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Seletividade Alimentar em Crianças

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Seletividade 
alimentar:
Caso Clínico 
• PH, menino, 3 anos. 
• Mãe e pai presente na consulta. 
• Principal queixa: criança não quer comer. Ambos
preocupados com o filho que antes comia e agora não
quer comer determinados alimentos.
Caso clínico
• Mãe relata que já tentou de tudo e que o filho está
resistente, teimoso, grita, chora e joga a comida no
chão na hora que os pais oferecem.
• Chegaram a desconfiar que o filho pudesse ser autista,
levaram no médico e psiquiatra que descartaram a
possibilidade e encaminharam o menino para
nutricionista.
Caso clínico
• A mãe que acompanha a maior parte das refeições sozinha
com o filho, relata que se sente cansada em relação ao
comportamento do filho, que tem sido uma fase
desafiadora, se emociona relatando que as vezes perde a
paciência, coloca de castigo, retira os brinquedos, mas
que de nada adianta.
• Apresenta muitas dúvidas, seria apenas uma fase da
criança? Ele é realmente seletivo para comer? Relata
que leu sobre neofobia, e que desconfia que possa ser
também.
Caso clínico
• . Avaliação 
Peso: 14, 5 kg 
Altura: 95 cm
Histórico do peso 
Peso ao nascer: 2,8 kg (peso normal ao nascer)
Sempre se manteve com o peso normal segundo a curva da 
OMS, 2006.
Caso clínico
• Recomendação dos índices 
Caso clínico
Curva OMS, 2006
Caso clínico
• Curvas de crescimento
Caso clínico
Avaliação: peso 
adequado para idade
R24h 
Café da manhã: 
1 caixinha de achocolatado Nescau
5 bolachas agua e sal pura 
Almoço: Arroz ou Massa com carne 
Lanche da tarde: 1 caixinha de achocolatado Nescau com pão 
de queijo ou sanduíche
Jantar: sanduiche com margarina queijo e presunto e suco de 
caixinha
Consumo Alimentar
• A mãe relatou que sempre coloca no prato o feijão e 2
opções de legumes, mas a criança não experimenta
• Oferece fruta como opção de lanche e que acaba cedendo
para os lanches que a criança aceita
• Fruta: aceita as vezes morango e banana
• Legumes/verduras: as vezes beterraba e abóbora com a
carne
Consumo Alimentar
Guia Alimentar para crianças maiores de 2 anos (Vitolo) 
PRÉ-ESCOLARES
Base em dieta de 1800kcal.
Cereais e pães: 5 porções
Verduras e legumes: 1 e ½ porções
Frutas: 1 e ½ porções
Lácteos: 2 e ½ porções
Proteínas: 4 porções
Guia alimentar para menores de 2 anos
Primeira Consulta: Orientação aos pais
● Não se resume apenas em pegar o alimento e engolir !
● Cada degrau é um aprendizado e uma vitória que deve ser 
reconhecida
As responsabilidades de cada um no processo:
● Dos pais: determinar onde as crianças serão alimentadas, 
quando e o que será oferecido para comer;
● Da criança: determinar o quanto irá comer.
Satter EM. The feeding relationship.J Am Diet Assoc. 1986;86(3):352–356
Primeira Consulta 
Definição dos termos “Seletividade Alimentar” e 
“Dificuldade Alimentar” adotado pela Sociedade 
Brasileira de Pediatria, 2018.
Primeira Consulta: neofobia x seletividade
Neofobia: relutância em aceitar novos alimentos (ou que
pareçam novos) e evitar produtos desconhecidos. Reações
emocionais causadas pela exposição a alimentos
desconhecidos e o fato de que o tratamento desses
distúrbios é baseado em familiarizar com o objeto causador
de ansiedade confirma que a neofobia alimentar pode ser
classificada em um grupo de fobias;
Seletividade: Insistência em recusar alimentos não apenas
quando são provados pela primeira vez, mas também
quando eles já foram reconhecidos e aceitos.
É uma evolução, por exemplo: primeiro o suco de caixinha
100% natural, depois o suco no copo – em seguida
evoluir para as preparações que levem maçã em pedaços
bem pequenos ou na massa e por fim apresentar a maçã
in natura.
• Retornam ao consultório no intervalo de 20 dias. Relatam que
o filho experimentou panqueca de espinafre.
• Mãe ainda relata que nota que “força” o filho a comer e que
isso aumenta a birra na hora da refeição.
• PH vai começar a ir para a escolinha, pais se mostram
entusiasmados pelo fato do filho conviver com outras
crianças.
2a consulta 
Cuidados importantes: exemplos de estilos de alimentação e estratégias
para mudanças
2a consulta - conduta
O que NÃO fazer!!
