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O processo de envelhecimento - O envelhecimento é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte. - Envelhecimento Fisiológico (Senescência): está associado aos processos biológicos inerentes aos organismos e são inevitavelmente involutivos. Essas transformações sofrem influência do ambiente físico e social. - Envelhecimento Patológico (Senilidade): está relacionado com alterações resultantes de traumas e doenças que ocorrem no ciclo vital. - Homeostase: é a habilidade de manter o meio interno em um equilíbrio quase constante, independentemente das alterações que ocorrem no ambiente externo. - Homeostenose: redução da capacidade de adaptação às sobrecargas funcionais. ● Meio interno = os fluidos que circulam pelas nossas células, o chamado líquido intersticial - Envelhecimento primário, secundário e terciário (Birren & Schroots) ● Primário: mudanças progressivas e inevitáveis que ocorrem em todas as pessoas ao longo dos anos. Como todos os outros tipos de envelhecimento, implica uma deterioração no funcionamento geral e na capacidade de se adaptar ao meio ambiente. Todos os processos não patológicos que ocorrem em consequência da idade são classificados como envelhecimento primário (é por isso que também é chamado de “envelhecimento normativo”). Ocorre durante a idade adulta, embora seus efeitos sejam muito mais visíveis na velhice, principalmente em pessoas que não estão de boa saúde. Entre as mudanças que compõem esse tipo de envelhecimento estão a menopausa, o enfraquecimento e o envelhecimento dos cabelos, a diminuição da velocidade do processamento cognitivo, a perda de força, o aparecimento progressivo de déficits sensoriais ou a deterioração da resposta sexual. ● Secundário: alterações causadas por fatores comportamentais e ambientais alheios aos processos biológicos naturais. Costuma-se dizer que o envelhecimento secundário é aquele que pode ser evitado, evitado ou revertido, mas esse nem sempre é o caso. A principal característica é a não universalidade dos processos que a compõem. Os principais fatores que determinam a intensidade do envelhecimento secundário são o estado de saúde, o estilo de vida e as influências ambientais. Assim, sofrer de doenças como distúrbios cardiovasculares, ingerir uma dieta não saudável, ser sedentário, usar tabaco, expor-se diretamente ao sol ou respirar ar contaminado aprimoram esse tipo de mudança. Muitos déficits físicos e psicológicos típicos da velhice podem ser considerados uma conseqüência do envelhecimento secundário, embora eles tendam a ser vistos como manifestações do primário; por exemplo, o comprometimento cognitivo patológico e o câncer se tornam muito mais frequentes à medida que a idade avança, mas não ocorrem em todas as pessoas. ● Terciário: perdas rápidas que ocorrem pouco antes da morte. Embora afete o organismo em todos os níveis, esse tipo de envelhecimento é especialmente notável no campo cognitivo e psicológico (por exemplo, nos últimos meses ou anos de vida, a personalidade tende a desestabilizar). Em 1962, Kleemeier propôs a hipótese de “queda terminal”. Esse autor e algumas pesquisas longitudinais sugeriram que, à medida que a morte se aproxima, as habilidades cognitivas e a capacidade de adaptação se deterioram muito acentuadamente, o que causa um aumento na vulnerabilidade. - DAEM (Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino): também chamada de hipogonadismo tardio do adulto, baseia-se na coexistência de níveis baixos de testosterona total no sangue mais sinais e sintomas compatíveis (diminuição da libido, disfunção erétil, aumento da gordura visceral, perda de massa muscular, perda de massa óssea, diminuição dos pelos, depressão, desânimo, dificuldade de concentração, perda da memória, irritabilidade, declínio do sono e anemia). - Alterações da composição corporal: após a quinta década da vida, a massa muscular declina a uma taxa anual de aproximadamente 1 a 2%. A redução da massa muscular apresenta-se correlacionada com a diminuição da força muscular. Após os 60 anos a taxa desta perda é de até 3% ao ano. Esses índices de variação da composição corporal são mais elevados em indivíduos sedentários