAADs, longe de demonstrar a eficácia das políticas do livre comércio, representa na realidade uma vitória para o intervencionismo sofisticado. De fato, é verdade que várias das economias bem-sucedidas têm praticado políticas que favorecem determinadas indústrias em relação a outras: tais políticas industriais incluem não somente tarifas, restrições à importação e subsídios à exportação, mas também políticas mais complexas, como empréstimos a juros baixos e apoio do governo para pesquisa e desenvolvimento.
Outros fatores de crescimento
As economias asiáticas de crescimento rápido não são peculiares apenas no que diz respeito à sua alta fração de comércio. Quase todas têm taxas de poupança muito altas, o que significa que podem financiar taxas de investimento muito altas. Quase todas têm dado grandes passos no campo do ensino público. Diversas estimativas recentes sugerem que a combinação de altas taxas de investimento com níveis de instrução em rápido crescimento explica, em grande parte, o crescimento rápido no Leste da Ásia.
Capítulo 11 – Controvérsias em Política Comercial
Argumentos sofisticados a favor da política comercial ativista
A política governamental ativista precisa de um tipo específico de justificativa; a saber, ela deve compensar alguma falha preexistente do mercado doméstico. O problema com muitos argumentos a favor da política comercial ativista é exatamente que eles não se relacionam a nenhuma falha.
O problema com os argumentos da falha de mercado a favor da intervenção é um só: como reconhecer uma falha de mercado? Os economistas que estudam os países industrializados têm identificado 2 tipos de falhas de mercado que, ao que parece, estão presentes nesses países e são relevantes para suas políticas comerciais. Uma delas se verifica nas indústrias de alta tecnologia: as firmas nessas indústrias são incapazes de desfrutar os benefícios da parte da contribuição ao conhecimento que vaza para as concorrentes. A outra falha é a presença de lucros de monopólio em indústrias oligopolistas altamente concentradas.
Tecnologias e externalidades
Se as firmas em uma determinada indústria geram conhecimento que outras firmas podem também utilizar sem pagar por isso, a indústria está na realidade gerando um produto adicional, o benefício social marginal do conhecimento, que não se reflete nos incentivos das firmas. Logo, nas indústrias em que essas externalidades (beneficiados apropriados por outros grupos além das firmas que os geram) mostram-se importantes, há um bom argumento a favor do subsídio.
O fato a favor da política comercial ativista é que, embora as firmas possam se apropriar de alguns dos benefícios de seu investimento em conhecimento, elas normalmente não podem se apropriar da totalidade dos benefícios. Alguns dos benefícios vão para nas mãos de outras firmas, que podem imitar as idéias e as técnicas das líderes. Como as leis de patentes não protegem adequadamente os inovadores, é razoável supor que, sob o laissez-faire, as firmas de alta tecnologia não ficariam tão motivadas a inovar quanto deveriam.
O argumento a favor do apoio do governo às indústrias de alta tecnologia
Embora as indústrias de alta tecnologia provavelmente produzam benefícios sociais adicionais por causa do conhecimento que geram, muito do que ocorre em uma indústria de alta tecnologia não tem nada a ver com a geração de conhecimento. Não há nenhum motivo para subsidiar o emprego de capital ou de trabalhadores não técnicos nessas indústrias; por outro lado, a inovação e os vazamentos de tecnologia acontecem, até certo ponto, em qualquer indústria, não só nas de alta tecnologia.
Um princípio geral é que o comércio e a política industrial deveriam ter como alvo especificamente a atividade na qual a falha de mercado ocorre. Desse modo, a política econômica deveria procurar subsidiar a geração de conhecimento da qual as firmas não podem se apropriar. O argumento dos vazamentos de tecnologia é provavelmente o melhor que se pode apresentar a favor de uma política industrial ativa.
Concorrência Imperfeita e Política Comercial Estratégica
Localiza na falta de concorrência perfeita a falha de mercado que justifica a intervenção governamental. Eles chamaram a atenção para o fato de que, em certas indústrias, existirem apenas algumas firmas em concorrência efetiva. Por causa do pequeno número de firmas, os pressupostos de da concorrência perfeita não se aplicam. Em particular, haverá normalmente retornos em excesso, isto é, as firmas terão lucros acima daqueles que os investimentos com mesmo risco em outros setores da economia podem auferir. Haverá uma concorrência internacional relativa a quem ficará com esses lucros.