1- CONTROLE: Achar que deve controlar o comportamento alimentar das 
crianças;
2- QUANTIDADE: Querer controlar o volume e os alimentos que a criança 
ingere, tornando os momentos à mesa um estresse diário e uma experiência 
negativa para toda a família;
3- ESCOLHAS: Servir frequentemente nas refeições alimentos que considera 
inadequados – Ex: batata frita, depois querer controlar o quanto a criança “pode 
comer”;
4- PETISCOS: Permitir que a criança tenha acesso livre a beliscos, sucos, água de 
coco e achocolatados, fora do horário das refeições, estragando seu apetite para 
as refeições principais;
5- ROTINA: Não conversar com a criança sobre quando é hora de comer e 
quando não é hora de comer, e quais tipos de alimentos devemos comer nas 
refeições e quais são destinados aos lanches;
6- EXPECTATIVA: Fazer o prato longe dos olhos da criança, e do tamanho da 
sua expectativa a respeito do que e quanto a criança “deve comer”;
2a consulta – Conduta o que NÃO fazer
O que NÃO fazer!!
7- FORÇAR: Forçar a criança a comer;
8- CONSISTÊNCIA: Não manter consistência em suas ações, agindo cada hora 
de um jeito, deixando a criança confusa;
9- BARGANHA: Ter como objetivo principal “fazer a criança comer”, usando 
métodos como – coerção, barganha, ou “escondendo alimentos” no feijão, na 
sopa, no lugar de focar no desenvolvimento de hábitos para toda a vida; 
10- PLANEJAMENTO: Não planejar as refeições, compras e rotina alimentar, 
querendo dar direção a criança, quando nem mesmo os adultos sabem para 
onde pretendem ir;
11- PERMISSIVIDADE: Contribuir para a criança se manter em uma alimentação 
monótona/restrita, deixando que ela assuma a tarefa de definir quais alimentos 
serão oferecidos em cada refeição;
12- RECONHECER SEU PAPEL: Não conhecer qual é o seu papel e qual é o 
papel da criança na educação alimentar; 
2a consulta – Conduta o que NÃO fazer
O que NÃO fazer!!
13- A DEFINIÇÃO DO QUE É COMER BEM: Desconsiderar a qualidade do 
alimento oferecido, quando a criança come o volume que os pais consideram 
adequado, o famoso “comeu bem”; 
14- PASSIVIDADE: Deixar a criança em uma posição passiva na própria 
alimentação, tornando as melhorias uma “luta”, ao invés de propor ajustes 
naturais e de rotina;
15- FALTA DE PACIÊNCIA: Querer mudar tudo de uma só vez e esperar 
resultados da noite para o dia, não respeitando o processo e as etapas de 
aprendizado da criança; 
16- DESISTÊNCIA: Desistir de oferecer um alimento ao primeiro sinal de recusa, 
normalmente interpretando de forma equivocada algo que é natural e faz parte 
do aprendizado; 
17- NÃO ASSUMIR A SUA DIFICULDADE: Não procurar ajuda quando não 
sabe como lidar com a alimentação da criança, assumindo a postura de “deixar 
comer enquanto pode, porque ainda é criança”.
2a consulta – Conduta o que NÃO fazer
2a consulta Conduta
Esclarecer aos pais que é normal que a criança tenha 
variações de apetite conforme os diferentes estágios de 
desenvolvimento.
• Retornam após 1 mês (intervalo da 2ª
consulta)
• PH leva o lanche de casa para escolinha e
experimenta o lanche dos coleguinhas
• Leva sempre 1 fruta com 1 iogurte e 1
sanduíche com creme de ricota ou manteiga e
queijo
• As vezes a fruta volta para a casa, mas na
maioria das vezes a professora fala que ele
come, não toda fruta (metade da maçã)
3a consulta 
Pontos a serem trabalhados
Observar se a criança apresenta preferência por: 
determinadas marcas de alimentos ou mesmo a temperatura em que são 
servidos (frios ou quentes);
 sabor muito suave (como leite, pão, macarrão etc.)
 determinada textura (pastoso ou crocante), com recusa de preparações com 
alimentos de texturas variadas
3a consulta- consulta
Os pais precisam ser bem orientados e acolhidos - algumas atitudes comuns
podem ser gatilho parao problema ou piorar uma questão já existente
● “Desculpabilização”
● Trabalhar expectativas
● Terminar com a “guerra para comer”
● Organizar horários, refeições, evitar beliscos!
Seletividade 
alimentar
Quadro clínico da Seletividade Alimentar
1) Identificar o que pode ser a causa e tratá-la/ 
encaminhar para tratamento
2) Ressignificar o ato de comer
Dificuldades Alimentares (Das)
São de alta prevalência em pré escolares.
“Meu filho não come” : queixa mais frequente em consultório, 
Diagnósticos complexos - falta de padronização para os distintos perfis 
clínicos;
É preciso uma uma abordagem abrangente, com olhar multidisciplinar, 
principalmente quando observar quadros mais graves - “transtornos 
alimentares” (DMS-5);
Nem todos os níveis de DA estão presentes no DMS-5.
-Rev Paul Pediatr. 2018;36(1):45-5
-PEDIATRICS Volume 135, number 2, February 2015 
DOI:10.1542/peds.2014-1630
Perfil do cuidador 
Responsivos: guiam a refeição, estabelecem limites, 
psicologia positiva e respeitam os sinais da criança. É o 
estilo preferível.