quando comparados aos ativos, sendo duas vezes maior em homens em comparação às mulheres. ● Diminuições das massas muscular, óssea e da água corporal ● Aumento do tecido adiposo - Medidas Antropométricas: ● Circunferência da panturrilha esquerda (deve ser acima de 31 cm para ser considerada normal, abaixo de 31 cm é considerado sarcopenia) ➢ Medida da altura do joelho (fletido a 90 graus) ➢ Envergadura (margem de erro de 10%) ➢ Meia envergadura - Sistema Cardiovascular ● Espessamento da camada túnica média ● Aumento da massa cardíaca de 1 a 1,5 g/ano, entre 30 e 90 anos de idade ● O miocárdio sofre degeneração muscular com substituição de células miocárdicas por tecido fibroso ● Acúmulo de gordura nos átrios e septo interventricular ● Tanto no pericárdio como no endocárdio, ocorre aumento do colágeno ● Menor débito cardíaco (FC x VS) ● Menor complacência cardíaca (menos miócitos e mais colágeno) ● Substituição do tecido autônomo por adiposo e conjuntivo ● Pseudo-hipertensão arterial: manobra de Osler ➢ Palpar a artéria ➢ Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso ➢ Trajeto da artéria palpável após 30 mmhg do desaparecimento do pulso ● Hipotensão ortostática: medida da PA e FC em decúbito dorsal e em ortostatismo após 3-5 minutos - Arteriosclerose/Aterosclerose ● Arteriosclerose: espessamento e endurecimento da parede arterial. ● Aterosclerose: inflamação, com a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias do coração e de outras localidades do corpo humano, como por exemplo cérebro, membros inferiores, entre outros, de forma difusa ou localizada. - Sistema Respiratório ● Menor complacência da parede torácica (fica enrijecida) ● Diminuição da elasticidade pulmonar ● Redução progressiva da capacidade vital (CV) e da capacidade inspiratória (CI) ● Aumento do volume residual (VR) ● Redução do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e fluxo expiratório forçado de 25% a 75% (FEF 25-75) da manobra de capacidade vital forçada (CVF) ● Menor força da musculatura ● Menor elasticidade (colapso das vias aéreas menores e represamento de ar) ● Menor atividade mucociliar - Sistema Nervoso ● Redução no tamanho e peso do cérebro ● Menor número de neurônios ● Maior prevalência de demências ● Declínio de algumas funções cognitivas ● Processamento de informação mais lento ● Redução do número de neurotransmissores (acetilcolina e dopamina) ● Redução da velocidade de condução nervosa (alteração nos reflexos) ● Depósito de substância beta amiloide na parede dos vasos - Sistema Gênito-Urinário ● 28-85 anos: esclerose de 40% dos néfrons ● Atrofia das arteríolas aferente e eferente e células tubulares ● Diminuição da TFG e do clearance de creatinina ● Aumento da próstata ● Diminuição da ação estrogênica (menopausa) - Sistema Digestório ● Cavidade Oral ➢ Mucosa fina e seca ➢ Língua lisa ➢ Varizes ➢ Dentes e próteses ● Esôfago ➢ Motilidade pode ser anormal ➢ Incompetência esfincteriana gera doença de refluxo gastroesofágico (DRGE) ● Estômago ➢ Redução do ácido clorídrico e pepsina ➢ Redução da motilidade ● Pele ➢ Epiderme: aumento da espessura da pele, diminuição do nível de hidratação e na capacidade de renovação das células, além de pigmentação irregular e falta de uniformidade na pele ➢ Derme: há redução do número de fibroblastos e consequentemente baixo nível de colágeno e elastina. Fatores que resultam na diminuição da capacidade de elasticidade ● Intestino Delgado ➢ Redução da altura das vilosidades ➢ Redução da absorção ➢ Diminuição da absorção de Cálcio que gera queda de 1,25 Hidroxicolecalciferol➢ Diminuição da sensibilidade da mucosa e proteínas ligadoras de Cálcio ● Intestino Grosso ➢ 40%: 50 anos tem divertículo ● Graus de perda do olfato: ➢ Anosmia: é a perda do olfato ➢ Hiposmia: diminuição da capacidade olfatória ➢ Parosmia: é uma distorção no olfato, uma alteração na sua percepção ● Graus de perda do paladar: ➢ Ageusia: perda completa da gustação ➢ Hipogeusia: diminuição da gustação ➢ Disgeusia: alteração da percepção gustativa ● Graus de perda da visão: ➢ Redução do diâmetro pupilar ➢ Resposta pupilar mais lenta ➢ Redução da capacidade de acomodação ➢ Presbiopia
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