Problemas com a análise de Brander-Spencer
O subsídio dado pelo governo europeu eleva abruptamente os lucros de uma firma européia, à custa de seus rivais estrangeiros. Deixando de lado o interesse dos consumidores, isso parece sem dúvida elevar o bem-estar europeu (e reduzir o bem-estar americano). O governo dos EUA não deveria, então, colocar esse argumento na prática (justificar o ativismo do governo)?
Na verdade, essa justificativa estratégica a favor da política comercial, embora tenha atraído muito interesse, também tem recebido várias críticas. Os críticos argumentam que, para a teoria da certo na prática, seriam necessárias mais informações do que as costumam estar disponíveis. Além disso, essas políticas apresentariam o risco de uma retaliação estrangeira.
A necessidade de informações fica pior pelo fato de não podermos considerar as indústrias isoladamente. Se uma indústria é subsidiada, ela tira recursos de outras indústrias e aumenta os custos delas. Desse modo, mesmo uma política econômica que consiga dar às firmas americanas uma vantagem estratégica em uma indústria tenderá a causar uma desvantagem estratégica em outra. O fato de o governo conhecer a fundo determinada indústria não é suficiente; ele precisa também conhecer a fundo as indústrias com as quais aquela indústria concorre por recursos.
Se determinada política comercial estratégica for capaz de superar tudo isso,ela ainda se defrontará com o problema da retaliação estrangeira, essencialmente o mesmo problema visto quando consideramos o uso de tarifas para melhorar os termos de troca. As políticas estratégicas são políticas econômicas do tipo empobreça-se-vizinho, que aumentam nosso bem-estar à custa dos outros países. Essas políticas levam, portanto, ao risco de uma guerra comercial que prejudica a todos.
Capítulo 12 – Contabilidade Nacional e o Balanço de Pagamentos
Y = C + I + G + EX – IM ; TC = EX – IM ; Y – (C + I + G) = TC
S = I + TC ; Sprivado – I = Sgoverno + (X – M) ; Sprivado + Sgoverno = I + (X – M)
Capítulo 18 – Sistema Monetário Internacional
Objetivos da Política Macroeconômica em uma Economia Aberta
Os formuladores da política econômica sã motivados pelos 2 objetivos que mencionamos: o equilíbrio interno e o externo. Podemos definir o equilíbrio interno como aquele ponto em que os recursos do país estão plenamente empregados e o nível de preços local está estável. Já o equilíbrio externo é alcançado quando as transações correntes do país não estão em um déficit tão profundo que o país não possa pagar sua dívida externa no futuro, nem com um superávit tão grande que sejam os estrangeiros os prováveis inadimplentes.
Equilíbrio externo sob o Padrão Ouro
Sob o padrão ouro, a responsabilidade principal de um banco central era preservar a paridade oficial entre sua moeda e o ouro: para manter esse preço, o banco central necessitava de um estoque suficiente de reservas em ouro. Os formuladores de política econômica consideravam o equilíbrio externo não como um objetivo das transações correntes, mas como uma situação em que o banco central não estava nem ganhando ouro do exterior, nem perdendo a uma taxa rápida demais.
Os bancos centrais tentavam evitar grandes flutuações no balanço de pagamentos. Como as reservas internacionais tomaram a forma de ouro durante esse período, o superávit ou déficit no balanço de pagamentos tinha de ser financiado por trocas de carregamentos de ouro entre os bancos centrais. Para evitar grandes movimentos do ouro, os bancos centrais adotaram políticas que levaram o componente do superávit (ou déficit) da conta financeira menos reservas a se comportar no mesmo ritmo do déficit (ou superávit) total das transações correntes e da conta capital.
Mecanismo preço-fluxo de metais preciosos
No padrão ouro, entram em ação alguns mecanismos automáticos poderosos que contribuem para que todos os países alcancem, simultaneamente, o equilíbrio do balanço de pagamentos. O mais importante deles, o mecanismo preço-fluxo de metais preciosos.
Suponha que o superávit em transações correntes da Inglaterra seja maior que o déficit de sua conta financeira exclusive reservas. Como as importações líquidas dos estrangeiros, provenientes da Inglaterra, não estão sendo financiadas totalmente pelos empréstimos concedidos a esses mesmos estrangeiros, o equilíbrio dever ser obtido por fluxos de reservas internacionais, isto é, de ouro que entra na Inglaterra. Esses fluxos de ouro reduzem automaticamente as ofertas de moeda estrangeira e aumentam a oferta de moeda na Inglaterra, baixando os preços estrangeiros e elevando os preços ingleses.