Controladores: ignoram os sinais de fome e saciedade e 
podem utilizar força, punição ou recompensas 
inapropriadas;
Permissivos: fazem as vontades da criança e não tem 
determinação. Não estabelece limites. Ansiedade e 
lanches favoritos
Negligentes: não demonstram expectativa e abandonam 
a responsabilidade de alimentação da criança. 
Desconectados.
PEDIATRICS Volume 135, number 2, February 2015 DOI:10.1542/peds.2014-1630
• .
Perfil do cuidador
Perfil responsivo apresentou fator 
protetor para as DAs e revela a 
importância do comportamento 
materno e da interação mãe-filho sobre 
a ocorrência das DAs.
A maior ocorrência de DAs em filhos de mães com perfil controlador, 
indulgente ou passivo aponta para a necessidade de os pais adotarem atitudes 
favoravelmente responsivas em relação à alimentação de suas crianças.
Rev Paul Pediatr. 2018;36(1):45-51
PERFIL DO CUIDADOR
É possível diferenciar os estilos de alimentação, realizando 3 
perguntas aos cuidadores:
• O quanto você está ansioso em relação à alimentação do seu filho?
• Como você descreve o que acontece durante as refeições?
• O que você faz quando o seu filho não come?
Cuidadores negligentes serão vagos;
Cuidadores controladores descreverão pressionar/forçar seu filho 
a comer;
Cuidadores permissivos afirmarão que a criança implora pela 
preparação de determinados alimentos.
Avaliar o momento da refeição solicitando para os cuidadores 
gravarem uma parte dessas refeições.
• A família deve consumir os mesmos alimentos que são oferecidos às crianças.
• Comentários negativos dos pais podem desestimular o consumo de alimentos disponíveis nas 
refeições.
• Não obrigar a criança a comer e evitar situações de estresse.
• Não substituir as refeições por leite ou outro alimento de preferência da criança.
• Envolver a criança no preparo dos alimentos.
• Oferecer o mesmo alimento diversas vezes, em momentos diferentes, em variadas formas de 
preparo, ex: cenoura.
• Ter os alimentos de menor aceitação sempre disponíveis em casa e garantir o fácil acesso da 
criança. Exemplo: fruteira de chão.
• Não utilizar estratégias de chantagem.
COMO ESTIMULAR O CONSUMO DE NOVOS ALIMENTOS:
Comer junto, com satisfação, elogiando a comida, falar sobre o alimento que 
está no prato, perguntar sobre o nome, cores, qual o gosto; olhar para ela e 
sorrir.
Comportamentos que não contribuem para a relação positiva na hora da 
refeição:
● Dar alimentos em resposta a qualquer choro;
● Apressar ou pressionar a criança para comer por meio de ameaças, 
chantagens e/ou punições;
● Oferecer quantidades excessivas de alimentos ou forçar a comer toda a 
comida do prato.
COMO ESTIMULAR O CONSUMO DE NOVOS ALIMENTOS:
Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos
Secretaria de Atenção Primária à Saúde, MS 2019.
Na hora de avaliar:
PEDIATRICS Volume 135, number 2, February 2015 DOI:10.1542/peds.2014-1630
● 1º passo descartar anemias e outras doenças 
avaliar ferritina, hemograma;
● 2º entender as queixas e como vê a situação;
● Ver as curvas de crescimento – avaliar o 
impacto/ comprometimento da seletividade 
no ganho de peso;
● Analisar o comportamentos dos pais frente à 
recusa alimentar.
Entender que a queixa de inapetência pode 
ser apenas fruto de uma quebra de 
expectativa dos pais em relação a 
quantidade ingerida pelo filho
• Colocar um prato de comida para o adulto e outro 
para a criança, 
• Fechar os olhos o adulto e deixar que a criança 
coloque uma colher de um alimento na boca dele e 
ele adivinhar o que estar comendo, 
• Depois é a vez da criança. 
Importante para estabelecer vínculo adulto x criança.
Exemplo de brincadeira para fazer junto com a criança: 
Dicas de livros infantis para Seletividade Alimentar
• É necessário tratar o vínculo daquela criança com o adulto
responsável, possivelmente essa relação já está desgastada
no assunto alimentação. Trabalhar a autonomia da criança.
• Para adultos seletivos é necessário o tratamento junto com 
o acompanhamento psicológico para investigar o que 
tornou aquele adulto seletivo.
Como trabalhar com crianças seletivas > de 10 anos?
SEJA O EXEMPLO!
● Estimular a mastigação, comer com atenção e com prazer.
● Deixar o talher “descansar” enquanto a criança come, para 
incentivar a mastigação adequada; usar utensílios adequados à 
faixa etária, como pratos e talheres menores.
● Tolerar a “bagunça” no momento das refeições, de acordo com a 
idade da criança.
● No caso de crianças maiores, encorajar a criança a se alimentar 
(não oferecer os alimentos na boca).
Ciclo da Recusa Alimentar
Importante!
Alimentação e 
Suplementos 
Exercício
Outros 
tratamentos
Obrigada!

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