O aumento nos preços ingleses e a queda simultânea nos preços estrangeiros, uma apreciação real da libra dada a taxa de câmbio fixa, reduzem a demanda estrangeira por bens e serviços ingleses e, ao mesmo tempo, aumentam a demanda inglesa por bens e serviços estrangeiros. Esses deslocamentos da demanda reduzem tanto o superávit em transações correntes da Inglaterra quanto o déficit em transações correntes do estrangeiro. Por fim, os movimentos de reserva param, e todos os países envolvidos atingem o equilíbrio do balanço de pagamentos.
As “regras do jogo” do padrão ouro
As reações dos bancos centrais quanto aos fluxos do ouro entre suas fronteiras possibilitaram a ascensão de outro mecanismo, também capaz de restabelecer o equilíbrio do balanço de pagamentos. Os bancos centrais que estavam perdendo ouro persistentemente reconheceram o risco de, mais cedo ou mais tarde, não conseguir resgatar suas notas.
Pensaram, então, em diminuir seus estoques de ativos domésticos quando o ouro começasse a sair; com isso, elevariam a taxa de juros doméstica e atrairiam fluxos de entrada de capital do exterior. Os bancos centrais que ganhavam ouro, por sua vez, não viam tantos motivos para eliminar suas próprias importações do metal. O principal incentivo era a maior lucratividade dos ativos domésticos que, ao contrário do “estéril” ouro, rendiam juros.
Muitas vezes os países reverteram as regras e esterilizaram os fluxos de ouro, isto é, venderam ativos domésticos quando as reservas estrangeiras estavam aumentando e compraram ativos domésticos quando as reservas estrangeiras estavam caindo.
O Sistema de Bretton Woods
O sistema elaborado pelo acordo de Bretton Woods exigia taxas de câmbio fixas em relação ao dólar, e um preço do ouro em dólar invariável – US$35 por onça. Os países membros mantinham suas reservas internacionais oficiais em grande parte na forma de ativos em ouro ou dólares, e tinham o direito de vender dólares para o FED em troca de ouro ao preço oficial.
Fluxos de capitais especulativos e crises
Um país com déficit grande e persistente em transações correntes poderia ser suspeito de estar em “desequilíbrio fundamental” e, portanto, estar pronto para uma desvalorização da moeda. A suspeita da proximidade de uma desvalorização, por sua vez, poderia levar a uma crise no balanço de pagamentos.
Qualquer um que tivesse depósitos em libras durante uma desvalorização da libra, por exemplo, sofreria uma perda, uma vez que o valor em moeda estrangeira dos ativos em libra diminuiria bruscamente, na mesma proporção da variação na taxa de câmbio.
De forma semelhante, os países com grandes superávits nas transações correntes poderiam ser vistos pelo mercado como candidatos à valorização. Nesse caso, seus bancos centrais se encontrariam repletos de reservas oficiais, resultado da venda da moeda doméstica no mercado cambial para evitar sua apreciação. Um país nessa posição enfrentaria o problema de ter sua oferta de moeda crescendo sem controle, o que poderia elevar o nível de preços e afetar o equilíbrio interno.
As crises no balanço de pagamentos tornaram-se cada vez mais freqüentes nos anos 60 e 70. Essas crises se tornaram tão numerosas no início dos anos 70 que por fim arrasaram a estrutura das taxas de câmbio fixas estabelecidas em Bretton Woods.
Diante da possibilidade de uma crise no balanço de pagamentos, o objetivo externo de estabelecer uma meta para as transações correntes adquiriu, portanto, mais importância. Mesmo os desequilíbrios nas transações correntes justificados por oportunidades de investimento internacional ou causados por fatores meramente temporários levariam o mercado a suspeitar que uma mudança na paridade se aproximava.
Analisando as opções de política econômica no sistema de Bretton Woods
Mantendo o equilíbrio interno
Se tanto P* como E são permanentemente fixos, a inflação doméstica depende sobretudo da pressão da demanda agregada sobre a economia, não das expectativas quanto à inflação futura. Portanto, o equilíbrio interno exige apenas o pleno emprego, isto é, que a demanda agregada seja igual ao nível de pleno emprego do produto, Y*. O formulador de política econômica pode manter o produto estável em seu nível de pleno emprego, Y*, por meio de mudanças na política fiscal ou na taxa de câmbio.
Y* = C(Y* - T) + I + G + TC(EP*/P, Y* - T)
Sob taxas de câmbio fixas, a política monetária não se constitui em uma ferramenta de política econômica. 
A curva II é negativamente inclinada porque uma desvalorização da moeda (um aumento em E) e uma expansão fiscal (aumento em G ou uma diminuição em T) tendem a aumentar o produto. À direita de II, a política fiscal é mais expansionista do que o necessário para o pleno emprego, de modo que os fatores produtivos na economia são sobreempregados. À esquerda de II,a política fiscal é restritiva em demasia e ocorre desemprego.
Mantendo o equilíbrio externo
Pressuponha que o governo tenha um valor-alvo, X, para o superávit nas transações correntes.
TC(EP*/P, Y – T) = X
Dados P e P*, um aumento em E torna os bens domésticos mais baratos e melhora as transações correntes. Por sua vez, a expansão fiscal tem o efeito oposto sobre as transações correntes. Uma queda em T aumenta o produto Y; o aumento resultante na renda disponível aumenta o gasto doméstico em bens estrangeiros e piora as transações correntes. De forma semelhante, por aumentar Y, um aumento em G faz com que TC caia.
Como um aumento em E aumenta as exportações líquidas, as transações correntes estão em superávit em relação ao nível visado, X, acima de XX. De forma semelhante, abaixo de XX as transações correntes estão em déficit em relação ao nível de sua meta.
Políticas de mudança e troca dos gastos
Se a economia está inicialmente longe do ponto 1, ajustes apropriados na política fiscal e na taxa de câmbio são necessário para alcançar os equilíbrios interno e externo. A mudança na política fiscal que move a economia para o ponto 1 é denominada política de mudança nos gastos, porque ela altera o nível da demanda total da economia por bens e serviços.
O ajuste da taxa de câmbio que se segue é denominado política de troca de gastos, porque ele muda a direção da demanda, deslocando-a entre o produto doméstico e as importações. Em geral, tanto a mudança no nível dos gastos como a troca de gastos são necessários para atingir os equilíbrios interno e externo.
Com a política fiscal e a taxa de câmbio indicadas pelo ponto 2, existe subemprego e um déficit excessivo nas transações correntes. Apenas a combinação da desvalorização e da expansão fiscal indicada na figura move a economia para o equilíbrio interno e externo (Ponto 1). A política fiscal expansionista, agindo sozinha, pode eliminar o subemprego movendo a economia para o ponto 3, mas o custo do desemprego menor é um déficit externo maior. Embora a política fiscal contracionista possa sozinha levar ao equilíbrio externo (ponto 4), ela derruba o produto e a economia se afasta mais do equilíbrio interno.
É por isso que os dilemas como o do ponto 2 geram suspeitas de que a moeda será desvalorizada. Afinal, a desvalorização melhora as transações correntes e a demanda agregada ao aumentar a taxa de câmbio real EP*/P de um golpe só; a alternativa é um período longo e politicamente inaceitável de desemprego, para provocar um aumento igual na taxa de câmbio real por meio de uma queda em P.
A inflação mundial e a transição para taxas flutuantes
Se a economia está no ponto 1, um aumento em P*, dados a taxa de câmbio fixa e o nível de preços doméstico, leva portanto a economia à região 1, com um sobreemprego e um superávit nas transações correntes indesejavelmente altos. O fator que causa esse resultado é uma depreciação real da moeda, que aumenta a demanda mundial pelo produto do país local.
Se o governo não reagir, o sobreemprego pressionará para cima o nível de preços doméstico, e essa pressão gradualmente levará as 2 curvas de volta à posição original. As curvas vão parar de se deslocar quando P tiver aumentado na mesma proporção de P*. Nesse estágio, a taxa de câmbio real, o emprego e as transações correntes estarão em seus níveis iniciais, de modo que o ponto 1 será mais uma vez a posição de equilíbrio interno e externo.
Para evitar a importação de inflação é preciso valorizar a moeda (isto é, diminuir E) e mover-se para o ponto 2. Uma valorização restabelece os equilíbrios interno e externo imediatamente, sem inflação doméstica, utilizando-se a taxa de câmbio nominal para contrabalançar o efeito do aumento em P* sobre a taxa de câmbio real. Apenas uma política de troca de gastos pode dar uma resposta adequada a um aumento puro nos preços estrangeiros.
Já o aumento nos preços domésticos que ocorre quando não há nenhuma valorização exige um aumento na oferta de moeda doméstica, uma vez que os preços e a oferta de moeda movem-se proporcionalmente no longo prazo. O mecanismo que permite esse aumento é a intervenção do banco central no câmbio. Conforme o produto e os preços domésticos aumentam após o aumento em P*, a oferta de moeda real diminui e a demanda por saldos em moeda real aumenta. Para evitar que a pressão para cima sobre a taxa de juros doméstica aprecie a moeda, o BC deve comprar reservas internacionais e expandir sua oferta monetária.
Capítulo 19 – Política Macroeconômica e Coordenação sob taxas de câmbio flutuantes
Argumentos a favor das taxas de câmbio flutuantes
Autonomia da Política Monetária: Se os bancos centrais não fossem mais obrigados a intervir nos mercados de moeda para fixar as taxas de câmbio, os governos poderiam utilizar a política monetária para atingir os equilíbrios interno e externo.
Simetria: Sob um sistema de taxas flutuantes, as assimetrias inerentes a Bretton Woods desapareceriam, e os EUA não seriam mais capazes de, sozinhos, estabelecer as condições monetárias mundiais. Ao mesmo tempo, os EUA teriam a mesma oportunidade que outros países de influenciar sua taxa de câmbio em relação às moedas estrangeiras.
Taxas de câmbio como estabilizadores automáticos: Mesmo na ausência de uma política monetária ativa, o ajuste rápido das taxas de câmbio determinadas pelo mercado ajudaria os países a manter os equilíbrios interno e externo em face de mudanças na demanda agregada.
Argumentos contrários às taxas de câmbio flutuantes
Disciplina: As taxas flutuantes dariam mais liberdade aos governos no uso da política monetária. Alguns críticos acreditavam, porém, que elas levariam não à liberdade mas à desordem: livres do temor de perder reservas internacionais, os governos poderiam adotar políticas fiscais ou monetárias expansionistas, caindo na armadilha do viés inflacionário. Inúmeros fatores, desde objetivos políticos à simples incompetência, poderiam instalar uma espiral inflacionária.
Especulação desestabilizadora e perturbações no mercado monetário: Se os negociantes de câmbio vissem que uma moeda estava sendo depreciada, argumentava-se, eles poderiam vender a moeda na expectativa de uma depreciação futura, independente das previsões de prazo mais longo; e, quanto mais comerciantes passassem a vender a moeda, as expectativas de depreciação acabariam por se realizar. Essa especulação desestabilizadora tenderia a acentuar as flutuações em torno do valor de longo prazo da taxa de câmbio, que ocorreriam normalmente como resultado de perturbações econômicas inesperadas.
Danos ao comércio e aos investimentos internacionais: As moedas flutuantes deixam os importadores mais inseguros sobre os preços que terão de pagar pelos bens no futuro, e os exportadores mais inseguros sobre os preços que vão receber. Para os críticos essa incerteza tornaria mais cara a entrada no comércio internacional e, como resultado, os volumes de comércio e, juntamente com eles, os ganhos que os países auferem com o comércio, diminuiriam. De forma semelhante, uma incerteza maior sobre os ganhos dos investimentos poderia interferir nos fluxos de capitais internacionais produtivos.
Políticas econômicas não coordenadas: Para alguns defensores de Bretton Woods, as regras dele haviam ajudado a promover um comércio internacional ordenado, eliminando as depreciações monetárias competitivas que haviam ocorrido durante a Grande Depressão. Com os países mais uma vez livres para alterar suas taxas de câmbio, argumentavam eles, a história poderia se repetir. Os países poderiam mais uma vez seguir políticas macroeconômicas próprias, que prejudicavam todos os países e, no final, não beneficiava nenhum deles.
A Ilusão de maior autonomia: A taxa de câmbio é uma variável macroeconômica tão importante que os responsáveis pela política econômica não seriam capazes de tomar medidas referentes à política monetária sem considerar seus efeitos sobre a taxa de câmbio.

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